Suddenly in Love ♡ Adrienette

By heartpinkromantic

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Ele, executivo de uma renomada grife da moda Europeia... Ela, prostituta de luxo que não se encaixa no tipo d... More

~ • ♡ • ~ Nota de Esclarecimento ~ • ♡ • ~
Notas Iniciais
Prólogo
Personagens - Aesthetics
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo 108
Capítulo 109
Capítulo 110
Capítulo 111
Capítulo 112

Capítulo 61

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By heartpinkromantic

⚠️ Qualquer CÓPIA NÃO AUTORIZADA será DENUNCIADA, PLÁGIO É CRIME! ⚠️
Conto com sua honestidade, obrigada!

Oi amores! Estão curiosos e preparados? 🤔🤭 Então, comentem, deixem a tão pedida estrelinha, boa leitura e nos vemos lá embaixo. 💕

~ • ♡ • ~ • ♡ • ~

Marinette's POV

Demorei algum tempo para conseguir parar de pensar na atitude de Alya, mas tive que fazê-lo porque já estava atrasada. O relógio agora marcava 20:00h, eu ainda não tinha tomado banho e também não sabia qual roupa usaria ou como me prepararia para aquela noite. Embora Adrien e eu estivéssemos nos entendendo aos poucos, a convivência entre nós dois ainda não tinha se tornado tão simples como acontecia com a maioria dos casais. E pensar nele e em mim como um casal, embora me deixasse radiante, ainda me deixava muito nervosa.

Tomei um banho rápido, indo contra minha vontade de demorar debaixo da água quente e me perfumar bastante para ele. Mas, como meu tempo era curto e a última coisa que eu queria era mostrá-lo que eu não era pontual, me apressei em fazer tudo. Assim, em menos de trinta minutos eu já estava de banho tomado, cabelos penteados, uma maquiagem tão discreta que poderia passar despercebida e vestida propriamente para a temperatura invernal do lado de fora. Queria ter me produzido melhor, pois não tinha ideia de onde iríamos, mas isso significaria fazê-lo esperar mais. Desci às 20:34h, já esbaforida e para não ser novamente pega de surpresa, optei pelo pretinho básico, usando um guarda-roupas todo novo: vestido midi preto de mangas longas, uma pashmina xadrez em tons de vinho, meia preta de fio 80, botas caramelo com cano longo fazendo par com a bolsa no mesmo tom e um sobretudo bege bastante quente e fofo.

Antes de descer, contudo, me certifiquei de tirar todas as etiquetas das roupas que eu nunca havia usado, além de dar uma rápida olhada no espelho grande que ficava dentro do closet do quarto de Adrien.

Me surpreendi comigo mesma. Eu não estava um espetáculo aos olhos masculinos, mas estava bonita. Não linda, mas bela, de uma forma simples. Minha expressão parecia mais viva, meus olhos não estavam tão tristes. Meus lábios, apenas com um gloss nude, estavam até mais cheios de cor, e então me perguntei se aquilo tudo tinha a ver com meu novo estado de espírito.

Era óbvio que tinha.

Segui para a garagem procurando por ele, mas sua vaga estava vazia. Caminhei depressa para o saguão da entrada principal do prédio, tanto para chegar rápido quanto para me aquecer. Alcancei as curtas escadas que davam para a calçada e fui quase nocauteada por um vento estupidamente gelado, mas antes que pudesse pensar, avistei o Bugatti Veyron negro apagado e parado um pouco a direita. Quando me virei para encará-lo, os faróis piscaram para mim, avisando que aquele era o carro certo. Como se fosse comum ver um carro daqueles a cada esquina para que pudesse me confundir.

Minha pulsação, para variar, começou a acelerar. Antes, eu não estava acostumada a sentir isso toda vez que me via prestes a me aproximar de alguém, mas ultimamente me sentir assim estava se tornando um hábito. Eu não podia evitar, era involuntário: Sempre que me dava conta de que Adrien estava a menos de dez metros de mim, meu coração insistia em querer sair pela boca. Era exatamente assim.

Cruzei os braços no peito para me proteger do frio e corri até ele. A porta do carona se abriu para mim, então no segundo seguinte eu já estava sentada e trancada no interior do carro aquecido junto com ele.

Fiquei encarando o painel luminoso do carro à minha frente como uma imbecil. Eu sabia que ele me olhava sem nem tentar disfarçar, o que estava fazendo com que meu rosto ficasse mais e mais quente a cada segundo decorrido.

— Você está vermelha. — Sua voz saiu em um tom divertido.

— Estou? — Me fiz de burra, ainda sem tirar os olhos do painel.

— Está com vergonha?

Adrien estava prestes a gargalhar na minha cara, eu podia sentir sem nem mesmo precisar olhá-lo. Me convenci de que, se ele o fizesse, teria toda razão: Eu era patética, e ficar sem jeito de encará-lo só porque nossa noite juntos havia sido um pouco "diferente" era tão lamentável que me envergonhava até de sentir vergonha. E o pior de tudo era que eu tinha quase certeza de que ele sabia que esse era o motivo.

— Já disse que você fica ainda mais linda envergonhada? — Ele falou se divertindo com minha falta de resposta, então deu a partida no carro e nos colocou em movimento na estrada.

— Obrigada. — Foi o que consegui dizer. Tê-lo frisando o fato de que eu estava sem graça só fazia com que eu sentisse mais vergonha, mas eu bem sabia que ele adorava fazer isso.

O trajeto foi curto e silencioso. Não perguntei a Adrien para onde iríamos ou como havia sido seu dia, mas ele pareceu não se importar, embora eu tivesse certeza de que se desse a ele uma oportunidade de conversar comigo, ele falaria durante todo o percurso.

Depois de algum tempo, mas ainda no antigo e majestoso bairro de Palais Bourbon, chegamos a um restaurante bem iluminado e aconchegante, especializado em frutos do mar. Dentro, uma decoração sóbria, onde o preto e o branco mesclavam com o ar intenso e caloroso de alguns elementos como as mesas em nogueira e cadeiras estofadas em turquesa. Complementando o cenário, uma parede branca com relevo em forma de ondas e em destaque, um artesanato em tapeçaria com franjas pendentes e suas pontas pintadas em um tom forte de amarelo, causando contraste.

O garçom nos guiou até uma das mesas para duas pessoas, nos entregando o cardápio e se retirando assim que pedimos bebidas, para que ficássemos à vontade. Adrien parecia acompanhar cada movimento meu, o que me deixava cada vez mais nervosa e me fazendo corar violentamente sem nenhum motivo. Ele prestava ainda mais atenção na minha roupa, então comecei a me preocupar se havia me arrumado de acordo.

— Você está linda.

— Obrigada. — Respondi simplesmente, ainda mais envergonhada do que já estava.

— Está com fome?

— Na verdade, não. Desculpe. Eu não costumo jantar, você sabe...

— Eu sei. Também não estou com fome. Vamos pedir algo mais leve.

Ele me olhava com ternura e cansaço, e a cada segundo eu me sentia mais derretida por aquele olhar.

— Então... — Ele começou — Vai me contar o que você e Alya estão tramando?

Sorri com a ideia de um Adrien curioso.

— Não seja tão curioso, você saberá em poucos dias. — O assegurei — Mas não precisa se preocupar, não vou mais tirá-la de perto de você.

— Bom, contanto que ela não comece a tirar você de perto de mim...

Eu poderia informá-lo de que nada nem ninguém eram importantes o suficiente para conseguir me tirar dele, mas preferi ser objetiva.

— Ela não vai fazer isso.

— Promete? Nem se ela te chamar p'ra um fondue e eu estiver doente e com febre na cama? — Ele falou, inventando qualquer situação mirabolante e fazendo cara de cachorro sem dono.

Adrien, gatinho. Tudo o que eu mais quero é ficar sozinha agarrada com você em uma cama e não sair de lá nunca mais.

Foi o que eu pensei... bem diferente do que respondi.

— Prometo.

Ele sorriu. Um sorriso lindo, lindo, mas cansado.

— Não devíamos ter vindo. Você parece cansado e eu poderia ter preparado algo para nós na sua casa...

— Na nossa casa.

— ... para o jantar. Você precisa descansar. — Tentei não pensar no que ele disse.

— O dia foi longo. Alya é dinâmica e realmente me salva todos os dias. Eu percebo isso quando tenho que lidar com as coisas sem ela só por um único momento.

— Deveríamos mesmo ter deixado para outro dia.

— Não, eu preciso falar com você hoje.

Então era disso que se tratava o "jantar"?

— Poderíamos ter conversado em casa.

— Não, não poderíamos. — Ele parou aí, então me perguntei se não poderíamos porque ele dormiria assim que chegasse em casa ou porque, até hoje, não conseguimos fazer nada além de sexo em praticamente todo o tempo que estivemos sozinhos. Dada sua aparência de exaustão, eu apostava na primeira opção, mas o jeito como ele me encarava teimava em me fazer pensar o contrário.

— Está bem... o que aconteceu?

Ele suspirou, se endireitando na cadeira e entrelaçando as mãos em cima da mesa.

— Bom... você sabe que dia é hoje?

— Sei.

— Então sabe também que estamos muito perto do Natal.

Ah. O Natal.

Um arrepio percorreu minha espinha, mas não estremeci.

— Você sabe que o Natal é, tradicionalmente, uma festa comemorada em família.

— Sei... — Não foi uma pergunta, mas ainda assim eu respondi.

— E você também entende que... bem, eu tenho que passar o Natal com a minha. Já não os vejo muito durante todo o ano...

Adrien me fitava com olhos cautelosos, como se estivesse abordando um assunto muito delicado.

Mas eu entendia.

— Eles devem sentir muito sua falta e você a deles. É lógico que você precisa ir.

Ele continuou me olhando, agora um pouco em dúvida.

— Então... tudo bem por você?

— Claro. — Eu disse, aparentando mais segurança do que realmente havia em mim, e sentindo minhas palavras de compreensão distanciando-o ainda mais. Mesmo assim, não era uma opção pedir para que ele ficasse comigo. Eu não era a pessoa mais altruísta do mundo, mas também não era tão egoísta a ponto de tentar fazê-lo ficar só porque eu precisava dele.

Adrien sorriu abertamente, ainda me encarando, e então, como se fizesse isso todo dia, ele estendeu sua mão e tocou a minha, também em cima da mesa. O ato havia sido instintivo, eu podia imaginar, mas seu toque ainda tinha aquele cuidado que mantínhamos entre nós. Seus dedos tocavam com muita delicadeza as costas da minha mão, e o caminho trilhado era seguido por um certo formigamento um pouco quente.

Fiquei imóvel, apreciando o toque.

— Eu pensei que você não fosse aceitar. Obrigado.

Eu não tinha o que aceitar ou deixar de aceitar. Era a vida dele, e eu não tinha o direito de me meter nisso.

— Não me agradeça por isso. — Falei, sem graça, acompanhando com o olhar os caminhos que o dedo dele ainda fazia na minha pele.

— Eu te agradeço por tudo. — Voltei meus olhos para os seus e vi que ele estava sério — Eu sei que você ainda tem mágoas comigo...

Eu não queria falar sobre aquilo. Era verdade, eu tinha mágoas, muitas mágoas guardadas. Mas aquele não era o momento de voltar ao passado e lembrar do que me machucou ou deixou de me machucar. Não quando eu tinha decidido deixar de lado minhas dúvidas. Não quando ele estava me tocando.

— Você vai quando? — Perguntei, querendo desviar a conversa para outro caminho. Um caminho menos difícil de lidar.

Ele continuou me olhando por algum tempo, sem dizer nada. Me perguntei se ele tinha ouvido, ou se tinha entendido a pergunta.

— Por que você ainda insiste em se excluir de todas as sentenças que me incluem?

— Como assim? — Perguntei, confusa.

Nós vamos depois de amanhã.

Permaneci encarando-o, sem realmente processar a informação.

Nesse momento, o garçom voltou trazendo nossas bebidas e as entradas. Adrien agradeceu e o dispensou, voltando-se para mim outra vez, ainda na mesma posição.

