Suddenly in Love ♡ Adrienette

By heartpinkromantic

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Ele, executivo de uma renomada grife da moda Europeia... Ela, prostituta de luxo que não se encaixa no tipo d... More

~ • ♡ • ~ Nota de Esclarecimento ~ • ♡ • ~
Notas Iniciais
Prólogo
Personagens - Aesthetics
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo 108
Capítulo 109
Capítulo 110
Capítulo 111
Capítulo 112

Capítulo 71

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By heartpinkromantic

⚠️ Qualquer CÓPIA NÃO AUTORIZADA será DENUNCIADA, PLÁGIO É CRIME! ⚠️
Conto com sua honestidade, obrigada!

Oi amores! Vamos de mais um capítulo. Só por favor, não surtem e nem comam meu fígado, pois só tenho um... 😄 conhecem o significado de covardia?! Eu conto: publicar e sair correndo! 😄🙊🙈🙉
Comentem, deixem a tão pedida ⭐ e nos falamos lá no final. Boa leitura! 💕

~ • ♡ • ~ • ♡ • ~

Marinette's POV

Luz.

Estava bem mais claro do que eu podia esperar do meio da noite. Era possível notar isso ainda de olhos fechados. Abri-os preguiçosamente, apenas para constatar — para minha total surpresa — que já havia amanhecido, embora minha percepção julgasse não haver passado nem uma hora desde o momento em que adormeci.

Pisquei algumas vezes. Um mormaço tímido penetrava o quarto pela fresta da cortina aberta, diretamente no meu olho esquerdo. Virei de lado bruscamente, sem pensar onde estava ou que horas deviam ser.

Ao meu lado dormia um homem de bruços, com o rosto virado para o outro lado, aparentemente nu até onde o lençol o cobria. Era um corpo bonito, em forma, mas algo me incomodou ali. Algo que eu não havia notado no início.

Eu não conhecia aquelas costas. Eram diferentes das costas que eu esperava encontrar naquela manhã. Não tinham os sinais que eu havia tentado decorar um dia, ao vê-lo tomar banho. O cabelo também não era o mesmo. Era ondulado, negro.

A razão veio me tomando aos poucos, e foi junto com ela que o homem começou a se mexer. Foi quando finalmente ele se virou para mim que levantei de imediato, quase caindo da cama. Reparei que eu também estava nua.

— Que porra...

Meu coração batia descompassadamente. Eu não estava entendendo nada, e olhei em volta tentando me localizar.

Aquele quarto também não era o quarto que eu esperava encontrar naquela manhã, simplesmente porque não era o mesmo quarto em que eu havia dormido. Não era uma suíte de hóspedes da mansão Agreste. Mas eu conhecia aquele lugar.

Era um local com paredes encardidas, sujas. Precisavam de uma pintura. A minha frente, uma TV quebrada, algumas roupas em cima dela. O "quarto" em questão dividia o espaço com uma cozinha. Havia apenas uma lâmpada que pendia do teto, sem lustre. Minhas malas estavam espalhadas pelo chão, na parede bem ao lado da TV e, como um estalo dentro de mim, consegui me localizar.

O apartamento. O apartamento que eu morava. Não era o apartamento de Adrien, nem a casa de seus pais. Também não era a L'Amok. Era o lugar para o qual eu havia ido entre esses dois momentos.

Desespero.

Cocei os olhos, tentando enxergar melhor. Tudo parecia muito embaçado. O homem desconhecido ainda estava de bruços no sofá-cama, olhando para mim como quem olha para um animal de circo qualquer.

— Não.

Falei em voz alta. Uma vez, duas vezes, repetidas vezes.

— Não, não... isso não...

Senti falta de ar. Uma dor angustiante comprimiu meu peito como se quisesse esmagá-lo.

— NÃO! NÃO FOI UM SONHO, PORRA NÃO PODE SER! NÃO PODE TER SIDO UM SONHO!

Mais falta de ar. Meu corpo começou a tremer descontrolada e ridiculamente, tentando se manter de pé.

