Through the time • Ruel

By onerwel

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Ruel, Joshua e Clarissa são melhores amigos desde que nasceram. Suas famílias, pertencentes à alta elite da I... More

1 - Younger
2 - To Joshua
3 - Waiting for you
4 - To Clarissa
5 - Helpless
6 - To Ruel
7 - Meet me inside
8 - Lookout
9 - No Promises
10 - The one that got away
11 - We Know
12 - Don't let it break your heart
13 - Someone you loved
14 - My dear London
15 - That would be enough
16 - What if I told you a story?
17 - The London Post
18 - How lucky we are to be alive?
19 - If these walls could talk
20 - What comes next?
21 - When we were younger
22 - Runaway
23 - The sky is the limit
24 - Anyone else
25 - Perfect on paper
26 - Too late
27 - Ruin
28 - If I can't have you
29 - Wondering
30 - The night of the nights
31 - London Gossip
32 - Who tells your story?
33 - The News
34 - Eclipse of the heart
AVISO!

35 - After the rain

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By onerwel

TO DE VOLTA! gostaror?
não dropei a fic! só sou vestibulanda :( prometo voltar aqui sempre que der! esse capítulo deveria ser maior, mas ia demorar muito mais pra escrever, então resolvi dividir em dois pra não deixar vocês na mão por taanto tempo!!! ♡ divirtam-se :))
- cella

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

O gosto dela, Ruel pensou. Então este é o gosto dela. A forma com que o beijava, com paixão e devoção, como se estivesse expelindo todo o amor e vontade que fora presa por anos. Ruel finalmente sentia o gosto de seus lábios e o cheiro de seu cabelo quando perdeu o controle e a beijou no maxilar, e então no pescoço, sentindo o gosto de cada pedaço de sua pele. Ele a queria. Ele precisava dela. Precisava de Clarissa. E ela estava deixando. Permitindo que ele continuasse. Ela o queria mais do que ele poderia imaginar, seu corpo queimava por ele, exigindo-o para si. Pedindo mais, mais até do que ela poderia compreender. As mãos dele estavam presas uma em sua cintura e outra em sua nuca, controlando o movimento de seu corpo para que ela não pudesse se mover e correr o risco de perderem o contato frenético que estavam tendo.

— Clary... — Ruel sussurrou contra sua pele.

Eu a beijei. Eu a beijei. Eu a beijei. Eu a beijei. Eu a beijei. Eu a beijei. Eu a beijei.

Eram todas as palavras que a cabeça de Ruel conseguia montar e juntar naquele instante em que se encontrava jogado em cima da — antiga — cama de seus pais no castelo de Norfolk, encarando o teto, apenas dois dias após beijar Clarissa em um dos terraços.

E eu a deixei.

No instante seguinte em que percebeu o que estavam fazendo naquela noite, mesmo com todo seu cérebro derretido junto aos seus sentidos, Ruel conseguiu juntar toda força que restava em seu corpo para se afastar e dizer:

— Não posso fazer isso.

Foram suas únicas palavras antes de dar um passo para trás e sair rapidamente daquela varanda — ameaçando qualquer empregado que tivesse visto a cena.

Ele havia beijado Clarissa.

Exatamente onze anos, três semanas e vinte e dois dias depois de ter partido para Amsterdã.

Não só beijado. Ele tinha ido além. Tinha a desonrado e ainda fugiu. O que só fazia dele um covarde, pois o mínimo que deveria fazer depois do que fez era se casar com ela.

E quando ele achava que a situação não poderia piorar, lembrara que havia dito que a amava.

Não exatamente com todas as palavras, mas ela teria que ser uma completa tola para não ter compreendido.

"Meu coração ferve por você", ele dissera no instante antes de beijá-la. Em seus lábios. E em sua pele. E em seu pescoço. Céus! Onde estava com a cabeça? Nem sabia se realmente queria fazer aquilo, suas obrigações não permitiam.

Certamente não conseguia viver longe de sua presença, nem do furacão que era sua personalidade, mas isso não queria dizer que a desejava desesperadamente, certo? Poderiam ser apenas amigos. Deveriam ser apenas amigos.

Por Joshua.

Exatamente uma semana antes, Ruel tinha dado ao amigo toda a liberdade do mundo para que ele pudesse seguir em frente com Clarissa. Naquele momento, abriu mão de qualquer chance de futuro que poderiam ter juntos. Não seria ele o tolo à traí-lo. Não perderia Joshua novamente para uma situação em que ambos já estavam exaustos.

Além disso, também havia Elizabeth, a quem ele fizera a corte — não oficialmente — na noite anterior, seguindo o que era melhor para si no momento. Não iria desapontá-la também.

Estar parado naquela cama o estava deixando louco. Clarissa o deixava louco. Tirava todos os seus sentidos fazendo com que ele tomasse decisões que sobriamente, sem seus efeitos, não tomaria. Portanto, resolveu levantar e descer para o café da manhã. Não se importava de tomá-lo sozinho antes de todos, só precisava de uma distração para sua mente, qualquer uma, mesmo que fosse uma xícara de café e biscoitos. Arrumou-se com a ajuda do empregado e caminhou escada a baixo.

