Mais um dia

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"Raksha" está com 4,38k de visualizações e 1,01k de votos! Eu estou MUITO feliz!!! Obrigada de novo a todos vocês que estão acompanhando. 😙😙😙😙❤
Ah para quem não sabe, eu já publiquei a história nova, é Sobrevivente o nome, dêem uma olhadinha... esqueci de avisar mais cedo kkkk

A luz do Sol ilumina cada vez mais a floresta, as folhas das árvores estão mais viçosas do que nunca, olhei de relance para o corpo sem vida do lobo, e graças a luz que surge no horizonte pude notar seu pescoço dilacerado, Tikani havia arrancado sua traquéia, ela ficou exposta com uma pequena quantidade de lama sobre ela, sua língua toca o chão e está escura, seus pelos amarronzados estão secos e sem brilho, o único olho que ele tinha, já está sendo devorado por pequenos insetos que voam por todo o seu corpo procurando por outros lugares com carne exposta.
- Ei. - a voz de Tikani interrompe minha observação minuciosa do cadáver, olho para ele. - Vamos, não olhe muito para isso.
Ele começa a andar, suas pegadas deixam o solo lamacento marcado.
O sigo, sinto as gotas de água que haviam se acumulado sobre meus pelos escorrerem pelas minhas patas, sacudo todo o meu corpo para me livrar de uma vez delas.
O resto do cervo, vocês esqueceram dele, não podem desperdiçar nenhum pedaço de carne!
Minha consciência me lembra que não terminamos de devorar o cervo.
- Tikani estamos nos esquecendo do cervo. - me aproximo dele o suficiente
para notar sangue sobre os pelos do seu focinho e um pouco entre suas garras, algumas partes do seu corpo estão cobertas por lama.
- Tem razão. - ele rapidamente muda de direção, dá alguns passos rápidos e pega a carcaça fedorenta do cervo.
Sim, fedorenta, ela já está exalando um leve odor azedo e enjoativo.
A chuva deixou a cor da carne estranha, mas o que importa é que ainda temos algo para nos alimentar pelo resto do dia.
Andamos um ao lado do outro, uma das patas, mais precisamente o o pequenino casco do cervo, fica a pouco centímetros do meu focinho, fazendo com que eu me afaste.
Suindara que havia ficado quieta por um certo tempo, finalmente decide falar algo, ela se aproxima dando alguns passos estranhos para que suas penas não se sujem e fica na nossa frente nos encarando com seus grandes olhos escuros.
- A primeira chuva da primavera, agora falta apenas mais cinco para chegarmos a alcatéia, junto com o verão...mas por hora temos que descansar. - ela boceja e voa para minhas costas, parece que me tornei seu " galho favorito ".
Ela não parece ter se assustado com o fato de Tikani ter matado aquele lobo,
pelo contrário, está calma.
Finalmente iremos ter um lugar para chamar de lar...
Finalmente, consciência.
- Deve haver um lugar seco por aqui. - Tikani diz ao farejar o ar e largar o resto do cervo no chão. - Encontrei.
- Como você pode encontrar um lugar seco apenas farejando o ar? - o pergunto, não consigo sentir cheiro nenhum além do odor do cervo e a lama ao nosso redor.
- Acho que aprendi isso quando era um filhote... depois te ensino. - ele abocanha o cervo novamente.
Alguns pássaros saem dos seus ninhos em cima das árvores altas e começam a cantar uma doce melodia, como fazem todas as manhãs.
- Suindara, sabe onde o Corvo está?
Ela mexe um pouco suas garras para que não se prendam aos meus pelos.
- Não, não o vi. - ela me responde num tom de voz baixo.
- Ele está mais estranho do que o normal. - ouço um esquilo saltando sobre os galhos acima de nós. - Não acha?
- Talvez, quando chegarmos a alcatéia você irá saber mais coisas a respeito dele...
- Espero que sim, ele nunca me falou nada, nem sei se ele ao menos tem um nome de verdade ou se tem família.
- Assim que chegarmos lá você vai saber. - ela diz.
Um pequeno graveto cai sobre Suindara que se sacode rapidamente e amaldiçoa os esquilos por estarem saltando freneticamente sobre os galhos, rio ao ver sua reação, me esquecendo completamente do que vi agora a pouco.
Acho que nunca vou esquecer isso, aquele corpo jogado displicentemente na lama.
Pensei que o odiasse...
Acho que o ódio que eu nutria por ele, consciência, acabou no exato momento em que seu coração parou e o ar não circulou mais por seus pulmões.
...
O vento faz um ruído agradável ao passar por entre as copas das árvores,
balançando as folhas verdes com formatos variados e também ajuda a deixar meu pelo seco.
Tikani realmente sabe achar coisas, chegamos à uma gigantesca árvore, oca perto das raízes que sustentam seu peso, criando uma toca perfeita, farejo o tronco e o único cheiro que consigo sentir é de urina de alguns animais pequenos, talvez de ratos ou de esquilos inquietos.
A terra ao redor dela já está seca o que nos permite deitar tranquilamente para devorar o que sobrou do cervo.
Tikani boceja e entra no tronco da árvore, ele me pergunta se já vou descansar e eu o respondo com um      " sim, já vou ".
Logo depois disso, Suindara voa para uma pequena toca em outra árvore, ouço alguns grunhidos, ela retorna com um pequeno camundongo morto no bico, o segura com suas garras e o come rapidamente, nem sequer um pelo sobra.
- Até os pelos? - a pergunto. - Não faz mal?
- Não, você já vai descobrir o que acontece com eles, não é algo muito agradável. - ela ri um pouco ao me responder.
Depois de roer praticamente todos os ossos da carcaça, meu sono chega, me levanto e dou passos lentos até a toca.
Tikani dorme tranquilamente, me deito ao seu lado.
Olho para Suindara e descubro o que acontece com os pelos, e como ela disse não é nada muito agradável, ela regurgita o que restou do camundongo, parece uma pequena bola de pelos.
Fecho os olhos e adormeço rapidamente.
Sonho com a alcatéia, está tão perto de nós...

Desculpa se houver algum errinho.
Gostaram do capítulo? 😁😁😁
Não se preocupem essa " parte chata da história " já vai acabar ...
Fiz outro desenho...
Não é um lobo, é um cavalo :3

Não consegui ajustar de novo😔😒😒

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Não consegui ajustar de novo😔😒😒.
Ignorem a crina estranha 😂😂😂
Até o próximo capítulo, bjs ❤❤❤

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