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A DANÇA

Ragnar conduziu Amélia até o centro do salão, segurou a sua mão a fazendo balança de um lado a outro. Outros se juntaram a eles na dança e Amélia sentiu menos constrangimento tendo outras pessoas ao redor tirando a atenção sobre ela.

Minutos passam.

Amélia dançava alegremente batendo palmas e rodando, acompanhando os passos dos demais. Ela sorria animada e algumas crianças foram até ela pegaram a ponta da fita amarrada em sua cintura e rodaram em sua volta, Amélia movimentou as mão conforme dançava. Ragnar que estava dançando parou para observar o sorriso de Amélia, sua alegria era contagiante e ele não conseguia desviar os olhos dela. Os cabelos longos de sua esposa movimentando-se como as folhas das árvores ao vento, balançando levemente de um lado a outro, ele estava a uma certa distância, mas dali pode sentir o perfume que emanava dela, ele sentiu uma imensa vontade de tocar em seus cabelos. O seu sorriso aumentou muito ao imaginar aqueles cabelos loiros espalhados em seus lençóis.

Ele não tinha dúvidas que Amélia o encantou e o atraiu.

A música parou e Amélia estava rodeada de crianças, as crianças saíram correndo para brincar, Amélia se viu sozinha no meio do salão e Ragnar chegou mais perto dela. Outra música se inicia uma de ritmo mais lento que as outras anteriores, Ragnar segura a cintura de Amélia e diante de todos ele beija a testa dela era um sinal de proteção e cuidado, Amélia ficou vermelha.

Era o momento do casal, as demais pessoas ficaram observando os dois no centro.

Ele movimentou os pés e Amélia o acompanha, os olhares deles se prendem um no outro fazendo o mundo ao redor sumir. Amélia estava tensa nos braços de Ragnar, mas conforme o corpo se movimenta na dança ela vai relaxando permitindo ser conduzida.

Eles se uniam na música.

O coração de Amélia estava acelerado e Ragnar apertava cada vez mais sua cintura. Com os olhares presos um no outro eles dançam.

O instrumento de sopro e tocado, os dois se afastam.

- O que está havendo? -pergunta ela assustada.

Ela nunca tinha ouvido algo tão alto como aquilo. Ragnar segura a sua mão.

- Chegou a hora.

- Hora de que?

- As criadas irão levá-la para a sala de preparação e de lá irá para o quarto de núpcias. Te vejo daqui a alguns minutos.

Amélia ficou em silêncio. Alguém toca no seu braço, era a serva e com ela mais duas mulheres, Amélia as acompanha.

Amélia se sentia perdida, tremendo de medo pelo que havia de fazer. Não tinha ideia de como seria.

As criadas a deixaram no quarto de Ragnar, ela olha para a cama e um tremor passa por seu corpo, ela se afasta da cama e vai até a janela, observando a noite.

Ragnar chega no quarto, ele abre a porta e vê Amélia parada em frente a janela, devagar ele se aproxima dela.

- Seu cheiro é delicioso.

Amélia leva um susto. Ela recua.

- Tem medo de mim Amélia?

Pergunta ele enquanto retira o cabelo do pescoço dela, Amélia respira fundo.

-Não estou com medo meu senhor, é só nervosismo pelo novo.

Amélia permaneceu de costas com Ragnar atrás dela. Ele deposita um beijo no ombro dela.

- Não tem nada do que temer, não irei te machucar. Sei que a fama dos Vikings não é das melhores, somos bárbaros para muitas coisas, mas na cama... eu posso te garantir que somos diferentes. Muitos nobres sentem inveja da nossa masculinidade.

Amélia não sabia nada sobre homens, seu pai a privou de se aproximar de qualquer pessoa. Então não saberia dizer se o que ele disse era válido ou não, não sabia.

- Que diferença faz se eu me deitar com vossa alteza ou com meu antigo noivo. Não saberia a diferença entre nobres e bárbaros.

Ragnar vira Amélia para encará-lo

- Posso te garantir que somos melhores que muitos nobres, já ouvi casos de homens que torturar, violentar e matar suas mulheres.

- Nós mulheres não temos voz.

- Aqui no meu reino você tem voz. Eu saberei te ouvir se você me ouvir também, a sabedoria vem acompanhada de conhecimento. -ele alisa o rosto dela.

Amélia movimentou a cabeça afirmando. Ragnar sorri. Ele puxa Amélia para sentar ao lado dele na cama.

- Por que escondia o rosto?

Ela respira fundo.

- Meus pais, eles disseram que era o melhor para mim. As alianças entre os reinos depende de um bom casamento, quando meu pai viu que eu era muito elogiada pela minha beleza na infância ele decidiu me esconder. Evitando que fosse obrigado a ceder a minha mão a alguém que ele não queria;

- Ele não conseguiu evitar que eu tomasse.

Amélia soltou um riso contido. Quando seu pai ficasse ciente que ela casou com um Viking, saberá que seu plano de escondê-la não deu certo no final.

- Eu fui criada nas rédeas curtas, sem saídas prolongadas, sem contato com outras crianças, sem participar de nenhum evento fora do castelo. As festas que meu pai dava, eu ia apenas no início e depois era levada de volta ao meu querido quarto.

- Prisioneira de sua beleza. -disse ele.

- Sim. Todos viviam normalmente e eu era Prisioneira... impedida de ser eu.

- Não vou negar que sua beleza e incomum de tudo que já vi, seu rosto é perfeito. Mas nunca te prenderia.

- Percebi isso hoje quando me deixou dançar. -ela sorri.

- Viver aqui será diferente de tudo o que já experimentou. Amélia.

Ele beija a mão dela.

- Eu acredito. -disse ela.

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O VIKING - QUANDO O AMOR SURGE Onde as histórias ganham vida. Descobre agora