Through the time • Ruel

Par onerwel

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Ruel, Joshua e Clarissa são melhores amigos desde que nasceram. Suas famílias, pertencentes à alta elite da I... Plus

1 - Younger
2 - To Joshua
3 - Waiting for you
4 - To Clarissa
5 - Helpless
6 - To Ruel
7 - Meet me inside
8 - Lookout
9 - No Promises
10 - The one that got away
11 - We Know
12 - Don't let it break your heart
14 - My dear London
15 - That would be enough
16 - What if I told you a story?
17 - The London Post
18 - How lucky we are to be alive?
19 - If these walls could talk
20 - What comes next?
21 - When we were younger
22 - Runaway
23 - The sky is the limit
24 - Anyone else
25 - Perfect on paper
26 - Too late
27 - Ruin
28 - If I can't have you
29 - Wondering
30 - The night of the nights
31 - London Gossip
32 - Who tells your story?
33 - The News
34 - Eclipse of the heart
35 - After the rain
AVISO!

13 - Someone you loved

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Par onerwel

— Sim.

As palavras de Joshua soaram como um sussurro. Mesmo receoso da reação do velho amigo com a recém novidade, ele ainda o encarava nos olhos. Seria tudo, menos covarde, não devia nada a ninguém, somente à Clarissa e seu coração.

Há dois meses, Joshua a pediu em casamento no salão da casa dos Williams após darem um passeio à cavalo e ele então perceber que o maior erro de sua vida fora ainda não levá-la ao altar. E ninguém, nem mesmo Ruel, seria capaz de fazê-lo se arrepender desse dia.

Joshua ficou apenas encarando Ruel até que ele respondesse algo, mas o jovem à sua frente estava atônito demais para fazer alguma coisa além de se virar em direção à mesa e apoiar-se com as mãos, como se fosse cair a qualquer momento. Portanto, ele resolve se pronunciar.

— Olhe Ruel... — Joshua se aproxima e põe a mão no ombro do amigo, mas logo Ruel puxa o braço o impedindo de se aproximar.

— Não ouse...encostar em mim.

Sua voz era firme e extremamente fria. Joshua não chegou a conhecer esse Ruel, e no fundo, esperava nunca mais ouvi-lo falando dessa maneira com ele.

— Ruel, deixe-me explicar, por favor.

— Explicar o que? — ele explode com a voz carregada de mágoa — Pensei que era meu melhor amigo, Josh! Mas quando viro as costas você...rouba a mulher que amo?

— Eu não roubei nada de ninguém!

— Vocês estão noivos!

— Porque eu a amo! — um silêncio doloroso paira no ar — Porque quando ela estava sozinha, fingindo estar bem frente à todos, mas chorando por sua perda, eu estava lá! Quando doía, eu estava lá! Nós estávamos nessa juntos, e então nos apaixonamos. Você sabe muito bem que não mandamos em nosso coração. Então se quer saber, não Ruel, eu não me arrependo.

Se já estava com raiva, agora Ruel ficara furioso. Como ousava acusá-lo de deixar Clarissa sozinha quando ela mais precisava se ele não tinha escolha? Não aguentava mais olhar para o rosto de Joshua sem querer esmagá-lo, portanto foi isso o que fez em seguida.

O punho de Ruel acertou sua cara em cheio jogando-o para o lado. Caído no chão, é puxado pela gola de sua roupa e então jogado contra a parede.

— Como ousa me acusar de deixá-la sozinha?

— Nunca...disse isso. — Joshua estava com o nariz sangrando.

— Não seja covarde.

— Do que está falando? Pensamos que você estava morto.

Como eu poderia estar morto? Deixei de mandar apenas uma carta até... — Ruel prefere não ir nessa direção — Como se conclui que alguém está morto somente em alguns meses?

— Meses? Ruel, ficamos sem notícias suas por anos.

— Pare de mentir! — ele grita puxando e jogando Joshua contra a parede novamente.

— Não estou mentindo! Pergunte à Clarissa. Todos em Londres acreditam que está morto.

— Clarissa respondeu à todas as minhas cartas, tenho convicção do que falo.

— Que cartas? Ela ficou anos esperando por alguma notícia sua.

— Então eu estava tendo alucinações?

— Pare de pôr palavras em minha boca! Sabe que não faria isso com você, eu o respeito muito. Não estou mentindo, pergunte-a pessoalmente se quiser, ela está no salão. Aliás, não lhe devo nenhuma satisfação de nossas vidas, você que deve. Se não estava morto, o que estava fazendo?

