Até quando iremos discutir? Por que não podemos colocar um ponto final nessa história? Será que é tão difícil?
No fim de semana, Melissa recebeu uma visita inesperada. Dona Regina não bateu na porta, apenas deixou que a visitante seguisse o caminho já bem conhecido. Sabia que de alguma maneira aquilo seria importante para a filha.
— Hanna? — indagou, assim que a viu parada na porta. Ela encarou a amiga, confusa. Não sabia se estava gostando ou não de sua presença.
— Oi, Melissa! — disse um pouco envergonhada.
— O que faz aqui? — foi direto ao ponto, com os braços cruzados.
Ela suspirou antes de responder.
— Desculpe por ter me afastado de você. Sei que agi errado, mas é que não conseguiria mentir pra você sobre o que aconteceu naquele dia.
Melissa continuou a encará-la sem nada a dizer.
— Você sempre esteve comigo quando mais precisei, e eu não fiz o mesmo. Sinto muito, Melissa... Agi errado.
— Todo mundo, né? Principalmente o Érique — Melissa respondeu espontaneamente, percebendo que a mágoa ainda estava dentro dela. Será que um dia isso iria passar?
Hanna pensou por um momento e, então, fitando a amiga, deu um sorriso torto.
— É, mas ele também está chateado com você por causa do diário.
Melissa encarou a amiga, não acreditando na sua audácia. Ela percebeu, mas não se importou. Falava aquilo que era necessário. Já havia pedido perdão e conhecia a amiga, eram inseparáveis. Por mais que brigassem — isso já havia acontecido algumas vezes nos tempos de escola — acabavam se entendendo.
— Mas a Vitória é linda. Nossa! Lá em casa é só alegria. Nunca vi os tios tão felizes assim.
Naquele instante, Melissa esqueceu a mágoa que tinha da amiga. Sorriu ao saber em como Vitória havia mudado a vida de Érique e de sua família. Como gostaria de estar junto deles naquele momento.
— Foi uma coisa de Deus mesmo! Misteriosa... — ponderou, olhando para o céu através da sua janela.
Melissa sempre acreditou em Deus, mas ficava apenas nisso, ia à igreja às vezes e pronto. No entanto, todo aquele mistério com o diário a fez perceber a dimensão que tem o poder de Deus. Acreditava que nada era por acaso, sempre existia um propósito, mesmo que não soubesse. E isso a fascinava!
Hanna achou interessante o comentário da amiga e sorriu.
— Então, você vem comigo lá em casa? Estava pensando em passar o fim de semana na casa da árvore. Alguns filmes, pizza, pipoca, o que acha?
Melissa a encarou, os olhos brilharam e o coração bateu mais rápido. Tudo o que queria era estar lá, perto de Érique. E, no fundo, Hanna sabia disso. Também precisava conversar com a amiga. Muitas coisas haviam acontecido. Nos últimos meses, com quem ela mais falou foi com Deus. Conversava com Ele em seus pensamentos e isso a ajudou de uma maneira que ela jamais poderia imaginar. Sentia-se mais leve e tranquila. Sabia que tinha um amigo que nunca iria abandoná-la.
Hanna veio de bicicleta, para surpresa da amiga. Ela então pegou a sua e juntas andaram por alguns quilômetros até sua casa.
— Desde quando você anda de bicicleta?
— Estou tentando vencer o meu trauma. Mas levo junto alguns sprays de pimenta — Hanna respondeu sorrindo e voltou a ficar séria. — Não tem sido fácil, ainda tenho muito medo.
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Simplesmente ame
RomanceSinopse Melissa leva uma vida sem grandes emoções, enquanto vive praticamente escondida atrás do balcão da sorveteria em que trabalha. Mas, quando menos espera, a própria vida resolve lhe sorrir e a coloca frente a frente com Érique. De início, el...