Capítulo 1 - ADMDA

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Leone Monteiro Fazzano.

Lá estava eu, com a mesma rotina de sempre. Enquanto Henrique aproveitava o seu sono, não fazendo absolutamente nada dentro de casa, eu estava na cozinha em um manhã ensolarada de sábado preparando o almoço. Mas para ser sincero, sempre gostei de cozinhar, sempre faço diferentes pratos que eu e ele gostamos muito. Temos uma ótima convivência, dividimos as despesas do apartamento, compramos móveis novos e somos bem unidos, mesmo ele não me ajudando no asseio do apartamento. A única coisa que ele sabe fazer, é lavar e secar mal a louça, mas é um ótimo amigo.

Vivíamos em um apartamento onde não existia muito luxo, mas era bastante modernizado, confortável e muito bonito. Moramos na Ondina, um bairro de Salvador. Juntamos dinheiro e decidimos compra-lo, o pai dele dar uma quantia interessante para ele, já eu, trabalhava em uma empresa transportadora.

O Henrique é muito festeiro, eu sou mais caseiro e ele sempre enchia o meu saco com discursos como "você precisa sair um pouco, é de casa para o trabalho, do trabalho para faculdade, precisa de um tempo para você também, Leone." Mas o pior, é que ele está certo. Odeio ter que concordar com ele, eu praticamente não vivo, e acabo sofrendo um pressão psicológica devido à isso. Trabalhos na faculdade, obrigações do meu emprego, cuidando da casa, enfim.

- Bom dia, Leone. – Disse ele com uma voz sonolenta e com o mesmo aspecto "cansado" de sempre.

- Bom dia, Henrique. Até que enfim acordou, já são dez horas da manhã, estou acordado desde às sete, fazendo o que você não faz! – Digo com um certo sarcasmo.

- Ah, Leone, não começa! Mal acordo e você já está aí, enchendo meu saco. O que tem para o café?

- Eu preparei um suco de laranja, e fiz um bolo de chocolate com recheio de coco, e tem pães. – Digo, mexendo o camarão na panela.

- Ótimo. Ontem, não te vir chegar em casa, eu já estava dormindo, foi à faculdade? - Questiona ele já sentado se servindo.

- Não, não deu tempo e isso não é tudo. Você não sabe o que me aconteceu, Henri. Fui promovido à assistente pessoal do empresário Luís Fernando dos Santos Bianchi. – Ele me olha sorridente.

- Ai, mano, meus parabéns! Você merece, você se esforça tanto e até que enfim te deram uma oportunidade de subir na empresa.

- É, pode até ser, mas acontece que eu trabalharei diretamente com ele. E dizem que ele é bastante arrogante, mas pelo menos o salário será indispensável, terei que aguentá-lo. Eu não o conheço pessoalmente, eu trabalhava em outro setor, mas o que eu soube é que ele me promoveu já que eu era assistente júnior.

- Relaxa, vai dar tudo certo, Leo. Agora volta à sua posição de passiva submissa e apronta esse almoço. – Disse ele em um tom nada ofensivo.

- Henrique, você é tão idiota. – Reviro os olhos, com um tom de nojo.

Enquanto ele degustava o bolo com o suco de laranja, eu já havia preparado o strogonoff de camarão e o suco de limão. Em um certo silêncio de paz, ele novamente começa à falar.

- Leone?

- Sim? – Respondo em um tom seco.

- Lembra do advogado que também é professor de lá da UFBA, o Marcelo?

- Aquele alto, de olhos verdes? – Contorno meu olhar para ele.

- Sim, ele mesmo. Então... nós estamos conversando, ele é bissexual e mora no Alphaville, solteiro, sem filhos e muito lindo. Ele me chamou para sair amanhã e disse que também vem me buscar em casa.

- Uau! Eu realmente estou impressionado com tamanha gentileza, mas ele é do tipo que se envolve amorosamente ou apenas curtição? - Sentei ao seu lado.

- Eu ainda não sei, mas prefiro não apressar as coisas, vou deixar acontecer naturalmente.

- Fico feliz com essa decisão, agora, vá lavar os seus pratos e tomar um banho, isso é uma ordem, vadia. – Rimos juntos.

- Leone, agora falando de você, você não dorme faz séculos. Fica estudando durante a madrugada e só dorme umas três ou quatro horas de relógio, não é saudável.

- E agora mais do que nunca não irei dormir, não é? Serei assistente do demônio a partir de segunda feira, agora imagine o tanto de coisas que precisarei fazer nesse trabalho, lidando diretamente com ele. Ele não é fácil, Henri.

- Precisarei estabelecer novos horários para tudo que faço, estudos, trabalho, casa, projetos da faculdade, e uma série de outras coisas, ainda tem o projeto de música da UFBA pelo qual fiquei responsável, mas eu aguento.

Henrique se retira do lugar, indo até o banheiro para higienizar, enquanto eu ainda estava acomodado no estofado branco pensando no meu novo emprego e no meu novo chefe. Quais surpresas estariam me esperando? 

A DIFERENTE MANEIRA DE AMAR - (Romance gay)Where stories live. Discover now