⚠️ AVISO MUITO IMPORTANTE ⚠️
Qualquer CÓPIA NÃO AUTORIZADA será DENUNCIADA, lembrando que PLÁGIO É CRIME!
Conto com sua honestidade, obrigada!
♡
Oi amores! Vamos continuar com nosso loirinho? Me deixem saber se gostaram com seus comentários e votos. Desejo uma ótima boa leitura!
~ • ♡ • ~ • ♡ • ~
Adrien's POV
Acordei na manhã seguinte com um raio de sol que havia resolvido passar pela persiana e se concentrar bem no meu rosto. Depois de alguns segundos lutando contra o sono e tentando abrir os olhos, consegui voltar a mim e entender um pouco do que me rodeava.
Eu estava de bruços em cima de um emaranhado amassado que consistia nos lençóis e no edredom branco que forrava minha cama. Diretamente ao meu lado, uma mulher morena de cabelos castanhos dormia silenciosamente, também de bruços, com o rosto virado para mim. Ambos estávamos nus, e eu sentia que minha cabeça poderia explodir a qualquer momento, fazendo com que alguns dos meus miolos detonassem o estilo despojado do meu quarto.
Fiz o que me pareceu ser uma força sobre-humana para levantar minimamente o corpo e me virar para o lado da mesa de cabeceira, com o objetivo de verificar as horas. Eu imaginava que estava atrasado, mas ao olhar para os números vermelhos luminosos tive uma certeza:
Alya me esquartejaria.
Era provável que ela tivesse insistido em ligar para meu celular durante as últimas três horas ao constatar que eu não estava no trabalho. Eu confirmaria aquela suspeita assim que encontrasse o maldito telefone.
Reuni toda a força de viver que me restava e sentei no colchão. Senti meu cérebro se revirando dentro da caixa craniana como se quisesse sair do lugar. Isso fez com que meus olhos momentaneamente perdessem o foco, o que me forçou a fechá-los e tentar não gritar com a enxaqueca absurda que parecia querer me matar lenta e dolorosamente.
Caminhei até o banheiro, liguei o chuveiro e me enfiei completamente lá dentro. Tentei não pensar em nada porque pensar doía. Saí do banho me enrolando em uma toalha, escovei os dentes e caminhei para o closet, escolhendo aleatoriamente um terno preto, uma camisa que me parecia ser de alguma tonalidade azul e uma gravata cinza escuro.
Vesti-me lá mesmo, sem nem me preocupar em conferir no espelho se a camisa ainda tinha a etiqueta de nova ou se o nó em minha gravata estava torto — o que era bem provável. Voltei para o quarto e vi que a mulher ainda dormia. Caminhei até ela.
Qual era mesmo o nome dela? Acho que começava com L ou M...
— Ei... — Soltei, segurando em seu ombro e balançando-o um pouco. Infelizmente, falar também doía. — Ei... — Outra sacudida, agora com mais vontade. Ela pareceu sentir, e começou a despertar.
Porra, como diabos você se chama? Letícia? Melissa?
— Hmmmmpf?
— Você tem que ir. Eu tenho que ir! Já são quase 12h, tenho compromissos na empresa e minha assessora vai me matar!
Procurei por seu vestido no chão enquanto tentava falar. Ao achá-lo do avesso, virei-o do lado certo e o entreguei a ela. Graças a Deus a garota obedeceu, cambaleando para o banheiro com o vestido nas mãos enquanto não me dava a mínima atenção.
Segui para a cozinha à procura de algum analgésico ou qualquer coisa antirressaca que encontrasse. Ouvi meu celular tocando baixo, mesmo minha audição estando comprometida com um zumbido irritante e ensurdecedor. Fui até a sala e identifiquei que o som vinha da massa de roupas no chão.
Ah, no bolso das minhas calças. Da noite anterior.
Soltei um gemido ao abaixar para pegar o aparelho.
— Alô.
— Senhor Agreste. Fico feliz em saber que o senhor está vivo.
— Desculpa, Alya...
— O senhor está atrasado. Espero que já esteja a caminho.
— Eu... me dê mais uns vinte minutos que chego aí, ok?
— Estarei cronometrando, senhor.
E desligou.
Ela estava muito puta.
Aproveitei para pegar a carteira e as chaves ali também. Voltei para a cozinha e sentei no balcão, repousando a cabeça nas mãos. Algum tempo depois, o que poderiam ter sido minutos ou horas, a mocinha misteriosa juntou-se a mim.
— Bom dia. — Ela mantinha o sorriso no rosto enquanto me olhava.
— Oi... Você quer uma carona? Para algum lugar?
— Eu gostaria, mas não acho que você esteja em condições de dirigir.
— É, acho que não estou. — Concordei com tristeza — Vou pegar um táxi e você pode aproveitar a corrida.
— Nossa, você está mesmo me expulsando assim?
— Não estou expulsando, só preciso trabalhar. Se eu demorar mais que vinte minutos até lá tenho sérias dúvidas se minha assessora vai conseguir segurar o impulso de me atacar com uma tesoura quando chegar.
Ela bufou.
— Olha... Maité... — Comecei.
— Mirella.
Isso, porra! Mirella!
— Mirella... a noite de ontem foi muito legal...
Ela continuou me olhando, me forçando a terminar aquela sentença.
— Mas, você sabe... foi casual. Nós não teremos nada mais que isso.
— Eu sei disso, não sou imbecil. Mas isso não significa que eu não possa tomar um café da manhã. Não estou pedindo as chaves do seu apartamento, só queria que você me desse dez minutos.
