Capítulo 7

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Minha vontade era de sair correndo de lá, mas assim que ele pegou em minhas mãos e vi algo em seu olhar... Tudo mudou!

As coisas estavam tranquilas no sítio dos pais do Érique. Não houve mais nenhum sinal do Kevin pela região. Fizeram um alerta pelo bairro. Fotos foram espalhadas. Se alguém o visse, deveria ligar imediatamente para o sítio. Também foi feita uma cerca de arame farpado e, por onde olhasse dentro de casa, havia spray de pimenta.

Hanna estava entrando no sexto mês de gestação e o médico conseguiu ver o sexo do bebê. Uma menina! Ela ficou radiante com a notícia. A criança estava crescendo de maneira saudável, tinha cerca de 17 centímetros e seu coração batia firme e forte. Ainda não havia nome, mas ideias não faltavam.

Combinaram de fazer uma sessão de cinema na casa da árvore na sexta-feira. Era o primeiro dia de junho e feriado, perfeito para isso. Teriam o resto do fim de semana para fazerem o que quisessem.

O inverno ainda se mostrava presente, trazendo aquele frio que Melissa tanto gostava. Era ótimo para estar abraçadinha com alguém, e torcia para que tivesse algum momento desses com Érique.

Como combinado, ele foi buscar Melissa e suas irmãs. Vestia uma calça jeans e uma jaqueta clara dando destaque para sua pele morena. Ficava ainda mais atraente. Seu corpo era robusto, os cabelos curtos e levemente cacheados. Sorriu ao ver Melissa. Aproximou-se dela e deu um beijo em sua bochecha, como sempre fazia. Entretanto, ela sentia que aqueles inocentes beijos estavam se transformando em algo mais profundo. Como se, naquele segundo, trocassem um segredo, o qual ainda não havia sido revelado.

Em cima da hora, suas irmãs desistiram. Valéria disse que tinha um encontro e Fernanda não estava a fim de sair.

— Ah! Ainda tem a Hanna! — comentou enquanto entrava no fusca.

Érique a olhou sem graça.

— Ela também não vai. Está muito cansada.

— Poxa — Melissa deixou soltar. Ficaram pensando por alguns instantes.

De repente, ela fechou a porta do carro, certa do que iria fazer:

— Os filmes já foram alugados, então iremos nós dois.

Em resposta, ele acelerou, tentando disfarçar o sorriso que aquecia o seu coração. Passaram na casa dele primeiro. Sua mãe havia feito uma pizza para eles e ficou surpresa em ver apenas Melissa. Eles explicaram a situação, ela compreendeu, mas, ainda assim, levantou o dedo e falou seriamente:

— Juízo, vocês dois!

Os dois riram sem graça, pois nem eram namorados, então silenciosamente pegaram a pizza e foram à casa da árvore.

De dia, aquele lugar era maravilhoso. Pequeno, porém muito convidativo em sua própria simplicidade. Mas era noite, tudo muito escuro, parecia outro lugar. Tiveram que caminhar um pouco em uma trilha no meio do mato até chegarem lá. Ficaram lado a lado enquanto andavam, até que suas mãos se encontraram. Quer dizer, a dele procurou a dela como uma forma de protegê-la naquela escuridão.

Melissa sorriu ao sentir o toque quente de sua mão. Como isso era bom! Olhou para o lado e pela luz da lua pôde ver que ele também estava feliz. Voltou a olhar para frente antes que ele a pegasse o admirando.

Logo chegaram na árvore. Ela ficou em pé na entrada, apenas observando, havia colchões e muitos travesseiros. A ideia era de dormirem, no entanto, os planos mudaram. Sabia que sua mãe não a deixaria ficar ali, se soubesse que eram apenas os dois. Não mentiu, apenas as circunstâncias mudaram. E seria apenas para assistir uns filmes inocentes. A tia Suelen iria preparar uma cama para ela no quarto de Hanna. Estava tudo resolvido.

Simplesmente ameWhere stories live. Discover now