Through the time • Ruel

By onerwel

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Ruel, Joshua e Clarissa são melhores amigos desde que nasceram. Suas famílias, pertencentes à alta elite da I... More

1 - Younger
2 - To Joshua
3 - Waiting for you
4 - To Clarissa
5 - Helpless
6 - To Ruel
7 - Meet me inside
8 - Lookout
9 - No Promises
10 - The one that got away
11 - We Know
12 - Don't let it break your heart
13 - Someone you loved
15 - That would be enough
16 - What if I told you a story?
17 - The London Post
18 - How lucky we are to be alive?
19 - If these walls could talk
20 - What comes next?
21 - When we were younger
22 - Runaway
23 - The sky is the limit
24 - Anyone else
25 - Perfect on paper
26 - Too late
27 - Ruin
28 - If I can't have you
29 - Wondering
30 - The night of the nights
31 - London Gossip
32 - Who tells your story?
33 - The News
34 - Eclipse of the heart
35 - After the rain
AVISO!

14 - My dear London

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By onerwel

Após a revelação do casamento para todos os presentes no baile dos Armstrong, a família de Clarissa decidiu que seria uma ótima ideia dar uma festa para comemorar apenas com os mais íntimos. Portanto, Henry estava à caminho de Londres com Jane e o pequeno Michael.

Pela janela de seu quarto, Clarissa avista a carruagem da família chegando e corre até o andar debaixo.

- Mamãe! Mamãe! Henry chegou!

- Oh, céus! - a mulher se levanta animada e caminha rapidamente com Clarissa até o saguão de entrada.

O empregado abre a porta e Clarissa então corre descendo as escadas da frente da casa e segue na pequena estradinha de terra em meio a grama para chegar até onde a carruagem pararia. Ela ouviu a mãe dizer algo, mas resolveu ignorar, provavelmente estava mandando ela esperar.

Além de estar com saudades do irmão mais velho, Clarissa estava ansiosa para finalmente conhecer Michael. Infelizmente, Henry não pôde levá-lo antes para que sua família pudesse conhecer seu filho, pois estava muito ocupado com o trabalho e nunca arranjava tempo para viajar para Londres.

Depois da jovem passar um bom tempo observando os cavalos se aproximarem, a nova família Williams finalmente sai do veículo.

- Clares! - Henry abre um enorme sorriso ao ver a irmã próxima à ele e então caminha em sua direção para abraçá-la. - Não tive a oportunidade de desejar parabéns pelo noivado pessoalmente, então resolvi me esforçar o máximo possível para conseguir vir na comemoração. Afinal, não é todo dia que sua irmãzinha se casa, não é mesmo?

- O importante é que está aqui agora. Obrigada por vir.

A porta da carruagem se fecha atrás deles, o que serve de sinal para se virarem em direção à Jane e Michael.

- Parabéns pelo noivado, Srta. Williams. - Jane diz sorrindo, com Michael em seu colo.

- Muito obrigada, Jane. E quando a senhorita irá aprender que pode me chamar de Clarissa?

- Parabéns pelo noivado, Clarissa. - Ela se corrige rindo.

- Agora sim. - ela finalmente olha para o menino nos braços de Jane - Então você é o pequeno Michael? Olá.

Ele sorri para ela, mas se encolhe envergonhado.

- Acho que ele gostou de você, irmãzinha.

- Oh, um Williams sempre reconhece o coração de outro.

- Ótima recordação. Falando em suas frases prontas, cadê a mamãe?

- Deve estar esperando na entrada de casa, eu a ouvi gritar alguma coisa quando corri para vir vê-los...

- Ela vai te matar.

- Com você e Michael presentes? Minha atenção cai para zero. Então vamos entrar logo antes que ela resolva vir atrás de nós.

Os quatro percorrem o mesmo caminho de Clarissa.

Ava realmente estava esperando na porta de casa, como uma dama deveria fazer.

- Henry! Jane! Michael! Oh, Michael! Onde está meu netinho querido? - ela o pega do colo de Jane sorrindo. - Você tem os lindos olhos de seu pai e o rosto de sua mãe, um rapazinho de sorte! - ela o beija várias vezes na bochecha e então o devolve com cuidado para Jane.

