Capítulo 59 - Story of my life (Season Finale)

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– Você viu Louis? – Perguntou nervoso ao amigo.

– Sim, ele acabou de sair para a rua, mas com essa chuva eu...

– Droga, Louis. – Disse e correu sendo acompanhado por Ian que não entendia nada, mas foi atrás.

Quando chegaram a fachada do prédio só tiveram tempo de ver o garoto de olhos azuis correndo para atravessar a faixa de pedestre debaixo da chuva, mas era tarde e o sinal verde para os carros já estava aberto e um carro de passeio o atingiu sem erro.

– Louis! – Harry gritou desesperado e seus olhos acompanhando a linha que o corpo de Louis fazia no ar cinzento, e naquele momento, ele pensou que Louis ficaria ali, deitado no ar, por um tempo que pareceu ser longo demais, mas tão rápido quanto havia sido jogado para cima, Louis T. Styles foi lançado contra o chão.

Quando seu corpo veio sentir o impacto do carro e o da queda, seus olhos já ardiam assim como sua garganta enquanto a chuva lhe acertava com força, como pedras sendo atiradas.

“O cérebro é o órgão mais misterioso do corpo humano. Ele aprende. Muda. Adapta-se. Ele nos diz o que vemos, o que escutamos. E nos deixa sentir o amor… Acho que abriga nossa alma… Mas não importa quantas pesquisa façamos. Ninguém pode dizer como a delicada massa cinzenta na nossa cabeça trabalha… E quando é machucado. Quando o cérebro humano está traumatizado… Bem, é aí que ele fica ainda mais misterioso…”

Sim, pensou, eu nasci para morrer.

Lacrou os olhos, e então tudo virou trevas.

As nuvens cinzentas ainda se mesclavam com as brancas no céu em um tango fervoroso, a neve se espalhava por todos os cantos, não importava para onde eu olhasse, ela havia preenchido aqueles espaços com suas manchas brancas.

 Nos postes, ainda acesos, as luzes pareciam criar um halo extenso em volta. Casas se estendiam pelos lados, então conclui que estava parada, em pé, no meio da rua. Mas tudo estava quieto demais, silencioso demais. Pássaros não cantavam. Não se ouvia ou via sinal de pessoas. Apenas um dia branco se estendendo além.

Em certo momento um som estridente cortou o silêncio do lugar. Era como o sinal para o intervalo da escola que faz você revirar os olhos e bufar chateado.

Um suspiro.

E quando mexi meus pés na neve vi a figura parada na minha frente, mas como eu ainda não a notara ali? Ela era totalmente visível. Caminhava com dificuldade em meio à imensidão branca. A figura de roupas pretas se estendia inclinada sobre o próprio corpo. Os cabelos castanhos jogados para frente.

Aproximei-me o suficiente para ver seu rosto. Fiquei paralisado no canto que estava por um tempo. Aquele garoto era eu. Mas ele estava... Acabado. As roupas escuras pareciam uma névoa negra pairando sobre seu corpo pálido. Fios castanhos mesclados a um vermelho grosso cintilante se desdobravam por sobre o rosto e os ombros eram curvados exageradamente, seus olhos azuis estavam nebulosos, distantes. Sem vida.

 Quando deu mais um passo cambaleando para frente, percebi algo que fez meu estômago revirar instantaneamente: sangue.

Sangue escorria por suas pernas, algumas coisas passaram por minha cabeça, mas logo percebi que o sangue que escorria por suas pernas e pingava na neve vinha de vários cortes em sua barriga, e de um em especial: onde fizera a cesariana. Pareciam profundos – cor de vinho.

Minha língua coçou, assim como minha garganta ardeu.

Três gotas caíram no chão e tentei me aproximar, mas parecia que quanto mais eu andava em sua direção mais distante ele ficava.

When the Little Prince GrowsWhere stories live. Discover now