Príncipe das Sombras

By nathbrandon

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- Arte da capa feita como um presente por @brekkerworld "Azriel sempre se considerou um bastardo, não merece... More

AZRIEL + CALLYEN
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPITULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
ADENDO DO LIVRO
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPITULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPITULO 49
CAPÍTULO 50
CAPITULO 51
CAPÍTULO 52
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
ADENDO DO LIVRO
NÃO É CAPÍTULO É AVISO
CAPITULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
ADENDO DO LIVRO
CAPÍTULO 59
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
ADENDO DO LIVRO
ADENDO DO LIVRO
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
CAPÍTULO 66
CAPÍTULO 67
CAPÍTULO 68
CAPÍTULO 69
CAPÍTULO 70 PARTE 2
EPÍLOGO
NOTAS + AGRADECIMENTOS FINAIS
CAPÍTULO EXTRA I
CAPÍTULO EXTRA II
P.S. EU TE AMO
EXTRA III
EXTRA IV
OLÁ VELARIANOS!
OIA ISSO!!!
OIÊ CAMBADA: TENHO LIVRO NOVO!
ALGUNS AVISOS IMPORTANTES

CAPÍTULO 70

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By nathbrandon

Esse não é o fim, esse apenas é o começo
Só uma voz como uma revolta balançando cada melhoria
(waiting for the end - linkin park)

✯✯✯

Uma nova risada repleta de desdém ecoa pelo espaço em branco do salão, quando ele simplesmente sumiu do ataque programado, antes que a ponta da lâmina atingisse seu peito.

Ela precisava ser melhor que isso. Mais rápida e mais esperta do que ele esperava que ela fosse. Ela pensou exatamente isso quando se ergueu num salto, a lâmina de sua espada se chocando contra, quando ele decidiu ataca-la com uma. O ruído característico de metal contra metal ecoou através do salão do trono, vibrando através das paredes maciças de mármore branco, vibrando através dela.

— Muito devagar.. — ele diz antes de desaparecer e acertar o cabo da espada no centro de suas costas, o ponto específico onde suas asas se desprenderam da magia e surgiram. As penas brancas, a envergadura erguida em uma postura de ataque e defesa. 

Callyen girou ao seu redor, ambas espadas ainda em punho quando ela esperou, aguçando os ouvidos para o som da lâmina que veio perto demais da asa esquerda, ela deu um passo atrás, e então voltou ao lado oposto, rodando a espada entre os dedos, a lâmina curva acertando o ponto acima do cotovelo dele, ela girou novamente, erguendo e fechando as asas rapidamente as costas, girando também a espada, sustentando o peso quando girou mais uma vez, na tentativa de lhe acertar a garganta, mas o macho se desfez em fumaça densa a sua frente novamente. Callyen não conseguiu segurar o ruído desgostoso dessa vez, o que só serviu para que uma nova risada ecoasse venenosa pelo espaço, agora escuro da nuvem densa negra do poder de Ykner.

Callyen sentiu a pele arrepiar e então aguçou o sentidos em meio a escuridão. Ela forçou a visão a se ajustar, tentou forçar os olhos a mudarem, embora tenha sido extremamente difícil. Ela desviou justamente quando sentiu a lâmina descer contra a densidade fria em direção às suas costas, em suas asas. Ela desviou a tempo de interceptar o ataque, as fagulhas do choque de lâmina contra lâmina dissiparam em meio ao a escuridão. Callyen sentiu o braço vibrar com a brutalidade, girou a lâmina contra a dele, erguendo a perna acertando um chute forte contra a lateral do corpo do homem. Ele segurou a perna dela sobre o braço, ela saltou com o impulso da altura, virando o corpo para empurrar o pé contra o peito dele, empurrando, firme, fazendo-o cambalear e solta-la.

A lateral esquerda dela queimou quando atingiu o chão de mármore, sentindo o impacto em seu cotovelo e costelas, a asa reclamando com o peso do corpo. Callyen rolou para o lado oposto, a espada acertando o chão exatamente onde sua cabeça estava segundo antes, ela rolou para o outro lado desviando de um novo golpe, rodando o corpo, a perna por baixo de onde o vulto negro e corpulento do macho estava. Ele saltou por sobre seu golpe, ela se ergueu na mesma velocidade, mas não impediu que o punho fechado vir pesado contra a lateral do rosto, seguido pelo cotovelo fechado contra seu estômago, revirando seu estômago sob o impacto. Callyen desviou para um novo lado, a espada passando a novos centímetros do seu rosto, ela abaixou o corpo sobre o punho quando Ykner o girou, puxando a lâmina contra a posição de seu pescoço, ela gira, erguendo a espada, o gume acertando o estômago abrindo uma ferida, enquanto o macho girou sua própria lâmina, o punho da arma batendo contra sua têmpora, fazendo com que ela sinta o líquido viscoso escorra quente e sua visão embaçar.