- Eu lhe disse. - Clarissa fala para Henry.

- Até que você tinha razão. - ele responde.

- Como vai querida? - Ava agora se dirigia à Jane.

- Muito bem, e a senhora?

- Muito bem também, obrigada. - ela sorri para a nora. - Henry! Meu pequeno Henry. - ela o abraça. - Quanto tempo querido, da última vez que nos visitou Michael ainda estava do tamanho de uma jaca.

- Já lhe disse mamãe, estava muito ocupado com o trabalho. Me esforcei muito para estar aqui hoje.

- Vocês poderiam morar mais perto, assim poderíamos nos ver com mais frequência.

- Mamãe, por favor. Não vamos discutir isso agora, é a semana de Clarissa, não vamos arruiná-la. Falando nisso, onde está seu noivo, Clares?

- Joshua está ocupado hoje, infelizmente não poderá estar presente. Teve que sair a negócios com o Visconde Bassett.

- Oh sim, entendo. E papai?

- Está na sala dos fundos aguardando por vocês. Vamos, entrem.

Enquanto os Williams entravam em sua casa durante um lindo dia ensolarado para futuramente comemorar o noivado de Clarissa, na mesma cidade, a alguns quilômetros dali, o duque estava arrumando suas coisas para partir de volta aos Países Baixos, nada convencido por seu mordomo.

- Garret! Garret! Venha aqui, por favor.

O empregado aparece na porta de seu quarto.

- Sua graça. - ele o reverencia.

- Pergunte aos outros se minhas roupas de viagem estão na lavanderia, por favor, não estou encontrando aqui.

- Claro, sua graça. - ele o reverencia novamente e se retira.

Ruel partiria aquela tarde, precisava apenas terminar de arrumar seu escritório, achar suas roupas e então estaria pronto para ir embora de sua tão amada Londres. Se sentiria melhor longe dali, longe do caos, longe de...

- Sua graça? - Garret havia retornado - Suas roupas foram encontradas na lavanderia.

- Muito obrigado. Irei buscá-las assim que terminar o trabalho em meu escritório.

- Na verdade, sua graça, Sra. Newton mandou avisá-lo que não precisa ir até lá em baixo, ela mesma as trará em breve para seu quarto. Se o senhor concordar, é claro.

- Tudo bem, então. Diga a ela que lhe agradeço.

O homem apenas o reverencia e se retira do cômodo. Ruel aproveita para ir até o escritório, precisava colocar o resto de suas coisas na mala. Sua velha Amsterdã o aguardava.

Depois de tanto mexer em papéis, separá-los em pastas e colocar as pastas em malas, Ruel escuta passos firmes se aproximando, para então a figura de Anthony aparecer na porta.

- Sua graça. - ele o cumprimenta. - Como está?

- Indo, e você?

- Garret está indo bem com a administração da arrumação da casa. Ainda tem certeza de que deseja partir?

- Toda.

- O senhor não prefere...

- Anthony. - ele o interrompe - já disse que iremos embora. Agora tenho muito o que fazer aqui, se me permite... - ele aponta para a saída.

- É claro, com licença. - ele caminha para se retirar.

Quando Anthony já estava quase na porta, leva um susto com um barulho denso de algo batendo contra a madeira vindo de trás dele. Virando-se, se depara com Ruel praticamente debruçado sobre a mesa, com o rosto contorcido de dor.

- Sua graça! - ele corre em sua direção - Por Deus, o senhor está bem? O que aconteceu? Sente-se, por favor.

- Estou bem, Anthony. Me deixe.

- Com todo respeito, senhor. Sem orgulhos nesse momento, sente-se imediatamente.

- Não, eu...

- Agora!

Anthony sentia medo. Não de Ruel, mas sim medo de desapontar Ralph, e a si mesmo. Ruel era como um filho para ele e não seria nenhum título nobre que os separavam socialmente que o impediria de salvar a vida daquele jovem tolo que tanto amava.

Ruel finalmente cede aos pedidos e se senta.

- O que está sentindo?

