Capítulo 6 - ADMDA

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Leone Monteiro Fazzano.

Trabalhar para o senhor Luís Fernando, não foi tão assustado quanto eu imaginei. Autoritário, claro, mas ele apenas exercia o papel de líder, apesar de ser um grosso. Fiz um ótimo trabalho no meu primeiro dia de emprego com ele e tive um retorno excelente. Passei a tarde inteira montando e revisando planilhas de gastos e de lucros, fora os serviços "extras" que precisa fazer para ele. Pedir almoço, levar café, e outras coisas. Já quase anoitecendo, foi quando eu fui liberado do serviço, aguardei no ponto de ônibus e já estava em casa quarenta e cinco minutos depois. Avisto Henrique, que estava estudando na sala de estar.

- Oi, praga. – Digo sorridente indo abraça-lo.

- Oi, Leo! – Ele retribui o abraço.

- Eu quero saber detalhes do que aconteceu senhor Maldonado, e aí o que rolou ontem com o Marcelo? Detalhes, agora! – Digo me acomodando na cadeira oposta.

- Não aconteceu nada demais, não fizemos nada que você está pensando. – Rimos juntos. – Cheguei na casa dele com ele, aí, ele me deixou tomar banho primeiro depois foi ele, assistimos filmes, nos beijamos muito, dormimos juntos. Ele ficou o dia todo comigo hoje, só me trouxe para estudar e vai me buscar para me levar na faculdade.

- Nossa, já estão assim? – Pergunto.

- Sim, mano. E tipo, ele é 'mó fofinho, sabe? – Ele diz sorridente.

- Awn, que bom que vocês estão bem, espero que vocês deem certo. – Digo.

- Ai, obrigado! Mas me conta, como foi o seu primeiro dia de emprego, mano?

- Ocorreu tudo bem, não foi tão medonho, eu estava no meu próprio controle. Ele me elogiou, até. – Digo vitorioso.

- Eu te disse que não precisava de nervosismo, Leone. Agora, como é o Luís Fernando de perto?

- Ah sério, que você quer saber isso?

- Sim, ué.

- Foi uma experiência interessante, ele é bem bonito, forte, alto e bastante rude, se era isso que você quer saber.

- Mas não sentiu nada por ele, nem atração?

- Não, né. Por que eu sentiria?

- Quem sabe ele poderia ser o seu Henry Cavill e você a Beyoncé dele.

- Ah, por favor. Não comece com suas idiotices porque é ridículo, você sabe que entre ele e eu, só haverá um relacionamento profissional.

- Tá, beleza. Mas vamos supor que ele possa se interessar por você, o que você vai fazer?

- Não sei, não posso pensar tão longe assim. – Digo.

- Por que?

- Porque eu não sou vidente, Henrique. E vamos encerrar este assunto. – Digo me levantando até o quarto e o deixando estudar.

Uma hora e meia depois, Henrique já estava pronto para a faculdade, e eu já estava de banho de tomado, revisando assuntos da faculdade e do projeto de música.

- Você não vai com a gente, Leo? – Henrique adentra em meu quarto interrogando.

- Não, hoje tenho aula mais tarde.

- Bom, eu já vou indo. Marcelo já está me esperando na portaria, tchauzinho. – Diz ele saindo.

- Bye. – Aceno.

Já sozinho, dou uma pausa nos estudos e fico no que Henrique havia dito. "Quem sabe ele poderia ser o seu Henry Cavill e você a Beyoncé dele." Isso não sai da minha cabeça desde o banho. Será que realmente existe essa possiblidade? Só podia ser Henrique alimentando ilusões em minha mente. Retomo meus estudos até o horário de ir para à faculdade. Visto um short jeans escuro e uma camisa preta de manga comprida e um tênis branco. Pleno, lindo, simples e deslumbrante para ir. Apanho minha mochila e alguns pertences extras da faculdade e espero o ônibus no ponto de ônibus, que por sinal, estava bastante cheio graças à Deus. Não espero tanto, o ônibus que eu pego e já estava na faculdade. Andando pelos corredores, sinto meu celular vibrar em meu bolso, vibrações constantes, deveria ser o Henrique enviando mensagens. Tiro o aparelho do meu bolso e verifico as mensagens. Estranho, as mensagens eram do meu ex chefe, Leandro Matarazzo.

Whatsapp.

- Oi, Leo. Já soube do seu primeiro dia com o Luís Fernando. Sabia que você era o melhor, parabéns.

- Mas não se esqueça que você foi o meu primeiro assistente, e que você ainda continua sendo o meu garoto, rsrs. Beijos, meu lindo.

Leone Monteiro Fazzano.

Gente, agora sim eu estou bastante surpreso, o que ele queria dizer com isso? "e que você ainda continua sendo o meu garoto", realmente eu não estava entendendo absolutamente nada. Meu ex chefe com segundas intenções ou era coisa da minha cabeça?Guardo o celular novamente e sigo até à sala de aula.

Durante a aula, não consigo me concentrar em nada. O que Henrique me disse martelava em minha cabeça, somando as mensagens do Leandro, resultavam numa ansiedade absurda.Consigo compreender algumas coisas mas não consigo absorver muito. Já eram nove e meia da noite e eu estava esperando o Henrique com a Andrea, já que as aulas haviam acabado.

Ambos estavam demorando bastante, envio uma mensagem para eles avisando que já iria embora que não poderia mais esperar. Saio da faculdade e vou andando pela rua escura e deserta, estava tão distraído que só noto que estou sendo seguido por três homens minutos depois. Acelero os passos e sinto que eles fazem a mesma coisa, um consegue me alcançar e me segura pelo braço.

- Calma aí, belezinha. Já te disseram que você é uma delicinha? – Diz o assediador.

Os outros dois se aproximam tocando em meu corpo.

- Olha só isso, que bundão, hein? – Diz o outro me apalpando.

Estava com medo do que poderia acontecer, não conseguia reagir, apenas tentava me soltar, implorando.

- Por favor, me soltem eu tenho celular aqui, dinheiro. O que vocês querem? – Digo entre os soluços e choro.

- Queremos você, sua delícia! – Diz o primeiro mordendo minha bochecha, enquanto um me apalpa e o outro tenta me beijar.

Tento empurrar os três de vez em uma única tentativa de me defender, vejo um veículo parar em frente à nós com faróis acesos, já imaginava sequestro. Mas quando a pessoa misteriosa saiu, eu a reconheci, era o Luís Fernando, meu chefe, que estava com um ar de raiva.

- SOLTEM ELE, SEUS FILHOS DA PUTA! 

A DIFERENTE MANEIRA DE AMAR - (Romance gay)Where stories live. Discover now