Callyen geme quando um novo golpe vem contra ela, o gosto de sangue em sua boca, salgado e ferruginoso, contra sua língua. Um novo golpe veio, quando ela tentou tentou virar para o lado, o metal frio da lâmina cortando a carne de seu braço, quando Ykner avançou o ataque, Callyen simplesmente não conseguiu prever, não conseguiu evitar estar em contato direto com a espada inimiga. Ela se abaixou, rápido o suficiente para evitar que a lâmina atingisse o ponto vital em sua garganta, mas Ykner ergueu o joelho em sua direção, o osso acertando a parte de baixo do queixo a lançando para trás numa distância e força perturbadoras. A dor se acumulou, enquanto a visão dela era encoberta com vermelho sangue que escorria.

Callyen não gritou quando sentiu o primeiro golpe direto em sua asa esquerda, sendo cortada quando o golpe da espada veio rápido e certeiro demais para que ela desviasse ou defendesse. Mesmo através da escuridão venenosa que pairava ao redor ela sabia, ela sentia o sorriso satisfeito do macho atrás de si quando ele vincou a lâmina entre a membrana coberta com as penas, já meio ensanguentadas e girou fundo. Ela forçou a cabeça para trás, acertando o nariz ou que quer fosse capaz de soar com um estalo quebrado e novamente girou o corpo, quebrando a espada em sua envergadura, embora, ela soubesse que era tarde demais. Especialmente, quando a ponta da lâmina quebrada atingiu o espaço entre suas costelas, onde as escamas da armadura deixam um mínimo rastro de tecido disponível para movimentação.

Callyen sentiu o gosto do sangue encher sua boca, quente, ocre, ferruginoso contra sua língua, se acumulando em sua garganta, engasgando-a e forçando-a tossir. Garras negras rasparam em seu rosto, apertando suas bochechas até a ponta estivesse entrando na carne.. ela sentiu, embora o torpor estivesse sendo enviado a cada parte do corpo, ela sentiu as garras de Ykner em si, os olhos negros como a morte pairando sobre ela..

— Você se esquece, princesa... quem, lhe ensinou a ser como é.. — o sussurro baixo e perigoso, sádico, veio perto demais de seus ouvidos.

Callyen sentiu a mão descer contra sua garganta, apertando até que fosse ainda mais difícil respirar. Ela se sentiu arrastada, os pés sendo puxado em uma direção as suas costas até que a parede comprimisse suas costas, empurrando ainda mais lâmina presa contra sua asa, forçando a outra contra suas costelas, rasgando contra seus pulmões, fazendo-a contrair o gemido de dor..

— Diga-me, Callyen... — ele lambeu seu nome, prolongando a palavra como o sibilar de uma cobra, fazendo pela primeira vez depois do tempo que saiu de seu calabouço, Callyen sentir medo. — Você realmente está disposta a morrer por eles?

Callyen sabia a resposta desde o momento que decidiu trair a confiança de todos, indo sozinha de encontro a Ykner no palácio do seu pai... Ela sabia a resposta quando se recordou do carinho do Grão Senhor mais temível de Prythian, ao enroscar os braços ao redor da cintura de sua Grã Senhora e acariciar a barriga que abrigava seus filhos.  Quando ela ouviu as risadas de Cassian, Morrigan e o sorriso debochado de Amren.. Ela sabia a reposta, quando se recordou do olhar dourado do Mestre espião sobre seu corpo quando ele a adorou na noite anterior aquele dia. Mesmo que ele nunca a perdoasse, mesmo que os outros a odiasse por dar a ele meses de paz apenas para deixá-lo.. Ela estaria disposta a morrer, se isso fosse garantir que os outros vivessem.. Se ela levasse Ykner junto com ela para o inferno, ou qualquer que fosse o lugar que fosse destinado a demônios e pecadores como eles.