Alcancei o celular e busquei ali o número dele, tentando lutar contra o tremor e apertar as teclas certas.

Não estava lá.

— Por favor, não...

Chorei de desespero. Olhei para os lados, sem saber o que fazer.

Aquilo não podia estar acontecendo.

— Uma puta escandalosa. Escolheu a dedo, Roy.

O homem falou consigo mesmo, e senti um baque no estômago. Encostei na parede tentando respirar. Minha garganta parecia fechada e minha visão começava a escurecer. Ao lado do sofá, duas garrafas de alguma coisa alcoólica e notas de dinheiro.

— Pelo amor de... — Eu falava sozinha. Não sabia se gritava ou implorava. A luta contra o pânico que já me dominava estava chegando ao fim.

Olhei para minha mão direita com a palma suada.

Não havia anel algum ali.

Como um surto de loucura, me belisquei. Bati, arranhei e soquei cada pedaço de pele que podia lembrar, desesperada para provar a mim mesma que aquilo era um pesadelo.

Meu Deus, só podia ser um pesadelo! O pior que já tive até hoje.

— Vai ficar quieta ou quer que eu te amordace?

O homem me encarava com diversão, me mostrando e enrolando com as mãos uma camiseta.

Solucei, me deixando escorregar pela parede e cair no chão. Sem forças, sem vida.

Sem nada.

Engasguei.

Então algo me trouxe de volta, me tirando daquele desespero torturante. Tossi com força, tentando respirar outra vez.

Confusão.

Não conseguia assimilar nenhuma informação ao certo.

Estava claro. O quarto ainda era invadido timidamente pelo mormaço do lado de fora, mas dessa vez a realidade que chegava aos poucos parecia fazer muito mais sentido.

— Calma...

Tentei me desvencilhar de braços. Eram braços fortes, e embora a sensação de tê-los ali parecesse familiar e até reconfortante, lutei contra eles, muito perdida para compreender.

Mas eles eram fortes demais até mesmo para o meu pânico.

Tossi mais vezes, e uma náusea súbita me tomou com uma força muito grande para tentar contê-la.

Estiquei o pescoço para o lado, sem conseguir ver direito o que estava fazendo e tudo que estava dentro de mim saiu em um jorro de muitas coisas misturadas e nojentas. Minha garganta ardeu como se pegasse fogo, e pude sentir os braços ao meu redor afrouxarem o aperto e dedos segurarem meus cabelos em um tipo de rabo-de-cavalo improvisado, tentando separar os fios do suor que cobria meu rosto e pescoço.

A náusea vinha em ondas, e cada onda resultava em um novo jorro de algo ruim. Minha cabeça começou a doer instantaneamente, mas aos poucos fui retomando o controle da situação, vomitando cada vez menos, enxergando cada vez mais.

Um chão de madeira. Graças a Deus não chegou ao tapete.

— Calma, princesa... — A voz atrás de mim saiu hesitante, trêmula.

Meu corpo todo tremia. Vomitei mais. Sem pensar em nada, descolei a mão direita do peito e a estiquei, olhando fixamente para a aliança fina no anelar, pedindo silenciosamente para que ela simplesmente não sumisse diante dos meus olhos. Toquei-a com o polegar, tentando conter o tremor súbito, querendo senti-la e me certificar de que aquilo — aquilo sim — era real.

Alívio.

Cuspi uma última vez no chão e me deixei cair sem forças no colchão macio. Estava tão suada que não combinava em nada com o clima invernal de Londres. Já não sabia se tremia de frio ou de nervoso. Eu não estava mais naquele local horrendo. Minha cabeça doía e latejava, e consegui notar que estava chorando assim que abri os olhos.

Eu estava em estado de choque, descabelada e me sentindo imunda. E Adrien, como um anjo perfeito e ridiculamente lindo até ao acordar, estava olhando para mim daquele jeito, ao meu lado. Eu sabia que devia pedir para que ele parasse e se afastasse, mas me sentia excepcionalmente exausta e fraca naquele momento.