Aesthetics do Capítulo
Todas as fotos foram salvas do Pinterest

— Você entendeu que viria junto quando disse que visitaria minha família, não é?

Eu não havia exatamente considerado essa possibilidade. Embora já tivesse pensado nela, aquilo foi mais um desejo do que qualquer outra coisa. Estava fora de questão Adrien querer me levar para conhecer sua família. Para começar, porque só estávamos juntos havia alguns dias — menos de uma semana para ser exata.

Tossi de forma suave para limpar a garganta, tentando parecer normal.

— Eu não tinha entendido...

— Bom, você entendeu agora, certo? Eu vou, e você vem comigo. E por favor, não se exclua mais da minha vida, promete?

Eu queria que ele me convidasse a acompanhá-lo. Na verdade, queria muito, porque isso significava muitas coisas. Primeiro, que eu não teria realmente que me afastar dele, temendo pela minha própria saúde. Segundo, que eu conheceria mais sobre a vida de Adrien e as pessoas que fazem parte dela. Terceiro, porque vê-lo querer minha companhia fazia com que eu pensasse que era mesmo importante.

E esse pensamento crescia a cada dia. E, junto com ele, crescia também meu ânimo, minha alegria, e muitas outras coisas boas escondidas tão fundo dentro de mim que pareciam não existir mais. Num ímpeto de coragem, decidi responder à sua pergunta.

— Certo, eu prometo.

— Ótimo! Agora que o Natal já está resolvido, temos um pequeno contratempo para resolver. Tenho o evento de lançamento de um de nossos principais fornecedores e não posso deixar de ir. Será no dia 23 à noite e ainda estou tentando organizar essa logística inconveniente, mas você precisará ir comigo, pois de lá partiremos direto, não retornaremos a Paris.

— Um evento de fornecedores? Pessoas da alta sociedade e você quer que eu te acompanhe?

— Eu gostaria muito.

— Não me sinto à vontade, Adrien. Esses eventos saem na mídia e você já foi uma figura pública ou sei lá se ainda é, mas certamente ainda chama a atenção deles por ser um solteiro cobiçado. Serei fotografada ao seu lado e não demorará até ser reconhecida. Isso te colocaria em uma situação muito complicada, não gosto nem de pensar. Você sabe que eu sou marcada, eu nunca poderei ter uma vida normal. Meu passado irá sempre me assombrar e por isso eu acho que você vai acabar percebendo cedo ou tarde que... — Eu não saberia explicar o que me deu, simplesmente deixei meu coração falar, mas Adrien não me deixou concluir.

— Mari, por favor. — Ele começou calmamente e com um olhar convicto. — Estou ciente de todos os desafios que enfrentaremos juntos. Nunca me enganei a respeito e se estamos aqui é porque estou sinceramente disposto a tudo, já te disse e repetirei quantas vezes mais forem necessárias para te convencer. Não concordo com a maneira como vê as coisas, mas se te deixa tão insegura me acompanhar, eu respeito. Deixamos para outra oportunidade, quando você estiver se sentindo mais preparada. Você não precisa ir comigo ao evento, minha presença será rápida. Já deixei claro que tenho outro compromisso, mas você precisará ir até Madri de toda forma, pois como disse, de lá iremos direto para Londres.

— Ma... dri? Lon... dres?

— Madri, o evento. Londres, onde meus pais moram. Está tudo bem?

Ok. Eu iria a Madri. Com Adrien, a um evento que eu não o acompanharia. E em seguida eu passaria o Natal com ele. Em Londres. E com a família dele.

Tinha como ficar mais apavorada e feliz ao mesmo tempo?

— Eu não... eu...

Eu não sabia o que dizer. Mas sabia que tinha que dizer alguma coisa, porque da forma que Adrien me olhava, eu provavelmente parecia estar muito perto de uma crise de pânico.

Seus dedos, antes trilhando suavemente as costas da minha mão, agora se fecharam nela como se me pedissem confiança. Olhei novamente para a mão dele, agora cobrindo a minha de forma delicada, mas firme, e por mais simples que aquele ato fosse, eu queria memorizar cada pequeno detalhe dele.