- É a ferida no ombro novamente. Algumas pontadas apenas, de vez em quando isso acontece, mas logo passa. Já estou acostumado.

- Isso está estranho, já deveria ter começado a cicatrizar.

- Com o tempo irá.

- Chamarei o médico.

- Não! Iremos partir mais tarde, não faça isso.

- O senhor precisa descansar em seu quarto agora, deixe que eu cuido da arrumação. Prometo que não esquecerei nada.

Ruel estava respirando com certa dificuldade devido ao incômodo no peito.

- Certo.

Anthony vai até a porta e grita:

- Sr. Gale! Venha ao escritório imediatamente!

Não demora muito, um homem alto e forte já estava de pé em frente à ele.

- O que deseja senhor?

- Por favor, ajude o duque à ir para seus aposentos.

Gale afirma com a cabeça e entra no cômodo ajudando Ruel a se levantar da cadeira. Seu braço bom em volta do pescoço do empregado para então caminharem juntos.

Ao passarem pela porta do escritório, Ruel se vira para Anthony e diz:

- E nada de chamar um médico.

Anthony não promete nada, mas também não tenta vencê-lo do contrário. Apenas o encara.

•••

- Fico muito feliz que tenham chegado a tempo para o almoço.

- Nunca esqueço do quanto a senhora valoriza uma refeição em família, mamãe. Falando em família, quando meu futuro cunhado virá nos visitar?

- Amanhã, creio eu. E o que é isso, irmão? Está fissurado em vê-lo. Até parece que não o viu crescer.

- Ver um menino crescer é diferente de conhecer o homem que ele se tornou. Não irei lhe entregar nas mãos de qualquer um.

- E por acaso você tem alguma autoridade sobre isso?

- Oras, eu...

- Com licença... - era o mordomo. - A Sra. Wilson está presente e deseja falar imediatamente com...alguém.

- Alguém...em específico? - agora era o pai de Clarissa quem falava.

- Não, foi-me imformado que poderia ser qualquer um.

Todos trocam olhares estranhos. Margareth Wilson era a vizinha deles, seu marido era o médico da cidade. Geralmente todos iam até sua residência, não o contrário.

- Eu irei. - Ava diz se levantando.

Ao chegar no saguão de entrada, a vizinha estava visivelmente nervosa, olhando para o teto.

- Margareth! Que prazer recebê-la em nossa casa. O que deseja? Sente-se, por favor.

- Oh não será necessário, minha querida Ava. Estou apenas de passagem. Para falar a verdade preciso de sua ajuda.

- E o que seria exatamente?

- Meu marido está fora da cidade e recebi um pedido de ajuda. Preciso ir até Smithfield o mais rápido possível para encontrá-lo. O médico mais perto que temos além dele está muito longe daqui. Poderia acompanhar-me em uma de suas carruagens mais velozes e ágeis?

- Oh claro querida! Só vou...

- Mamãe, está tudo bem? - era Clarissa que aparecera no local ao lado de Henry.

- Sim, querida.

- Desculpe me intrometer, - Henry se pronuncia - ouvi a palavra médico?

- Sim. - Margareth diz - Recebi um pedido de ajuda, mas meu marido não está na cidade. Preciso ir buscá-lo o mais rápido possível.

- E esse pedido é de emergência?

- O homem disse que não era uma emergência, mas também pediu para ir rapidamente.

- E onde seu marido está, Sra. Wilson?

- Em Smithfield.

- Levariam horas para ir e voltar.

- Sim, mas é minha única opção.

- Na verdade, enquanto viajava quando era mais jovem aprendi algumas técnicas medicinais, poderia ajudar.

- Sim, e eu também. - Clarissa diz - Por mais que eu seja a mais nova, cresci cuidando de Henry, Joshua e meus amigos de infância.

- Tem certeza queridos? Eu poderia ir até o Sr. Wilson rapidamente.

— Podemos ajudar.

- Irei com vocês. - Ava informa - Albert, diga aos outros que saímos e já voltaremos. Peça também que arrumem a carruagem imediatamente.

- Sim senhora. - ele se retira rapidamente para fazer o que Ava pediu.

