Suddenly in Love ♡ Adrienette

By heartpinkromantic

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Ele, executivo de uma renomada grife da moda Europeia... Ela, prostituta de luxo que não se encaixa no tipo d... More

~ • ♡ • ~ Nota de Esclarecimento ~ • ♡ • ~
Notas Iniciais
Prólogo
Personagens - Aesthetics
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo 108
Capítulo 109
Capítulo 110
Capítulo 111
Capítulo 112

Capítulo 53

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By heartpinkromantic

⚠️Qualquer CÓPIA NÃO AUTORIZADA será DENUNCIADA, PLÁGIO É CRIME! ⚠️
Conto com sua honestidade, obrigada!

Oi Amores! Chegamos ao último capítulo do flashback da nossa cabecinha loira!!! A partir do próximo capítulo, retomamos a história de onde parou e voltaremos com o ponto de vista da Mari. Espero que gostem desse capítulo. Ele também é espelho da mesma cena que vivenciamos nos pensamentos da Marizinha, agora na cabeça do gatinho e por isso a música de fundo também é a mesma, para quem quiser. Comentem, deixem a estrelinha e uma ótima leitura! Nos vemos lá embaixo. 💕💕💕

IMPORTANTE: Este capítulo tem música. Como já estão acostumados, ela está postada tanto no topo do capítulo, quanto no meio do texto, para atender ambas as plataformas. Lembrando que ela é opcional, para quem curte ler com o fundo musical. Quem não curte, só seguir com a leitura. Então, quem quiser, inicie no momento em que eu avisar. Quem acompanhar pelo app, dê play aqui no topo quando for a hora e quem acompanhar pela web, dará play logo abaixo do aviso. Vamos lá! 💕

~ • ♡ • ~ • ♡ • ~

Adrien's POV

Esperando que o resto de suas malas chegassem, tentei arrumar a cozinha, guardando o que sobrou do café da manhã que ainda estava em cima do balcão. Deixei meu laptop em meu escritório e tomei um copo d'água para tentar me tranquilizar. Não pareceu funcionar.

Caminhei em círculos pela sala, já impaciente, então a campainha tocou e fui atender Xavier, com as coisas de Marinette. Ele me ajudou a colocar tudo para dentro e então foi embora. Peguei todas as malas de uma vez, subi as escadas com tudo e entrei no quarto de hóspedes onde ela estava. Buscando ainda dar privacidade a ela, deixei as bolsas no canto e saí sem encará-la. Eu a daria tempo para pensar, tempo para aceitar que eu não poderia a deixar ir embora.

Eu não queria pensar que a estava forçando a ficar. Torcia que ela quisesse a minha companhia também, mesmo depois do idiota covarde que eu fui, ou que pelo menos, aceitasse morar sob o mesmo teto que eu. O que eu realmente não queria era que ela quisesse ir embora, que ela decidisse me deixar ou que quisesse voltar a viver aquela vida e enfrentar aqueles perigos novamente. Eu não conseguiria suportar isso.

Só de pensar que agora ela estava ali, a alguns metros de mim, já fazia com que eu me sentisse melhor. Eu queria que ela saísse daquele quarto, para que nós pudéssemos conversar, mas entendia que talvez eram muitas mudanças para lidar. Eu daria tempo para ela aceitar e tudo que eu rogava era para que ela realmente aceitasse.

Fui tomar banho na tentativa de esfriar a cabeça e melhorar minha ansiedade, mas não adiantou nada. Agora que ela finalmente estava ali, eu tinha muitas coisas a dizer. Sabia que simples pedidos de desculpas não seriam suficientes, talvez nunca fossem, mas eu precisava começar por alguma coisa.

Mas, e se ela não acreditasse em mim? Lembrei de sua reação ao me ouvir dizer que eu me preocupava com ela, e se ela realmente achasse que aquilo era mentira, então meu problema era maior do que imaginava. Como fazê-la entender que eu me arrependi? Como fazê-la acreditar que eu estava morrendo sem ela? E se ela não quisesse mesmo ficar?

