Perdoe-me Por Dizer Adeus

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— Não olhe para mim — respondeu e estreitei os olhos. Traidora. A minha amiga sorriu. — Foi difícil para mim, Alice. Tive que ficar sem respirar e, para a sua sorte, havia acabado de me alimentar.

— Pronto. É isso! — Levantei da cadeira. — Me alimento e vou falar com eles.

— Isso não vai dar certo — Victor levou as mãos até o rosto e depois passou-as em seus cabelos loiros. Respirei fundo e me abaixei de frente para ele. Os olhos verdes encontraram os meus e sorri. Alisei sua bela face e isso fez com que inclinasse a cabeça levemente, apreciando a caricia.

— Vem comigo. Se eu perder o controle, você me tira de lá, antes que faça uma besteira — puxei suas mãos e as beijei. — Por favor. Preciso disso — Victor me encarou por alguns segundos. Alisou meu rosto e soltou um suspiro longo.

— Está bem. Vou com você — Os membros do conselho começaram um burburinho.

— Não concordo com isso. Soltar um recém-nascido, no meio de cinco humanos é esperar que se comporte como tal. É chacina, na certa.

— Tricia... — repreendeu Victor.

— Não, ela está certa em falar — concluiu Sean. — A definição é exatamente essa. Alice mataria a família sem pensar duas vezes e você sabe disso, Victor. Além do mais, não sabemos nada sobre a espécie dela, o que sabemos são apenas teorias. Não é como se estivéssemos lidando com um modificado ou mesmo um comum. É uma incógnita. — Ergui uma sobrancelha ao ouvi-lo falar assim. Parecia que dava uma bronca em seu mestre, por ter interferido na repreensão de Tricia.

— Sei disso, Sean — respondeu sem ser grosso. — Vou leva-la, mas será nas minhas condições.

— E quais seriam? — perguntei de maneira aflita

— Você vai ficar perto de mim, o tempo inteiro. Se disser que é hora de irmos, você aceita sem pensar.

— Está bem. Pode ser assim.

— E... — Começou a falar e respirou fundo. —... não abrace ninguém.

— É uma despedida. O mínimo que posso fazer é dar um abraço em meus pais e irmãos.

— Não serei rápido o suficiente para impedir que você abra um buraco na jugular de um deles, se você estiver abraçada. Ainda mais que não estou cem por cento.

— Então venha comigo, Sean — virei para olhá-lo e Victor o encarou também.

— Senhora, não acho...

— Está decidido — respirei fundo. — Sean vem comigo, enquanto vocês preparam o que deve ser preparado. Se eu tentar morder algum deles, Sean me impedirá. Está bom para você? — encarei Victor que mantinha o cenho franzido. Levantou uma sobrancelha para o homem que apenas ergueu as mãos no ar, dando-se por vencido.

— Cuido dela, senhor. Não a deixo fazer nenhuma besteira — os olhos azuis me encararam sem esboçar reação. Sean ainda era indecifrável para mim, mas era o melhor amigo que eu tinha e uma pessoa que podia contar sempre que precisasse.

O carro parou em frente à casa dos meus pais e soltei o ar dos pulmões. Estava apreensiva. Bebi quatro bolsas de sangue, mas ainda me sentia estranhamente faminta. Sean havia me dito que aquilo era normal em recém-nascidos, mas mesmo assim me preocupei.

— Ainda podemos dar a volta — comentou quando me viu encarar a casa por um tempo longo demais.

— Não posso fazer isso. Preciso dizer adeus.

— Você pode se preparar e voltar quando tiver mais algumas semanas.

— Victor está programando tudo para três dias, não está? — Assentiu. — Por isso estou aqui. Se tiver que me passar por morta, preciso dizer que os amo — respirei profundamente.

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