Num ímpeto, me atirei em seu peito, tomando cuidado para não encostar minha boca em sua pele, e me agarrei nele com desespero, querendo senti-lo, querendo ter certeza de que ele também era real.

— Foi só um pesadelo, princesa. — Ele falou em uma voz aveludada, enquanto penteava os fios rebeldes que teimavam em grudar no suor da minha testa. — Mas você me assustou. Muito mesmo.

Ele tocou minhas costas com um dos dedos e eu estremeci. Senti o cobertor ser puxado e nos cobrir, então tudo o que queria era me deixar relaxar grudada nele. Tudo estava bem agora, e o alívio que enchia meu peito como um balão era tão reconfortante que eu poderia até meditar.

— Quer conversar sobre o que sonhou?

— Não. — Minha voz saiu fraca, mas decidida, mesmo me escondendo em seu peito. Imediatamente notei que havia deixado óbvio para Adrien que o sonho era, de certa maneira, sobre ele.

Fechei os olhos e o ouvi suspirar.

— Tudo bem. Foi só um pesadelo... — Ele repetiu. — Um pesadelo muito idiota.

Fiquei em silêncio, lembrando do desespero daquele sonho, lembrando que aquele não havia sido um pesadelo "idiota", mas sim o pesadelo mais real e mais horrível que eu já havia tido em toda minha vida. Dentre tantos outros que me atormentavam.

E sempre eram relacionados a ele, de uma forma ou de outra.

— Você deve ter comido alguma coisa ontem que não fez bem. Vai se sentir melhor depois de um banho quente.

Meu estado deplorável não tinha nada a ver com má digestão, eu tinha convicção disso.

— Preciso limpar isso.

— Você não vai limpar nada. Não está bem para isso.

— Adrien, tem uma gosma nojenta espalhada no chão do quarto da casa dos seus pais.

— Alguém limpa isso depois.

— Não. Eu vomitei, eu limpo.

— Por que está insistindo? Você sabe que eu não vou te deixar fazer isso. Você está fraca.

Não discuti. Era mesmo inútil insistir em algo que eu sabia que não ia acontecer, mas de qualquer forma, estava feliz por ter uma discussão boba daquelas. Ele estava ali, aquilo era real, e isso era tudo o que importava.

Adrien se levantou pelo outro lado da cama e me puxou para poder me pegar.

— Como está a sua cabeça? — Perguntei, enquanto era carregada nos braços até o banheiro.

— Doendo um pouco. Mas eu já estou acostumado com ressacas.

Era uma pena que eu não poderia dizer o mesmo da minha, que agora latejava incomodamente, como se quisesse me lembrar de que aquele dia não havia começado muito bem.

— Espera. Preciso escovar os dentes antes de mais nada. — Falei, enquanto ele me guiava para o box. Adrien aceitou meu pedido, me colocando de pé na frente da pia e me olhando como se eu estivesse prestes a ter um ataque fulminante do coração. Tentei ignorar o fato de que estava completamente nua. Quando terminei de escovar os dentes, vi que o chuveiro já estava ligado à minha espera.

Ele lançava um jato incrivelmente forte de água morna. Deixei a força da ducha massagear meu couro cabeludo, fechando os olhos e aproveitando a sensação boa ali por algum tempo. Instintivamente, agarrei meu anel com a outra mão e, como se isso fosse suficiente, permaneci imóvel.

— Você não parece bem. — Falou, se juntando a mim dentro do box e me trazendo de volta à realidade.

— Eu estou ótima. — Concluí. Depois de acordar daquele pesadelo assustador, tudo realmente estava ótimo. Mais do que ótimo.

Notei que ele me olhava um pouco contrariado.

— Que foi?

— Eu deixei algumas marcas ontem.

Olhei para mim mesma pela primeira vez e vi algumas manchas arroxeadas na minha cintura, na parte interna das minhas coxas (exatamente onde os quadris dele batiam), nos meus pulsos e uma mancha vermelha como sangue pisado em um dos meus seios.

— Ah... — Comecei, ainda olhando para os braços — Tudo bem, as roupas cobrem.