— O que mais estaria fazendo em uma guerra, Joshua?

Aquela conversa não estava indo à lugar algum, ambos estavam ficando irritados sem nenhuma conclusão. Joshua ainda prensado contra a parede, finalmente empurra Ruel para se soltar, e o garoto se afasta.

— Se não acredita em mim, também não acredita em Clarissa. Crê que ela também lhe trocou por mim? Que foi influenciada? Acha que ela é tão fraca assim?

— Não me faça de burro, a família dela nunca a deixaria recusar um pedido de casamento.

— Tem certeza de que a conhece, Ruel? Ou só é apaixonado pela personagem que criou dela em sua mente? Vocês não se vêem há mais de uma década, não sabe como ela é. Não a reconheceu nem quando ela só estava usando uma estúpida máscara sobre o rosto.

— Como...

— Por qual razão acha que eu estava no jardim? Não sabia que era você, só estava com raiva pela melhor dança da noite de minha noiva ser com um homem que não sou eu.

Ruel apenas o encarou.

— Se não acredita em mim, por favor, acredite nela. Clare sofreu muito para se curar da dor de tê-lo perdido, não reduza isso à nós, nem a machuque novamente.

As palavras de Joshua partiram o coração de Ruel. Por mais que não pudesse acreditar, no fundo sentia que ele falava a verdade. E ser o motivo pelo qual Clarissa sofrera tanto...simplesmente não podia suportar. Não queria despertar esses antigos sentimentos ruins nela.

Ruel caminha pelo cômodo, procurando as palavras certas.

Ou coragem para fazer uma escolha.

Precisava fazer. Por Clarissa.

— Vou embora. — foram as únicas palavras que Ruel conseguira pronunciar. Ele agora estava de costas para Joshua.

— O que?

— Não conte nada à Clarissa. Não diga que estive aqui. A guerra com os Lancastre ainda não terminou, não quero colocá-la em perigo nem a ferir novamente. Se acha que estou morto, é melhor que fique assim.

— Está dizendo...

— Para que não conte que estive aqui para ninguém. Sou apenas um duque de passagem pela cidade, estarei indo embora em breve, só terminarei alguns compromissos com meu ducado e isso é tudo.

— Mas Ruel...

— Me prometa.

Foi uma decisão difícil, Joshua sentiu que estaria traindo Clarissa em todos os sentidos possíveis da palavra, mas se fosse para deixá-la em segurança, ele o faria. Ruel havia trazido muita dor para a vida dela, sua noiva levou tempo demais para conseguir superá-lo. Talvez tivesse que deixar as coisas como estão.

— Eu prometo.

Assim que Ruel se vira para encarar o amigo, Joshua se espanta com algo.

— Meu Deus! O que aconteceu com seu peito?

— O que?

Quando olhou para a própria blusa, lembrara do que estava acontecendo sob seu fraque minutos atrás. E junto com a lembrança, veio a dor agora mais forte. Sua blusa antes branca, agora estava com uma enorme mancha vermelha. Sangue.

Ruel, você está sangrando?

Joshua correu para verificar se ele estava bem.

— Me deixe, — Ruel se afasta — eu estou ótimo. Só preciso ir para casa.

— Você não está nada bem.

— Vou para casa. — ele repete.

Ruel puxa a gola de seu fraque para cobrir a blusa que trocara de cor.

— Foi bom vê-lo novamente amigo. Faça-a muito feliz. — se Ruel não conhecia a sensação de quebrar seu próprio coração com suas próprias palavras, agora conhecera.

Joshua apenas afirma com a cabeça.

— Adeus, Ruel.

E então ele abre a porta e se retira do cômodo com Joshua acreditando que aquela seria a última imagem que teria do velho amigo de infância. Um homem de coração partido, confuso e que o odiava.

Do lado oposto da casa dos Armstrong, Ruel não queria admitir, mas a dor aumentava cada vez mais, como se o ferimento estivesse começando a rasgá-lo por dentro. Maldito soldado, ele pensou. Irei acabar com a dinastia Lancastre apenas por isso.

Dentro da carruagem, ele mandava o cocheiro ir cada vez mais rápido, precisava ir embora daquele lugar, não aguentaria nem mais um segundo sequer viver tão perto de Clarissa, mas ao mesmo tempo tão longe sem que pudesse ser sua. A cada metro que os cavalos puxavam, era um metro mais longe de seu coração.

Logo que chega em casa, Ruel manda todos os empregados arrumarem tudo, pois ela estaria inabitada novamente, partiriam em breve.