— Não precisa se preocupar. Eu vou estar por perto o tempo todo.

Fitei seus olhos rapidamente, minha reação sendo mais veloz do que a capacidade de bloquear o pensamento que surgiu em minha mente como um raio. Eu não queria pensar naquilo, não queria ter lembrado, mas minha razão estava sendo cruel comigo outra vez.

Foi o que você disse da última vez.

Eu sabia que não tinha falado em voz alta. Sabia que havia conseguido guardar aquela demonstração de rancor para mim mesma, e agradeci em silêncio por conseguir fazê-lo. Eu não queria jogar aquilo na cara dele, como se lembrá-lo do que ele fez fosse me fazer sentir melhor. Ainda assim, pela simples mudança em sua expressão e seus olhos, eu pude notar que, mesmo sem a minha ajuda, Adrien pensou exatamente na mesma coisa que eu.

— Eu prometo... — Sua voz saiu fraca. Seus olhos vacilaram, como se ele estivesse profundamente envergonhado pela lembrança, e no segundo seguinte senti sua mão se afastar da minha.

Eu queria dizer que acreditava nele. Queria dizer que sabia que ele cuidaria de mim, e que não deixaria que ninguém soubesse do nosso segredo. Queria dizer que sabia que ele se empenharia em me deixar à vontade com sua família, talvez até me fazendo sentir parte dela, mas, acima de tudo, queria que ele voltasse a me tocar.

Sem pensar, me inclinei um pouco para frente e alcancei sua mão, com um pouco mais de força do que desejava. Envolvi meus dedos nela, apertando com vontade sua pele e me acalmando um pouco ao sentir, novamente, o contato entre nós dois.

Era curioso como o toque dele me acalmava em certos momentos, e em outros me acendia. Mas eu não queria filosofar sobre aquilo.

Adrien pareceu se iluminar um pouco com meu ato, e eu sabia o porquê. Era a primeira vez que a atitude de o procurar, de diminuir a distância entre nós, havia partido de mim e não dele. Era a primeira vez que eu não esperava passivamente pelas suas decisões, e principalmente, era a primeira vez que eu demonstrava o que sentia por ele mais abertamente.

— Me fale um pouco sobre este evento e o que planejou, mas principalmente, me fale sobre sua família. Você nunca me contou nada deles e, apesar de estar bastante nervosa, vou adorar conhece-los.

Os papéis haviam se invertido. Agora, era eu quem tentava passar confiança a ele. Era eu quem tentava conseguir dele alguma reação, alguma interação, mas ele, diferentemente de mim, me deu o que eu pedia.

Adrien falou um pouco sobre o coquetel de lançamento do novo produto de seu fornecedor e que precisava apenas marcar presença. Que nas primeiras horas da manhã seguinte, seguiríamos para Londres. Disse saber que a data era inconveniente e que seria bem cansativo, mas que de toda forma, não teria outra opção.

Depois disso, falou das pessoas que eu conheceria na casa de seus pais. Contou que depois que eles se mudaram de Paris para Londres, cada filho ficou espalhado por algum lugar do mundo, representando e tomando conta, das filiais da Gabriel, empresa de seu pai. Nesse meio tempo, nosso jantar havia chegado, mas Adrien conciliou bem entre apreciar sua comida e continuar me contando sobre como seria a festividade natalina de sua família.

Pelo que ele deu a entender, passaríamos o Natal em uma festa pequena que ocorria anualmente na casa de seus pais e que era um encontro muito aguardado por todos eles, que se viam tão pouco ao longo do ano. Fez uma breve descrição sobre cada um deles, primeiro sobre os pais, sua mãe, Emilie, já foi atriz, mas tinha se aposentado das telas desde o nascimento dele e de sua irmã, preferindo cuidar da família. Era uma mulher divertida e zelosa, daquele tipo que sabe o que está acontecendo apenas por olhar para seus filhos e marido. Uma mãe sempre muito carinhosa e presente. Seu pai, Gabriel era o CEO e designer principal da empresa, dirigia a matriz em Londres com muita seriedade. Apesar de um homem mais fechado, era um pai atencioso e compreensivo com todos os seus filhos, daquele tipo que os deixava tomar suas próprias decisões, porém estava sempre pronto para aconselhar e amparar quando necessário.

