dezesseis

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[Emma]

Quando meu alarme tocou, eu ergui o corpo e permaneci ali, parada. Olhando para um ponto fixo do quarto, pensando na mesma coisa que me deixou acordada por metade da noite.

Eu realmente iria fazer um filme pornô?

Durante a noite, eu pensei em todos os prós e contras daquela ideia. Mas a única coisa que rondava minha mente, era o fato de provavelmente ganhar um bom dinheiro.

Pensando apenas nisso, no dinheiro, eu jogo as cobertas para cima e vou para o banheiro. Após um banho bem minucioso, onde lavei o cabelo e depilei cada pelo que tinha pelo corpo, escovo os dentes e vou para o armário. Visto a melhor lingerie vermelha que tinha e por cima, calça jeans com uma blusa básica. Decidida a não passar maquiagem nenhuma, calço tênis e pego na jaqueta de couro preta.

Saio de casa, checando o endereço mais uma vez no celular. Era em um bairro distante, dez paradas de metrô depois. Uma vez sentada em um banco à janela, saco um livro da bolsa e começo a lê-lo. Era inútil tentar me afundar na leitura, quando minha mente só me levava ao que eu estava indo fazer.

Quando cheguei no endereço que Lilian havia me enviado, precisei respirar fundo umas dez vezes, antes de conseguir entrar. Caminhei lentamente até a recepcionista e bati no balcão com sutileza.

— Pois não?

— Filme... — falo baixo, enquanto olho para os lados.

— O que?

A olho.

— Uma amiga... me indicou... bem, deixa pra lá. Tchau!

Logo que me viro, ela me chama e eu paro.

— Você quer fazer um filme? É isso?

Balanço a cabeça afirmativamente e volto a me aproximar do balcão.

— É. Minha amiga fez um e me disse para... vir.

A mulher do outro lado do balcão se levanta e me encara de cima a baixo.

— Você é maior de idade?

— Sim. — respondo, quando ela torna a se sentar. — Faço vinte e um esse ano.

— Se tiver certeza do que quer fazer, me dê sua identidade para fazer o cadastro.

Abro a bolsa para retirar meu documento e só então percebo que estou tremendo. A mulher também notou, assim que tocou em meus dedos.

— Relaxa. — ela diz. — Não tem que fazer nada que não queira.

— Mas... eu preciso, sabe? Do dinheiro.

— Então, há um tipo de filme, em que você não precisa fazer sexo. Estaria interessada?

Minha mente se ilumina. Era como se toda minha preocupação tivesse ido embora e meus problemas resolvidos.

— Claro. — minha voz acaba saindo mais alto do que imaginava. — Quer dizer... o que precisaria fazer?

— Aqui. Sua identidade. Vem comigo.

Após pegar meu documento, sigo-a pelo corredor até uma pequena escada. Tinha apenas um andar. Nós entramos em um vasto corredor, que tinham diversas portas. Eu podia ler as palavras set e camarim intercaladamente.

A mulher que eu ainda não sabia o nome, entra em uma porta escrito camarim. Logo que entro atrás dela, posso ver um homem sentado em um sofá, mexendo no celular e uma mulher sentada em uma cadeira diante de um espelho. Havia uma arara com roupas e outra apenas com lingeries.

Hotline BlingWhere stories live. Discover now