Evitar a presença de Anthony o máximo possível era o principal objetivo de Ruel aquela noite, estava cansado demais para ouvir sermões, mas como uma sombra, o mordomo aparece atrás dele, na porta de seu quarto quando já havia tirado o fraque e a gravata ficando somente com a blusa na vívida cor vermelha. Ele tinha que aparecer logo agora?

— Oh meu Deus! Sua graça, o que é isso? O senhor está bem?

— Não foi nada, Anthony. Meus pontos abriram, mas nada para se preocupar, logo fechará sozinho.

— Combinamos do senhor não fazer nenhum esforço. Estarei chamando um médico imediatamente!

— Não será necessário.

Estarei-chamando-um-médico-imediatamente. — o mordomo repete. — Prometi à seu pai que cuidaria do senhor, não falharei com ele agora.

Por mais que na maioria das famílias o mordomo estivesse nas casas apenas para servir à ordens, Anthony e a família Vincent tinham um tipo diferente de relação.

— Anthony. É uma ordem, não chame ninguém. Partiremos em breve, isso só irá me atrasar.

Discutir com Ruel seria inútil, o garoto era cabeça dura como o pai.

— Partiremos?

— Sim.

— Por qual razão partiríamos? Não era o maior sonho do senhor retornar à Londres?

— Sim, mas descobri coisas que nenhum cavalheiro gostaria de saber.

— E o que seriam essas coisas?

Doía pensar nisso. Doía falar.

Ele demorou para achar as palavras corretas e mais diretas possíveis, não queria falar sobre o que aconteceu. Com ninguém.

— Ela está noiva do Sr. Bassett.

Os olhos de Anthony se arregalaram com espanto.

— Oras, e irá desistir assim tão fácil? Vai correr e ir embora esperando que um dia a dor faça o mesmo que você e suma para sempre?

— O plano é esse.

— Senhor Ruel, meus quarenta e três anos de vida me permitem dizer isso. Ela está noiva, não casada. Se conseguir convencer a ela e sua família, suas chances ainda existem. Lembre-se disso. Seu pai nunca desistiu de sua mãe, então faça o mesmo. Orgulhe o homem que ele foi, que ele queria que você fosse.

Após cuspir essas palavras no rosto de Ruel, ele apenas se retira imediatamente do ambiente dizendo as palavras:

— O senhor precisa descansar, com licença.

Enquanto um jovem cavalheiro refletia sobre as palavras de seu mordomo no extremo norte do bairro, uma dama tentava se livrar de mulheres tagarelas ao leste.

— Viram a de vestido amarelo? Com certeza é a Srta. Hamilton.

— Não tenho dúvidas, o jeito que sua pobre renda esfarrapada se apaga à luz das velas é inconfundível.

Todas riem, menos Clarissa. Estava ocupada demais com seus olhos varrendo o salão à procura de algum homem parecido com Joshua.

— O que foi, Clarissa? Não está se divertindo?

Novamente elas riem pela revelação da identidade dela.

— Oh! — ela diz voltando sua atenção para as mulheres à sua frente — Vocês me pegaram. Como adivinharam? — ela força um sorriso falso.

— O brilho de seus cabelos é inconfundível, Srta. Williams.

— Uma boa avaliação para se identificar alguém em um baile de máscaras. Obrigada, Srta. Brandford.

Por mais que se divertisse em falar de todos os presentes e estragar o "disfarce" de todo mundo, a mulher não ficou nada contente com a revelação de Clarissa.

— Como adivinhou? — perguntou ela séria.

Clarissa nem hesitou em responder com as primeiras palavras extremamente irritadas que apareceram em sua cabeça.

— A senhorita não fecha a boca um segundo, não foi muito difícil distinguir das demais damas.

Agora era Clarissa quem ria.

Pelos minutos seguintes, ela ainda permaneceu de pé ao lado das mulheres fofoqueiras pensando na vida. Pensando em Joshua. Pensando no homem em que dançou com ela mais cedo...

— Sim, eles estão na cidade. — Uma voz não tão longe, atrás dela, se pronunciou.

— A senhora tem certeza de que não está comentendo um equívoco? — era um homem dessa vez.

— É claro! Nunca passo informações falsas. O duque está de volta.

Nesse momento, Clarissa bebia o drink delicioso que tanto quisera provar durante toda a noite, e por muito pouco ela quase não cuspiu o líquido que já estava em sua boca com tamanho susto que levou. Foi um sacrifício para não se engasgar e passar vergonha na frente de todas aquelas mulheres que espalhariam o acidente com prazer para toda a cidade em questão de minutos.

