Capítulo 19

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Tudo ocorreu normalmente após o furto. Trabalharam, se banharam, em seguida comeram juntas, precariamente algumas coisas compradas na lojinha e após a contagem de praxe foram dormir, mas não antes de Alice se encarregar de dar andamento ao plano contra Emma e suas meninas.

O relógio marcava 01:06 da madrugada, o presidio inteiro dormia. Alice sorrateiramente se direcionou até a cozinha, a porta se encontrava trancada mas a garota pulou a bancada onde era servido as refeições, não teve dificuldade para adentrar o local. Seus bolsos estavam abarrotados de remédios, todos esfarelados, trabalho que as outras garotas se encarregaram de fazer. Um pouco no arroz, outro pouco no tempero, algum outro no feijão, no final todos os alimentos do local estavam contaminados.

- Prontinho! - Alice se gabou quando voltou ao quarto. Trazia consigo em seu bolso alguns comprimidos que esquecera de amassar. -  Sobrou esses, qualquer coisa usamos numa outra hora. - Repousou os comprimidos por debaixo de seu colchão e deitou-se.

As amigas a felicitaram e após alguns minutos de conversa, todas pegaram no sono.

Na manhã seguinte também correu tudo normal, o café aconteceu sem nenhum imprevisto, uma vez que os alimentos mais afetados foram os do almoço. Além do mais o efeito não seria imediato.

Só após algumas horas depois do almoço a movimentação começou a acontecer.

Garotas largando o trabalho e correndo para o banheiro enquanto outras dezenas procurando o consultório do Doutor. Em menos de três horas após o almoço o caos havia sido instalado, quase todo o presidio sofria de dor na barriga, disenteria na verdade.

Se não fosse a intervenção dos policiais e carcereiros dali certamente uma rebelião aconteceria. A maioria das prisioneiras sofriam de dores, não foi difícil dissipar a informação de que aquilo era obra de Emma.

- Que o show comece! -  Lia ironizou ao ver um dos guardas se aproximar de Emma, a carregando para a sala da diretoria.

Vinte minutos após lá estava Emma, de volta ao refeitório. Nem mesmo ela sabia o que havia acontecido, e por pura sorte Sr. Clark, o diretor do presidio deu mais um voto de confiança a megera, novamente confiando a tarefa da comida nas mãos de Emma.

- Droga! Essa porra deu errado. - Lia não se conformava ao saber que não havia tirado a vilã do comando, o quarteto reclamava, tentando saber onde erraram. A noite novamente já havia chegado, e a confusão com as detentas havia sido controlada.

- Já sei, vamos a parte dois do plano. - Brittany se levantou da cama caminhando até a cama de Alice.

- Mandaremos um agradinho ao Sr. Clark em nome de Emma.

Britt retirou os comprimidos que estavam embaixo do colchão de sua amada e os fitou com um olhar enigmático. Dessa vez foi a própria que executou todo o plano.

Logo de manhã passou na lojinha do presidio comprando uma pequena barra de chocolate, um pacote de salgadinhos e uma caixinha de suco natural, gastando o resto do saldo que ainda tinha.

No quarto, com a ajuda de suas amigas a garota com um prato e copo de plastico furtado do refeitório montou algo que lembrasse uma cesta improvisava, usando as guloseimas para enfeitá-las. Um punhado de salgadinho de um lado, alguns pedaços de chocolate do outro e um copo de suco... Por fim o “presente” estava finalizado. Claro, também recheado com o resto dos comprimidos diuretínicos que sobraram do furto a farmácia.

“Sr. Clark, obrigado por acreditar em mim e por me dar essa nova chance, não irei decepcioná-lo mais. Emma” Era o que o bilhete colado sobre o prato escrito por Brittany dizia.

Claro que as garotas sabiam do perigo que corriam, uma vez que o presidio era infestado de câmeras de monitoramento. Mas para elas isso era o que menos importava, o importante era foder com a vida de Emma. Além do mais, mesmo elas não sabendo, a maior parte daquelas câmeras não funcionavam ou não armazenavam as gravações tornando assim qualquer pratica mais segura.

Com pouca dificuldade o quarteto conseguiu chegar até a porta do diretor.

Três batidinhas na porta e tcharãm.  O velho e gordo Sr. Clark mordeu a isca.

No momento em que viu o prato de guloseimas parado em sua frente não pensou duas vezes, abocanhou toda a comida enquanto lia seu bilhete.

No dia seguinte Emma novamente foi chamada na sala da diretoria. Mas dessa vez saiu de lá acompanhada de dois carcereiros, estava sendo levada a solitária.

SolitáriaWhere stories live. Discover now