— Sim.

✯✯✯

Azriel sentiu quando a lança veio em sua direção, passando perto demais do flanco de sua asa direita, antes que ele a fechasse e girasse dois passos para o lado, alcançando a ponta oposta e girando a lança na mão, antes de voltar o corpo e lançar a arma longa de volta, a ponta direcionada contra seu atacante, quando atravessou direto o peito do soldado inimigo.

— Porque está aqui? — a pergunta foi direcionada quando ele reparou Eris retirar a espada de cabo alaranjado e lâmina levemente curva do peito de mais um dos soldados que entrou no caminho para fora da batalha.

A sensação de traição se acomodou no peito do Mestre espião, ele estava deixando seus irmãos com as odes da batalha, mesmo que seus irmãos tenham permitido, na verdade mesmo que o tenham ordenado para ir, ele não conseguiu evitar que a frustração corroesse seu estômago.

— Não posso deixar toda a diversão destinada a você, posso? — O ruivo apenas diz, dando de ombros, o sorriso traiçoeiro estampado em seu rosto.

Eris tinha um estranho apreço em buscar a morte, Azriel pensou ao olhar o macho ruivo enquanto ele lhe olhava de volta, o desafio assinado no canto suspenso de seu lábio. A questão era que, quaisquer que fossem as motivações de Eris, ele deixou parcialmente claro de que entendia a situação na qual Azriel se encontrava, e talvez fosse apenas por isso que o mestre espião não respondeu quando terminaram de cruzar o caminho para longe da batalha, para o caminho que o senhor da Outunal indicou ter sido incapacitado de impedir que Callyen fugisse. Não, não fugisse, afinal Callyen nunca esteve de fato presa, ele teve uma escolha.. e escolheu morrer por eles.

De alguma forma Azriel entendia, mesmo que não aprovasse, a atitude da parceira. Era o mesmo pensamento de autosacrificio que Rhysand e até mesmo ele teriam, se seus sacrifício permitisse aos seus entes queridos a vida, eles matariam, eles morreriam por isso.

Azriel buscou o laço mental que os unia, a única coisa que poderia guia-lo de encontro a ela quando percebeu que a dor se fez presente. O estalo foi doloroso que ele teve de parar para respirar, embora ele sentisse que o ar em si corroesse seus pulmões, como se uma lâmina estivesse arranhando o órgão.

Callyen...

A ponte pareceu desmoronar em sua mente, peça por peça brilhante desmoronando continuamente, como cristais enquanto ele sentia o laço enfraquecer, fio pós fio.

— Estamos ficando sem tempo, Encantador de Sombras.. — a voz de Eris foi um lembrete amargo e completamente real da verdade.

Tempo... o dela estava acabando, e ele não tinha muito para salva-la. Foi com isso na mente e tentando empurrar o desespero negro e corrosivo, que Azriel encontrou o caminho em meio ao caos para fora da clareira, o ponto exato em que o cheiro dela ainda era presente.

Callyen.. anjo.. as sombras sussurram quando ele permite que elas se desprendam de si, fazendo coro aos seus próprios pensamentos, enquanto ele implorava a mãe para que tivesse tempo. As sombras abriram o rastro da fêmea, seguindo as dela, qualquer rastro que pudessem perseguir que a levassem em sua direção.. Azriel pisou dentro do portal de sombras, sendo engolido por elas e pelo vento cortando quando ele atravessou, ele podia sentir o poder de Eris logo atrás quando ele pisou do outro lado..

As paredes brancas talhadas em mármore marfim, estavam manchadas com gavinhas negras, sombras e escuridão ainda tomavam o local, maculando o branco do lugar. Azriel consegue sentir o cheiro dela aqui, mesclado com sangue, com a dor por trás dos escudos de sua mente, com o medo ao perceber que, o laço estava de fato sendo quebrado, fio após fio. Ele procurou desesperadamente por ela no espaço dominado pela escuridão, não se importando que Eris esteja em seu flanco, não se importando em manter a guarda fechada e alta, e tampouco se importando quando sentiu a garganta arder e fechar quando inalou a fumaça negra..

Ykner estava sentado no segundo degrau do conjunto que levava a um trono de marfim de acolchoado vermelho, a nuvem de fumaça escura e densa pareceu diminuir ao redor, pairando como vermes no chão.. Azriel não pode deixar de compará-la as suas próprias sombras se movendo ao seu redor, sussurrando, buscando por qualquer sinal de sua parceira..

