38

243 24 0
                                    

A intensidade do momento entre Guiel e Mariana era palpável, como uma faísca que poderia incendiar o salão inteiro. Mas tão rápido quanto surgiu, a conexão se rompeu com a súbita partida de Mariana. Guiel, ainda imerso na surpresa, permaneceu imóvel, seus olhos seguindo a figura da princesa que desaparecia entre a multidão.

Vilma, confusa e preocupada, alcançou Mariana assim que saíram para o frescor da noite. "Mariana, o que aconteceu?" ela perguntou, sua voz misturando curiosidade e alarme.

Mariana, com as mãos ainda trêmulas, não respondeu. Seus pensamentos estavam em tumulto, um redemoinho de emoções que ela não conseguia, ou talvez não quisesse, entender. A proximidade de Guiel havia despertado algo dentro dela, algo que Mariana temia enfrentar.

"Eu... eu só precisava de um momento," finalmente disse Mariana, sua voz quase um sussurro perdido na brisa noturna.

Vilma, percebendo a vulnerabilidade incomum de sua amiga, decidiu não pressionar por mais respostas. Ela ofereceu um braço em apoio, e juntas, elas caminharam pelos jardins do palácio, onde a luz das estrelas oferecia um consolo silencioso.

Enquanto isso, Guiel, ainda no salão, decidiu que daria a Mariana o espaço que ela parecia necessitar. Mas uma coisa ele sabia: aquela noite havia mudado algo entre eles, e ele estava determinado a descobrir o que era, mesmo que isso significasse navegar por águas tão misteriosas quanto as que seus ancestrais vikings enfrentaram.

Afastadas do burburinho da festa, sob a luz prateada da lua, Mariana finalmente se permitiu abrir o coração para Vilma.

"Eu não sei explicar, Vilma," começou Mariana, sua voz carregando um peso que raramente se permitia mostrar. "Quando eu olhei nos olhos dele, senti como se ele pudesse ver através de todas as minhas defesas, como se ele conhecesse partes de mim que nem eu mesma conheço."

Vilma, ouvindo atentamente, segurou as mãos de Mariana entre as suas, encorajando-a a continuar.

"É assustador," continuou Mariana, "essa sensação de vulnerabilidade. Mas ao mesmo tempo, é... libertador. Eu sempre me escondi atrás das expectativas e das responsabilidades, mas com Guiel, mesmo por um breve momento, senti que poderia ser apenas... Mariana."

Um sorriso tímido surgiu nos lábios de Mariana, e ela suspirou. "Eu estou confusa, Vilma. Não sei o que fazer com esses sentimentos."

Vilma apertou as mãos de Mariana com afeto. "Talvez não precise fazer nada agora, Mariana. Sentimentos são como as marés; eles têm seu próprio ritmo. Dê tempo a si mesma para entender o que seu coração está lhe dizendo."

Mariana assentiu, sentindo-se grata pela compreensão e apoio de sua amiga. Juntas, elas permaneceram em silêncio, contemplando o jardim noturno, enquanto Mariana começava a aceitar que o encontro com Guiel poderia ser o início de uma jornada não apenas para o seu coração, mas também para a alma de seu reino.

***

PESSOAL SIGA-ME NO INSTAGRAM PARA SABER MAIA HISTÓRIAS

@AVELINOESCRITORA

O VIKING - QUANDO O AMOR SURGE Onde as histórias ganham vida. Descobre agora