— Você tem alguma coisa de gola alta? — Ele perguntou, tocando em alguns pontos do meu pescoço como se quisesse me mostrar que ali a coisa estava evidente.

— Tenho cachecol.

Adrien suspirou um pouco triste, me encarando por algum tempo, apenas para depois se aproximar perigosamente.

— Eu tenho que lembrar de ser mais cuidadoso com você. Sua pele é realmente muito sensível. — Ele disse, percorrendo a distância segura entre nós dois e me abraçando. Me dei conta de que o calor do corpo dele era muito melhor do que o calor da água aquecida da ducha que agora batia em suas costas. Sua boca, antes apenas próxima ao meu pescoço, agora dava beijos calmos mas molhados pelos prováveis hematomas que se encontravam ali.

Tremi, retribuindo o abraço. Tentei não me agarrar nos cabelos da sua nuca outra vez, mas era involuntário. Eles pareciam estar ali única e exclusivamente para isso. Senti sua boca passear de um lado ao outro do meu pescoço, tranquila e torturantemente, traçando um caminho de fogo por onde passava. Sua língua descia e subia, perto da minha orelha e nos limites do meu ombro. Eu ia explodir em algum momento, e a culpa seria toda dele.

Lembrei do sonho outra vez, ainda fresco na minha imaginação, o que fez com que aquele momento fosse ainda melhor. O pensamento em perdê-lo, em ter que me afastar dele outra vez, ou o que era pior: ser abandonada por ele, estava me apavorando cada vez mais, justamente porque cada vez eu me acostumava mais em estar perto dele e depender de sua presença e do seu amor. Era possível que eu estivesse desenvolvendo algum tipo de fobia ou síndrome, e talvez eu temesse que ele descobrisse e me achasse estranha demais.

Mas isso não me impedia de alimentar um crescente sentimento dependente que se tornava preocupante.

— Não precisa ir com calma. Não precisa mudar nada.

Não precisa porque eu amo tudo em você. Amo até as marcas que você deixa no meu corpo, porque são suas. Porque não há nada melhor do que sentir que você é meu, e não há nada melhor do que pertencer só a você.

Não precisa mudar nada. Contanto que você fique comigo para sempre.

Senti seu braço se estender e no segundo seguinte a água quente parou de cair. O frio foi completamente esquecido, porque ele ainda brincava com meu pescoço tão naturalmente que me dava arrepios, que não tinham nada a ver com o inverno.

Senti algo gelado nas minhas costas e pulei de surpresa. Notei que Adrien havia me prensado contra uma das paredes molhadas do box, me prendendo entre os azulejos e seu corpo. Se afastando de meu pescoço, ele agora me olhava com um certo contentamento, como se estivesse começando a se divertir.

— Se você me disser que não preciso ir com calma, vou pegar pesado de verdade, princesa. — Ele disse, olhando diretamente dentro dos meus olhos propositalmente. Ele se divertia com esse tipo de coisa, como se me desafiasse a desviar o olhar.

Adrien apertou seu corpo contra o meu com força, me fazendo sentir a pressão de algo duro contra minha barriga. Sorri com a sensação. Deslizei minhas mãos pelo seu corpo, saindo dos cabelos e passeando pelos ombros largos, moldando as palmas aos músculos de seu peito e descendo mais, sentindo cada pequeno detalhe e dobra em sua pele. Tateando e acompanhando com os olhos cada caminho, cada centímetro.

Ele era real.

Passeei meus dedos pelas costas firmes, parando na parte inferior e fazendo um pouco mais de pressão ali, tanto para apalpar aquela parte quanto para trazê-lo mais contra meu corpo. Não lembrava se já tinha alguma vez tocado na bunda dele, mas precisava lembrar de fazer aquilo mais vezes.

Beijei seu peito molhado delicadamente. Era onde meus lábios alcançavam sem precisar levantar a cabeça. Senti as pontas dos meus dedos doendo, e me dei conta de que estava apertando-o com força demais. Inconscientemente. Como se não quisesse largá-lo, como se pretendesse fundi-lo a mim, na esperança de que, nós dois sendo um só, não poderíamos nos separar mais. Nunca mais.

