Solitária

Capítulo 20

A moça atravessava o patio de recreação, segurada firmemente pelos carcereiros.

Em uma das mesas, Brittany, Alice, Mariah e Lia conversavam num dos poucos momentos de lazer que podiam ter.

Ao ver o quarteto sutilmente debochando de sua cara, Emma não se conteve e antes de desaparecer em meio as corredores que cessavam na solitária as ameaçou com um grito intimidador  – Eu vou me vingar! Pode apostar, eu vou me vingar de vocês!

Emma foi acusada por Sr. Clark de ter contaminado os alimentos, e foi castigada com vinte dias na solitária.

Os dias seguintes sem Emma perambulando no presidio seriam os mais tranquilos possíveis, ainda restavam por ali as “colegas” de Emma, mas sem seu comando não era a mesma coisa.

O “relacionamento” entre Alice e Brittany caminhava de vento em popa, em passos largos e lentos, porém progredia. A repulsa, vergonha ou sentimento de vergonha que Alice sentia no inicio de tudo, agora não existia mais. Claro que a garota continuava bastante confusa com tudo aquilo, mas seu desejo e vontade de ficar perto de Brittany era maior do que tudo por ali. Alice sentia segurança ao lado da morena, segurança essa que há muito tempo não sentia.

- Brittany, quando você vai me falar o que aconteceu? O que te trouxe pra cá?

Alice por muitas vezes já tentou tocar no assunto, tentando fazer com que Britt se abrisse mas todas as vezes não obteve sucesso. Era como se algo a bloqueasse. Brittany definitivamente não gostava de tocar nesse assunto.

- Eu já falei com você sobre isso Alice. Apaguei essa parte do meu passado.

- Achei que você confiasse em mim, achei que não iria existir segredos entre a gente.

Era domingo, as duas estavam descansando após o almoço. Não havia trabalho naquele dia. Praticamente todo o presidio estava reunido na sala de TV,  algo seguido quase que religiosamente. Aos domingos após o almoço todas as detentas matavam o tempo vendo filmes numa grande e velha sala de TV.

Para ficarem a sós Britt e Alice decidiram não comparecer, permanecendo no dormitório.

As duas passaram algumas horas deitadas de conchinha, conversando sobre praticamente tudo, mas o assunto no momento era o passado de Brittany.

- Eu confio em você Alice, não coloque palavras na minha boca. Eu só não gosto de lembrar.

- Tudo bem, mas se resolver falar, eu estarei aqui para ouvi-la.

As garotas se abraçaram mais forte, permanecendo de conchinha sobre a cama de Alice.

Acima de qualquer outra coisa, as duas eram amigas, se tornaram grandes amigas.

- Eu matei meu padrasto!

Alice engasgou ao ouvir a confissão. Tentou dizer algo mas não conseguiu, aquilo era chocante de mais para a loira.

- Foi em legitima defesa, eu tive que me proteger.

A loira ainda deitada se virou para Brittany, ficando cara a cara com sua companheira.

A feição de espanto era visível em seu rosto, a garota estava ansiosa para entrar a fundo naquela história.

- Ele tentou me estuprar em um dia que cheguei bêbada em casa, tinha acabado de chegar de uma boate e ele investiu contra mim, tentou me estuprar, e se eu não tivesse pego aquela faca teria conseguido... Ele já fez isso varias vezes quando eu era criança, mas depois que cresci ele parou. Quando comecei a tomar conhecimento do quão grave era aquilo tudo deixei bem claro que da próxima ver eu o denunciaria. Achei que ele tinha entendido o recado.

- Espera ai, ele abusava de você quando ainda era criança? -Alice cada vez parecia estar mais espantada com aquilo tudo. - Mas e sua mãe? Porque não contou para ela?

- Eu contei, inúmeras vezes. Mas ela não acreditava em mim, ou fingia não acreditar. Minha mãe sempre amou muito aquele canalha, até mais do que eu. Percebi isso depois que o matei. Ela cortou qualquer laço que existia entre a gente. Depois da minha prisão ela sumiu no mundo, não faço ideia de onde esteja.

- Eu sinto muito.

-Tudo bem, não me preocupo com ela. Ela depôs contra mim. Mentiu para todos... Disse que eu o matei pois sentia ciume deles dois.

Alice sem ter o que dizer optou por abraçá-la, por trás daquela garota durona que era Brittany, existia uma menina carente e insegura, com uma história bastante trágica no passado.

Depois de toda a conversa as garotas acabaram por transar. Outra transa intensa e avassaladora. Alice jamais havia sentido algo parecido em suas transas com homens. O que sentia ao fazer sexo com Brittany era diferente de qualquer outra coisa, uma sensação de plenitude e satisfação.

- Agora deixa eu tentar. - Alice murmurou após Brittany finalizar o sexo oral que fazia nela.

- Tem certeza? Não precisa fazer se não quiser. - A ultima coisa que Britt queria era pressionar a loira a fazer algo que não gostaria. Ela sabia que tudo aquilo para Alice era muito novo e para que a relação desse certo, teria que dar um passo de cada vez.

- Tenho, eu tenho certeza.- Alice se virou na cama, agora deixando Brittany deitada, ficando por cima da bela morena. - Eu quero sentir o seu gosto!

Alice passava segurança em suas palavras, percebia-se que o que a garota mais queria naquele momento era provar o gosto sexual de Brittany.

Alice pediu, e o fez. Com plena maestria, não parecia ser uma novata quando o assunto era sexo oral gay. Brittany se contorcia de tesão enquanto Alice a chupava, a sugava cada segundo mais. Sem duvida aquele foi o melhor sexo protagonizado pelas duas.