A risada de Ykner se fez presente, claramente divertido, embora Azriel percebesse que ele estava ferido, a lateral do rosto do homem estava manchada de sangue, seu braço e perna estavam com cortes profundos, olhos extremamente negros subiram em direção a Azriel, o sorriso de escárnio se desfez um pouco quando o macho cuspiu sangue sobre o piso branco a sua frente.

— Você chegou tarde, Encantador de Sombras... — a voz do infeliz desgraçado soou divertida demais para quem estava prestes a morrer.. mas suas palavras, aquelas malditas palavras travaram o corpo de Azriel com medo gélido.

Ele buscou o laço, ainda estava ali, diminuindo gradativamente, mas estava. Então ainda havia uma chance, não? Nem que fosse uma mínima chance de ele morrer com ela depois de enviar o desgraçado para o inferno.

O macho sorri novamente, a fumaça ainda rastejando alta pelas paredes, pelo chão, ainda queimando a sua garganta. Ele podia sentir a presença de Eris as suas costas, embora, parecesse que a maldita fumaça estivesse encobrindo seus rastros.

— Definitivamente.. — a voz de Ykner soou divertida, sádica para o encantador de sombras.. o ódio percorreu por ele. Ela realmente achava que poderia trai-lo por causa dele? Um maldito bastardo?! Não.. eles não iriam, ao menos não nessa maldita vida! Ykner quase sorriu com o maldito pensamento. — Definitivamente, você realmente achou, por um pequeno momento, que conseguiria?

— Onde. Ela. Está? — Azriel se quer reconheceu o tom de sua voz quando as palavras saíram.

O macho a frente sorriu em escárnio novamente, sentindo o gosto ferrenho do sangue em sua língua com o movimento. Azriel se move contra o espaço, erguendo as espadas em punhos contra o homem que se ergueu num salto, o sorriso debochado e sádico forrando seu rosto quando ele simplesmente desapareceu em meio as cinzas e fumaça que rodeavam o local.

— Realmente acha que pode vir aqui e me exigir qualquer coisa, mestre espião? — a voz de Ykner pinga o desdém venenoso novamente. Azriel mantém a mente ligada, as suas sombras ao redor se limitando a ficarem atentas aos mínimos movimentos. Ele sabia da presença de Eris, embora o macho simplesmente tenha ficado calado e imóvel demais depois do momento que entraram no salão. — Você.. — Ykner sussurra em direção ao outro macho, sentindo o ódio crescente dentro dele, isso era interessante.. pensou, resolvendo brincar um pouco mais com os malditos machos que ousaram desafia-lo. — Você realmente não deveria estar aqui... Eris Vanserra.. o homem que perdeu tudo..

Embora Eris soubesse onde estavam ele não conseguia enxergar muito a frente, ele sentia a presença de Azriel em algum lugar do salão, ele também sentia a presença de Callyen em algum lugar, lutando por cada batimento a medida que enfraquecida.. ele veio até aqui porque.. Bem, ele mesmo se quer sabia, mas tinha algo naquela fêmea.. algo que o recordava dela. Talvez tenha sido loucura ele se deixar afetar pelas palavras que a fêmea de Azriel lhe dissera antes, ele realmente achou que poderia redimir seus pecados salvando-a quando se quer conseguiu salvar sua própria parceira?

Eris seguiu onde os sussurros o enviaram, o salão encoberto com a fumaça negra, cortando sua garganta e corroendo em seus pulmões. Ele se forçou a procurar ao redor, embora, estivesse mais difícil do que ele gostasse de admitir.

— Você perdeu tudo por eles... E ainda assim aqui está você.. lutando por aqueles que a tiraram de você.. — ele conseguiu ouvir os sussurros de Ykner, e conseguiu sorrir desdenhoso para a ironia da situação.

Hybern a havia tirado dele inicialmente.

— Sim, ele tirou.. e eu posso devolvê-la... — Ykner respondeu a esse pensamento, e soube no momento de silêncio que se seguiu que, Eris havia ficado tentado.. — Eu posso trazê-la para você.. basta que.. se una a mim, Senhor das Quedas. Una-se a mim e eu trarei sua tempestade de volta..

