30 - Pangen

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Como uma garota com zero experiências sexuais, nunca tive um orgasmo provocado por outras pessoas

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Como uma garota com zero experiências sexuais, nunca tive um orgasmo provocado por outras pessoas.

E eu pensei que, sei lá, como alguém que já passou da 4° série e não fica mais nervosa dando risada com coisas envolvendo sexo, lidaria melhor com isso. Quer dizer, eu literalmente espalhei que eu era sexualmente ativa e tudo mais, deveria parecer menos idiota do que estou agora que... Céus, toda vez que eu cogito pensar nisso meu rosto queima. Meu rosto queima não por vergonha, mas só de pensar em Pandora me tocando. Com os dedos. Os dedos deslizando. O silêncio. O modo como ela usou a outra mão para segurar a minha e me impedir de retribuir.

Foi só ela. Os dedos. Nada mais.

Só os dedos dela, brincando.

E o maldito orgasmo.

Se um toque de mão me acaba, ainda não decifrei o que eu estou sentindo depois do que aconteceu no chuveiro.

E não ter saído correndo foi autocontrole. Mínimo, mas foi.

Então, bem. É a primeira vez que não aviso pra mamãe que acabei dormindo na casa da Pandora. E que acordo atrasada, perdida e sem meu uniforme. Mais que isso, toda vez que nós duas cruzamos os olhares, desviamos. Quase em concordância. Ela não diz nada e estou começando a duvidar se aquilo no banheiro realmente respondeu o que falei ontem.

Não dormimos juntas também. Pela primeira vez desde sempre.

Estraguei uma amizade.

E vou levar um esporro enorme quando voltar pra casa.

Eu visto a camiseta de uniforme dela. A maldita bermuda que não é azul-marinho. Talvez minha sorte é que nós calçamos tamanhos iguais de sapatos e eu pude colocar algo nos pés também. Na verdade, estou uma cópia esquisita da Pandora. Tudo. Até o maldito cheiro dela está em mim. A meia preta sem graça. Mas apesar da nossa perfeita organização quando estamos juntas, ela nem se move de ontem está sentada, tomando café.

A camisa de botão velha, gigantesca, a alça da xícara nos dedos enquanto ela assopra, como se não houvesse aula nenhuma começando daqui quinze minutos. Os fios rosa ainda estão no chão. A máquina em cima do banquinho.

— Pam.

Ela levanta o olhar.

Só que, obviamente, ela ainda tem os mesmos olhos que ontem e isso me faz travar no que diabos vou falar. Os bolsos. Finalmente os bolsos. Ela dá um sorriso, focando novamente na xícara.

— Preciso de caneta. E você, não vai se aprontar? Que foi? Tem prova — digo, cruzando os braços em inquietação.

— Não. Pode pegar minha mochila — Quieta demais. Quieta demais para Pandora Verona.

A Origem de GênesisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora