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Durante o dia a menina não tinha permissão para sair do quarto, apenas saia para comer com os pais e fazer suas caminhadas ao entardecer.

Amélia usava um véu que cobria seu rosto e conforme foi crescendo, suas saídas mesmo com o véu se tornaram raras. Ela era mantida longe dos olhares de todos, até em grandes eventos que sua família dava a corte Amélia aparecia no início ao lado de sua família sempre com o rosto coberto e após alguns minutos se retirava para os aposentos.

No início foi difícil, todos os dias ela chorava sentia saudades de correr livre, mas depois essa vontade foi sendo esquecida e a cada dia ela ficou mais convencida de que era esse o seu destino. Escondida dos olhares de todos.

Amélia catorze anos.

- Por que não posso sair? Por que não posso tirar o véu? - pergunta ela .

A serva segura a mão de Amélia com carinho. Com a outra mão livre Amélia enruga as lágrimas.

- Seu caminho já foi traçado. Sua beleza é tão diferente e linda que seus pais querem te proteger. Uma dia irá tirar esse véu e viver livre.

-Quando? Eu quero sair agora, poder ir ao jardim.

- Um dia terá um jardim só seu.

- Com várias flores. - ela sorri com a possibilidade.

- Sim querida com várias flores.

***

Na sala reservada aos líderes o pai de Amélia se reúne com alguns governantes.

- Esses bárbaros estão ganhando terreno, se não atacamos agora vamos perder mais terras. - fala o conde.

- Recebi notícias do Lord Giovanni, os Vikings levaram todas as suas riquezas e queimaram sua cidade. -fala o pai de Amélia.

- Vamos nos unir contra eles. -fala o conde.

- Vamos subir, meu exército esta a sua disposição. Esses Vikings não vão saquear nenhuma terra nobre enquanto eu viver.

AMÉLIA DEZESSEIS ANOS

O baile.

Amélia e sua serva Kára, estavam no canto da sala olhando as pessoas na festa de aniversário do seu pai. Amélia mantinha uma postura neutra, ninguém ousava se aproximar, a anos ninguém mais se importava em saber por que Amélia se vestia daquele jeito.

- Eu não suporto mais isso Kara. Olhe para essas moças, todas dançando e mostrando o rosto e eu aqui sozinha e coberta.

- Sozinha menina?

Amélia sorri.

- Desculpe minha amiga Kara, você é uma boa companhia, mas eu queria ser normal. Olhe para essas meninas da minha idade, todas se divertindo e sendo cortejadas pelos rapazes e eu aqui.

- Seu pai já explicou que é para a sua proteção menina Amélia.

Amélia olhou para dois rapazes, eles olhavam com desejo para as garotas.

- Olhe aquilo Kára. Eu nunca irei receber um olhar galanteador assim, enquanto estiver escondida atrás desse véu.

- Amélia, o seu dia chegará.

- Não tenho tanta certeza. Talvez eu nunca tenha a oportunidade de mostrar o meu rosto.

Amélia suspira derrotada.

Amélia não ficava muito tempo exposta nas festas, seu pai estipulou um horário e quando ela foi levada para os aposentos a festa continuou. Kará ajuda Amélia a se trocar, e já devidamente vestida para dormir a moça senta na cama para que a serva escove seus cabelos.

- Você é linda Amélia.

- Pra que serve tanta beleza se não posso mostrá-la!

Amélia sentia a solidão.

O VIKING - QUANDO O AMOR SURGE Where stories live. Discover now