Capítulo 8 - ADMDA

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Luís Fernando dos Santos Bianchi.

- Então, não vai me contar o que aconteceu? – Disse.

- Bem, eu estava saindo da faculdade, mas eu não aguentava mais esperar o Henrique.

- Henrique? – O interrompo, não gostando de ouvir aquele nome.

- Sim, moramos juntos. – Ele diz.

- Namorado? – Questiono sério.

- Não, é meu melhor amigo, dividimos apartamento. Mas ele estava absurdamente demorando. Ele e a Andrea, nossa amiga em comum.

- Ah sim, prossiga. – Digo.

- Retomando... eles estavam demorando muito, e eu enviei mensagens para ambos afirmando que eu estava indo sozinho, por causa dos estudos e também para estar disposto para trabalhar na manhã seguinte. Nisso, eu fui saindo, a rua estava deserta e eu ia para o ponto de ônibus, eu estava tão distraído que nem notei que estava sendo seguido, mas adiantei os passos, e eles também. Quando menos espero, eles avançam em mim, eu achei que fosse assalto até ofereci meus pertences, mas não, eles queriam o meu corpo.

Observo cada palavra detalhada que Leone expressa, com lamentações. Não consigo imaginar tamanha crueldade, caso eu não tivesse chegado de repente, não sei o que teria acontecido. Ele falava, enquanto suas mãos estavam geladas e trêmulas e as lágrimas eram constantes.

- Eu não consigo dizer mais nada. – Disse ele.

- Tudo bem, eu te entendo. – Suspiro.

Ele apanha o telefone após algumas notificações de mensagens.

- Droga... – Diz ele.

- Aconteceu alguma coisa?

- Meu amigo não vai dormir em casa hoje, vai dormir na casa do "namorado" dele. Tudo que eu não queria era ficar sozinho hoje.

- Tudo bem, pode passar a noite aqui. – Digo.

- Como? – Ele franze o cenho.

- Ué, pode passar a noite aqui. – Repito.

- Não.

- Não quero te forçar, mas você mesmo disse que não queria ficar sozinho hoje. O apartamento é grande, com vários cômodos, e três quartos no andar de cima.

Ele suspirou e abaixou o olhar.

- Eu não vou incomodar? – Ele pergunta delicadamente.

- Claro que não.

- É estranho, não acha? – Ele questiona.

- O quê?

- Eu dormir na casa do meu chefe, que me salvou de um assédio e que no outro dia eu irei trabalhar com ele.

- Nesse caso, você poderá ficar em casa amanhã.

- Não, obrigado. Isso não seria profissionalismo da minha parte, eu vou trabalhar. O problema é que eu não tenho roupa, nem para dormir e nem para ir trabalhar.

- Você pode dormir com uma de minhas camisas, vai servir, vai ficar comprida, mas ficará bem. Eu sou mais alto e mais largo e amanhã, te levo para casa, você faz a troca de roupa e daí volta comigo para a empresa.

Ele corou.

- Quer tomar um banho?

- Sim, por favor.

- Me acompanhe.

Ele ergue seu corpo do estofado e me acompanha, subindo as escadas até o andar de cima.

- Me espere aqui, vou buscar uma toalha e uma camisa para você.

- Tudo bem.

Abandono o jovem, indo até um outro cômodo apanhar os pertences que ele irá utilizar. O meu precioso jovem, gostoso, submisso, em minha casa e vulnerável, também. Retorno até onde ele estava, completamente distraído admirando os quadros do enorme corredor, ele estava de costas com aquele jeans que explodia com o tamanho de sua bunda carnuda.

- Voltei, aqui estão a toalha e a camisa.

- Muito obrigado, de verdade.

- Não precisa agradecer. Venha, vou te mostrar o quarto que você vai ocupar.

Damos passos leves e curtos, destranco a porta e apresento o quarto para ele, ele adentra e admira por alguns minutos.

- Gostou?

- Muito, é muito mais do que eu mereço.

- Fique à vontade. Qualquer coisa é só me chamar, okay?

- Sim, obrigado. – Diz ele sorrindo, e que sorriso.

Esboço um curto sorriso e saio do quarto, deixando-o sozinho. Desço as escadarias da cobertura, e noto que ele deixou o celular na bancada da sala de estar e ele estava recebendo notificações. Curioso, vou até o aparelho verificar quem insistia nas mensagens, o aparelho estava desbloqueado era mais fácil ter acesso. Para minha surpresa, o autor das mensagens, era o meu sócio, o ex chefe de Leone, o Leandro. Que dizia coisas do tipo "saudades de você, meu assistente preferido... por que não responde as minhas mensagens belezinha?"

Leio aquilo com uma certa raiva, e continuo sem responder as mensagens, imaginando na possibilidade de Leone ter tido um caso com meu sócio. Me Vou até a varanda, analiso o horizonte pensando nessa suposta possibilidade que martelava a minha cabeça. Após dez minutos sentindo o ar fresco e frio, retorno para o andar de cima, batendo na porta do quarto que Leone está.

- Leone? – Bato na porta. Segundos depois, ele abre.

- Oi, aconteceu algo? – Ele questiona delicadamente.

- Não, não... você esqueceu seu celular e estou devolvendo.

- Nossa, eu nem me toquei, obrigado. – Ele apanha o celular.

- Eu não queria ser intrometido mas, você recebia inúmeras mensagens do Leandro. Vocês tiveram algum caso?

A DIFERENTE MANEIRA DE AMAR - (Romance gay)Where stories live. Discover now