Querida Clarissa,
Quer saber? Formalidades de lado.
Minha querida Clary, dizer que o tempo e a distância me afastaram dos meus sentimentos por você seria um equívoco de minha parte, pois quanto mais tempo fico sem ver seu rosto, mais me apaixono pela lembrança do seu sorriso.
A esta altura acredito que Joshua já tenha lhe contado sobre minha atual situação de retorno à Londres. Infelizmente ainda sem previsões, o que torna tudo mais doloroso.
Espero que entenda o porquê de não ter mencionado sobre a senhorita na carta anterior, gostaria de algo mais particular, mais...nosso.
Se me permite dizer, gostaria de compartilhar a informação de que já fui obrigado a cortejar seis damas, mas recusei todas, pois meu coração não consegue ser de ninguém mais, além de seu e somente seu.
As vezes, quando estou deitado olhando para o teto nas horas que o sono me abandona, penso em você. Penso em sua altura, quanto deve estar medindo? Um e sessenta? Cinquenta? Quanto deve estar calçando? Trinta e quatro? Ou trinta e cinco? E o tamanho de seu cabelo? Está maior caindo em longos cachos escuros ou ainda está na altura do peito como costumava ser quando parti? O que estaria fazendo quando acordasse? Sua rotina mudara muito? Pois a minha sim. Ainda sorri quando pensa em mim? Do jeito que costumava sorrir com seus lábios tão delicados ocupando grande parte de seu rosto sem deixar os dentes a mostra? Seu coração ainda me pertence ou já tem outro dono? São tantas perguntas não respondidas...Está feliz? Com saudades? Esquecida? Tudo bem, admito, sou egoísta e estou curioso para saber se ainda pensa em mim depois de todos esses anos, pois eu não paro de pensar na senhorita.
Acho que já falei demais. Está na sua vez de escrever.
Mal posso esperar para vê-la novamente.
Atenciosamente,
Para sempre seu,
Ruel.