Quando dei por mim, já estava tomado por uma falta de ar que dominava meu corpo, o coração disparado, a boca completamente seca e as mãos completamente encharcadas. Respirei fundo algumas vezes debaixo da ducha fria, tentando organizar os pensamentos, mas não obtive muito sucesso. Tentei convencer a mim mesmo que bastava contar tudo pelo que passei sem ela, mas lembrei do que ela havia passado sem mim, e como a situação dela era realmente pior que a minha, essa poderia ser uma péssima forma de tentar fazer com que Marinette acreditasse no que estava dizendo.

Saí do chuveiro mais perdido e com mais medo que antes. Vesti um pijama limpo e, ainda sem saber o que fazer, fiquei observando os carros na rua muito abaixo de mim através da janela do meu quarto. Talvez tenha ficado lá por muito tempo, então senti uma presença atrás de mim e me virei, sem lembrar que só poderia ser ela.

A rápida surpresa fez com que eu sentisse uma repentina alegria em vê-la ali. Ela finalmente havia tido o tempo que precisava para pensar, para encarar a situação. Agora ela estava calma, e nós ficaríamos bem, como deveria ter sido há muito tempo, não fosse minha covardia nojenta.

Lembrei que devia estar tarde, embora eu não soubesse que horas eram exatamente, mas era de se esperar que ela estivesse com fome, já que havia se alimentado pessimamente.

— Está com fome?

— Não. — Ela respondeu, me encarando diretamente nos olhos. Eu já havia desistido de resistir ao poder que eles tinham sobre mim toda vez que ela olhava para mim, então me permiti ficar ali, apenas aproveitando aquela conexão.

— Você precisa comer alguma coisa. — Disse mais para continuar falando do que qualquer outra coisa, apesar da minha verdadeira preocupação com a alimentação dela.

— Não preciso de nada.

— Eu posso preparar alguma coisa p'ra você.

— Por que está me tratando como a sua boneca?

Me surpreendi com seu tom de voz. Saindo um pouco do transe, comecei a notar que ela parecia hostil, então o pavor tomou conta de mim outra vez.

— Eu não estou... — Comecei, mas fui interrompido.

— Por que me trouxe p'ra cá?

— Não é óbvio? — Perguntei, ainda surpreso que ela não tivesse chegado à conclusão tão evidente.

— Não, não é. Não é nada óbvio.

Observei-a melhor e pude notar que ela tremia um pouco. Eu não queria vê-la nervosa, queria que ela se sentisse bem perto de mim. Queria que ela se sentisse confortável...

— Eu quero que você fique aqui.

— Por quê? Para tornar a brincadeira de me ignorar mais divertida?

Ignorá-la? Era isso que ela achava que eu queria fazer? Ignorá-la? Como ela podia dizer aquilo? Era óbvio que não sabia o quão importante ela era, porque eu jamais conseguiria fazer isso. Aliás, se eu tivesse conseguido ignorá-la quando tentei, não teria sofrido tanto.

— Não, claro que não! De onde tirou isso?

— Então me diga por quê?

Por que ela não entendia? Como ela podia não entender? Era algo tão fácil de se perceber...

— Porque você precisa ficar aqui.

— Por que você não me dá motivos?

Suspirei, a quem eu estava querendo enganar de que ela compreenderia tudo e eu não precisaria falar agora. Já havia passado da hora de encarar a realidade de que teria que relatar tudo o que ainda não tinha sido dito, para que eu me sentisse menos pior também.

— Eu preciso muito conversar com você.

— Sobre o quê?

— Sobre mim.

Ela pareceu hesitar, enquanto pensava em alguma coisa para dizer. Como não encontrou nada, continuou em silêncio me encarando.

— Troque sua roupa. Jeans não são confortáveis para dormir. — Falei, tentando quebrar a tensão do ambiente.

— Eu não estou com sono. Você me deixou dormir demais.

Ela não queria tornar as coisas fáceis para mim, e isso estava claro no seu tom de voz. Eu não a culpava, porque sabia que merecia uma reação muito pior dela. Por isso, tentei falar da forma mais doce que consegui, mesmo porque eu não queria deixá-la mais nervosa do que ela já estava.