Ok, eu não ia discutir com ela. Fiz um sinal com a cabeça e deixei-a explorar minha cozinha enquanto voltava a repousar minha cabeça nas mãos. Eu sabia que esse atraso adicional traria consequências trágicas ao meu dia: Alya se vingaria de mim, me escalpelando ou, o que era pior, inventando alguma desculpa para me deixar ir às reuniões sozinho.
O dia seria promissor.
[...]
Alya me ignorou o dia inteiro como se eu fosse um grão de poeira passeando pela sala. Quando eu tentava puxar algum assunto ela era a mais monossilábica possível, afirmando que estava muito ocupada para papo furado.
— Posso saber por que você está me tratando mal?
— Não estou lhe tratando mal, senhor. Estou muito ocupada.
— Não está ocupada! Eu sei que você está fingindo! Você nem olha para mim.
Ela me olhou.
— Tem algo importante que o senhor queira discutir? — Ela frisou a palavra "importante", como se eu só quisesse falar de inutilidades.
— Sim: Por que você está tão irritada?
— Sou sua assessora nessa empresa. Estou preparada para discutir assuntos relacionados à empresa, então se o senhor não tem nada para dizer sobre...
— Pare com isso, Alya! Qual é o problema, o que foi que eu fiz p'ra você me tratar assim?
Ela me encarou por alguns segundos, e então falou em um tom de voz nada apropriado para uma funcionária:
— Me espanta você ser tão burro que não percebe o que está fazendo com a sua própria vida.
— O que eu estou fazendo? Só porque bebi ontem e fui p'ra cama com uma...
— Não me interessa o que você fez ontem. Mas parece que você não consegue se estabilizar em nenhum aspecto da sua vida! Pelo amor de Deus, Adrien, olhe p'ro que você está se tornando! Daqui a alguns anos vai ser mais um empresário solteiro e patético que se aventura com mulheres fáceis porque não tem um pingo de amor próprio ou vontade de procurar alguém certo... lamentável.
— Eu já tentei fazer isso, se você não lembra! — Interrompi seu discurso levantando consideravelmente o tom de voz.
— E daí? Você acha que é a única pessoa que sofreu uma desilusão amorosa na vida, Adrien? Pare de sentir pena de si mesmo e olhar p'ro seu próprio umbigo! Tem pessoas com problemas muito mais significativos por aí!
Tudo bem, ela estava absolutamente certa e eu até era capaz de lembrar de uma... mas eu também tinha meus problemas.
— Eu sei que não sou o exemplo de infelicidade, mas não venha me dizer que a minha vida é fácil. — Falei baixo.
— Eu não disse isso! Mas você nem se esforça para melhorar!
Fiquei calado olhando para as mãos.
— Quantas pessoas você já deixou se aproximarem de você, Adrien? A quantas mulheres você se deu a chance, de verdade, de conhecer e de talvez gostar? Você criou essa redoma em volta de si mesmo p'ra tentar não sofrer, e acaba vivendo a sua vida da forma mais fútil e lamentável possível porque acha que seus erros podem ser justificados por uma decepção do passado. Você não pode colocar a culpa de tudo no que já passou, e se quiser arrumar a bagunça em que a sua vida se encontra agora, tem que começar dando uma chance às pessoas e a si mesmo.
— Eu não quero dar mais chances a ninguém. Todo mundo é interesseiro. — Falei.
— Não, não é. Tem pessoas ordinárias e pessoas especiais por aí. — Ela disse.
Tive que sorrir com a ironia do momento. Ela ficou em silêncio. De repente senti sua mão no meu ombro, e eu sabia que quem falaria agora era Alya, minha melhor amiga:
— Você só vai conseguir superar seus problemas quando se permitir fazê-lo. Desculpe te informar, mas isso só depende de você. E quando você der uma chance a isso, vai ver que muitas coisas vão clarear na sua mente, mas se continuar se depreciando desta forma, vai afundar cada vez mais nesse seu inferno pessoal e depois será quase impossível sair dele.
— Isso exige uma coragem que eu não tenho mais. — Respondi olhando para ela.
— Você não é mais uma criança e nem é o covarde que finge ser. Sabe que às vezes temos que nos jogar de cabeça.
— É disso que eu tenho medo. Posso bater com a cabeça e morrer e outra vez eu não suportaria, Al.
Ela riu.
— Adrien, eu amo de você. De verdade. Você é meu melhor amigo, quase um irmão e quero muito te ver feliz, mas você precisa se ajudar.
Ficamos em silêncio por algum tempo. Minha cabeça ainda doía, agora com mais intensidade pelo recente debate com Alya.
— Bem... — Senti sua mão se afastar do meu ombro. Ela se recompôs voltando ao seu papel de assessora e adotando uma postura muito séria. — Eu vou voltar para minha sala. Se quiser algo, estarei disponível.
E dizendo isso, caminhou despreocupadamente para a porta.
— Sabe... — Comecei, sem pensar, e só Deus sabe o porquê das minhas palavras saltarem da minha boca naquele momento — Eu posso dar uma chance à mulher errada.
Ela se virou graciosamente, e foi então que lembrei que Alya também tinha seu lado angelical.
— Errado aos olhos dos outros pode não significar nada. Talvez ela seja a mulher ideal.
E saiu.
~ • ♡ • ~ • ♡ • ~
Agradeço por cada comentário e estrelinha que deixaram por aqui! Até o próximo. Beijinhos! 💕💕💕