dezoito

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Quando a hora de ir para casa chega, eu me lembro do compromisso firmado com John, então me direciono até a sala do meu chefe. Depois de bater duas vezes, sua voz me diz para entrar.

— Já está indo, Emma? — ele pergunta.

— Na verdade, senhor, eu queria pedir um favor.

— Ihhh...

Ele empurra a cadeira, ao mesmo tempo que bufa. Richard pensava que todos os favores, remetiam a adiantamento ou folgas desnecessárias.

— Eu tenho um compromisso amanhã e...

— Não tem como deixar você de folga. — diz, rapidamente.

— Por favor! Eu nem vou para casa hoje. Dobro meu turno. — suplico. — Eu realmente preciso dessa folga. É importante.

Ele me encara firmemente, com os olhos cerrados e finalmente suspira.

— Olha, Emma, eu vou permitir, porque você é a pessoa que está sempre em primeiro no ranking de ligações, mas! — ele ergue um dedo, quando vê que estou sorrindo. — Eu não posso ficar fazendo isso sempre por você. As pessoas podem achar estranho.

— Eu sei. Prometo que vou tentar casar meus compromissos com as minhas folgas. Obrigada!

Sorrio para ele e saio empolgada, voltando para a minha mesa.

— Ué, não vai embora?

Olho para os lados e puxo Lilian para mais perto de mim.

— John me convidou para a estreia do filme amanhã. — ela arregala os olhos para mim. — Então eu vou dobrar o horário, para ficar livre amanhã.

— Emma, você tem noção de onde estará amanhã? Só terá pessoas famosíssimas! Meu Deus.

— Menina, eu sei. — sussurro, ainda olhando em volta. — Você pode me maquiar? Sabe que eu não sei fazer essas coisas.

Ela sorri.

— Claro que posso! Me manda uma mensagem com o horário depois.

Balanço a cabeça afirmativamente para ela e me despeço com um beijo solto no ar. O telefone toca novamente e eu o atendo, tentando não ficar nervosa pelo dia que teria amanhã.

[...]

Deviam ser umas três da manhã e eu estava bocejando a cada segundo. Richard havia ido para casa e só tinham mais quatro atendentes além de mim. Eu estava doida para cair no sofá da sala de descanso e cochilar por meia hora. Até que o telefone tocou mais uma vez.

— Time for sex, nosso...

— Finalmente achei você.

— Bonitão! — me encosto na cadeira e sorrio. — Quanto tempo.

— É... estive enrolado com umas coisas. E mesmo que eu ligue, nunca é você que atende de imediato. Eu desliguei umas dez vezes hoje, até ouvir sua voz.

Sorrio mais uma vez.

— E então? Qual a conversa de hoje?

— Na verdade, eu queria... bem... você sabe.

— Ah. Claro.

— Eu até tentei sozinho, mas não estava rolando. Precisava ouvir de você. Sua voz é tão harmoniosa.

Felizmente as vozes das atendentes eram manipuladas, para que não houvesse risco de algum conhecido descobrir. Pois se o bonitão pudesse ouvir minha voz real, a ultima coisa que ele diria, é que é harmoniosa.

— Então vamos começar. — digo. — Imagina que a mulher que você deseja, está na sua frente nesse exato momento. Ela está vestindo uma lingerie bem pequena e completamente rendada, que você pode retirar nos dentes.

— Hmmm... continua.

— Ela está sentada em cima de você, roçando a vagina em seu pau extremamente duro, enquanto beija em sua boca. Só os fatos das suas línguas estarem se entrosando, ambos estão extremamente excitados.

Ele geme baixinho. Eu até conseguia ouvir o barulho que a punheta causava.

— Você puxa a calcinha dela para o lado e a penetra de uma só vez. Sua garota joga a cabeça para trás, extasiada pela sensação que seu pau a causou.

Bonitão permanece gemendo, enquanto aquele barulho se intensifica.

— Ela cavalga em cima de você, enquanto gemidos descoordenados escapam da boca dela. Você segura com força em sua bunda e bate, sentindo seu orgasmo chegando. A garota murmura seu nome e diz que vai gozar. Você a domina, jogando-a na cama e fodendo ela com força.

— Ahhhh... — ele ofega, me dando a entender que chegou ao ápice. — Ahhh... nossa... Emma...

Paraliso.

— O que? — sussurro, apavorada. — Do que me chamou?

— Ah... desculpa. Emma é... a menina que eu estou conhecendo.

Uma onda de alivio percorre o meu corpo. Por um instante eu imaginei que ele pudesse ser alguém conhecido, que sabia exatamente quem eu era.

— Uau! Então o bonitão tem alguém e mesmo assim fica me ligando? Você é insaciável.

Ele ri.

— Bem, nós não... — ouço um barulho de interfone e ele suspira. — Olha, eu vou precisar desligar. Surgiu um... problema. Eu acho.

Rapidamente me lembro do celular que me foi dado e decido passar o numero para ele. Mesmo tendo alguém, ele ainda me procurava e era a pessoa que mais me rendia dinheiro.

— Claro. Bonitão, eu tenho um numero particular para atender você, caso precise de mim em algum momento. Quando liga para cá, eles te dizem um numero, então você precisa escolher de um a cinco, para ser enviado a alguém. O meu é o cinco.

— Entendi...

— Se você quiser, é claro.

— Beleza. Eu realmente preciso ir. Nos falamos em outra hora. Tchau.

Antes que eu pudesse pensar em desligar a ligação, ele já tinha o feito. No mesmo instante uma nova chamada chega, mas a deixo esperando, enquanto tento pensar em algo que faria aquele cara sair correndo, as três horas da madrugada.

Com a cabeça fervendo de curiosidade e sem chegar a nenhuma conclusão, respiro fundo e aceito a próxima ligação.

— Time for sex, nosso prazer, é te dar prazer.

Hotline BlingWhere stories live. Discover now