Os cabelos da minha nuca foram puxados delicadamente, me fazendo levantar a cabeça por reação, e no segundo seguinte senti sua língua deslizar na minha calma, sensual, intensa. Havia um gosto forte de menta, e me perguntei em que momento ele havia escovado os dentes. Não me aprofundei na tentativa de descobrir a resposta, porque ele já intensificava um pouco mais o beijo, deslizando suas mãos pelas minhas costas como se quisesse memorizá-las. Ele parou na curva da minha lombar fazendo círculos, como se estivesse me provocando, como se dissesse "eu vou descer, mas só quando eu quiser". E eu queria tanto que aquelas mãos descessem...

Me equilibrei nas pontas dos pés, tentando forçá-lo a me tocar. Ele entendeu e apenas riu. Trouxe uma de suas mãos à minha nuca outra vez e, com intensidade, me puxou contra ele, pela cabeça e pelos quadris. Permiti que meus lábios deslizassem contra os dele abruptamente, dando à sua língua passagem para invadir minha boca cada vez mais, sempre tocando em pontos novos e deslizando por ali de formas diferentes. Adrien conseguia aplicar tanta pressão ali que meus lábios já doíam um pouco, mas era uma dor boa.

Voltei meus dedos para seus cabelos, porque no final das contas, agarrá-lo daquela m era a maneira de permitir às suas mãos um melhor acesso ao meu próprio corpo. Nossos movimentos não eram mais calmos como no início, mas sim um pouco rudes. Suas mãos finalmente deslizaram e apertaram minha bunda. Vibrei em silêncio.

Talvez a pele da minha barriga ficasse com marcas também, já que Adrien e sua nada discreta excitação estavam me forçando.

— Não sei como você consegue fazer isso... — Ele disse, interrompendo levemente o beijo e tomando fôlego, mas não me permitindo responder ou perguntar "Fazer o quê?", porque no segundo seguinte sua língua estava deslizando na minha outra vez. Suas mãos criaram um gancho e me levantaram sem dificuldade alguma. Entrelacei instintivamente minhas pernas em seus quadris, ainda prensada entre a parede e o corpo quente dele, agarrada com desespero ao seu pescoço e deixando que ele fizesse o que quisesse comigo.

A coisa dura e incômoda que forçava a pele da minha barriga deixou de ser incômoda e deslizou para dentro de mim sem qualquer problema, arrancando um suspiro involuntário da minha boca. Senti um arrepio forte com a penetração, enrolando os dedos dos pés e das mãos com força, fechando os olhos imediatamente.

Ele era meu.

Apertei o laço que minhas pernas faziam em torno dele, enquanto o sentia se mover dentro de mim. Repeti o ato com os braços, quase sufocando-o. Lembrei do sonho, lembrei da sensação de perdê-lo, de estar sem ele. Me arrepiei outra vez.

Ele tinha que ser meu.

Os nós em meus dedos provavelmente doíam, mas eu não sentia. Entre eles, estavam chumaços de cabelo de Adrien, então era óbvio que eu o estava machucando também. Mas não conseguia estar ciente disso. Sem a menor explicação, estava sendo tomada outra vez por um pânico irracional de perdê-lo. Era um péssimo momento, mas não estava nas minhas mãos detê-lo ou não. Era um sentimento involuntário que estava tomando forma de maneira assustadora.

Aquilo era real. Mas não havia certezas se aquela realidade duraria para sempre.

Os arrepios foram ficando mais fortes. Desde quando eu havia me tornado completamente dependente dele? Bom, talvez a resposta fosse "desde sempre", e pensar no fato de que Adrien era tão importante para mim a ponto de ser indispensável era apavorante.

Era apavorante depender de uma pessoa para ser feliz. Mas sendo racional, ele era a única coisa feliz que surgiu na minha vida já fazia muito tempo, então essa dependência não era somente dele como pessoa, mas também do que ela representava na minha vida.

