Capítulo 26 - ADMDA

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Leone Monteiro Fazzano.

O meu final de semana com o Fernando foi incrível. Na sexta ficamos em casa depois da nossa tarde calorosa, no sábado fomos ao cinema com Marcelo, Henrique e Andrea que também não foi desacompanhada e nos apresentou um suposto amigo dela, que no caso, não era amigo nenhum, mas ok. No domingo fomos para praia também com os nossos amigos.

Já na segunda feira, fomos bastante cedo para à empresa. Precisávamos tratar de assuntos urgentes antes da reunião que iria acontecer às quatorze horas.

Todos já estavam sabendo do meu envolvimento com o Fernando, principalmente na empresa, mas não chegavam à comentar sobre o meu relacionamento com ele. Aliás, já estavam acostumados, então não se importavam.

Notei que Fernando estava inquieto já que provavelmente a qualquer momento Leandro poderia aparecer no ambiente e querer ficar por um tempo indeterminado, afinal, ele também era sócio. E detalhe, Fernando já havia providenciado uma mesa para mim na sala dele.

Não quero você zanzando por aí, para sua própria segurança. — Ele disse em um tom moderado mas autoritário.

— Eu já entendi, Fernando. Não aguento mais processar e internalizar essa ordem. Que saco.

— É tudo pela sua segurança, já disse. — Disse ele.

— Sim, mas você já colocou dois brutamontes nas minhas costas eu só tenho paz no banheiro. — Suspirei vendo-o se chatear. — Amor, desculpe. Mas não está sendo fácil para mim também. — O abracei.

— Eu não sei o que eu faço se eu perder você, ou se ele te fizesse algo, Léo. — Ele me puxou me trazendo para seu colo.

— Ouça, não vai acontecer nada. Você está tomando todas as medidas possíveis. Então fica tranquilo, não se cobre tanto. A empresa somou a quantidade de câmeras, então fique tranquilo.

Ele assentiu sorrindo e logo voltei para minha mesa. Passaram alguns minutos e a sala foi invadida por um homem cuja as características eram todas voltadas para o Leandro. Enfim, ele havia chegado.

— Opa, cheguei numa hora ruim? — Ele questionou com o maior cinismo.

— Não lhe disseram que antes de entrar precisa bater na porta? — Lorenzo questionou impaciente.

— Nos velhos tempos eu fazia isso e você não se importava. — Lorenzo fraziu o cenho agindo na defensiva.

— Mas os tempos mudaram, meu caro, e as regras também. — Fernando retrucou friamente.

— Se quiserem conversar, eu posso dar licença. — Tomei a liberdade.

— Não amor, você não precisa sair. Não escondo nada de você. Pode voltar para sua mesa.

— Mas são questões confidenciais da empresa que tenho à tratar com você, Lorenzo. — Leandro afirma.

— Não importa. Garanto que essas supostas informações confidenciais não serão vazadas. E aliás, Leone sabe de tudo que envolva a corporação. — Ele me fitou e pediu para que voltasse para à poltrona.

Como Leandro não gostava de ser contrariado, esse expressou um semblante impaciente.

— Mas somos sócios, Fernando.

— Sim, mas esta é a minha sala. — Enfurecido Leandro ajeitou os botões do blazer saindo do ambiente. Fernando demonstrava total desprezo e frieza com o rapaz.

— O que foi isso? — Indaguei receoso.

— Não percebe? Ele tem ciúmes de você comigo.

— Tá, mas não faz sentido ele querer que eu tivesse saído para vocês conversarem.

— Leone, ele queria provocar nós dois. Só que eu tenho sessenta por cento das ações da empresa, ele tem quarenta, então quem manda aqui sou eu. — Ele disse firme.

Seguimos adiante com o nosso trabalho e Leandro não voltou a nos incomodar. Na hora do almoço, fomos almoçar no lugar que amamos muito, no Beach Stop. E depois voltamos para a empresa por causa de uma reunião importantíssima e sigilosa que estava marcada para às quatorze horas em ponto.

O lado bom de trabalhar com o Fernando, é que ele prezava diversidade. Na mesa havia mulheres pretas, que tomavam iniciativa para argumentar, entre elas, havia mulheres trans também. Todos os acionistas prezavam e propagavam o respeito na diversidade, até mesmo Leandro, que me massacrava com o seu olhar perverso e intimidador, o que não passou despercebido por Fernando que só fazia analisar a situação sem precisar agir.

Porém, segui fazendo o meu trabalho, anotando tudo e informando dados de porcentagem quando era questionado. Leandro só se limitava à ouvir o que os outros estavam à dizer, não parecia nem um pouco interessado no tema.

— Para que tudo ocorra como planejamos, é necessário que todos contribuam com a atenção e não fitar os demais profissionais da empresa. — Fernando disparou de imediato ao notar a falta de postura e ética dentro da sala, em uma reunião importante.

Ele não relutou, mas soltou um sorriso cínico como deboche, porém apenas se limitava a ouvir. No fim da reunião, todos os acionistas entraram em novo acordo de expansão de mercadorias, com minhas sugestões, é claro. E fui muito aplaudido por todos, exceto Leandro.

A reunião foi encerrada e Leandro foi o primeiro a se retirar do espaço, sem mesmo se despedir dos demais.

— Por que você insiste em deixar aquele indivíduo com os quarenta por cento das ações, Luís Fernando? — Indagou uma das acionistas.

— Para ser sincero, ele é um bom profissional. Mas ultimamente tem deixado à desejar, não é assim tão fácil. — Detalhou Fernando.

— Com licença, senhores, eu preciso ir ao banheiro. —Apesar de ser namorado do Fernando, gosto de ser nem profissional. Me afastei dos demais, andando pelos corredores da ala, indo até o banheiro para fazer minhas necessidades.

Finalizo o momento de alívio, quando estava indo até à pia para higienizar minhas mãos e ouço uma voz grossa e conhecida.

— Ora, ora..

Continua...

A DIFERENTE MANEIRA DE AMAR - (Romance gay)Where stories live. Discover now