— Por favor?

Ela não desviou os olhos de mim, e por um momento pensei que Marinette fosse simplesmente ignorar meu pedido e continuar ali, esperando por uma explicação minha. Mas então ela resolveu ceder, se virando para sair. Imaginei o que ela ia fazer e me apressei em falar.

— Não, não quero que você use aquelas roupas.

Ela voltou a olhar para mim surpresa, e eu desejei que ela entendesse o porquê daquilo. Eu não queria vê-la com aquelas roupas porque não queria que ela usasse nada do passado, nada que a fizesse — ou me fizesse — lembrar do tempo que eu queria realmente esquecer e que ela também esquecesse. Eram tempos sombrios que eu desejava que ficassem no passado de nós dois. Eu compraria roupas novas para ela, não havia problema algum quanto a isso. Ela merecia peças novas para recomeçar sua vida. Tudo que eu mais desejava do fundo do coração era que ela abandonasse qualquer lembrança daquela fase.

Se ela me permitisse, a primeira peça a me desfazer seria aquele vestido roxo. Eu atearia fogo naquele vestido com o maior prazer do mundo.

— Então o que quer que eu use? Se ainda não percebeu, eu só tenho aquelas roupas.

Ela estava sendo hostil, mas ainda assim, meu pedido era um tanto idiota porque eu sabia que ela não tinha outras. Sem pensar muito, tirei o casaco do pijama que usava e estendi para ela. Fiquei grato quando ela aceitou minha oferta sem contestar e seguiu para o banheiro, fazendo o que eu tinha pedido. Era claro que eu poderia dizer a ela para simplesmente ficar com a blusa que vestia, mas havia alguns pontos que eu sabia serem problemáticos. Primeiro, eu tinha minhas convicções de que Marinette não se sentiria bem vestindo apenas aquela peça de roupa. Eu adoraria vê-la confortável na minha presença de qualquer forma, mas nossa relação ainda era frágil e recente demais para que isso acontecesse. Segundo, por algum motivo, vê-la usando uma peça de roupa minha era bastante interessante. Ela ficava simplesmente linda. Mais linda do que de costume.

Não demorou muito, então ouvi a porta do banheiro sendo aberta outra vez. Sem esperar pelo meu convite, ela foi se sentar na beirada da cama, no mesmo lugar da noite anterior, então fui para perto dela.

Sentei à sua frente, encarando-a diretamente nos olhos e deixando aquele fogo que eu conhecia tão bem me queimar sem restrições. Eu tinha que me acostumar com esse poder que ela tinha sobre mim, e para ser sincero, me entregar a ele não era nenhum sacrifício. Não mais.

Então, ela falou.

— Eu não vou ficar aqui. Não sei o que você pretende com esse jogo, mas é melhor eu ir embora antes que...

Fiquei petrificado.

Era isso. Ela não tinha aceitado, ela não queria ficar. Essa era a decisão dela e de repente vi todos os meus temores se tornando realidade: Ela não queria ficar comigo. Ela queria me deixar. Ela não me perdoaria, e eu teria que viver para sempre com a culpa de tê-la afastado de mim. Com a culpa de ter arrancado meu próprio coração do peito e de tê-la perdido para sempre. Como eu pude ser tão cego e estúpido?

— Você não pode ir a lugar algum. — Falei suplicante. Em condições normais, eu teria me preocupado em talvez ter sido indelicado, teria me arrependido por ter parecido arrogante ou petulante, mas naquele momento estava tão desnorteado, meu desespero era maior do que qualquer bom senso que eu já pude ter algum dia.

Ela não podia me deixar, e tudo se resumia nisso.

— Se eu resolver ir embora, o que você pretende fazer?

Desejei que ela não me provocasse daquele jeito. Era claro que ela não entendia meu desespero, o pânico que eu sentia e a urgência da situação. Mas não era possível que ela não estivesse vendo pelo menos um pouco do pavor que me dominava.

— Eu irei atrás de você outra vez, e prometo que te encontro. — Falei com angústia, e me senti um pouco menos esmagado pela dor quando ela não respondeu a isso.

