vinte e três

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O filme de John era incrível. Falava sobre um casal aleatório, que decidem impedir o fim do mundo e passam por diversos tipos de coisas ruins. Meteoros, tsunamis, até uma chuva de areia aconteceu. O mais incrível, era que mesmo com tudo aquilo acontecendo, o casal teve tempo para fazer um sexo alucinado.

As caras e bocas que John fazia no filme, durante a cena de sexo com a loira gata, me deixa eufórica. Ainda não tínhamos feito sexo e ver suas expressões faciais no filme, me levou a um mundo de imaginações que me deixou com água na boca.

— Onde você vai?

Ignoro a pergunta de Dominic e peço desculpas as pessoas que piso no pé. Saio apressadamente da sala e procuro um banheiro. Encaro minha imagem no espelho e aliso meus seios ouriçados. Era o cumulo ficar excitada com uma cena de sexo de John com outra mulher.

Quando finalmente me sinto confortável para sair do banheiro, John está ao lado de fora, andando de um lado para o outro.

— O que faz aqui? — pergunto, chamando sua atenção. — O filme acabou?

— Não. Eu olhei na sua direção, na hora do... enfim, e você não estava! Ficou desconfortável?

— Desconfortável?

Foi preciso segurar o riso.

— É... me ver... daquele jeito. Com outra.

Me aproximo de John e círculo meus braços em seu pescoço.

— John, a única coisa que senti vendo aquela cena, foi tesão. — ele me encara confuso. — Nós ainda não transamos e... ver você daquela forma... te ouvir gemer... por que não comigo?

John solta uma gargalhada boa de ouvir e me beija.

— Eu fiquei apavorado de você ter ficado desconfortável com uma cena de sexo minha e a única coisa que você sentiu, foi tesão?

— Fiquei um pouco enciumada por vê-la pegar no seu braço o tempo todo, mas é melhor que pegar em outro lugar.

Ele observa meu rosto minuciosamente, com um sorriso divertido. Suas mãos que estavam na minha cintura, a pressionava de leve, causando-me um arrepio gostoso de sentir.

— Que tal nós fugirmos daqui logo após o filme acabar?

— É seu aniversário. — digo. — Não quer comemorar com seu pessoal?

John aproxima sua boca da minha orelha e a mordisca de leve.

— A única pessoa com quem quero comemorar, está bem aqui. — sussurra, fazendo com minhas pernas bambear. — Agora vamos voltar lá para dentro, antes que eu tire seu vestido aqui mesmo.

Ele entrelaçou nossos dedos e me puxou na direção da sala onde estávamos.

— Eu não acharia isso uma má ideia...

John me encara divertidamente e apenas balança a cabeça. Antes que eu pudesse ocupar meu lugar ao lado de Dominic novamente, John se despede com um beijo. Ninguém parece ligar para aquilo, exceto Nicolas. Ele me encarava firmemente.

— Tudo bem? — Dom pergunta, quando me sento.

— Tudo ótimo.

Sorrio para o meu cunhadinha e torno a encarar a imensa tela na minha frente, ansiando pelo momento em que iria para casa com John e lhe tiraria toda a roupa.

[...]

Duas horas se passaram e John ainda estava socializando com as pessoas.

O que tinha de entrevistador ou artista, para parabenizá-lo pelo aniversário e filme, não estava escrito. Cada vez que ele sorria em minha direção, eu sentia que iríamos embora. Então aparecia mais alguém e o sorriso de ambos ia embora.

Eu estava no bar, entornando litros de vinho, quando vejo passar um ator. Ele era conhecido por ter encenado um tremendo filme erótico. Que particularmente, era um dos meus filmes preferidos. E vê-lo passando, me deu uma brilhante ideia.

Viro o restante do líquido que havia em minha taça e rapidamente procuro um banheiro. John me encara de longe, questionando-me apenas com sua feição, onde eu iria. Ignoro-o totalmente e continuo à procura.

Uma vez que o acho, enfio-me dentro de uma das cabines e retiro minha pequena e fina calcinha branca. Ainda sem acreditar que faria o que pensei, deixo o banheiro e vou até onde John estava. Ele conversava com um casal mais velho.

— Olá, licença. — digo, me aproximando. — John, guarde isso para mim e me entregue em casa? Obrigada.

Enfio a calcinha em seu bolso e deposito um rápido beijo em seu rosto. Antes que ele questionasse alguma coisa, sorrio para o casal e volto para o bar.

— Outro vinho? — o barman pergunta e eu apenas balanço a cabeça em confirmação.

Não consigo tirar os olhos de John. Enquanto conversava com o casal, ele coloca a mão no bolso e sorri. Provavelmente descobrindo o que eu tinha colocado por ali. Ele me olha de lado e sorri ainda mais, balançando a cabeça.

— Eu jamais imaginei que você fosse esse tipo de garota.

Fecho os olhos com força, logo que a voz de Nicolas preenche meus ouvidos.

— Esse tipo de garota? — repito sua frase, sem me virar para olhá-lo.

— Que se envolve com famosos. Já tem quantos seguidores no instagram?

O olho. Nicolas estava escorado no balcão, brincando com um copo em suas mãos.

— Que merda você pensa que é, para falar assim comigo?

— Você sabe quem eu sou. Me conhece muito bem.

— Eu achei que conhecia, mas... Nicco Saint? Nunca ouvi falar. E prefiro que continue assim.

— Você e John, hein... — ele sorri, malicioso. — Achei que me amasse.

— Felizmente, não. Amar alguém que só pensa em si mesmo, é horrível. Não recomendo para ninguém.

— Eu nunca pensei em mim mesmo, eu só...

— Não? — questiono, alterando a voz. Certamente o vinho estava fazendo efeito. — Você sumiu, sem me dar uma satisfação!

— A gente não namorava. Eu não te devia satisfações.

Solto uma risada nervosa.

— Então porque você acha que está no direito de...

Uma mão circula minha cintura, assustando-me de leve.

— Tudo bem por aqui? — John pergunta, encarando a mim e Nicolas. — Já conhece o Nicco?

— Nós já...

— Não! — respondo. — Ele apenas me perguntou as horas, mas eu não estou com meu celular. Então, acabou? Podemos ir?

— Sim. Vim aqui para te buscar. Antes que alguém mais me chame para conversar.

— Vamos então.

Seguro a mão de John e o puxo para longe de Nicolas. Ele mal tem tempo de dizer adeus.

Antes a minha pressa era para ficar pelada e transar com John em todas as posições possíveis, mas deu lugar a correr para o mais longe que conseguisse, daquele que destruiu meu coração em pedaços.

Hotline BlingWhere stories live. Discover now