O VIKING - QUANDO O AMOR SURGE

10

A cerimônia de casamento.

Os últimos tempos no clã Aragão haviam sido muito turbulentos com certeza, entre guerras de expansão e defesas de território o último pensamento de Ragnar era casamento. Mas ali estava ele, aguardando sua noiva chegar até o altar.

Ele notou que ela vinha em passos lentos, com certeza adiando o inevitável.

Com o peito estufado de orgulho, Ragnar aguarda Amélia terminar sua caminhada lentamente pelo tapete. 

“Ela não tem como fugir de mim.”

Ragnar sentiu uma vontade imensa de ir até ela e puxar Amélia para andar mais rápido. Mas não fez, apenas deixou que ela fizesse sua caminhada lenta.

“Essa garota esta tentando tirar o pouco de paciência que me resta.”

Tudo foi feito as pressas, ele temia que seus inimigos descobrissem seu plano antes do tempo. Agora a cerimônia iria se realizar de um jeito ou de outro jurou que mesmo que o céu caísse sobre suas cabeças o casamento iria se realizar de qualquer forma.

Ele fixou o olhar nela.

Enquanto Amélia se aproxima algo se remexe dentro dele, Amélia tinha uma beleza incomum diferente de tudo o que ele já havia visto. Quando a viu passar pelas portas do castelo pensou em vendê-la, depois que descobriu sua beleza e valor de guerra a tomou para si. Seria fácil se apaixonar por ela. Ragnar balança a cabeça tentando ignorar pensamentos românticos, Amélia era uma peça chave em seu reinado e a futura mãe de seus herdeiros, somente.

Amélia tentou não tropeçar nos pés, estava nervosa, mas não queria transparecer. A última coisa que daria a eles era vê-la chorosa ou tremendo de medo, não mesmo.

Ela observa o salão.

Havia tantas flores no salão que  Amélia temia um ataque de abelhas a qualquer momento, a mesa farta estava posta com tantas variedades que seria impossível provar todas naquela noite e no centro da mesa principal reinava um enorme bolo de frutas, com varias camadas sobrepostas.

“Tudo foi feito as pressas, mas fizeram um bom trabalho. “ Pensou ela.

Amélia continua sua caminhada, seus pés pareciam chumbo de tão pesados.

Quando ela finalmente chegou ao altar, Ragnar a segurou pela mão e deu um beijo.

— Está Belíssima.

Amélia corou. Era um elogio inesperado diante da situação tensa que se encontrava.

— Obrigado meu senhor.

Eles ficaram de frente para o magistrado.

— Nas noites frias de inverno o amor é quente. Estamos aqui hoje para celebrar a vida, a união de duas pessoas que se tornam uma. Nosso rei Ragnar e Amélia, Assim sendo, por favor, dêem-se as mãos e preparem-se para dar e receber os votos. Repitam comigo.

Eles deram as mãos e de frente um para o outro, proferiram juntos os votos.

— Hoje iniciaremos uma vida juntos e, de agora em diante andaremos juntos. Aqui diante de Deus e de todos, prometo estar ao seu lado. A partir de agora dividirei minha vida com você. -falam.

Amélia e Ragnar são banhados com azeite na cabeça, com as mãos unidas eles são amarrados juntos com pano de seda, seus corpos são unidos com várias cordas os deixando mais próximos.

O magistrado pede a Amélia para falar os votos;

— Eu Amélia, prometo cuidar e me dedicar ao reino de Aragão e ao seu rei, para que o nosso lar seja um refúgio de paz e tranquilidade.

Ela diz olhando dentro dos olhos de Ragnar que a olhava intensamente.

O magistrado pede a Ragnar para falar;

— Hoje a recebo em meu reino Amélia de Freedom comi minha esposa, a partir de agora seremos marido e mulher.  Deste dia em diante estaremos juntos para dividir tudo o que está por vir, onde quer que os caminhos da vida nos levarem.

Amélia sentiu uma fisgada no coração, mas manteve sua expressão facial inelegível.

— Eu os declaro Rei Ragnar e Rainha Amélia, marido e mulher.

NO REINO DO SUL

O Rei Vidar estava a espera da comitiva que traria sua futura esposa, o acordo havia sido firmado entre os dois reinos para dar prosseguimento a expansão da guerra.

Vidar aguardava notícias da comitiva quando seu conselheiro entrou na sala do trono assustado, pedindo para falar com o rei.

— O que aconteceu? -pergunta Vidar.

O conselheiro do rei faz uma leve reverência antes de responder.

— Aconteceu o impensável meu rei. A comitiva que estava trazendo sua noiva Amélia foi atacada na estrada.

— A moça está bem?

— Não sabemos, as notícias são superficiais alguns camponeses disseram que a viram passar e logo a frente foram encontrados corpos e objetos espalhados na estrada. Não sabemos quem os atacou. Sua noiva sumiu.

Vidar com fúria lançou uma adaga na parede o metal cravou sua lâmina até o fundo.

— Reúna os homens e saiam para procurar por Amélia, ela é minha. Mande mensageiros para avisar ao pai da moça. Procure por Amélia até debaixo das pedras.

O Conselheiro saiu da sala rapidamente para providenciar as buscas por Amélia.

NO REINO DE ARAGÃO. 

Ragnar Comeu, bebeu, festejou e dançou como nunca fez na vida, até mesmo parecia prever os dias difíceis que viriam pela frente.

Ragnar ficou olhando para Amélia que estava sentada na sua cadeira de rainha. Ele vai até ela.

— Na sua cultura as festas as mulheres não dançam?

Ela olha para ele.

— Claro que dançamos. 

— Você não levantou deste trono em nenhum momento depois que a cerimônia acabou.

Ele se senta ao lado dela na sua cadeira de rei. Amélia estava tensa e tinha os dedos das mãos cruzados um no outro.

— Eu não... meu pai não permitia que eu participasse das festas, eu ia apenas por alguns momentos e depois era trancada em meu quarto. Por isso não aprendi a...

Ragnar sorri.

— Não sabe dançar?

— Sua dança e diferente das que via no salão de meu reino, mas nunca pode testar se saberia ou não... a dança de vocês parece divertida. 

— Somos um povo alegre. Quer tentar?

Amélia arregalou os olhos.

— Vai permitir que...

Ragnar se levanta e puxa Amélia pela mão.

— Não sou seu pai, não irei te privar que dance.

Eles foram para o centro do salão e Ragnar conduziu Amélia na dança que ela não conhecia os movimentos. 

Ele ficou curioso para saber mais sobre ela e do porquê seu rosto foi escondido por anos. Pode perceber que Amélia foi privada de muitas coisas.