Capítulo 34 - FINAL

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- Alice Wolks Lier? - Uma voz de um policial qualquer quebrou o silêncio na lavanderia.

Ao ouvir seu nome, Alice deixou de lado as roupas que dobrava e caminhou até o gordo policial.

- Sim, sou eu.

- Venha comigo.

Mesmo achando aquilo um pouco estranho, a loira o acompanhou, chegando a sala da coordenação.

A mulher se espantou ao ver seu advogado em pé, ao lado da mesa do diretor. Um sorriso de satisfação figurava no rosto do homem, que não dizia nada.

- Sente-se. - O velho diretor apontou para a cadeira a sua frente, pedindo para que a bela puxasse uma cadeira. Alice sentou.

- O que você está fazendo aqui?

A moça parecia não entender o que estava acontecendo. Apenas coisas ruins passavam em sua cabeça. Mesmo sabendo que não havia feito nada de errado, estava começando a ter certeza de que algo terrível estava acontecendo. Talvez por um motivo qualquer sua pena foi aumentada, ou seria novamente transferida, ou pior. Aconteceu algo com seus pais.

O coração de Alice começava a acelerar, um suor de medo escorria por suas costas, molhando seu uniforme. Jamais se perdoaria se seus algo acontecesse com seus pais sem ela poder estar ao lado deles.

Uma pausa aterrorizante dominou o lugar. Só se ouvia o Tic-Tac do relógio pregado acima da parede atrás do diretor. Alice se preparava para o pior.

- Você está livre.

Seu advogado cortou o silêncio enquanto sorria para a mulher.

O diretor batia com os dedos sobre a mesa observando a expressão de espanto de Alice.

- Isso, pode ir embora. Você ganhou liberdade condicional, os ultimos anos você cumprirá em casa.

Alice parecia não acreditar no que acabou de ouvir. Jamais pensou que aquilo poderia acontecer, não daquela maneira. Estava realmente espantada.

- Isso é sér... - Gaguejou – Isso é sério?

Alice se levantou ainda boquiaberta.

Sim Alice, estamos indo embora. Venha.

O advogado pegou uma pequena sacola preta que estava sobre a mesa do diretor e entregou a Alice, nela havia alguns pertences da mulher, que os levaria embora dali.

Alice sem responder, pegou a sacola e deu um breve abraço no homem, não se preocupou em se despedir do diretor ou de qualquer outra pessoa dali. Só pensava em voltar para a casa.

Os dois deixaram a sala acompanhado de um policial que os esperavam na porta.

O corredor que separava o presidio da rua principal, antes era aparentemente pequeno. Porém no momento em que atravessava para a liberdade, Alice tinha a sensação de que aquele corredor estava estranhamente interminável.

Somente os passos do advogado, do policial e de Alice podia ser ouvidos atravessando o lugar. Mas Sr. Julius, o advogado de Alice novamente quebrou o silêncio.

- Tenho uma surpresa lá fora para você, acredito que ira gostar muito.

O que poderia ser? Outra surpresa? Não precisava de mais nada, seu dia já havia sido ganho. O pesadelo enfim terminou... Porém, meus pais... Meus pais seriam a melhor surpresa.

Alice se convenceu de que os veria. Sentia vontade de chorar, porém segurou. Faria isso apenas na presença dos dois. Enfim o esperado reencontro, depois de quase uma decada iria acontecer.  A moça se manteve quieta e continuou caminhando, ainda mais rápido.

SolitáriaWhere stories live. Discover now