Aproveitando seu silêncio, comecei a falar um pouco do muito que tinha a dizer. Não dava mais para postergar. Eu precisava fazê-la entender ou eu iria perde-la definitivamente e isso estava fora de questão.

— Tem uma coisa que você precisa saber. Eu deveria ter deixado isso claro ontem à noite, mas... o que quero dizer é que a partir de agora eu não vou mais pagar para ter você. Sempre que eu quiser estar com você outra vez e você também desejar estar comigo, não vai haver dinheiro algum envolvido nisso. Negue-me se quiser, você tem todo esse direito. Se a vida que você pretendia seguir novamente era essa, preciso informá-la de que isso não vai acontecer. Mas eu imagino que isso não vá contra a sua vontade, uma vez que você sempre deixou claro p'ra mim que odiava aquela vida e também que só retomou a isso ontem porque ficou sem opção. — Eu tentava desesperadamente falar coisas coerentes e não parecer autoritário. Mas como não estava raciocinando direito para saber se estava conseguindo, continuei assim mesmo — A partir de agora, você tem opção. Você vai ficar nessa casa, vai dormir nesse quarto comigo se concordar, mas não quero que você vá embora. Saiba que se você tentar ir, eu me darei o direito de ir atrás de você novamente... porque... porque eu não consigo suportar a ideia de ver você partir. Não consigo mais. Juro por Deus que eu vou implorar para que fique se for preciso.

Eu tinha notado que as palavras tomavam um tom cada vez mais estridente conforme eu falava, mas não me importei. Se mostrar a ela meu desespero era uma forma de fazê-la entender e ficar comigo, mesmo que por piedade, então já valeria a pena. Sei o quanto isso é degradante de se desejar. Ter alguém ao meu lado por pura piedade, no fundo, era tudo o que eu não desejava para mim, mas o meu desespero por saber onde ela estaria e por não a ter a esta altura era tão grande, que acho que eu estaria disposto a tentar, mesmo que nestas condições. Também era importante saber que ela estava segura. Eu já havia ido ao fundo do poço, não tinha mais o que piorar nesta condição. Neste momento, já estava completamente tomado por uma falta de ar angustiante, mas não quis dar sinais disso. Tentei respirar fundo e conter a dor no peito, que aumentava conforme eu me conscientizava mais e mais de que ela não me queria. De que ela não me perdoaria, e de que cedo ou tarde ela poderia achar alguém que verdadeiramente a merecesse.

— Ad...

Encarei seus olhos mais uma vez, e então a dor se intensificou ficando mais aguda em simplesmente imaginar perdê-los. Estava fora de questão deixar que ela fosse embora, estava fora de questão deixar que ela se afastasse de mim sem lutar por ela. Estava ainda mais fora de questão deixar que ela voltasse para aquela vida. Deixar que ela sofresse mais e passasse por qualquer perigo e dificuldade. Eu simplesmente não suportaria isso. Seu bem-estar era importante demais para mim. Como um flash, veio à minha cabeça tudo o que eu seria capaz de fazer para ficar com ela, e então comecei a sentir um pouco de medo da minha própria insanidade.

Inicie a música agora, se desejar.
Música: Little Do You Know - Alex & Sierra

— Você precisa ficar comigo, porque não há outra maneira. — Comecei, sem nem pensar direito. Eu sabia que teria que usar as palavras certas quando declarasse toda a verdade a ela, mas naquele momento eu não conseguia mais raciocinar. Como se quisesse me livrar de toda a dor e medo que eu sentia, simplesmente falei o que refletia minha própria alma, sem filtro, preparações ou ensaios. — Eu já fiquei tempo suficiente sem você p'ra saber o quanto dói, o quanto é enlouquecedor. Eu já passei por muitos infernos p'ra tentar me afastar de você, mas você me marcou de um jeito tão profundo que eu não consigo... simplesmente não consigo viver sem você. Mesmo que eu quisesse não sentir por você tudo o que sinto, mesmo sendo um covarde a ponto de fugir de você p'ra não correr o risco de sair iludido e machucado... outra vez... eu... eu tentei te esquecer e quase morri. De saudade, de desespero, de preocupação, de um vazio tão intenso que eu nem sabia que seria capaz de sentir.

Estava quase sem ar. Dizer aquilo em voz alta me fazia tomar consciência plena de tudo o que eu havia passado sem ela. Do quanto sofri e da certeza de que simplesmente não sou capaz de suportar vê-la partir.

— Eu me afastei p'ra tentar esquecer o fato de estar nas suas mãos, porque isso estava me matando, me apavorando. Saber que você controlava tudo em mim com tanta facilidade me fez ter tanto medo que eu fugi, mas estar longe de você só fez com que eu sangrasse mais rápido. E foi tentando afastar a sua lembrança que ela se tornava cada vez mais forte. Eu quase enlouqueci assim, e eu sei que mereci. Por tudo o que eu fiz e falei p'ra você, eu sei que mereço sofrer mil vezes mais. Que o fato de você ser uma garota de programa me assustou ainda mais, eu admito que sim. Admito que entrei em pânico quando me dei conta de que estava apaixonado por você, e fui tão estúpido que não notei que não adiantava mais fugir. Admito também que fui um verdadeiro covarde, um fraco, um medroso, um imbecil, um insensível, mas eu preciso que você fique comigo... eu... eu exijo que você fique comigo! Ao menos tente. Não dá p'ra te esquecer Mari, e eu ainda não sei lidar com isso, eu estou tão assustado, tão perdido, mas não pense que eu te ignoro. Eu não poderia te ignorar, nunca. Você é importante demais p'ra isso.

Eu não conseguia decifrar em seu olhar se ela estava conseguindo entender o que eu dizia. Sabia que tudo aquilo tinha tom de súplica, porque era exatamente isso. Eu estava suplicando para que ela me desse uma chance e o fato dela não ter me interrompido ainda, de me deixar continuar falando me dava uma pontinha de esperança de que talvez ela estivesse entendendo o real tom do meu pedido.

— Quando te vi naquela esquina imunda, vestida daquele jeito, eu enlouqueci. Você sempre foi diferente, sempre se destacou por ser você mesma, por nunca se afundar naquele mundo de promiscuidade. Você sempre foi especial e te ver ali me destruiu por dentro. Eu fiquei com tanta raiva que não consegui raciocinar. Não sabia o que pensar e o porquê de você estar fazendo aquilo. Agora eu sei que foi por minha culpa, mas ainda assim, te ver se oferecendo por míseros 150€... você vale tão mais do que isso, tão mais do que qualquer quantia no mundo... E eu preciso te mostrar o quanto você vale, o quanto é importante. Eu queria ter conseguido mostrar o quanto me importava com você, queria saber mostrar o quanto lamento por tudo o que eu te fiz. Mas eu não consigo, eu ainda estou tentando aprender a lidar com tudo isso e o que eu posso fazer neste momento é te dizer que você é essencial, que você é única.
Não me importo se você me achar um louco, um idiota, ou os dois, contanto que você fique comigo. Que prometa que não vai me deixar, que vai tentar me dar uma chance. Eu preciso de você... tanto que chega a doer. Uma dor aguda. Porque nada na merda da minha vida faz sentido se você não está nela. Você me pediu p'ra te deixar em paz, mas eu simplesmente não consigo. Porque eu posso tentar te esquecer mil vezes, mas mil vezes eu vou falhar.

A sinceridade em minhas palavras era tão grande que havia me atingido em cheio, e antes que eu pudesse me dar conta do que estava acontecendo, senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Eu não lembrava quando havia sido a última vez em que isso tinha acontecido, não me lembrava de chorar nem nos piores momentos da minha vida. O problema era que aquele poderia ser, facilmente, o pior momento da minha vida. O momento no qual eu me senti mais frágil, mais vulnerável, que senti mais medo. E toda essa fragilidade e pavor só poderiam ser acalmados pela mulher à minha frente. Justamente a mulher que parecia querer me dizer adeus, a mesma pela qual eu morreria para não deixar partir.

