🇧🇷Capítulo 1🇧🇷

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Harry. São poucas pessoas que tem o privilégio de conhecer o Harry. Não, não estou falando de Harry Styles, o britânico rico e conhecido na alta sociedade, com uma forte fama de metido, que foi expulso de duas escolas por agressão, por mais que ele provavelmente tenha mais apanhado do que batido. Estou falando do Harry. Carinhoso, meigo, fofo e com a guarda totalmente baixa. É, estou falando desse Harry. Esse que só dá as caras quando está totalmente confortável e quando não é o caso, ele é rápido em se esconder atrás de sua máscara. Arrogante para uns, babaca para outros, ele não poderia se importar menos com a forma que é taxado.

Tudo ia incrivelmente bem na sua vida, até que, bom, a história se repetiu em sua nova escola, ele bateu em um aluno. "Nada de novo sob o sol" o diretor falou ao ligar pros Styles mais velhos, sabendo dos casos de expulsões anteriores que ele já tinha passado. O cacheado pensou em milhões de castigos que os seus pais dariam a ele por ter feito merda de novo, só nunca passou pela sua cabeça que, depois de tantas brigas sem um motivo aparente, Des e Anne estariam fartos de tamanha falta de educação e respeito, e que ele seria obrigado a entrar sozinho em um avião pra um destino, até então, desconhecido. Seus pais explicaram o porquê de tudo, e Harry repassava as palavras em sua mente enquanto arrumava as suas malas, era nítido que ele não queria ir, era nítido que ele estava apavorado. "Estamos tentando te educar, Harry. Talvez você se meta em tantas brigas porque passamos muito a mão em sua cabeça, então, estamos te mandando para uma colégio interno em outro país, assim você terá que arcar com as suas responsabilidades sozinho e não vai se meter mais em confusões". Foram as palavras de seu pai. Que ótima ideia, pensou Harry, sarcasticamente.

-Tudo pronto? - Anne perguntou entrando no quarto do cacheado

-Eu preciso mesmo ir? - Harry rebateu com um bico nos lábios rosados

-Oh, Harold, não faça esse biquinho para mim. - A senhora, se assim podemos chamar, se aproximou de seu filho em passos calmos, se sentando do seu lado no chão.

-Eu não quero ir, mamãe. - Harry disse guardando seu ursinho de pelúcia na mala. Pois é, um ursinho que ele tem desde bebê, o que ele pode fazer se aquele negócio é bom para dormir?

-Tem hora que você parece um bebezinho. - ela disse risonha, apertando a bochecha do cacheado. -Eu também não queria que o meu caçula fosse para outro país, mas você não deixou escolhas meu filho, são tantas brigas, tantas ligações de diferentes diretores de uns anos para cá. Poxa, Harry, você nunca foi agressivo.

-Você não entende, mãe, ninguém entende. No final eu que saio como errado, e pode ter certeza que eu não sou. - O cacheado respondeu frustado.

-Harry, você sempre fala isso mas nunca me conta o porquê, eu tenho certeza que te entenderia se você me falasse as coisas. - Ela disse dobrando algumas roupas espalhadas pela cama de casal do filho, logo colocando na mala.

-Você me odiaria, mamãe. Me odiaria e toda essa imagem de família perfeita sairia pela culatra. O papai nunca iria me perdoar, ele tem uma imagem a zelar na empresa dele. - Harry falou tudo de uma vez, fazendo a mãe o encarar intrigada. No fim das contas as mães sempre sabem de tudo.

-Você está com medo, filho. Você não se abriu com a sua psicóloga, não se abriu comigo, e eu não faço ideia se você se abriu com a Gemma. - Ela disse acariciando os cachos médios do filho. -Mas saiba que eu nunca te odiaria na minha vida, e se você não quiser me contar, seja lá o que for que você esteja sentindo, eu não vou te forçar, mas saiba que eu estou aqui, eu vou te apoiar sempre, tudo bem? Eu não ligo para imagem de família perfeita que seu pai insiste em zelar, você sabe que o seu bem e o da Gemma sempre vem primeiro, não é?

-Eu sei, mamãe, mas eu acho melhor não, pelo menos ainda não. - Ele disse suspirando fundo. Uma das coisas que rodava a cabeça de Harry todos os dias é o fato dele achar que é gay. Isso o assusta por diversos motivos, um deles é, se ele se assumisse para sua família, provavelmente todos ficariam sabendo sobre sua sexualidade. Claro, isso é óbvio, mas eu não estou falando apenas de amigos e família. Eu estou falando de todos. Tudo isso graças a grande influência no comércio britânico que seu pai tem. A sua família é um tanto quanto visada e serve como inspiração para milhares de outras que querem ser como eles, polidos, educados e perfeitos. Uma vida sem problemas. Ele simplesmente não podia estragar isso gritando aos quatro cantos que é gay. Ele não pode manchar a imagem de sua família, Styles sempre foi forçado a pensar assim. E, principalmente, ele não pode sofrer com mais pessoas conservadoras, não de novo, ele se sentiria péssimo, já bastava os diversos adolescentes que ele teve que aturar ao longo dos anos.

Brazilian soulWhere stories live. Discover now