Os largos e longos corredores de Norfolk lhe davam a sensação de estar andando para sempre. Portas e mais portas idênticas o faziam se sentir minúsculo em meio à tanta informação que poderia estar guardada — ou escondida — propositalmente atrás daquelas tábuas de madeira durante gerações.

Ruel já tinha a lista completa de coisas que faria durante todo o dia. 1- Tomaria seu café sozinho. 2- Se trancaria em seu escritório durante o dia inteiro com a desculpa de que havia muito trabalho a ser feito. 3- Voltaria para seu quarto depois que todos já tivessem ido dormir para não correr o risco de encontrar Clarissa ou Joshua no caminho. Não gostava nem um pouco da ideia de ter que pedir desculpas para Clarissa por tê-la deixado sozinha naquela varanda, isso só tornaria ainda mais real o que havia acontecido entre os dois. Também não se sentia a vontade para encarar Joshua sem se sentir um completo mentiroso traiçoeiro. Se fosse preciso, iria evitá-los até o dia que fossem embora, e depois disso também, pois só facilitaria as coisas e o manteria longe de Clarissa. Enquanto pensava e caminhava concentrado nas tábuas do chão, completamente perdido, ouviu uma voz chamar à sua frente. Seus olhos se arregalaram com a possibilidade de quem poderia ser.

— Oh! Ruel! Que surpresa.

Era Taylor Bassett, pai de Joshua. Para o alívio do jovem duque — ou nem tanto.

— Sr. Bassett, — Ruel olhou em sua direção levantando as sombrancelhas para demonstrar espanto — eu é que estou surpreso! O que faz de pé a essa hora do dia? — ele pergunta se aproximando.

Taylor olha em direção à janela com a vista que estava admirando momentos antes de Ruel chegar.

— Acabei abrindo os olhos durante as primeiras horas e me deparei com este lindo dia. Resolvi levantar antes do normal para poder admirá-lo por um pouquinho mais de tempo. E o senhor, Sua graça? — o homem pronuncia as últimas duas palavras olhando para Ruel em um tom brincalhão devido a intimidade de ambos.

— Não consegui pregar os olhos durante a noite.

— Pesadelos?

— Algo parecido.

O mais velho dos Bassett solta uma risada abafada e volta a olhar em direção à paisagem.

Além de Clarissa e Joshua, Ruel tinha outra preocupação inquietante em mente. Thomas. Por mais que ele tenha feito o que fez, ainda assim era um familiar de Taylor, seu sobrinho. Era seu sobrenome no sobrenome daquele homem.

— Sr. Bassett... — Ruel começou tentando abordar o assunto desde o início com a maior delicadeza possível para que pudesse passar a mensagem que queria sem soar de modo grosseiro.

— Taylor. — o homem corrigiu.

— ...Taylor, — Ruel refaz o início da frase e se volta para encará-lo — sei que o senhor é um nobre muito honrado. Sua família por completo, — o jovem duque para por alguns segundos como se estivesse tomando coragem, mas estava apenas se preparando para qual fosse a resposta que recebesse — não tive a oportunidade de explicar a situação para o senhor antes, mas...Thomas é um traidor, — ele pronuncia tais palavras com cuidado — e ele ameaçou a integridade de uma pessoa próxima à mim. Alguém com que me importo profundamente. — Ruel continua — Sei que seu sobrenome é Bassett, mas para o que ele fez não há perdão. Gostaria de poder pedir desculpas pelo que aconteceu naquela noite pelo senhor, e pelo nome de sua família que ficara marcado a partir daquele momento, — ele respirou profundamente, estufou o peito levemente, cruzou as mãos às suas costas e prosseguiu — mas não me arrependo de nada. Sou um nobre, um duque. Tenho meus deveres e obrigações. Espero que o senhor entenda. — ele finalizou com o maxilar travado.

Taylor Bassett continuou encarando a paisagem por alguns segundos antes de quebrar o silêncio desesperador que se instalara entre ambos naquele ambiente.

— Estou muito decepcionado, garoto. — foram suas únicas palavras. Seu rosto estava vazio naquele momento, como se tentasse reprimir a dor de algo profundo. Esconder todo e qualquer sentimento que pudesse se encaminhar até seu rosto e exibir sua verdadeira face, o que verdadeiramente sentia.

Ruel respirou fundo. Nada além do que ele já esperava.

— Não com você, é claro. — o homem acrescentou rapidamente após perceber o comportamento do jovem ao seu comentário — Com Thomas. Thomas era filho de meu irmão, eu o vi crescer, compreende? — seus olhos estavam vagos, perdidos no tempo, há anos de distância.

Ruel balançou a cabeça afirmando.