Eris recordou-se das palavras da fêmea Callyen.. ele estava jogando, e Eris sabia muito bem disso.. embora, algo tenha se agitado em sua mente, rastejado sorrateiramente..

— É uma oferta.. interessante... — Eris ponderou por um momento.

— Mate-o.. e você terá o que tanto deseja.
Eris se moveu tão rapidamente quanto necessário, a espada cortando o ar quando ele cortou o espaço na direção indicada, mas o macho defendeu habilmente o ataque.. a mão segurando o punho e o girando quando Eris sentiu o peso vir sobre si. — Escolha errada, senhor da Outunal. — Eris ouve o grunhido e não pode deixar de sorrir com o anúncio, ou quando observou a lâmina de Azriel cortar onde Ykner estava.

Azriel seguiu para onde as sombras encontraram Eris, e ele atacou, as espadas erguidas em direção ao ponto em aberto as suas costas, entretanto, rapidamente Ykner se moveu um mínimo passo ao lado, puxando o grão senhor a frente, o colocando como a porra de um escudo para evitar o ataque. Azriel movimentou-se tão rápido quanto o movimento lhe permitiu embora não tenha evitado de acertar um corte acima da curva do braço de Eris com o desvio. Ele observou quando o macho ruivo lhe fez um sinal, seja o que fosse que estivesse planejando, morrer talvez, por um momento Azriel ponderou se deveria confiar. Num giro rápido, Eris se soltou, lançando a espada para trás ao mesmo tempo que Azriel avança.

Eris sente quando corpo reage, o corpo girando pesadamente e ouve o som das espadas se chocando umas contra as outras, quando ele banca contra Ykner. Ele se quer se importa quando sua visão embaça rapidamente, o foco sendo retirado a medida que a fumaça negra e densa sobe contra eles, movendo-se vertiginosamente ao redor. Ele continua atacando entretanto, observando o padrão dos movimentos do macho, quando ele gira o corpo para o lado oposto do ataque lateral direito, movendo o cabo da espada entre os dedos, acertando-o contra as costelas do oponente, embora não desviando completamente quando o joelho veio pesado em seu estômago.

Azriel se manteve firme quando ele atacou, segurando o punho com a espada e a Reveladora no outro, movendo para a lateral para acertar o chute contra a parte interior da dobra do joelho de Ykner, o macho soltou um rugido contrariado quando caiu de joelhos no piso, o baque surdo erguendo a fumaça negra. Azriel move-se novamente, quando observa Ykner erguer-se num salto, a perna estendida na intenção de derruba-lo, quando Azriel salta sobre, abrindo uma envergadura de asa ao redor do corpo para fazê-la bater contra as costas do inimigo. Embora, ele tenha percebido, Ykner tenha sido mais rápido, mantendo a guarda fechada quando se abaixou e girou ao redor do próprio corpo para desviar do ataque da ponta afiada da lâmina e também de sua asa.

Embora, mesmo sobre o ataque eminente, o macho fora mais rápido, girando o corpo em uma velocidade anormal ao seu tamanho, Ykner moveu-se sobre a membrana, a ponta da lâmina afiada chocando-se contra a parte desprotegida, rasgando, cortando. Azriel não se permitiu gritar, não se permitiu gemer de dor, mesmo quando ele observou Ykner mover-se novamente, e sentiu um golpe contra a parte detrás da dobra de seu joelho forçando a cair, rapidamente, uma mão se fechou ao redor do seu punho, e então a lâmina da Reveladora já não estava mais entre os dedos de Azriel e sim, contra seu pescoço.

"Olhe..." a voz soou ainda mais venenosa, até mesmo, satisfeita por trás das paredes maciças de obsidiana negra em sua mente. Algo que era praticamente impossível, dado aos anos de prática para manter sua mente a salvo de qualquer um que o tentasse. Ainda assim, a voz estava lá, forçando-se através das paredes escuras do escudo mental, numa satisfação sádica quando a fumaça venenosa se desfez lentamente ao redor do salão de Marfim, revelando-se.

Azriel sentiu o sangue gelar. Não pelas feridas em seu corpo. Não pela dor e, principalmente, não pela lâmina de sua adaga presa firmemente contra sua garganta, ao ponto de sentir a fina linha de sangue lhe escorrer pelo pescoço. Não. Nenhuma dessas visões gelou tanto seu sangue e dilacerou seu coração.