Mas talvez estivesse um pouco louca. Ela ouviu o que ouviu mesmo ou estava escutando coisas? Precisava verificar imediatamente.

— Com licença, senhoritas. Preciso ir.

Sem esperar nenhuma resposta em troca, ela se vira colocando o copo de vidro na bandeja do garçom que estava próximo a ela para então caminhar rapidamente até a senhora que havia dito a suposta frase.

— Com licença, milady? — ela diz entrando no caminho da mulher.

— Olá, minha jovem. Posso ajudá-la?

— Na verdade não foi minha intenção, mas não pude evitar de ouvir a conversa da senhora com o cavalheiro que estava em sua companhia segundos atrás. Disse que o duque está de volta à Londres?

— Oh sim! Vários relatos chegaram até mim. O senhor Melbourne alegou ter passado e visto hoje mais cedo um grande movimento de empregados e uma carruagem também foi vista. A casa dos Vincent está completamente acesa.

— A senhora tem certeza?

— Claro, minha querida. Creio que em breve alguém irá visitar o...

— Com licença? — uma voz masculina soou atrás de Clarissa. — Desculpem interromper a conversa, mas a última valsa começará em breve e...bom, já dancei com todas, creio que só falte a senhorita.

Clarissa olha para a mulher e ela diz:

— Se divirta. — ela o reverencia e se retira.

Milady? — ele estica a mão e Clarissa a segura para então começarem a caminhar para o centro do salão junto aos outros casais.

— Onde estava?

— Como?

— Te procurei a noite inteira...Joshua. Onde estava?

Como sabe que sou eu?

— Quem mais interromperia uma conversa entre duas damas como um cavalo?

Touché.

E você ainda não respondeu minha pergunta. Onde estava?

— Fazendo o tempo passar propositalmente para deixar a minha última dança da noite ser sua. Não queria correr o risco, imagine se eu me apaixonasse por outra dama? — ele diz brincando.

Clarissa se diverte.

A música começa, e então eles valsam. Por todo salão, belamente, mas não tão encantador quanto o homem que à levou ao centro da roda de casais e os fez rodarem como estrelas.

Mesmo dançando com Joshua, os claros olhos verdes daquele cavalheiro não lhe saía da mente. A sensação que sentira era como a própria liberdade em sua pura forma humana.

Não.

Não poderia continuar pensando sobre isso. Sobre outro homem. Estava nos braços de seu noivo, seu futuro marido. Que tipo de mulher seria se pensasse em um qualquer enquanto o olhava nos olhos? Precisava de uma distração, uma maneira de fazer seus pensamentos serem totalmente sobre Joshua e seu casamento. Sua vida ao lado dele. Afinal, era para isso que estava ali, saber se estava fazendo a escolha certa.

— Joshua?

— Sim?

— O que acha de irmos para o quarto da revelação? Estou sentindo muitos olhos em nós. Há muitos fofoqueiros juntos em um lugar só, isso não faz bem a ninguém.

Joshua apenas ri e concorda.

— Você tem toda razão. Vamos.

Ambos deixam a pista de dança e vão em direção a um dos quartos, de braços entrelaçados elegantemente.

Alguns casais já estavam no local quando eles entraram, vários bancos com estofados vermelhos ocupavam todo o ambiente. Joshua e Clarissa escolheram o que estava mais afastado de todos, abaixo da janela retangular que havia no fundo da sala.

— Enfim, privacidade. — Joshua diz.

Clarissa está séria, pensando em seu futuro e em Joshua. E então no homem desconhecido. Não. Joshua, sim. Ela precisava dar o próximo passo na relação, precisava não dar mais motivos à sua cabeça para pensar em outro. Apenas em Joshua. Ah, como queria tê-lo eternamente em sua vida...

— O que acha de irmos um pouco além? — ela sugere.

— Em que exatamente?

— Você sabe, em nosso relacionamento. Vamos anunciar a todos que estamos noivos, falar para a Sra. Armstrong anunciar nas escadas. Toda Londres está aqui, seria grandioso.

— Você tem certeza disso?

— Toda certeza do mundo.

Ela põe a mão esquerda no rosto dele, o acariciando.

— Eu o amo, Sr. Bassett. Estou certa do que estou dizendo. Você foi meu melhor amigo, esteve lá quando mais precisei. Me ajudou a me recompôr quando caí, e absolutamente nada no mundo fará eu me arrepender de ter te dito sim para você.

Joshua põe a mão sob a de Clarissa, puxa alguns centímetros para o lado e beija seus dedos.

— Eu a amo, Lady Williams.

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