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Após a refeição, Amélia subiu para o quarto.

Teve a ajuda das servas no banho e nos preparativos. Fez questão de lavar os cabelos e colocar óleo perfumados em todo o seu corpo.

Quando as mulheres saíram, Kára foi a única que ficou para terminar de arrumar Amélia para a noite de núpcias.

- Suas mãos estão tremendo minha senhora.

Amélia parou de balançar as mão, mas sua respiração estava muito rápida.

- Tudo vai dar certo. Fique tranquila senhora Amélia.

Kára foi até ela e a abraçou carinhosamente, por mais que Amélia não tivesse o seu sangue, ela era agora o que tinha mais próximo de uma família.

- Obrigado por ajudar a me acalmar Kára.

- Eu criei você, a vi andar, falar e se desenvolver. É um privilégio para mim vê-la casada e ficarei feliz em breve vê-la com filhos.

Amélia nunca tinha tocado ou ficado tão perto intimamente de um homem antes, tudo era novo para ela. Seu nervosismo era em não saber como agir diante de Ragnar, eles dividiram a cama na noite anterior mas agora haveria a consumação do casamento e Amélia estava tensa.

- Meus pais me criaram para ser uma excelente esposa e assim será. Não importa se não é o marido que eles escolheram, eu vou fazê-lo feliz.

Kára segura nas mãos de Amélia.

- Isso é bom, mas melhor do que pensar apenas nos outros pense em você também. E seja feliz.

Risadas e uivos dos homens que estavam bebendo lá embaixo na sala entraram pela porta que Kára deixara aberta ao sair.

Amélia sentou perto da janela e ficou esperando por Ragnar.

No salão principal Ragnar estava reunido com seus homens de guerra, havia passado algumas horas depois que Amélia subiu. Ele decidiu dar um tempo para que ela se preparasse.

Ele estava pensativo olhando para a porta por onde Amélia havia passado.

- Quando teremos pequenos Ragna's correndo por esse castelo?

Ragnar olha para o seu suboficial. O homem estava bêbado e Ragnar sorri.

- Em breve.

- Que seja logo! Quero vê-lo perder a cabeça quando um de seus filhos se pendurar no mastro das caravelas e quase quebrar o pescoço ao cair.

Ragnar solta uma gargalha

- Eu era uma criança Olaf, e sua obrigação era me treinar para ser um excelente guerreiro e cuidar do meu bem-estar.

O homem deita a cabeça na mesa e diz;

- Eu nunca mais quero ficar responsável por tal coisa... tenho plena certeza que seus filhos serão piores que você.

Dito isso ele fecha os olhos e dorme ali mesmo. Ragnar se levantou, bateu no ombro do homem e disse.

- Obrigado por cuidar de mim.

Andou alguns passos até ser parado por um dos seus soldados.

- Uma mensagem acabou de chegar meu rei.

Ragnar pega o pergaminho.

"Me devolva o que é meu ou sofrerão as consequências."

Ragnar sabia que mais cedo ou mais tarde eles iriam descobrir sobre Amélia.

- E não é só isso meu rei, soubemos que parte de nossa gente os que se estabeleceram perto do rio, tiveram suas casas queimadas e foram levados como escravos para a cidade que fica ao leste.

Ragnar soltou um grito de raiva, o salão inteiro ficou em silêncio, sabiam que algo grave havia acontecido.

- Prepare os homens vamos ir atrás dos nossos irmãos e irmãs Vikings.

A cidade que eles foram levados era pequena, eles teriam que agir rapidamente para conseguir resgatá-los antes que fossem levados para a cidade fortificada.

Ragnar reuniu alguns homens aptos para a guerra.

Amélia estava no quarto esperando por Ragnar.
A porta se abre e ela pensa ser Ragnar, mas era Kára e Rene.

- O rei não vem mais. -disse Rene.

Amélia olhou espantada para elas.

Kára deu-lhe um olhar afetuoso, Amélia agarrou um grosso manto que estava sobre a cama e saiu.

Pegando o caminho da cozinha para que não fosse notada pelos cavalheiros que bebiam no salão ela seguiu rumo ao jardim que ficava nos fundos. Sempre teve uma ligação especial com a natureza, quando criança gostava de estar entre as árvores, nadar no rio, deitar na terra.

- Onde estava indo em uma hora dessas?

Amélia virou e seus olhos pousaram na figura masculina imponente, Ragnar vestia roupas de guerra. Pode perceber quão forte realmente ele era, enormes músculos rígidos compunham seu corpo, um verdadeiro guerreiro.

- Eu gosto de sair ao ar livre para pensar.

- Desculpe ter que sair na noite de núpcias. Surgiu um imprevisto, terei que ir com meus homens para resolver.

Ragnar pegou uma mão de Amélia em uma das suas e com a outra colocou uma mecha de cabelo que caia solta da trança colocando atrás da orelha dela.

- Prometo que voltarei.

- Promessa é uma dívida. -diz ela.

Ele a beijou na testa.

- Estou em dívida com você minha rainha. Cuide de nosso lar.

Amélia movimentou a cabeça afirmando.

E beijou-a novamente dessa vez na boca, um beijo casto apenas os lábios tocando-se.

- Voltarei em breve para você minha Amélia.

- Estarei esperando meu rei.

Eles ficaram abraçados no meio do jardim com as testas coladas, ele interrompeu o contato, virou-se e saiu em direção contrária deixando-a com seus pensamentos.

Ragnar sabia que se ficasse mais um pouco ali, perderia a coragem de ir.








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