E sim a visão dela. Presa. As asas, antes de penas brancas, alvas, agora estavam manchadas de sangue. Lâminas prendiam-se a parte exposta da membrana, como malditas estacas prendendo-a no alto da parede de mármore branco, manchas grossas de sangue escorriam de onde o corpo estava presso, uma outra lâmina, uma lâmina que Azriel reconheceu como sendo uma de suas espadas, estava enfiada contra a lateral do corpo esguio da jovem, de onde a maior parte do sangue escorria.

Desespero se acumulou contra o nó doloroso em sua garganta, as sombras se agitaram, embora Azriel percebesse que não havia forças para incita-las a atacar, elas choraram ao seu redor chamando seu anjo. Implorando ao Deuses, a Mãe, ao inferno para que a imagem a sua frente fosse uma visão implantada em sua mente. Mesmo que ele soubesse, mesmo que ele sentisse o maldito laço sendo, gradativamente, dissolvido.

"Veja... o que você causou a ela.. no momento que a deixou ir. No momento que a salvou, em que a deixou viva... Você a condenou, encantador de sombras. Condenou a todos os seus.

A voz dele soou novamente em sua mente, sádicamente satisfeito, Ykner ousou romper as barreiras da mente do macho, mais uma vez, a lâmina da adaga que revela a verdade sendo forçada um pouco mais contra o pescoço do macho de joelhos, pronto para morrer, embora, sua morte não fosse salva-la. Não fosse salvar nenhum deles ao final.

Sacrifício. Uma palavra esdrúxula, sem sentido, sem ganhos.. uma reação buscada pelos fracos. O que se ganha morrendo no lugar de lugar de alguém apenas para proteger essa pessoa?! Tola. Ela era a porra de uma tola ao achar que ele permitiria que ela morresse, sem ao menos enviar todos que restarem de encontro a ela no inferno! Se, realmente, Callyen tivesse aprendido algo com o qual ele entalhara em seus ossos, ela saberia.. ela saberia que ele destruiria o mundo buscando o que desejava. E seu desejo era nada mais que esse, destruição, para se reerguer diante das cinzas com o mundo - humano, feérico - ajoelhado aos seus pés.


✯✯✯

"Diga-me, Princesa..."

A voz de Ykner soou sórdida por trás da nuvem de dor, por trás do torpor lento e anestésico em seu corpo e mente. Callyen sentiu a dor em mente antes mesmo que seu corpo fosse capaz de processa-la. Ela sabia, ela sentia, que estava morrendo.

Foi irônico entretanto o sorriso debochado que ela lançou, repuxando a ferida aberta em uma de suas bochechas. O pensamento de que nada do que ela havia feito, todos os caminhos que havia tomado, todas as malditas escolhas que a trouxeram até aqui, a trouxeram para ele, de nada haviam adiantado. Ela morreria, no mesmo salão em que havia nascido. E todos os outros morreriam por sua causa.

Por sua culpa.

"— Você me disse uma vez.. que estava disposta a morrer por eles. Por ele. — a voz de Ykner sibilou através das frágeis paredes diamantinas de sua mente. Ódio correndo sua voz, escárnio pingando através de suas palavras.

Callyen quase o sentiu mover-se dentro dela, as garras negras e pontiagudas raspando ao redor da estrutura fragilizada em sua mente. Rastejando ao redor, como um maldito verme esperando pela mínima brecha para terminar de envenena-la. Ela já estava morrendo afinal, não havia motivos para lutar.

"— Mas, ao que parece... Seu amado parceiro está tão disposto a morrer em seu lugar quanto você no dele. — Ykner riu, o som causando uma ânsia que revirou ainda mais dolorosamente em seu estômago, unindo-se a dor do restante de seu corpo, quando ela sentiu as garras se apertarem em suas bochechas novamente. A ponta de seus dedos se aprofundando contra a carne machucada, ferindo ainda mais, ela sentiu o sangue escorrer mais livremente das feridas, especialmente, quando ela tentou se afastar.

"— Amor... — ele riu verdadeiramente enojado ao som da palavra. — O caminho escolhido pelos fracos. Uma ação mortal, e consideravelmente, inútil.. te mata... Aos poucos, seja de inanição quando não o alimenta corretamente.. e mesmo que você o consuma, ele consome você de volta.. e quanto mais você ama, mais rápido você morre. E seu amado parceiro.. Cal-ly-en.. morrerá.. somente porque o ama. " uma nova risada, aí da mais repleta de escárnio e desdém inunda a sua mente através dos cacos quebrados do castelo de vidro escuro que antes a protegiam. Ele estava ali, ainda sussurrando, rastejando ao redor, as malditas garras raspando dolorosamente a superfície.