Depois falou sobre os irmãos, Chloé, sua irmã gêmea, era mandona, dirigia a filial de Nova York, adorava tudo que era ligado à moda e também já foi modelo da marca do pai. Hoje era uma excelente administradora e tinha mãos de ferro para dirigir a empresa. Apesar de ter feito faculdade de moda, nunca quis se tornar uma designer da marca, mas suas intervenções com a diretoria de criação da filial que dirigia eram sempre cruciais e decisivas. Uma mulher bem-sucedida, realizada e casada com Luka Coffaine, um ex-músico e atual empresário de negócios musicais, extremamente requisitado onde moravam.

Por último tinha o irmão mais velho Félix, o primeiro modelo da marca Gabriel. Atualmente dirigia a filial de Milão. Ele era o mais divertido e aventureiro da família, e isso era notável desde seus hobbies já que participava de corridas de Stock Car e praticava mergulho. O espírito de aventura era algo antigo já que ele curtia revistas de heróis em quadrinho e figures de personagens de HQ, tendo uma vasta coleção do Capitão América — seu favorito — o que Adrien contou que foi bom, pois o irmão tentava se inspirar no ídolo e ter as mesmas habilidades, seja em desenhar ou aprender novas línguas, como o italiano, a mesma adoração era aplicada em tudo ligado a tecnologia. Um verdadeiro Geek. Que ele sempre foi seu grande companheiro desde criança e que, por mais estranho que parecesse ainda era solteiro.

Ele falava com um carinho enorme de cada membro de sua família e isso me transmitiu uma alegria involuntária. Só pelo que ele dizia eu já podia gostar de todos. Fiquei animada com o fato de que não haveria uma enorme quantidade de pessoas para me julgar como a mais nova biscate caça-fortunas da família.

A essa altura, já havíamos terminado nosso jantar e enquanto ele falava, seus dedos voltaram a passear de forma suave pela minha mão, correndo pelas costas dela em pontos especificamente agradáveis pela palma em círculos perfeitos, chegando ao pulso e parte interna do meu antebraço. Eu estava atenta a tudo que ele dizia, mas seu toque começava a tirar minha concentração e logo percebi o efeito por ter aceitado tomar uma — e só uma! — Taça de algum vinho escolhido por ele.

Não entendia o motivo daquilo, porque seus movimentos não eram fortes ou insinuantes. Era óbvio que grande parte daquelas sensações me assolavam por causa do pouco de álcool ingerido, suficiente para fazer com que eu me "soltasse", mas era como se Adrien remetesse ao ato de fazer amor através de simples toques, estimulando cada nó dos meus dedos, cada fio desencapado por baixo da minha pele, desenhando metodicamente em mim formas estranhas mas, ao mesmo tempo, incrivelmente sensuais.

Comecei a sentir uma excitação crescente, e me dei conta de que tudo o que ele havia feito se resumia a tocar na porra da minha mão.

Chegueià conclusão de que estava mais rendida— e perdida — do que imaginava.

~ • ♡ • ~ • ♡ • ~

Meu agradecimento especial a minha amiga e super incentivadora @moonnwarrior que me deu uma ajudinha neste capítulo. Obrigada sempre!!!
E aí amores? Era o que estavam esperando? Duvido um pouco que vocês acharam que era para convida-la para passar o Natal com ele e a família... em Londres e, de quebra, dar um saltinho ali em... Madri. Confessem! Aos pouquinhos eles estão superando cada desafio em busca da felicidade... E agora, como será que ela vai ser recebida por lá pelos Agreste? Curiosos? Estão livres para teorizar! Segurem a ansiedade porque falta pouco para o Natal por aqui nesse universo alternativo!!! Quem estiver curioso sobre a família dele, corre lá no capítulo Personagens, no comecinho da história para relembrar deles! Obrigada pela estrelinha e, se esqueceu, ainda está em tempo! Até o próximo!!! Beijinhos!💕

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