— Esperava isso de qualquer um, menos dele. — o homem prossegue — Sangue do meu sangue, nosso sobrenome. Eu confiava nele, era meu sobrinho. Por isso ofereci a mão de Clarissa à ele, acreditei que ele pudesse ser um cavalheiro para a filha de um amigo tão querido como John. — Taylor respirou profundamente arrastando o olhar para o chão — E no final, fui traído pela minha própria família. — Seus olhos encontraram o rosto compreensivo de Ruel — Minha criança, eu que lhe devo desculpas. E à John também. Prometi à seu pai que cuidaria de você como um filho meu, como cuidei de Joshua, mas no final só lhe trouxe problemas e o coloquei em perigo. Falhei com meu dever.

Ruel sorriu levemente de lado, um gesto que significava "Está tudo bem. Obrigado."

— O senhor sempre será parte da família. Não falhou com meu pai. Ainda estou aqui, não estou? É tudo o que importa no momento. Não sou sangue do seu sangue, mas o considero assim como considerava meus pais.

Taylor colocou a mão no ombro do jovem duque com a guarra e apreciação de uma figura paternal, e disse com os olhos cheios de emoção:

— Quando disse que cuidaria de você como cuidei de Joshua, não estava blefando. Sempre será como um filho para mim, Ruel. Sempre que precisar de algo ou alguém, sabe que pode bater à minha porta, não sabe? — perguntou balançando o ombro de Ruel.

— Sim. — o duque respondeu sorrindo, agradecido.

Ruel se sentia um tolo por não ter percebido a presença constante de Taylor anteriormente. Sempre lhe dando apoio e amparo. Sempre por perto. Até mesmo à pessoas próximas a ele. Se antes o jovem se sentia sozinho, agora ele poderia contar com um sentimento antigo, não muito explorado há um bom tempo. O conforto de um pai.

E se realmente precisasse disso, bem, então Taylor Bassett seria a pessoa certa.

— Seu pai alguma vez já lhe contou o que costumávamos fazer quando estávamos juntos?

— Não muito, eu ainda era jovem. Não compreenderia. — Ruel brincou.

— Não é o que está pensando, seu grande libertino. — disse o mais velho com ar de riso — Costumávamos jogar xadrez. Sempre deixava seu pai ganhar para que se sentisse bem.

— Deixava, é? Ou é apenas uma desculpa?

— Não sou homem de mentir para minha própria glória, Sr. Vincent. Seu pai era um perdedor no xadrez.

— Ele costumava apostar?

— Não, jogávamos apenas por diversão. Era algo nosso. Costume de Cambridge.

— Engraçado, nunca o vi com tabuleiros em casa.

Taylor deu de ombros sem saber responder.

— Talvez tivesse medo de, finalmente, descobrirem que ele era péssimo em algo.

Ambos começaram a rir, se divertindo com a observação que não parecia tão longe da realidade.

— Bem, — Ruel disse — devo ir agora. Estou cheio de trabalho pelo resto do dia.

— Que pena, estava adorando a companhia de Vossa Graça. Gostaria de ter outro momento igual a este qualquer dia. Que tal um pub?

— Eu certamente apreciaria.

— De acordo, então.

— Foi um prazer conversar com o senhor, Sr. Bassett.

— O mesmo para o senhor, Sua Graça.

Ruel fez uma leve mesura para o visconde e se retirou, caminhando em direção à mesa de café da manhã, que já estava posta. Ruel apenas sentou em uma das cadeiras e comeu alguns biscoitos e fatias de bolo. Frutas também, certamente, mas nem tanto, já estava sem fome. Enquanto pensava no que realmente iria fazer dentro de seu escritório durante o dia, olhou para o relógio na parede e percebeu que já estava na hora de todos os presentes se levantarem para tomarem o café. Droga, ele praguejou. Preciso ir antes que alguém chegue, perdi a noção do tempo com Taylor. Levantou da cadeira e saiu do local a passos largos...

Até esbarrar em alguém na virada para o corredor.

— Ah! — Ruel ouviu um grito. Um grito de uma mulher.

Quando olhou para a sua — quase — vítima de um acidente, o duque percebeu que olhava diretamente para Elizabeth White.

— Mil perdões, Srta. White. A senhorita está bem? — ele perguntou checando seu estado de longe, sem tocá-la.

— Sim, acho que sim. — ela o reverenciou em respeito — Bom dia, Sua Graça.

— Bom dia, Srta. White.

— Que belo jeito de começar o dia, não?

— Me perdoe, estava saindo às pressas e...

— Percebi. Mas estava indo para onde com tanta pressa? Se me permite perguntar, é claro.

— Estava... — Ruel pensou em sua mentira já pronta — indo trabalhar. Para o escritório.

— Trabalhar? Neste lindo dia? Não, o senhor precisa apreciá-lo hoje. Ninguém sobrevive a tanto trabalho. — ela moveu-se rapidamente e se pôs ao lado de Ruel para que ele pudesse oferecer-lhe o braço — Além do mais, ninguém merece estar em um lugar como este e não aproveitar cada centímetro dele.

— Srta. White, eu realmente gostaria de acompanhá-la, mas...

Antes que terminasse, Ruel foi interrompido por uma voz familiar vinda logo mais no corredor. Droga, pensou. Droga, droga, droga.

Era tarde demais para fugir.

— Vincent! Bom dia.

Era Joshua.

De braços dados...

Com Clarissa.

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