"— Olhe... princesa. Observe.. suas mortes. Olhe, enquanto eles se matam"

A dor foi a primeira coisa que ela assimilou quando forçou seus olhos a se abrirem. Dor pulsante em seus membros, em sua cabeça, diretamente contra suas asas. A visão embaçada pelo sangue que ainda escorria do golpe em sua tempora e então, pelo torpor negro em sua mente.

Callyen forçou a visão a se ajustar a fumaça densa que tomava o espaço do salão, seus ouvidos captando o som das lâminas se chocando com brutalidade e ecoando no espaço, sibilar das chamas e então, o sussurrar conhecido de sombras. Apesar do torpor venenoso em sua mente, a fêmea se forçou um pouco mais para enxergar além da cena diante de seus olhos.

Espadas se chocaram novamente, liberando fagulhas quando o golpe foi interceptado, embora, um dos oponentes tenha caído sobre um joelho no chão de mármore manchado de sangue negro. O rosnado insatisfeito soou, e ela jurou que já o tinha ouvido antes.

Azriel.

Ele estava aqui. Ele aqui por ela. Não. Não, não, não, não, ele não podia.. Não era para que ele estivesse aqui!

Lâminas illyrianas brilharam contra a pouca luz do lugar, quando Azriel as ergueu sobre a cabeça avermelhada do oponente, que desviou, girando um passo passo para o lado então abaixo, erguendo sua própria espada contra o estômago de Azriel.

Tudo na mente de Callyen girou vertiginosamente diante de si quando ela assimilou a verdade. O poder do senhor da Outunal sibilou contra as paredes quebradas da mente dela, Eris estava ali também. O maldito senhor do Outono viera até ela.. e ambos estavam ali, lutando. Lutando. Um contra o outro.

Um grito ficou preso na garganta da fêmea quando ela entendeu. Eris girou o copo para trás, movendo-se para trás do golpe que teria sido letal, direcionado ao seu pescoço exposto. O macho se moveu por baixo, então pela lateral, acertando a ponta da sua espada na parte interior da coxa de Azriel, que caiu sobre os joelhos. Rapidamente a lâmina illyriana lhe foi tomada, e então, direcionada a sua garganta exposta.

Ele o mataria.. abaixo da ilusão de Ykner em suas mentes, Callyen percebera sua jogada. O maldito havia se arrastado pelos poderes de Eris e sussurrado... Eles não a enxergavam, eles não sabiam, eles não ouviam ou viam a verdade por trás da nuvem de poder negro que estava brincando em suas mentes.. eles se matariam.

Desespero líquido varreu o corpo seu corpo quando ela tentou reagir, a lâmina ainda cravada contra suas costelas perdurou mais profundamente, cortando ainda mais a carne, a ponta quebrada arranhando seus ossos. A asa quebrada em um ângulo distorcido, as espadas gêmeas illyrianas cravadas como punhais prendendo-a na maldita parede. Seu sangue gelou em suas veias, mortal, quando ela sentiu como se a lâmina fria da reveladora da verdade estivesse cortando sua própria carne.

Poder quente formigou abaixo de sua pele, correndo firme por suas veias, queimando em seus ossos quando ela se forçou a frente, o corpo tombando ao mesmo tempo que seus músculos reclamavam e suas asas gritavam com a dor. O gemido, o grito de dor entretanto, foi incapaz de ser segurado pela mandíbula firmemente travada quando ela viu o brilho cálido da lâmina forçar mais contra a garganta exposta de Azriel, o olhar... o maldito olhar de desculpas que ele lhe lançou foi o bastante para cortar as juntas dela..

Me enxergue. Me enxergue!

Ela foi incapaz de evitar o grito através do pensamento, ou que as mesmas palavras ecoassem de sua garganta quando ela ficou o corpo mais para frente, para fora, contra a parede, sentindo as lâminas rasgarem a pele, a medida que lhe cortavam as asas. Rasgando, queimando como brasa em fogo alto, como ferro quente cortando, a medida que ela se desprendia. Enquanto  suas asas permaneciam presas a parede as suas costas, ela sentia o sangue escorrer pelas feridas, enquanto ela sentia seus membros serem tirados do seu corpo.

Dor cortou por seus membros, firme, quando o corpo de Callyen se chocou contra o piso de mármore sujo de sangue a sua, enquanto ela via a cena passar diante dela em câmera lenta. Ódio líquido a percorreu, queimando em suas veias, enquanto ela se sentiu mudar. Fogo, puro, denso, negro, quando as sombras dentro dela se misturaram com algo muito maior, queimando, ela percebeu que sua visão já não não lhe pertencia. Callyen sentiu o monstro de si, chocando-se contra as paredes da prisão, quebrando as barreiras frágeis que ainda tinham dentro de si, ela se sentiu ser engolida pela escuridão quente e acolhedora, brutal. Um sorriso infame, sádico, elevou o canto de seus lábios quando a fêmea forçou o corpo a se erguer, espalhando os dedos em garras contra o piso, o mármore quebrando abaixo da palma.

Ela sentiu quando as sombras sibilaram ao seu redor, sedentas de sangue. Ouviu, quando os sussurros de poder vermelho sorriram quando ela se ergueu e avançou. Rápida, mortal. Callyen avançou contra o macho que segurava a adaga ainda no pescoço de Azriel, os olhares desfocados, negros, enfeitiçados pela magia de Ykner. Cegos e alheios a verdade: eles se matariam. Não ela não podia deixar. Ela arderia no inferno, mas não deixaria que eles se matassem por ela, por ele.

Callyen moveu o corpo quando subitamente Eris largou o corpo de Azriel, ela não se importou com a dor dilacerante em suas costelas quando enrolou os dedos sobre o cabo de obsidiana lisa da espada ainda cravada entre seus ossos e o arrancou fora, segurando o golpe da espada do Grão Senhor antes deu ele a acertasse. Uma mão se fechou ao redor do seu pulso marcado, ferido, um toque conhecido demais para ser ignorado, e então o moveu no ângulo oposto, forçando-a. Embora ela soubesse que ele estava sendo regido pelo poder venenoso de Ykner, que o maldito estava brincando com suas mentes, ela ainda o reconheceu e por um momento, quando o olhar piscou entre o negro completo e o dourado sem fim, ela se questionou se ele não estava lutando para retomar o controle.

O Poder borbulhou em suas veias, clamando para ser usado. Acima da dor, Callyen o permitiu fluir por suas veias, queimando em chamas roxas, quando ela uniu as sombras com seu poder e o lançou de volta para fora. Manejando-o dolorosamente, ela colheu e moldou, sentindo queima-la, de dentro para fora, ela não se importou com a dor. Ela poderia queimar, pensou, mas levaria o Diabo de volta ao inferno.

— Parem. — o sussurro soou tão baixo como se o próprio Eris o tivesse clamado, quando Callyen desprendeu uniu os poderes do senhor da Outunal ao seu, devolvendo qualquer que fosse a visão que eles teriam.

Gritos.

Gritos, ruídos de guerra e dor soaram em seus ouvidos. Dolorosamente real, sussurros de morte. Sussurros da batalha muito longe dali. E então, sussurros de desejos.. Mate-o. Mate-o, e ela será sua. Você a quer de volta, Senhor das Quedas.. ele a trará de volta.. de volta para nós. Angústia vertiginosa assolou o pensamento de Eris, batendo diretamente contra Callyen, sua mente nublou com a confusão de pensamentos, com o poder malditamente sorrateiro, sibilando abaixo do que ainda restou. Dor e culpa vieram depois, assolando mais profundo.

Sua culpa.

Sua culpa. Sua culpa. Sua culpa. Incapaz de protegê-la. Agora ela está morta. Sua culpa.

A dor se acumulou mais profundamente dentro dela, cortando as cordas que ainda a mantinham segura, que ainda a mantinham na linha da sanidade.

Acordem.

Ela não soube exatamente o que havia feito, quando se entranhou abaixo da magia negra de Ykner, mas ela quase respirou fundo quando dois pares de olhos piscaram contra ela, vermelho e dourado.
Ela sentiu o toque mais uma vez, quando as pontas dos dedos marcados de Azriel desceram por seu rosto, antes que o olhar mudasse novamente em seu rosto e Callyen sentisse a lâmina da adaga atravessar seu coração.


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