-Ei, George e Fred!- Charlie chamou a atenção dos irmãos mais novos, segurando os pelos ombros- Não foram mau educados, certo?

Os garotos negaram rapidamente, embora Fred continuasse a ostentar um sorriso zombeteiro demais para alguém tão jovem, foi o que Severus pensou. Sem dar tempo para que a conversa se estendesse, o pocionista pegou a afilhada no colo e, enquanto a tirava de perto dos jovens Weasley, só conseguia pensar no que aquele sorriso significava.

-Tchau!- Fora o que George disse antes de perder Jeanine de vista e ter de se juntar ao restante da família.

Depois de uma bronca sobre não se soltar do padrinho e não conversar com estranhos, Severus e Jean seguiram para uma loja de doces, onde a menina pode escolher chocolates e varinhas de alcaçuz, que a fizeram sorrir de um jeito que aqueceu todo o coração de Severus.

Um fato curioso pelo qual Severus Snape agradeceria no futuro, é que Fred, George e Jean se tornariam amigos em Hogwarts, já que a memória de uma garota sorridente e cheia de energia não sairia da cabeça de um dos gêmeos que decidiu que seria amigo dela e ponto final.



1985-Mansão Malfoy

-Por que ele não gosta de mim?- A voz baixa e chorosa de Draco era ouvida do corredor por Jean que, por culpa de sua curiosidade, havia saído do quarto de hóspedes da Mansão Malfoy, onde estava dormindo naquela semana.

Jeanine havia acordado com vozes altas e barulhos estranhos vindos do quarto do primo, que ficava em frente ao seu. Quando abriu sua porta para espiar, Lucius, seu tio, saia do quarto vermelho e bufando. A única coisa que Jean ouviu depois que os paços no corredor cessaram, foi o choro de Draco e a voz calma de Narcisa tentando amenizar fosse o que fosse. Quando, depois de uma hora, Narcisa saiu do quarto do filho e voltou para o seu, Jeanine saiu na ponta dos pés, arrastando a camisola branca que odiava usar e entrou no quarto de Draco.

Na cama de casal, grande demais para uma criança, Draco estava encolhido, ainda chorando baixinho. Jean pode ver, mesmo naquela distância, marcas vermelhas no rosto do garoto. Os cabelos pareciam cobertos por suor e o quarto, Merlin, era uma bagunça de brinquedos jogados pelos cantos. Coisa que Draco nunca deixaria acontecer, já que, diferente de Jean, era uma criança muito organizada.

Tomando cuidado, Jean sentou ao lado do primo na cama.

-Draco?

-Nine? O... que... O que faz aqui?- A voz do menino, geralmente arrastada, agora parecia transbordar de sofrimento. Mas, mesmo assim, o loiro limpou as lágrimas rapidamente, tentando fingir.

-Eu...- Jean pensou em contar a verdade, dizer que ouviu tudo mas, mesmo sendo jovem, sabia que o orgulho dos Malfoy ferido, só complicaria tudo- Eu tive um pesadelo, posso dormir aqui?

Draco se afastou, dando lugar para a prima, que se aninhou nas cobertas e abraçou o garoto. Sem precisar de muito, Draco se agarrou a prima, abraçando Jeanine como se ela fosse seu bote salva vidas.

Draco e Jeanine nunca, jamais seriam primos. Não. Aquelas crianças haviam nascido para serem irmãs e, por isso, um sempre estaria lá pelo outro, sem que fosse necessário dizer nada. Draco sempre poderia se agarrar a sua Nine, porque ela sempre estaria ali para mantê-lo de pé e Jeanine sempre poderia abraçar Draco e voar para longe, um mundo onde coisas mágicas existiam junto ao bem e apenas o bem.

Infelizmente, aquela não foi a última noite em que Jean invadiu o quarto do primo em silêncio, no meio da noite. Não foi a última vez em que ela o abraçou e deixou que ele chorasse. Não foi a última vez em que Draco e Jeanine se sentiram naquela forma.

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Capítulo novo! Ihuuuuu!

Para os curiosos, quando eu acabar a primeira parte de Sweet Creature  (1981-1990), eu começo a postar Black & Malfoy, parte II (Cálice de Fogo).

Votem e comentem!

Nox!


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