- A senhora tem o endereço em mãos? - Henry pergunta.

- Sim querido, aqui está.

Ela estica a mão e o entrega um pedaço de papel rasgado e dobrado com algo escrito. Henry abre com cuidado e lê, junto a Clarissa.

- Espere, mas esse endereço é...

- Dos Vincent. - Clarissa termina.

Então a mulher no baile estava certa, Clarissa pensou. O duque estava mesmo na cidade. Pobre Ralph...Perdera a mulher, depois o filho e agora, talvez, sua própria vida. Não o culparia de querer partir após tudo o que aconteceu, mas infelizmente o nome dos Vincent morreria com ele, e assim, o ducado de Norfolk iria para as mãos dos Lancastre e toda a luta, a morte de Ruel...tudo seria em vão.

•••

- Obrigado, Sra. Newton. Pode deixá-las na cadeira, por favor.

Ruel estava deitado em sua cama descansando como Anthony havia pedido. Resolveu escutar o mordomo pela primeira vez para que ele parasse de perturbá-lo.

Após a empregada sair do local, Ruel fica um bom tempo encarando o teto de seu quarto, pensando em como sua vida havia mudado. Como todas as suas expectativas de futuro foram descartadas como lixo. Queria acreditar que Joshua estava mentindo sobre Clarissa ter aceitado se casar com ele de livre e espontânea vontade, afinal, e todas as cartas que ela lhe escreveu? Alguém os estava enganando? Tantas perguntas que nunca saberia as respostas. Planejava manter Clarissa a distância, seria melhor para ela e para seu coração.

- Com licença, sua graça. - Garret estava na porta de seu quarto - A esposa do doutor Wilson está presente com mais três...ajudantes.

- O que?

- Sra. Wilson, sua graça. A esposa do melhor médico de Londres.

- Não acredito que Anthony fez isso. - ele se levanta da cama - Mande-os entrar e acomode-os na sala de visitas, irei pessoalmente pedir desculpas pelo mal entendido, informe que já estou indo.

Garret apenas o reverencia e se retira.

- Maldito. Pois também só irá saber que os mandei embora quando já for tarde demais.

Ruel caminhava pelo corredor do segundo andar com firmeza e raiva. Anthony o desobedecera e agiu contra sua vontade, teriam uma boa conversa mais tarde. Ele desce as escadas e caminha até a sala de visitas, parecia não ter fim. Andava, andava e nunca chegava até a maldita porta. Para quê sua família precisava de uma casa tão grande?

Depois de uma longa caminhada, finalmente chega até a enorme e pesada porta de madeira. Os empregados abrem e então ele entra no cômodo. Não era enorme, mas também não era pequeno, era apenas...aconchegante. Duas senhoras estavam sentadas de lado nos sofás, uma de frente para a outra, e um casal de costas para a porta por onde Ruel entrara. Assim que ela se abre, todos se levantam e então ele diz:

- Boa tarde, companheiros. Sinto muito pelo mal entendido, mas não estou precisando de nenhum atendimento. Meu mordomo...

Antes que pudesse terminar a frase, Ruel entrou em desespero com o que acabara de ver. Quando a mulher que estava sentada de costas, se levantou e virou-se para ele, Ruel a reconheceu. Os olhos castanhos. Cabelos escuros. O rosto perfeitamente simétrico.

Quando Clarissa se virou, não foi o duque que ela esperava ver, mas sim um jovem. Cabelos dourados...partidos no meio...olhos verdes estranhamente familiares.

Uma lâmpada se acendeu em sua cabeça, mas não poderia ser. Ou poderia?

Aquela fagulha em seu peito, viva na época dos acontecimentos, mas quase apagada nos últimos meses. Teria ela razão todo esse tempo? Dizem que quem ama sabe.

Eu saberia? Clarissa pensou.

E de repente, tudo começou a fazer sentido.

O baile.

A dança.

A sensação de conforto.

A liberdade.

O antigo sentimento que aquele homem trouxera a tona.

A fuga após ter perguntado sobre sua identidade.

A casa dos Vincent.

Era ele. Era ele?

Tinha que ser ele.

- Ruel?

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