Ela me encarava com uma expressão de choque, e talvez fosse impressão minha, mas eu via um traço de incredulidade também. Será que ela realmente podia duvidar de alguma coisa que eu falei? Será que ela realmente não via cada parte do meu coração nas palavras que disse? Ela não podia sentir o quão desarmado, o quão indefeso e entregue eu estava a ela?

— Eu queria merecer você. Sei que te devo muitos pedidos de perdão, e sei que não mereço ser perdoado em nenhum deles. — Eu comecei, enquanto buscava me acalmar ao tentar convencer a mim mesmo de que ela não fugiria de mim — Mas eu quero muito você p'ra mim... Só p'ra mim...

Ela precisava entender que tudo o que eu mais desejava era um novo começo para nossa história. Deixar toda aquela nojeira para trás e começarmos novamente. Desta vez, sem covardia e sem palavras não ditas. Eu ainda precisava dominar meu medo e minha insegurança e sei que ela também precisava lidar com todos os fantasmas dela... mas eu sabia que seríamos capazes se ela me aceitasse, se tentasse me perdoar, mesmo que levasse bastante tempo para isso, eu não me importava.

— Eu prometo... — Continuei — que vou fazer de tudo p'ra merecer as suas desculpas. Só queria que você soubesse que eu me arrependo, de todo coração, por cada segundo que fiquei longe de você. Me arrependo porque eu acabei me matando aos poucos, mas agora me arrependo o triplo por saber que te fiz sofrer também, que te coloquei em perigo. Eu sei que faltei com a minha palavra quando disse que ficaria por perto, e eu sinto tanto... tanto... mas, por favor... por favor você precisa me dar uma outra chance para estar com você, Marin. Sempre.

Ela parecia confusa e incrédula. Parecia perdida, e mais frágil do que o normal. Tive que vê-la chorar outra vez, algo que eu simplesmente abominava, mas por algum milagre, ao final da noite, eu a tive em meus braços novamente e dessa vez, era real.

[...]

Agora, deitado ao lado dela, observando seu sono, eu tinha total convicção de que precisaria fazer muito mais para conquistá-la outra vez. Eu soube que minhas atitudes tiveram, consequências muito mais graves do que eu imaginava. Era difícil aceitar que eu havia a machucado tão profundamente, a ponto de quase mudar sua essência. Era difícil vê-la confessar todo o sofrimento pelo qual teve que passar por minha causa, e tê-la se entregando a mim e me dando outra chance depois de tudo o que causei a ela só me fazia entender que além de pelo próprio amor que eu sentia por ela, também era minha obrigação tentar fazê-la feliz.

Ela ressonou ao meu lado, apertando com mais força meu dedo que estava preso em uma de suas mãos, e então voltou a dormir profundamente. Continuei encarando-a, deixando que uma enxurrada de pensamentos me varresse. A manhã que nos esperava seria difícil. Difícil porque ela ainda estava muito machucada para fingir que tudo estava bem, para fazer com que nossa relação fosse simples e confortável. Eu sabia que precisaria de tempo para vê-la à vontade e retomar sua confiança, mas esse era meu maior propósito. Não haveria um mais importante.

Eu a amava e estava em dívida com ela.

E sabia que seria muito difícil pagar o que devia, mas eu o faria, com todo o empenho da minha existência. Com todo o amor que eu pudesse lhe dar.

~ • ♡ • ~ • ♡ • ~

Ufa!!! Bem amores... nosso flashback chegou ao fim. Agora finalmente sabemos explicitamente tudo o que vai no coração deles. Cada um com suas convicções equivocadas, outras enfim esclarecidas. Foi intenso, não foi? Bom, mas a partir do próximo capítulo, como já adiantei, vamos seguir com a história, começando pela manhã logo após todas as declarações de ambos, no ponto de vista da Mari. Preparados e curiosos? Nos vemos no próximo! Quem ainda não deixou a estrelinha, está em tempo. Agradeço muito. Ela ajuda a divulgar a história e me incentiva bastante a continuar. Beijinhos! 💕

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