Meu rosto estava enfiado em seu pescoço. Eu estava imóvel, tentando lidar com os sentimentos diametralmente opostos de pânico e prazer. Por isso, fui pega de surpresa ao sentir, mais uma vez, meus cabelos serem puxados. Mas dessa vez, o puxão veio com um pouco mais de intensidade, subitamente, sem muito cuidado. Senti um incômodo, mas fui calada pela proximidade dos nossos rostos. Sua testa estava colada na minha, e seu olhar carregava aquela intensidade que existia sempre que ele queria dizer algo muito, muito importante.

— Eu não vou te deixar. Eu estou bem aqui. — Ele me olhava como se estivesse pontuando a frase com um "Entendeu bem, sua estúpida?" — Que se fodam esses pesadelos, são só sonhos idiotas e ruins!

Encarei-o espantada, sem mover um músculo. Ele puxou minha mão direita de seus cabelos, trazendo-a para o pequeno espaço entre nós, e sem dizer mais nada, beijou meu anelar, querendo fazer com que eu lembrasse da presença de alguma coisa ali.

Fiquei olhando um pouco abobalhada para aquilo. Os aros rosados cintilavam diante de meus olhos, como que para provar cada palavra que ele havia dito. Mas eu acreditava na sinceridade dos seus olhos. Não era desconfiança, era apenas medo. Porque era razoável temer pelo inferno quando você viveu nele e já se teve uma prova do paraíso.

— Tá bom... — Falei, mas nem eu mesma ouvi minha voz. Sem pensar em mais nada, fechei os olhos e fui de encontro à sua boca. Eu queria aceitar aquela verdade de forma absoluta, sem pensar em "e se"s e "mas pode ser que"s. Adrien estava parado à minha frente, com aqueles olhos verdes tão lindos, mas tristes, confessando suas intenções e quase implorando para que eu acreditasse nelas. E se isso não era o suficiente, nada mais seria.

Ele me prensou com mais força contra a parede, mas ignorei os azulejos frios e duros. Relaxei o corpo e a mente para recebê-lo outra vez. Seus braços em volta de mim me davam uma sensação de proteção assustadora. Ainda assim, não consegui deixar de lembrar que essa mesma sensação de proteção era antiga, e existia mesmo antes do momento em que ele havia resolvido me abandonar. Ele sempre havia sido protetor comigo.

E a lembrança do abandono, a dependência dele e o pavor em perdê-lo insistiam em estar ali.

Por que eu estava tão sensível?

Mais um beijo. Tão furioso que conseguiu calar até meus pensamentos. Algo me dizia que ele estava puto, talvez pela minha própria insegurança. Cheguei a me divertir com essa ideia absurda.

— Acredita em mim, M'Lady? — Ele perguntou, um pouco ofegante, ainda com os olhos tristes. Às vezes se tornava óbvio o sentimento de culpa que ele carregava. Era como se estivesse ciente de uma dívida que tinha comigo, e parecia fazer questão de se lembrar mais do que eu mesma.

Eu acreditava. Acreditava nas suas intenções, acreditava que eu podia fazer bem a ele. Acreditava porque não era possível ver qualquer traço de mentira naqueles olhos. Eu confiava nele, estava pronta para correr o risco outra vez. Mesmo porque era a única coisa que eu podia fazer.

— Acredito. Eu confio em você, Chaton.

Encerramos aquela discussão, pelo menos momentaneamente. Parecia errado optar pela preocupação quando tínhamos tantas coisas para desfrutar juntos. Mais do que isso, parecia estúpido. Eu jamais teria a certeza de que ele pertenceria sempre a mim, mas nenhuma mulher no mundo poderia estar certa disso também. Nesse aspecto, minha situação não era diferente da de ninguém na verdade.

E que falha seria se eu ficasse me lamentando quando, à minha frente, meu príncipe saído direto de um verdadeiro conto de fadas, deixava claro que estaria sempre inclinado a me proteger e me fazer feliz.

Adrien me tocou um pouco mais à esquerda, dentro do meu corpo. Em um lugar conhecido, um lugar que pertencia mesmo ao seu toque. Meus olhos rolaram para trás nas órbitas, meu corpo tremendo com a eletricidade que percorria cada célula. Ele sabia onde me tocar; Ele me conhecia como ninguém jamais ousou ou teve permissão em conhecer.

