Capítulo 32

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As coisas a partir dali pareceram voar, tudo muito rápido. Num momento Alice se viu sentada a frente da mesa do diretor do presidio que falava sem parar, coisas que a garota não prestava atenção, no outro se viu levada a solitária, no mesmo dia, no máximo duas horas depois foi retirada de lá e sem mais nem menos embarcada a força num avião de pequeno porte. Antes percorreu mais de uma hora dentro de um ônibus velho de propriedade do governo. Existiam outras mulheres ali, mas não conversavam entre si, já que três policiais iam e voltavam no corredor do ônibus se certificando que nenhuma delas abrisse a boca.

Uma fila de aproximadamente vinte detentas andava sincronizadamente para dentro do avião. Vários policiais faziam a segurança daquilo que Alice ainda não sabia o que era.

A loira era a ultima da fila. Suas mãos estavam presas por algemas, assim como a de todas as outras detentas. Nenhuma delas eram conhecidas, Alice não se lembrava de nenhuma daquelas garotas.

- Pra onde estão me levando?

Essa foi a primeira frase que Alice disse depois da briga com Emma.

Passou o dia mergulhada em vários pensamentos. A partida de Brittany, o afastamento de Christian, e talvez a morte de Emma. “Porra o que eu fiz?”

- Cale-se Detenta.

Um dos policiais que organizava a fila ordenou.

- Não, vocês precisam me dizer pra onde estou indo... Minha família sabe disso? Pra onde esse avião vai?

Alice perguntava sem pausas enquanto finalmente entrava no avião.

Os policiais não responderam.

- Pra onde a gente tá indo? - A loira sussurrou ao pé do ouvido de outra detenta, que acabará de se sentar ao seu lado.

- Virginia, presidio de detenção máxima.  - a outra detenta falou baixo.

A pele de Alice gelou, sua boca secou.

Como? Presidio de segurança máxima? Fora da cidade? Mas porque?

A garota se calou. Provavelmente tinha matado Emma Fishers. Por isso a transferencia para outro presidio, fora da cidade. Acabou dormindo.

- Alice, nós queremos lhe pedir desculpar por tudo, por não estar do lado de você no momento em que você mais precisou. Apesar de não termos demonstrado nesses últimos meses, nós dois a amamos muito. - Sra. Clarice abracou fortemente Alice, no mesmo segundo não era mais ela, agora Sr. Ian a abraçava com mais força ainda.

No momento Alice era uma garotinha, a garotinha de dez anos atrás. Os três estavam no quintal de casa, era uma quente tarde de verão, todas as crianças brincavam na rua enquanto os pais trabalhavam e algumas das mães jogavam conversa fora na calçada de casa.

Brittany apareceu, abriu o portão da casa de Alice e caminhou até o quintal onde a família estava. Alice agora novamente se encontrava na sua forma atual, uma bela mulher de 19 anos.

- Alice, eu te amo, estou morrendo de saudades. - Brittany a abraçou. Atrás das duas, os pais de Alice se transformaram na figura de Lia e Mariah, o quarteto agora estava dentro do presidio, no dormitório das meninas.

Um intenso beijo aconteceu. As duas garotas pareciam não se verem a séculos.

- Detentas, afastem-se – Era Christian. O policial havia as flagrado aos beijos no dormitório.

- Alice, você ira para a solitária.  - O homem a puxou pelo braço, tirando-a do local. Alice sem forças para reagir, o acompanhou. A figura de Brittany foi ficando para trás, até sumir por completo.

SolitáriaWhere stories live. Discover now