Como ele pôde agir daquela maneira comigo? O jeito como ele gritou, não saía da minha cabeça!
— E então, doutor? Como ela está? — Melissa perguntou, levantando-se da cadeira onde estava, na sala de espera do hospital.
— Ela está bem, mas vai precisar de um tratamento psicológico — respondeu seriamente, em tom profissional.
— E o bebê? — Érique perguntou.
— Infelizmente, não sobreviveu.
Ficaram chocados ao ouvir aquilo. Aquela criança tão linda e há meses esperada, não iria chegar? Sonhavam com ela, contando os dias para pegá-la no colo.
Hanna estava muito mal, Melissa sentia isso. Apesar de toda a situação, sabia o quanto amava aquela criança em seu ventre. Havia se apegado muito a ela.
Érique ligou para todos avisando que Hanna estava bem, mas, infelizmente, havia perdido a criança. Os pais dela logo apareceram, abatidos. Ficaram sabendo do acontecido há menos de uma hora.
— Por que ninguém nos informou? — seu Adilson indagou.
— Desculpe, tio, não queríamos preocupar vocês.
Ele respirou profundamente, enquanto as lágrimas escorriam pela sua face. Estava indignado com tudo aquilo. Como Kevin pôde ameaçá-la daquele jeito?
— Tudo bem, Érique, o importante é que ela está bem — disse enquanto olhava para a realidade bem à sua frente, afinal, sua filha estava viva, e era isso que importava.
Durante alguns dias ficaram se revezando no hospital para cuidarem dela. Apesar da angústia e sofrimento, teriam que seguir adiante. Aos poucos, as coisas ficariam melhores. Era o que Melissa desejava profundamente. Sua amiga estava mais quieta que o normal, quase nem comia e seu olhar era vago. Estava muito preocupada, não estava gostando daquilo.
Melissa avisou seu pai que conseguiram encontrar Hanna, mas não mencionou o que, de fato, aconteceu, disse apenas que estava tudo bem e que antes do fim de semana estaria de volta. Tem coisas que é melhor contar pessoalmente.
Depois de tudo o que aconteceu, os pais de Hanna, Adilson e Margareth, decidiram voltar para Jaraguá do Sul. Infelizmente, Kevin havia falecido, e isso era um motivo a mais para saírem daquela cidade. Seria bom ficar longe da família dele. Temiam que quisessem vingança ou algo do tipo.
Uma semana havia passado e Hanna recebeu alta. Ainda estava estranha, calada e triste. Melissa sabia que não estava sendo nada fácil pra ela passar por toda aquela situação e ainda mais ter perdido o bebê.
— Estou com você, amiga. Vamos superar isso, juntas! — afirmou, pegando em sua frágil mão.
Ela não sorriu, apenas olhou dentro dos seus olhos. Melissa sentiu algo arder dentro dela através daquele olhar. Fechou os olhos e deixou que as lágrimas a invadissem naquele momento. Inesperadamente, juntou-se ao choro de Hanna que soluçava numa aflição que a atormentava.
***
Seu Antônio abraçou a filha assim que ela contou toda a história. Estava aliviado pela menina estar bem. Nunca imaginou que um dia ela passaria por isso e temia só de pensar que algo ruim poderia ter acontecido.— Você está bem, Melissa?
— Estou, pai, graças a Deus. — Ela sorriu com o seu carinho.
Logo sua mãe chegou na sala, tinha um semblante nada agradável. Estava tão feliz em estar de volta em casa, só não esperava aquilo.
— Temos que conversar, mocinha. — Seu sorriso se desfez rapidamente. Não gostava daquelas "conversas".
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Simplesmente ame
RomanceSinopse Melissa leva uma vida sem grandes emoções, enquanto vive praticamente escondida atrás do balcão da sorveteria em que trabalha. Mas, quando menos espera, a própria vida resolve lhe sorrir e a coloca frente a frente com Érique. De início, el...