Capítulo 13

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Não tenho dúvidas em meu coração. 
No entanto, como faço pra ela perceber que ele é o homem que eu sempre sonhei?

Com Valéria solteira, agora ela ajudava mais em casa. Dona Regina não havia gostado muito quando ela terminou com Carlos, mas o que iria fazer? A decisão era da Valéria, ela é quem deveria saber se ele era bom ou não para ser seu companheiro.

Melissa, apesar de tudo, continuava firme com seu namoro. Nada disse para a mãe. Estava de castigo e durante um mês não podia sair de casa além do trabalho. A solução foi se falarem pelo telefone, sempre à noite, em seu quarto. Às vezes, ele a esperava na saída do trabalho. Namoravam um pouco, escondidos atrás da sorveteria e logo ia para casa, não queria que ninguém desconfiasse. Ficava se perguntando como tocaria novamente neste assunto. Achou melhor deixar passar aquele mês do castigo, dona Regina com certeza ficaria mais calma.

Sábado Melissa conseguiu chegar mais cedo do trabalho. Seu pai estava na cozinha, sozinho, tomando uma xícara de café. Ficou surpresa em vê-la mais cedo, mas a recebeu com um sorriso singelo. Percebeu que ela estava um pouco estranha, misteriosa talvez. Sentado, colocou a mão no queixo e ficou apenas reparando em seus gestos.

Melissa sorriu rapidamente para o pai, e então olhou para os lados à procura de sua mãe. O caminho estava livre. Mas, para garantir que ela não escutasse o que iria falar, chamou seu pai pra fora, na varanda. Ele não disse nada, apenas a acompanhou, esperando o que ela precisava tanto dizer.

— O que foi? — perguntou, com os braços cruzados, fitando-a suavemente. Conhecia bem a filha para saber que algo estava errado.

— É que... — Ela não sabia exatamente por onde começar aquela conversa, mas precisava urgentemente falar. Sua mãe não iria escutá-la, já havia deixado bem claro o seu ponto de vista. A única alternativa seria seu Antônio. Reunindo coragem, ela continuou: — Pai, não quero me separar do Érique e nem da Hanna — Seus olhos estavam angustiados com aquela situação. Sua face e seus gestos mostravam o quanto aquilo era importante.

— Eu sei, filha. Não esquenta com a sua mãe, ela está passando por um momento difícil. Pode deixar que eu vou falar com ela.

Melissa ficou aliviada por ouvir aquilo, ao mesmo tempo estranhou a menção do "momento difícil", mas ignorou, estava feliz em saber que seu pai daria um jeito e se atirou em seus braços, o deixando surpreso.

— Obrigada, pai, obrigada!

Ele sorriu com seu gesto.

— Sei que o Érique é uma boa pessoa, pode ficar tranquila.

Como foi bom ouvir aquelas palavras. Era como um encorajamento. Alguém a apoiava e saber disso a deixava mais tranquila. Odiaria ficar contra os pais. Sabia o quanto seus sentimentos por Érique eram verdadeiros, e também sentia o quanto ela era importante para seu namorado. O que poderia fazer para sua mãe perceber isso? A amava e a respeitava. Mas, sinceramente, não estava mais sabendo como agir. Tudo o que pedia era forças a Deus. Jamais iria querer magoá-la.

Faltava apenas uma semana para o aniversário de Érique, e Melissa ainda estava de castigo. Não sabia como faria para passar aquele dia especial com ele. Sua mãe estava com o humor péssimo nos últimos dias. Melissa tentara conversar na semana anterior, para que ela a liberasse do castigo só naquele dia, sem muito êxito. O jeito foi apelar para o pai e as irmãs, quem sabe algum deles conseguisse convencê-la?

Naquela semana, dona Regina teve que escutar os argumentos de Fernanda e Valéria para liberar Melissa do castigo, mas, novamente, foi em vão. O grande dia havia chegado, já havia amanhecido e Melissa levantou frustrada.

Simplesmente ameOnde as histórias ganham vida. Descobre agora