Suddenly in Love ♡ Adrienette

由 heartpinkromantic

124K 11.6K 17.3K

Ele, executivo de uma renomada grife da moda Europeia... Ela, prostituta de luxo que não se encaixa no tipo d... 更多

~ • ♡ • ~ Nota de Esclarecimento ~ • ♡ • ~
Notas Iniciais
Prólogo
Personagens - Aesthetics
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo 108
Capítulo 109
Capítulo 110
Capítulo 111
Capítulo 112

Capítulo 101

720 71 109
由 heartpinkromantic

⚠ Qualquer CÓPIA NÃO AUTORIZADA será DENUNCIADA, PLÁGIO É CRIME! ⚠
Conto com a sua honestidade, obrigada!

Oi amores! Vamos de mais um capítulo desta primeira semana em Londres e véspera da comemoração do aniversário dos Agreste! Apesar de ter revisado bastante, como já sabem, acabo com a visão viciada pelo leitura excessiva do mesmo texto, então, relevem o que tenha passado, ok! Comentem, deixem a estrelinha e aproveitem! 💕

~ • ♡ • ~ • ♡ • ~

Marinette's POV

Chloé tomava um suco rico em proteínas, vitaminas e mais sabe-se lá o quê, e me perguntei se ela se entupia daquilo porque estava ficando neurótica com a saúde do filho ou porque gostava mesmo de maçã. De qualquer forma, era assustador observar a quantidade de líquido que seu pequeno corpo comportava, mesmo na gravidez, durante todo o almoço e também agora, descansando na sala de estar.

Luka estava sentado ao seu lado, servindo quase como um grande travesseiro para o conforto dela. Adrien estava sentado em uma das poltronas gigantes que havia na sala, capaz de comportar facilmente duas de mim, mesmo grávida. Ele me puxou com cuidado e me fez sentar entre suas pernas, enquanto tomava um licor de alguma coisa e escutava Félix, com uma garrafa de cerveja na mão, dizer que aquilo era coisa de gente fresca.

- E você, querida? Não quer beber nada? - Emilie perguntou, tocando meu braço suavemente, quando todo mundo se assustou com o berro de Félix.

- VOCÊ ESTÁ MALUCA, MULHER? ELA ESTÁ GRÁVIDA!

Demorou um pouco até entendermos que aquilo era mais uma forma de tirar sarro da cara de Adrien. Tirei o pequeno copo vazio de sua mão antes que ele arremessasse no irmão e o coloquei na mesinha baixa ao nosso lado.

Emilie ignorou Félix e continuou contando como seus almoços eram solitários, já que Gabriel só voltava do trabalho à noite, e como ficava feliz em ter a casa cheia de gente. Principalmente porque essa "gente" era a família que ela raramente via e da qual tanto sentia falta. Imaginei que talvez meus almoços começariam a parecer muito com os dela, e que talvez pudéssemos fazer companhia uma à outra.

O clima estava agradável e a conversa parecia uma canção de ninar aos meus ouvidos, me embalando enquanto Adrien passeava de um lado para o outro a mão espalmada pela minha barriga despreocupadamente. Somado àquilo, o peso da comida me fazia parecer estar à beira da inconsciência, embora fosse possível que alguma coisa servida naquele almoço não tivesse me feito lá muito bem.

Foi quando estava prestes a me entregar a toda aquela entorpecencia e adormecer recostada nele que fui tomada por uma sensação que me fez despertar imediatamente.

Fiquei parada, esperando por alguma coisa, embora não soubesse muito bem o quê. Possivelmente sentir aquilo de novo ou talvez Adrien se manifestar a respeito.

Olhei em volta e vi Emilie nos encarando com estranheza.

Não falei nada. Continuei imóvel, tendo a sensação de que aquilo aconteceria uma outra vez. As mãos dele já não passeavam mais pela minha barriga: Agora estavam imóveis, esperando pelo mesmo que eu esperava.

- O que foi? - Luka perguntou, também curioso.

- Definitivamente, eu senti uma coisa... - Adrien falou baixo, arrastado, ainda imóvel como eu, e repentinamente, cinco mãos estavam tocando a minha barriga como se tivessem brotado ali.

Olhei confusa para todo mundo, mas eles também estavam quietos, esperando durante alguns segundos pelo próximo chute.