Adrien me penetrou repetidamente daquela forma. Não eram necessárias muitas investidas quando ele alcançava aquele ponto particular, e segundos depois eu já estaria explodindo em um orgasmo induzido. Beijei-o com desespero, tornando o ato de respirar um pouco desafiador. Mas não importava.

A onda de prazer veio, como eu previra. Tentei não gritar, abafando os gemidos altos contra sua boca. Os nós dos meus dedos já latejavam, e meus olhos estavam fechados com tanta força que também doíam. Ignorei tudo isso para senti-lo plenamente mais uma vez.

Fiquei muito quieta, analisando a sensação de formigamento nas pontas dos meus dedos. Era interessante. Adrien, como eu, parecia um pouco ausente, provavelmente voltando de seu próprio clímax. Esperei em posição de mochila, ainda agarrada ao seu pescoço, não querendo quebrar a troca de calor entre nossos corpos.

Deixei de sentir o frio dos azulejos. O chuveiro foi ligado outra vez e as gotas passaram a cair nas minhas costas. Fazendo algum contorcionismo muito elaborado para que eu entendesse, Adrien alcançou o sabonete e o passou por toda a extensão das minhas costas. Estremeci um pouco com a sensação boa, desgrudando de seu pescoço para dar a ele uma melhor mobilidade. Deixei que ele ensaboasse meu corpo todo, apenas para ter a desculpa de fazer a mesma coisa com o dele. Não por luxúria, mas simplesmente porque eu queria senti-lo um pouco mais.

Depois de algum tempo saímos do box. Ele se secou, me secou — fazendo novamente com que eu me sentisse uma inválida e, ao mesmo tempo, não dando a menor importância para isso, já que se tratava de um gesto tão cheio de carinho e significado — e embrulhou a nós dois dentro de uma toalha fofa do tamanho de um lençol. Ele me apertava em um abraço por trás e beijava meu pescoço de cinco em cinco segundos. Não falamos uma palavra sequer durante todo esse tempo. Quando fiz menção de andar, Adrien me agarrou pela barriga e me levantou, de forma que meus pés não conseguissem mais tocar o chão, e então caminhou para fora do banheiro, nós dois ainda embrulhados na toalha como sardinhas na lata.

Não consegui deixar de rir. Foi difícil fazer com que ele me largasse, por isso demorei um pouco para escolher uma roupa apropriada na minha mala. Finalmente constatei que havia trazido um suéter verde militar de gola alta, o que seria perfeito para cobrir minhas marcas. Vesti uma das calças skinny e coloquei a mesma bota que usava quando cheguei em Londres. Antes de vestir o suéter, voltei ao banheiro para passar um pouco do creme de hematomas e é claro, meu novo perfume, e quando entrei no quarto outra vez, a junção daquelas fragrâncias não passaram desapercebidas para Adrien. Cinco minutos depois, às gargalhadas, eu ainda estava lutando para tirá-lo de cima de mim na cama, lembrando-o que tinha que buscar produtos de limpeza para limpar a coisa nojenta que ainda estava do outro lado.

~ • ♡ • ~ • ♡ • ~

Amores!!!!! Quero saber quem aí surtou no início? Conta, vai! Não vale mentir. 🤔 Eu nunca fui malvada com vocês, mas hoje acabei tendo que ser um tiquinho quando deixei o suspense no ar no capítulo anterior e vocês começaram esse com aquela bomba, não foi? Mas foi apenas para testar se a adrenalina, pressão e batimentos cardíacos estão funcionando a pleno vapor para capítulos futuros! 🤭
Agora conta, quem ficou ainda mais derretido por esse loirinho fofo e apaixonado demais da conta? Sou suspeita, mas já deixo meus 10 dedinhos levantados 🙌. Espero que tenham gostado e capítulo que vem tem mais aventuras do nosso gatinho e nossa Lady! Até lá. Beijinhos! 💕

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