trinta e cinco

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[John]

Me sentia sem rumo.

No caminho para casa de Dominic, me pego pensando em tudo o que aconteceu. Me questiono se fui duro demais. Mas nada mais importava. Meu coração estava em pedaços mais uma vez.

Quando cheguei na casa do meu irmão, joguei-me em seu sofá, enquanto ele destilava todo o seu veneno sobre Emma.

— Eu sempre soube! — diz, rindo da situação. — Estava bom demais para ser verdade. Todo aquele papinho, de menina doce e inocente. Que mal tinha um celular para ligar, hahaha. GOLPE!

— Dom! — coloco as mãos nos ouvidos, doido para que ele calasse aquela boca grande dele. — Por favor, fique quieto.

— Logo agora que eu estou me sentindo glorioso por ter razão?

— É mais importante para você ter razão, do que a felicidade do seu irmão? Nossa, Dominic. Obrigado.

— Irmão, convenhamos. Daqui uma semana você estará apaixonado por outra. — ele vai até a cozinha e volta com duas cervejas. — E me faz um favor? Vê se procura melhor da próxima vez. Ou as pessoas vão achar que namorar com você, é caridade.

Dominic tinha acabado de colocar a garrafa de cerveja que seria para mim, em cima da mesa de centro, na mesma hora em que eu empurrei o pequeno móvel com o pé, preenchido pela raiva.

— Que porra, John.

— Que porra digo eu! — repito, me levantando em seguida. — Eu vim aqui, para ficar alguns instantes em paz, enquanto a mulher que eu amo, tira suas coisas da minha casa. Mas ao invés disso, tenho que ficar ouvindo você se vangloriar da minha tristeza.

— Sou seu irmão mais velho, John. Minha obrigação é não te deixar ser enrolado por essas vigaristas, que só querem sua fama.

— A Emma nunca quis a minha fama. Ela nunca quis nada, sem ser a minha companhia.

Dominic ri e revira os olhos, bebendo a sua cerveja.

— Pois pelo que parece, ela já tinha uma no mercado pornô.

Aquilo foi o cumulo para mim. Embora estivesse me sentindo furioso por Emma ter escondido coisas importantes, eu não iria ficar ali parado e deixar Dominic falar mal dela por horas. Sem anunciar nada, lhe dou as costas e vou embora.

Caminho por horas, até decidir voltar para casa. A cada minuto que passava, eu puxava o celular do bolso, esperando alguma ligação ou mensagem de Emma. Eu a conhecia suficientemente bem, para saber que não devia esperar nada daquela mulher orgulhosa. Mas ainda assim, eu esperava.

No hall do meu prédio, me detenho na porta do elevador. Mesmo que eu tivesse estado fora por horas, não sabia se Emma ainda estivesse por ali.

— A menina saiu, senhor. — o porteiro diz, como se pudesse ouvir meus pensamentos. — Tem quase uma hora.

Balanço a cabeça em agradecimento e entro no elevador que havia chegado, deixando algumas pessoas no térreo. Assim que entro em casa, o cheiro dela penetra meu nariz. Eu sabia que ela não estava mais ali, mas podia me enganar facilmente com aquele perfume.

Meu estômago berra por alimento e eu vou para a cozinha. Antes que eu pudesse pensar em qual vinho tomaria, para afundar minha nova mágoa, noto o papel dobrado de baixo dos saca rolhas.

John

— Merda. Ela deixou uma carta. — murmuro comigo mesmo, vendo aquele tanto de palavras que vinham a seguir do meu nome. — Dá-lhe vinho.

Nem me preocupo em pegar taça. Abro a garrafa e vou para a sala, já virando um generoso gole.

Eu sabia que nós iríamos terminar. Eu sabia que seria eu, a pessoa a estragar tudo o que estávamos construindo. Mas eu sou muito grata a você, sabia? Grata por todas as vezes que me fez rir; chorar de felicidade; me fez carinho; me fez gozar enlouquecidamente; mas principalmente, por ter me feito feliz.

Sinto muito que tenha descoberto sobre o filme, da maneira que ocorreu. Quando eu aceitei aquela ideia, eu não esperava que fossemos tão longe. Imaginei que você cansaria de mim e da minha pobreza, rápido demais. Eu queria poder sair com você e pagar alguma coisa. Fiz aquele filme, com uma coisa na cabeça. Eu não tinha ninguém por mim nessa vida. Que eu não teria ninguém para sentir vergonha, por eu ter feito aquilo.

Mas eu tinha você.

Me desculpe por ter nos destruído, com mentiras. A culpa é total e inteiramente minha. Acho que me acostumei demais a ficar sozinha. E é desse jeito que vou e quero ficar agora. Sozinha.

Provavelmente você não fará isso, já que está furioso comigo, mas não procure por mim. Não ligue ou mande mensagem. Se nós não demos certo, é porque realmente não era para ser.

Mais uma vez, desculpe.

Eu amo você.

Emma.

— Que merda eu fiz? — me questiono, após terminar de ler aquela carta.

Dobro o papel da mesma maneira que estava antes e o coloco no bolso, pegando as chaves do carro quase no mesmo instante. O elevador insiste em demorar, justamente quando mais tenho pressa para ir a algum lugar.

Quando finalmente estou no carro e dirigindo, coloco o celular no suporte e ligo para Emma. Nas cinco vezes em que tentei, a voz eletrônica dizia que aquele número não existia. Bufo, irritado e estressado, e dirijo ainda mais rápido. Assim que chego diante do seu antigo prédio, largo o carro de qualquer jeito na rua e subo as escadas de dois em dois degraus.

— Emma? — chamo, ao mesmo tempo que esmurro a porta de onde ela vivia. — Emma, você está aí? Por favor... esteja aí.

Continuo batendo, mesmo que não haja nenhuma resposta. Eu sabia que ela não estava ali, mas também não fazia a menor ideia de onde mais estaria.

Desço as escadas com ainda mais tristeza que antes. Eu só queria encontrá-la e me desculpar pela maneira com a qual agi. Não era para ter acontecido daquele jeito. E por causa da minha estupidez, deixei a melhor pessoa que conheci na vida, escapar.

Volto para o carro, mas não o ligo. Antes de ir embora, permaneço ali por mais alguns minutos, encarando a entrada do lugar que ela morou, pensando em todas as vezes em que subi aqueles torturantes degraus, apenas para me deliciar com o sorriso doce dela.



~ DESCULPE PELA DEMORAAAA AAA

eu tive um bloqueio com esse capitulo, por quase um mês. ontem, DO NADA, me veio uma ideia e eu fiz tudo em cinco minutos kkkkkk

o proximo não deve demorar muito. entramos na reta final da história desses dois e convenhamos????? NÃO SEI OQ FAZER

bjs

aly ~ 

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