Nada aconteceu.

- Tem certeza que sentiu? - Chloé perguntou, um pouco irônica - Pode ter sido o sistema digestivo da Mari...

- Tenho certeza. - Adrien respondeu com confiança.

Pouco a pouco, as mãos foram saindo dali, decepcionadas pela ausência de movimento e um pouco incrédulas. Quando a única mão restante voltou a ser a de Adrien, eu senti outra vez.

Bastante suave, quase imperceptível, mas definitivamente um minúsculo chute.

- De novo! - Ele gritou como um pré-adolescente, quase não contendo a excitação na voz.

- Você está inventando! - Félix implicou.

- Não estou! Mari?

- Não está. Eu senti também. - Falei.

Tão rápido quanto da primeira vez, as mãos voltaram para a minha barriga. E, outra vez, nada aconteceu.

- Ah, qual é? - Félix falou, desanimado.

Pela segunda vez, as quatro mãos saíram e a quinta permaneceu no mesmo lugar. Imediatamente, o movimento veio outra vez.

Adrien gargalhou como uma criança cujos sonhos tivessem sido realizados.

- Eu acho que ela gosta só do toque dele. - Falei distraída, olhando abobalhada para o meu próprio umbigo.

Eu não veria nada ali, como gestantes em estágios avançados às vezes viam ao sentirem os chutes do bebê. Eu estava com quase 5 meses, e por isso mesmo os movimentos não eram fortes. Ao contrário: Poderiam passar até desapercebidos caso eu estivesse caminhando ou fazendo alguma coisa.

Mas agora, minha curiosidade estava sendo atiçada pelo comportamento do bebê. Seria possível ela simplesmente reconhecer o toque de Adrien? Ou seria idiota considerar essa possibilidade? Será que ela já havia se acostumado a sentir as mãos dele ali, perto dela, como quase sempre estavam?

- Isso é adorável! - Emilie falou, enquanto encarava o filho com lágrimas nos olhos.

- Eu queria que esse moleque só se mexesse quando Luka tocasse nele. - Chloé falou, se referindo ao seu próprio filho e voltando a beber mais do suco de maçã - Mas acho que ele já quer ser astro de rock ou alguma coisa assim, porque nunca vi uma criança se mexer tanto...

Mas eu não estava escutando. Adrien provavelmente ignorava qualquer um naquela sala que não fosse a coisinha minúscula dentro da minha barriga, que insistia em se mexer sutilmente ao seu toque.

Encostei minhas próprias mãos no meu umbigo e esperei. Ela não se mexeu mais, e eu senti uma pontada de ciúme. Ele afastou as minhas mãos com uma das suas, enquanto a outra permanecia na minha barriga. Assim que apenas a mão dele continuou espalmada ali, senti outra vez um movimento leve.

Bufei. Era fofo que ela gostasse de Adrien e tudo mais, mas porra! Era EU quem a carregava para cima e para baixo. Era EU quem estava cedendo espaço no meu corpo para que ela se formasse. Seria bacana se ela gostasse de mim também, não?

Continuei me remoendo por mais algum tempo, até chegar à vergonhosa conclusão de que estava exigindo mais atenção de um bebê em formação, unicamente porque estava enciumada. Me odiei por isso, mas assim que os movimentos pararam, me senti melhor.

- Ela cansou. - Falei finalmente. Adrien parecia um pouco triste, mas não tirou as mãos da minha barriga durante o resto da tarde.

Fomos para casa às 18h, com o pretexto de ter que arrumar os armários e o resto da casa. Adrien, embora se mostrasse claramente avesso à ideia, me deixou participar dessa tarefa junto com ele, já que apresentei teorias bastante convincentes de que, ao final daquela gravidez, minha vida estaria tão monótona por não poder fazer absolutamente nada que eu acabaria cortando os pulsos por depressão. Aquilo foi o suficiente.

Ele estava tão empenhado em sentir outra vez os movimentos da minha barriga que passou o resto da noite grudado nela. Pensei em lembrá-lo da nossa brincadeira sexual relacionada à sobremesa, mas como estava me sentindo excepcionalmente sonolenta e ele parecia não se importar com nada além do meu umbigo, deixei passar.

Dormi cedo, me preparando para o aniversário de Gabriel no dia seguinte.

[...]

Acordamos cedo e eu já não aguentava mais de curiosidade para conhecer a parte externa da casa, então pedi a Adrien para me apresentar logo depois do café da manhã. Ele concordou animado.

Começamos pela parte subterrânea que eu desconhecia a existência. Ficava abaixo do nível da rua e o acesso era por uma porta no cantinho da sala de entrada, bem à direita encostado na sala da família. Eu nem havia reparado ela ali. Descemos e Adrien começou a apresentar a imensa garagem que ficava separada do restante daquele andar por uma porta. O portão de entrada ficava voltado para o lado direto da casa, com acesso por uma rampa desde o portão de entrada. Havia ali também, uma pequena oficina com ferramentas diversas muito bem arrumadas.

Continuando em direção aos fundos, logo ao pé da escada, havia uma sofisticada adega com estantes projetadas em carvalho, piso em parquet da mesma madeira e a frente toda em vidro com portas duplas também em vidro temperado, parecendo uma bela vitrine. Na sequência um banheiro completo que seguia o mesmo conceito de design do restante da casa e ao seu lado, uma casa de máquinas. Seguindo em frente, chegávamos a uma enorme sala de jogos com uma decoração quase monocromática entre preto, cinza e branco onde se destacava uma requintada mesa de sinuca. Distribuídos também ali, um aparelho de pinball vintage e mesas para jogos de cartas e poltronas forradas em linho cinza. Integrada a ela, uma elegante sala de cinema onde um painel em madeira acomodava a maior TV que eu já tinha visto e abaixo dela uma longa lareira elétrica destavavam aquele ambiente. Um confortável sofá em veludo cinza ficava logo à frente de uma geladeira climatizada de três portas. Além disso, duas poltronas de design moderno, forradas em linho laranja e almofadas no mesmo padrão de tons traziam cor àquele espaço de design neutro. Ao lado, uma ilha com banquetas e um extenso bar com cozinha transformavam todo aquele andar em um reduto masculino divertido e descontraído. A famosa caverna dos homens. Seguindo mais ao fundo havia uma academia totalmente equipada com a entrada em vidro temperado. Finalizando, dois quartos mobiliados, um deles com duas camas de solteiro e o outro com uma cama de casal, ambos seguindo o mesmo padrão de cores de todo aquele espaço.

- Já percebi que você vai morar aqui embaixo, não é gatinho? Seja para mexer no carro, para jogar, malhar, ir a adega ou ao bar. Do jeito que todo esse ambiente é fantástico, posso ficar sem te ver por dias!

- Eu nunca trocaria estar com vocês por nada disso aqui, princesa. Esse lugar é para curtirmos juntos com a família e os amigos. Agora só falta vermos a parte da piscina e a sauna, vamos lá?

Aesthetics Casa Adrien e Mari - parte 06
Todas as fotos foram salvas do Pinterest


Segui Adrien de volta ao térreo, caminhando até a sala de jantar. De lá saímos na convidativa varanda, mobiliada com confortáveis poltronas em rattan dispostas ali para contemplarmos o jardim lateral. Ele explicou ter deixado apenas o gramado e os arbustos, para ficar à minha escolha o que seria plantado ali. Eu já me via pesquisando algumas ideias sobre flores e seus complementos, para transformar aquele lugar em um verdadeiro jardim encantado. Seguimos ali mesmo pela varanda que rodeava todo entorno, até a casa anexa, rodeada com portas corrediças em vidro com visão panorâmica para todos os ângulos. Havia outro jardim lateral que eu não tinha percebido que pertencia a casa e ele era enorme. Dava para construir uma quadra ali com toda certeza. Adrien relatou que aquele era um terreno que ficava localizado aos fundos das construções daquele quarteirão e estava à venda há alguns anos atrás por um valor abaixo do mercado por razão da sua má localização individual. Na ocasião ele não hesitou em investir para não correr o risco de perder a privacidade e não se arrependeu da sua decisão.

- Sempre sonhei em ter uma casa na árvore, princesa. Não fazia o menor sentido construir algo aqui antes, mas agora, com a chegada da nossa princesinha, eu adoraria realizar esse sonho e partilhar dessa diversão com nossos filhos.

- Adorei a ideia, gatinho. Acho que ficará perfeita aqui.

- Também penso em construirmos uma área de playground externo, mas aqueles com caixa de areia feita com madeira e brinquedos lúdicos e sensoriais. Aquelas verdadeiras brincadeiras de quintal de vó. O que acha?

- Eu adorei a ideia. - Falei quase babando por vê-lo fazer novamente esse tipo de planos comigo.

- Então está decidido! Faremos a casa na árvore e um playground. Vem, princesa, vamos ver a casa da piscina.

Ao entrar no anexo, percebi que tinha uma claraboia no telhado, trazendo ainda mais luz natural àquele ambiente, como se isso fosse possível. Nela uma bela sala de convivência com mesas e poltronas em rattan e uma pequena cozinha gourmet com churrasco. Um banheiro e um pequeno vestiário e, ao lado, uma piscina indoor aquecida, um mini-bar e a sauna à vapor que Adrien havia comentado. Estava realmente maravilhada com todo aquele espaço. A casa era muito, muito bem aproveitada, com construções sólidas e bem planejadas. De fato, ela não nos fazia lembrar em nada a antiga cobertura de Adrien e eu já conseguia idealizar o quanto aproveitaríamos daquele espaço na primavera e no verão e isso me deixava muito animada.

Aesthetics Casa Adrien e Mari - parte 07
Todas as fotos foram salvas do Pinterest


Ao terminar nossa animadora e revigorante visita, finalmente conhecendo cada cantinho daquela casa, combinei que era a minha vez de estrear a cozinha e que prepararia uma receita de família que nunca havia cozinhado para ele. Animados, voltamos para a cozinha e enquanto preparava nosso almoço, Adrien foi verificar como estavam as burocracias para a chegada e transferência do seu carro.

- E então?

Adrien mastigava devagar, como se fosse um verdadeiro degustador profissional. Eu esperava pelo seu veredicto um pouco ansiosa. Talvez devesse ter escolhido, como primeira receita, algo mais comum: capeletti de frango com molho de manteiga e sálvia não era algo que qualquer um gostasse, até porque era uma receita da minha família. E se o primeiro almoço que eu tivesse feito para ele fosse mal recebido, principalmente depois de ter dado um certo trabalho e tomado todo o restante da manhã para prepara-lo, talvez eu me frustraria de tal forma que me negas se a cozinhar de novo.

Era provável que o alimento já estivesse bastante triturado dentro de sua boca, mas ele não parava de mastigar. Talvez fosse só a minha impaciência de grávida que estivesse mexendo com meus nervos e causando tanta ansiedade. Ou talvez ele não tenha gostado e estivesse pensando em como me dizer que aquilo estava uma merda, de uma forma educada e sem ferir meus sentimentos.

Quando ele engoliu, ao invés de falar, levou outra garfada à boca e eu quase bufei.

- Não se preocupe. Eu nem quero saber o que você achou. Leve o tempo que precisar. - Falei sarcástica ao lado dele.

- Hummm... está divino. - Ele respondeu, com a boca ainda um pouco cheia.

Suspirei de alívio.

- Jura?

- Juro.

Me senti exageradamente feliz com sua resposta. Ultimamente, era necessário muito pouco para me levar aos extremos da alegria ou da tristeza. Quiquei no banco ao lado dele e agora, mais relaxada, pegando um prato e me servindo também. Quando deixei claro que não conseguiria comer mais, ele se prontificou a terminar com o restante da travessa inteira, jurando que caso eu continuasse desbravando aquela cozinha daquela maneira, ele acabaria com uns quinze quilos a mais.

- Depois do almoço eu vou na casa dos meus pais ver se a minha mãe precisa de alguma ajuda. Ela sempre fica agitada em festas, principalmente a deles. - Ele começou, depois de dar a última garfada - Se quiser ficar aqui...

- Pensei em ir ao shopping com a Chloé.

Adrien se encolheu um pouco, mas logo se recuperou.

- Eu realmente não acho uma boa ideia.

- Por quê? Nós já conversamos sobre eu não ser uma irresponsável inconsequente, lembra?

- Eu sei, mas... não é só isso.

- O que é então?

Ele hesitou, mas parecendo não querer levantar suspeitas, continuou de forma apressada.

- Você sabe que ela pode perguntar mais coisas sobre a sua vida...

Aquilo era verdade. A família de Adrien poderia vir a descobrir o nosso maior segredo de muitas formas diferentes, e era um motivo para que eu tivesse um pouco de receio de ficar a sós com eles, pelo menos por enquanto. Mas, por algum motivo, eu me sentia mais confiante quanto àquilo, e diria até que poderia lidar com o que quer que Chloé usasse para me sondar. Apesar de um pouco esquisita, eu sabia que ela não era enxerida, e caso eu deixasse claro que não queria conversar sobre determinado assunto, ela não insistiria. De toda forma, desde nossa última vinda a Londres e sendo pega totalmente de surpresa naquela ocasião, eu já havia pensado no que poderia contar sobre meu passado, sem precisar mencionar nosso segredo. Eu me sentia realmente preparada.

Mas conhecia Adrien muito bem para saber que aquele não era o verdadeiro motivo pelo qual ele não queria me deixar a sós com a irmã.

- Adrien, o que você está escondendo de mim? O que todos vocês estão?

- Escondendo? - Ele fez cara de inocente, arregalando os olhos - Não estou escondendo nada de você.

- No dia que chegamos aqui, Félix ia me perguntar alguma coisa...

- E meu pai terminou a pergunta por ele, você não lembra?

Encarei-o, pausando propositalmente e dando a ele tempo para parar de atuar.

- Adrien, me responda com sinceridade: Você acha que eu sou idiota? - Perguntei, não em um tom ofensivo, mas sim de maneira bastante calma.

- Não!

- Tem certeza?

- Claro que tenho, princesa!

- Então por que está tentando me convencer de algo que eu sei, e que você também sabe, que é mentira?

Ele ficou mudo, tentando pensar em alguma resposta inteligente. E como nada lhe veio à mente, ele apenas suspirou, triste.

- É algo tão sério assim? - Perguntei, trazendo-o de volta e deixando claro que eu ainda esperava uma resposta.

- Você vai saber...

- Por que não me diz agora?

Ele me olhou um pouco desesperado.

- Eu prometo que você vai saber. Depois da festa dos meus pais.

Bufei. Não havia como arrancar aquilo dele, ele simplesmente não diria.

Reuni a louça que sobrou do almoço e comecei a acomoda-la na máquina, ignorando minha curiosidade mórbida e o início de um pouco de medo. O que quer que fosse, aquilo parecia ser sério, e o fato de não saber do que se tratava todo aquele mistério começou a me deixar realmente nervosa e especulativa. Era inevitável não dar vazão a um pensamento que surgia momentaneamente desde que tudo isso começou... Sarah. Só em pensar no nome dela me dava calafrios e eu realmente queria afugentar da cabeça o medo de ser qualquer assunto relacionado a ela, mas todo esse mistério estava começando a me fazer acreditar que o assunto envolvia ela de alguma forma e eu rezava para estar enganada.

Ficamos em silêncio enquanto terminava de arrumar tudo. Eu não insistiria, até porque isso só faria aumentar meu nervosismo. Quando finalmente terminei e tentei parecer indiferente, Adrien se pronunciou outra vez.

- Está chateada comigo?

- Não. - Respondi com sinceridade - Se tudo que posso fazer é esperar, vou esperar. Mas não quero mais falar sobre isso.

Ele assentiu, parecendo um pouco triste.

- Vou ligar para Chloé. Posso ao menos levar vocês até lá?

- Tudo bem. - Respondi, já deixando a cozinha e subindo para me arrumar - Só vamos logo. Quanto mais rápido eu fizer as coisas, mais rápido as horas vão passar.

[...]

— Chloé, são exatamente 14h. Acredito que às 18h vocês já vão ter feito tudo que...

— Não enche o saco! — Ela respondeu, abrindo a porta e saindo do carro sem se despedir. Olhei para ele do banco do carona.

— Ela disse que voltaríamos de taxi... — Comecei, tentando deixá-lo mais tranquilo.

— Não tem necessidade. Quando acabarem é só me ligar. Eu venho...

— Não vem não. — Chloé enfiou a cabeça pela minha janela, me dando um susto — Para que tirar você de onde estiver se temos uma fila de taxi na entrada do shopping?

— Não tem problema...

— Adrien, eu também estou grávida e ando sozinha todo santo dia. Nunca me aconteceu nada, e acredito que meu filho esteja bem, saudável e confortável. Não faça da Mari uma inválida.

Ele bufou e ela tirou a cabeça da janela, nos dando privacidade outra vez, entendendo que havia vencido aquela briga.

— Você está com o cartão de crédito, né?

— Está na minha carteira. Acabo de me dar conta de que nunca conversei sobre a existência dele com você. — Respondi, já um pouco incomodada.

— Bom, essa conversa vai ter que esperar. Se eu te prender mais um minuto dentro desse carro, Chloé vai sacar o pó mágico da bolsa e me fazer sumir.

—v Tudo bem. Mas não vou usá-lo. — Impliquei, já me ajeitando para sair.

— E se tiver algo que queira comprar?

— Não vou querer nada.

— Pode ser. — Ele falou, com um certo prazer na voz — Mas ninguém sai de um shopping de mãos vazias se estiver com a minha irmã.

— Eu vou sair. — Falei, decidida.

Ele riu.

— Tudo bem. Então você pode prometer que vai usar o cartão se quiser alguma coisa? Já que tem tanta certeza de que não vai querer nada mesmo, não faz diferença prometer...

Encarei Adrien por algum tempo, ponderando a minha resposta.

— Porra, se você quiser ficar para fazer compras junto conosco, estaciona esse carro e VAMOS LOGO! — Chloé falou ao meu lado, pelo lado de fora, já demonstrando toda a sua impaciência.

Desafivelei o cinto de segurança e dei um beijo carinhoso nele.

— Toma cuidado, tá? — Ele disse, retribuindo o beijo.

— Pode deixar.

Saí do carro e me juntei à Chloé, sentada em um banquinho próximo.

— Use-o! — Ele gritou pela janela aberta antes de acelerar e desaparecer.

— É sério. Como você aguenta meu irmão?

— Ele só se preocupa em excesso. Mas continua sendo um fofo. E eu o amo.

Chloé fez uma careta, claramente discordando de mim. Entramos no shopping e caminhamos como se estivéssemos em um parque. O lugar não estava muito cheio, embora também não estivesse vazio.

— O que você quer comprar? — Perguntei, só para puxar uma conversa.

— Preciso de uma roupa para hoje à noite. Você já tem?

— Tenho sim.

— Como é?

— Não sei ainda. Mas sei que tenho, em algum lugar. — Respondi. Algo no meio daquele monte de coisas que Adrien insistiu em comprar um dia devia servir para a ocasião.

— Então você não tem nada específico! Precisamos comprar! — Ela falou, como se eu tivesse acabado de dizer tudo o que ela esperava ouvir.

— Chloé, estou falando sério. Com certeza tenho alguma coisa...

— Certo. Alguma coisa para uma grávida?

Considerei aquela pergunta por algum tempo, e foi essa hesitação que fez com que Chloé me puxasse pela mão e corresse pelo corredor do shopping como uma menininha feliz.

— Vamos! Essa loja tem coisas lindas.

Ela entrou no lugar e correu de encontro a alguns cabides. Uma mocinha veio nos receber com um sorriso falso no rosto. Chloé disse que assim que escolhesse o que queria, falaria com ela, e a mulher nos deixou à vontade.

— Chloé... — Comecei, tentando fazê-la desistir da ideia.

— Ah, já achei alguma coisa que é a sua cara. Que previsível.

Ela estendeu na minha frente um vestido floral e romântico, soltinho com um cinto no mesmo tecido e meia manga.

— É muito bonito, mas...

— Estou sendo boazinha com você. Só estou te pedindo para experimentar uma única peça. Vamos lá. Se ficar feio, eu vou ser a primeira a te dizer. Não se pode confiar no que essas vendedoras dizem.

Suspirei. O vestido era mesmo bonito, mas eu sabia que se caísse bem em mim, Chloé insistiria para que eu o levasse. E então eu teria que usar o cartão de crédito que Adrien me deu. E isso o deixaria feliz de uma forma irritante.

Caminhei para os provadores com ela me empurrando. Quando entrei em um tipo de sala de espera, me espantei com o tamanho do lugar. Não era parecido, de forma alguma, com os provadores normais que se via em lojas de departamento. Era enorme, claro e espelhado em todas as paredes.

— Vou ficar esperando aqui. — Ela disse, enquanto sentava em um banco acolchoado e pegava uma revista — Se precisar de mim, grite.

Andei devagar para o corredor com os provadores, com medo de me perder ali. Entrei na primeira cabine e me despi, vestindo em seguida a bendita roupa. Me olhei no espelho e constatei que sim, havia ficado bastante bem em mim. Me olhei por mais algum tempo nos vários espelhos dispostos em ângulos diferentes, me dando uma visão completa do meu corpo.

— Ainda está viva? — Ela perguntou depois de algum tempo do lado de fora, batendo sem muita força na porta.

Saí da cabine e ela me encarou como quem gostava do que via.

— Ficou lindo! Realmente, a sua cara. E a sua barriga fica até disfarçada.

Olhei no espelho de novo, vendo que ela estava falando a verdade. Eu não parecia uma gestante.

— Mas se você quiser esconder a sua gravidez, acho melhor desistir. — Ela adicionou, como se lesse meus pensamentos — Tenho certeza que meu irmão vai fazer questão de falar para todo mundo daquela festa que você está esperando um filho dele. Mas enfim, toma. Vai combinar com o look.

Ela me estendeu uma pequena bolsa bege com detalhes em dourado, muito bonita. Chloé continuou me analisando com uma das mãos no queixo, e eu me senti uma árvore de natal sendo decorada. Quando pareceu finalmente ter uma ideia, se virou e saiu dali sem me dar nenhuma satisfação, voltando um minuto depois com um lindo bracelete na mão. Ela finalmente o colocou no meu braço e sorriu.

— Pronto. Está perfeita.

Me olhei outra vez no espelho atrás de mim e fiquei satisfeita com a minha aparência. Tentei me imaginar com meu peep-toe bege de salto baixo, e a visão definitivamente era agradável.

— Nossa... estou mesmo bonita...

— Vamos levar.

— Quanto é? — Perguntei.

Ela me olhou como se não entendesse do que se tratava a pergunta.

— Quanto é o quê?

— O vestido.

Mais uma vez, Chloé pareceu um pouco perdida, como se tivesse sido pega de surpresa. Como se simplesmente nunca houvesse passado pela sua cabeça considerar o preço do que ela estava decidida a comprar.

— Não faço ideia. Mas ficou lindo em você, temos que levar.

Encarei-a por algum tempo, pensando em como pessoas ricas eram estranhas. Talvez porque elas pudessem se dar ao luxo de serem despreocupadas com tudo, mas aquilo não deixava de ser surreal.

Fechei a porta e me troquei, saindo do provador de forma decidida.

— Temos que ver o preço. — Falei.

— Por quê?

— Porque o cartão de crédito que eu tenho é do Adrien.

Ela me olhou como se eu estivesse falando coisas completamente descabidas.

— Exatamente por ser dele você pode gastar quanto quiser.

— Certo... — Falei, ignorando sua lógica — Vamos ver quanto é, ok?

Perguntamos à mocinha que havia nos atendido e ela nos informou o preço. Era, como eu imaginava, bastante alto. Quando pedi à mulher para que nos desse licença e informei à Chloé que não queria tanto assim o vestido, ela deu ataque como uma criança desesperada, dizendo que não admitiria que eu não usasse aquele vestido na festa dos pais dela.

Como ela parecia estar ficando realmente nervosa, achei melhor não a contrariar por causa da sua gravidez — e também porque já parecia querer me agredir—. Comprei o vestido e os acessórios com o cartão de crédito, decidindo pagar a Adrien depois, com o pouco dinheiro que ainda me restava.

Depois disso, Chloé pareceu feliz outra vez, entrando em mais sete lojas e saindo de cada uma delas com duas sacolas diferentes. Comecei a me preocupar com o peso que ela carregava, me colocando à disposição para dividir as bolsas. Adrien obviamente não saberia daquele pequeno detalhe.

Lanchamos e tomamos sorvete. Ela tentou me convencer, durante todo o tempo, que deveríamos visitar as lojas para gestantes, já que meu guarda-roupas precisaria ser trocado de qualquer jeito. Foi preciso muita perseverança para convencê-la a deixar aquilo para algum outro dia, nem que fosse o dia seguinte. Minhas costas já começavam a doer um pouco do longo período passeando para lá e para cá. Quando olhei no relógio, constatei que estávamos perto das 17h, e disse a Chloé que era melhor voltarmos, já que talvez Emilie estivesse precisando da nossa ajuda. Ela concordou, dizendo que passaríamos em uma última loja e, então, iríamos embora.

A loja era exclusivamente de vestidos, de diversos modelos e cores. Ao que parecia, a loja também se destacava por fazer vestidos sob medida. Chloé se mostrou interessada em alguns vestidos de características específicas, e quando separou dos demais um em tom rosé, um pouco folgado na área da barriga e longo, ela me encarou com um brilho estranho nos olhos.

- Experimente.

Cruzei os braços no peito, em tom de reprovação.

- Chloé! Já tenho meu vestido para festa!

- Eu sei! Mas, por favor, só experimente.

- Eu não vou levar!

- Tudo bem! Só quero ver como fica!

- Isso não faz sentido!

- Se você experimentar, nós vamos embora imediatamente.

Encarei-a, buscando algum traço de mentira naquilo. Minhas costas realmente doíam agora.

- Promete? - Perguntei, ainda desconfiada.

- Prometo.

Peguei a peça das mãos dela e caminhei mais uma vez para os provadores, trocando as roupas e me enfiando dentro do vestido. Me olhei no espelho de má vontade, mas nem isso foi o suficiente para tirar a beleza dele.

Eu parecia um tipo de princesa. As alças largas se ajustavam perfeitamente e o discreto decote em renda valorizava meu busto. A parte folgada disfarçava completamente minha barriga já um pouco crescida. Me surpreendi ao notar que minha cintura, ainda assim, continuava destacada.

Chloé entrou na cabine sem pedir permissão e, ao me ver, seus olhos brilharam ainda mais.

- Mari...

- Eu sei. É lindo. Mas eu disse que não ia levar...

- Sim, sim... Mas esse vestido parece ter sido feito para você... você está... linda.

Agradeci, olhando outra vez no espelho. Sim, eu estava bonita e aquela era minha cor favorita. Mas, de qualquer forma, não era uma roupa que se vestiria em uma ocasião como um aniversário duplo no jardim, mesmo que o aniversário fosse chique ao nível dos Agreste.

- Por que não compra para você? - Perguntei, orgulhosa da minha repentina ideia.

- Tenho certeza que não cairia tão bem, sou mais baixa.

- Você pode experimentar.

- Não, eu prometi que iríamos embora. - Ela falou, parecendo pouco interessada na minha proposta - Mas qual é a sua altura mesmo?

- Eu tenho 1,66m, por quê?

- Apenas para você constatar a nossa diferença de tamanho. Eu meço 1,58m - Ela respondeu com simplicidade e se virou para me deixar trocar de roupa.

Dois minutos depois, como prometido, saímos dali: Eu de mãos vazias e Chloé com o cartão de contato da loja.

~ • ♡ • ~ • ♡ • ~

Por hoje é só! Quanta saudade eu estava daqui... Meu tempo livre ainda está quase nulo, mas me esforcei e reorganizei algumas coisas e consegui estar de volta.
O que acharam do capítulo, amores? Eu sou suspeita, porque ver a Mari tendo momentos cotidianos em família me deixa com o coração feliz e quentinho! Ela merece muito viver isso! E o mistério ainda ronda... vamos esperar os próximos capítulos para saber o que preocupa tanto o nosso loirinho que ele não pode contar para ela ainda... vejo vocês no próximo! Desta vez não vai demorar muito. Beijinhos! 💕

繼續閱讀

You'll Also Like

379K 10.7K 26
Você e sua mãe tinham acabado de se mudar para a casa do seu padrasto e foi então que você descobriu que teria um meio-irmão, você só não esperava sa...
869K 44.7K 139
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...
697K 19.1K 96
Início: 18 de julho de 2023 Final:
48.9K 5.1K 43
{Concluída.} A maior gangue de Busan conta com o líder Jeon Jungkook,um alfa milionário que criou suas próprias leis e regras,ao passar dos anos uma...