Capítulo 23

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Pelo modo que Emma falou, não parecia estar brincando. Era melhor as garotas tomarem todo o cuidado pois se tratando da vilã, tudo era possível, e qualquer cuidado ainda era pouco. Emma sempre foi muito vingativa e violenta. Por varias e varias vezes foi mandada a solitária por desobediência e violência contra algumas detentas. A mulher com toda sua autoconfiança e poder de persuasão já tomou o controle do presidio assim que chegou. No inicio comandava um esquema de trafico de drogas dentro do presidio mesmo. Conseguia contrabandar drogas e cigarros para dentro com a ajuda de fornecedores de comida da penitenciaria. Após ser descoberta, foi acrescentado mais cinco anos a sua pena que antes disso já era bastante grande, e com todas as advertências e vezes mandada a solitária, só fez sua pena sentencial subir. Certamente Emma passaria o resto de sua infeliz vida trancafiada ali dentro, e não tinha nada a perder.

A moça foi presa após cometer um crime passivo, duplo assassinato. A mulher ao descobrir que sua companheira a estava traindo com um rapaz acabou assassinando os dois ao pegá-los juntos em sua própria cama. Emma não demonstrava arrependimento nenhum. Pelo contrario, ostentava esse podre titulo de assassina cruel.

Alguns dias se passaram, correndo tudo tudo assustadoramente bem.

Por conta de alguns problemas internos do presidio, problemas como abuso de poder e participação em pequenos esquemas como desvio de verba e contrabando interno, um dos guardas que fazia a segurança da penitenciaria acabou sendo afastado de seu cargo, deixando uma vaga em aberto para a função.

Vaga esta que foi rapidamente preenchida. Em menos de dois dias um novo guarda foi recrutado para o trabalho.

Christian Parker, um rapaz de 29 anos. Sua pele era clara como a neve, os olhos da cor mais escura possível, seu cabelo castanho estava sempre bem aparado. O rapaz que nas horas vagas costumava praticar diferentes tipos de esportes ostentava um belo e atlético corpo. Braços e costas largas e peitoral bem definido. O homem era alto e imponente, realmente lembrava  um policial.

- Precisa de ajuda detenta? - Christian ofereceu amparo ao perceber Brittany carregar com dificuldade um grande balde de roupas para dentro da lavanderia.

- Não obrigado, eu estou bem.

- Ok.

O rapaz continuou sua patrulha pelo extenso local.

- Hoje o dia foi pesado. Parece que todas as lampadas desse lugar resolveram se queimar de uma vez. - Mariah se queixou.

A mulher exercia a função de cuidar da manutenção do local, juntamente com algumas outras detentas. Todas que foram designada para atuar nessa área dentro do presidio tiveram algo como um pequeno Work Shop, aprendendo o básico se tratando de eletricidade e coisas do gênero. Claro que nenhuma ali era expert no assunto, nenhuma profissional propriamente dita. Mas aprenderam o básico para poder assim como as outras ter algo a mais para fazer. Todo o trabalho por ali desempenhado pelas detentas, diferente do que muitas pensavam não era só apenas um “castigo”. Aquilo tudo servia para ocupar a cabeça das mulheres, deixando-as ocupadas por bastante tempo, evitando assim possíveis dores de cabeça para a direção do local.

- Aposto que o seu trabalho é bem mais fácil do que o meu. Parece que todas as mulheres desse lugar resolvem menstruar no mesmo dia... Porra, deveriam usar absorvente. É tão nojento ter que lavar isso.

Brittany brincou, mas no fundo era realmente verdade. Nunca foi fácil cuidar de uma lavanderia feminina. Eram tantas as situações embaraçosas de vez em quando.

- Que nojo!

- Pior é quando essas vacas cagam nas calças. - Lia fez a piada, acompanhando as amigas para o refeitório, era hora da janta.

- Da pra vocês pararem com esse assunto. Pelo menos na mesa.

Apesar de já estar bastante habituada com todo aquele enredo, ainda existiam algumas coisas que para Alice nunca seriam normais, como assuntos desse tipo.

As amigas foram servidas, o jantar daquela noite era uma insossa sopa de legumes, acompanhada com um pão aparentemente velho, e um copo de suco.

- Vocês viram esse novo carcereiro? É uma gracinha né?

Angela se juntou as quatro mulheres, sentando-se a mesa para acompanhá-las no jantar.

- Cara de Playboyzinho filhinho de mamãe. -Lia fez pouco caso do rapaz, ao observá-lo encostado no fim do refeitório, fazendo a segurança do lugar.

- Para Lia, ele é um gato. - Mariah não concordou com sua amiga.

- Gostoso! Não é mesmo Alice? Ele é uma delicia – Angela perguntou a loira, mordendo os lábios e se insinuando ao rapaz, mesmo sabendo que ele não prestava atenção nelas naquele momento.

Alice apenas o observou com o canto dos olhos, ainda não tinha notado a presença do rapaz e nem fazia questão de notá-lo.

- É, bonitinho. - Levou a colher sobre a boca, saboreando a horrível sopa morna.

- Bonitinho? Para garota, olha aqueles braços... E aquele peitoral? Eu daria fácil.

Todas as garotas gargalharam, exceto Brittany.

Alice por sua vez por fim cedeu e se mostrou um pouco mais curiosa, torceu o pescoço procurando centralizar a imagem do rapaz em sua visão.

E não é que ele era realmente atraente? Porra, como não notou a presença daquele homem antes. Todas daquele presidio já haviam o visto, e quase todas se interessado.

Mas enfim. É só um guarda, ele é bonito, interessante e bastante másculo. Mas só. Além do mais já tinha a Brittany, e era apenas uma mera detenta.

- Alice? Terra chamando. Acorda!

Brittany balançava as mãos em frente ao rosto de sua namorada, ao perceber o quão dispersa a garota se mostrou ao fitar o novo policial.

A loira enfim despertou do “mini transe”, levou as mãos sobre os cabelos, prendendo-os  com um fino elástico que estava em seu pulso esquerdo. Parecia estar encabulada.

- Eu estou bem, só bastante cansada. Meio indisposta, se não se importam eu vou ir dormir.

SolitáriaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz