Príncipe das Sombras

By nathbrandon

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- Arte da capa feita como um presente por @brekkerworld "Azriel sempre se considerou um bastardo, não merece... More

AZRIEL + CALLYEN
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPITULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 16
ADENDO DO LIVRO
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPITULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPITULO 49
CAPÍTULO 50
CAPITULO 51
CAPÍTULO 52
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
ADENDO DO LIVRO
NÃO É CAPÍTULO É AVISO
CAPITULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
ADENDO DO LIVRO
CAPÍTULO 59
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
ADENDO DO LIVRO
ADENDO DO LIVRO
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
CAPÍTULO 66
CAPÍTULO 67
CAPÍTULO 68
CAPÍTULO 69
CAPÍTULO 70
CAPÍTULO 70 PARTE 2
EPÍLOGO
NOTAS + AGRADECIMENTOS FINAIS
CAPÍTULO EXTRA I
CAPÍTULO EXTRA II
P.S. EU TE AMO
EXTRA III
EXTRA IV
OLÁ VELARIANOS!
OIA ISSO!!!
OIÊ CAMBADA: TENHO LIVRO NOVO!
ALGUNS AVISOS IMPORTANTES

CAPÍTULO 15

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By nathbrandon

Oiê meu bem tudo bem com vocês? Espero que sim. Vou ficar postando duas vezes na semana, então tudo bem?

Prepara que o capítulo tá grande hoje, e eu espero que gostem. No mais não esqueçam o voto, o comentário, e o amorzin por esses dois.
Vamos ao capítulo.


CALLYEN


Eu consegui ouvir os sons vindos daquele lugar. Talvez por conta dos malditos poderes relacionados a minha Manipulação, eu consegui sentir as percepções de um lugar, e pelo visto, de pessoas também, mesmo já estando mortas.

A cena era macabra, tão somente porque eu conseguia ver suas mortes, sentir o terror que se abateu sobre eles rápido, feroz e mortal ao passo que se quer conseguiram se defender. O rastro negro os cortou em pedaços antes que pudessem sacar suas espadas, arrancando-lhes sangue, e pedaços do corpo. O tremor subiu como um mal agouro pela minha espinha dorsal, com a compreensão de que realmente aquilo era um aviso. Um aviso para mim, quando eu conseguir ver — sem ver — os pares de olhos negros parados como uma sombra no pensamento me encarando de volta no vazio antes que sumisse.

Porque eu sabia que eu deveria temer isso? Porque eu sabia que essa chacina era para mim, sem nem saber os motivos pelo quais eu sabia?

Ao meu lado o som do trincar de uma mandíbula se vez audível novamente, um rosnar quase inaudível também.

— Como acha que isso aconteceu? — questiono para absolutamente ninguém. Não sabia se ele me responderia, mas perguntei ainda assim.

— É óbvio que alguém quer nos mandar uma mensagem. Entretanto, não creio que seja para qualquer de nós especificamente.

— Rhysand tem muitos inimigos.

— Correto. Todos temos muitos inimigos — o Encantador de Sombras diz, as expressões frias e ilegíveis enquanto falava. Ainda observando a montagem a frente. — Mas como disse, não creio que seja uma mensagem direcionada específicamente para ele.

— Eles estavam vivos.

Eu digo e repentinamente tenho seu olhar sobre mim. Cassian não estava mais ali, Azriel o havia atravessado de volta ao salão da Casa dos Ventos ou onde quer que seu Senhor estivesse para informar o ocorrido, então, estávamos apenas os dois aqui. Além dos mortos.

Sinto seu olhar queimar sobre mim, apesar da expressão se manter como se esculpida em mármore.

— Como sabe?

— O sangue. Não estava coagulado quando chegamos, o que indica que os membros não foram arrancados depois de mortos. Além do mais, eu vi toda a cena assim que cheguei aqui.

— Você atravessou.

Desculpe, o quê?

— Perdão?

— Você atravessou até aqui. Como não sabemos o que poderia ter acontecido, eu vim atrás de você junto com Cassian. — ele me seguiu?

— E como soube para onde eu atravessei?

Azriel continuou me olhando, se não fosse pelo movimento lento e calculado de sua mão mesmo isso, pensaria que havia sido congelado em pedra de granito. Ele ergueu a mão, e uma de suas sombras circulou entre seus dedos e veio em minha direção. Como um animal de estimação reconhecendo o lugar ou alguém, ela espiralou em minha direção, girando ao redor dos meus ombros uma vez antes de voltar ao seu respectivo Senhor.

Então eu entendi, as sombras o avisaram. E pelas sombras ele abriu caminho atravessando onde eu estava. Elas o disseram.

— Suas sombras me seguiram. — digo sacudindo a cabeça um vez absorvendo isso.

— Todos temos sombras que nos seguem, as nossas costas, acompanhando-nos. As minhas só se movem junto a suas próprias.

O observei e Azriel manteve a expressão fechada e indecifrável, e não olhava mais para mim de qualquer forma. Sua visão estava a frente, novamente no nicho de corpos ainda espalhados pelo campo nevado. Naquele cenário foi a primeira conversa verdadeiramente decente que ele manteve comigo na última semana, a qual eu estive hospedada em sua Corte. O cheiro da carnificina já começava a incomodar, e eu não sabia o que ele faria com os corpos, ou o que Rhysand faria se acaso ele viesse. O que não aconteceu pelas próximas meia hora.

Ao meu lado Azriel suspirou.

— Temos que voltar. — ele diz e eu o olho sobressaltada.

— O que faremos com eles? — questionei em direção aos corpos.

— Alguém virá limpa-los. Ou algum animal irá limpar, eventualmente. — Azriel deu de ombros, num movimento frio que me fez encara-lo.

— Você não vai deixar eles aqui assim, vai? — indignei-me quando ele apenas ergueu uma de suas sobrancelhas grossas.

Observei novamente os corpos a frente. Eles mereciam um enterro digno,numa vez que suas mortes não o foram. Ao menos eu não os deixaria a mercê de algum dos animais ou do que quer que vivesse a noite nas florestas cuidassem de seus corpos.

Afastei-me de Azriel e caminhei até onde eles estavam, a cena que ainda vinha em ondas macabras e manchadas de vermelho rubi sangue, não me enjoava mais a medida que eu ia para perto. Eu precisava fazer isso, dar-lhes um fim digno e só esperei que eu não destruísse a floresta ao redor junto.

Respirei fundo, puxando o ar pelos pulmões e devolvendo devagar, concentrando o Poder em direção a pontas de meus dedos. Devagar. Tão lentamente eu o senti queimando minha pele a medida que ele se desvencilhava de mim, puro, negro, fervente; e ia em direção ao corpos, consumindo cada pedaço do que tocava.

— Que o Caldeirão lhe salve. Que a Mãe lhe segure. Passe pelos portões e sinta o cheiro da terra imortal de leite e mel. Não tema o mal. Não sinta dor. Vá e adentre a eternidade. — eu deverei a oração a medida que o Poder os consumia e deixava apenas um rastro negro de poeira em volta do círculo. Por um milagre da Mãe, quando eu decidi que era o suficiente e tomei a nuvem negra e lenta de volta, ela voltou para mim. Dolorosa e gradativamente, ao passo que todo o meu corpo doía e eu sentia como se fosse vomitar a qualquer momento.

Atrás de mim, o Mestre Espião da Corte Noturna não se moveu ou falou, mas eu podia sentir seu olhar queimando em minha nuca a cada movimento meu. Olhei para onde estiveram os corpos antes, onde agora restava apenas terra seca e queimada e um punhado de poeira a qual estava se espalhando ao vento. Aquele local seria sempre um lembrete do que havia ocorrido, mesmo que depois de esfriar, a neve o cobrisse, a relva talvez nunca mais voltasse a despontar ali.

Voltei para o lado de Azriel, com o corpo reto e a cabeça erguida, mas me recusei a olhar para ele, a sentir o que quer que fosse que ele estava pensando. Eu queria voltar a Velaris, eu tinha que me encontrar com uma dragão afinal de contas... Mas não era por isso que eu queria desesperadamente voltar. Eu queria me enfiar no quarto e tentar esquecer o que vi, a sensação de que o que tenha destroçado aqueles feericos, queria a mim também.

Azriel não disse uma palavra, apenas me ofereceu a mão para que pudéssemos atravessar de volta a Cidade, como se soubesse que eu não saberia atravessar de volta. E ele estava certo. Eu se quer sabia como tinha chegado até aqui, inicialmente. Respirei fundo antes de tomar o convite e deslizar minha mão pela dele para que ele nos atravessasse de volta. Foi quando aconteceu novamente, quando parte do que eu estava tentando evitar em seus olhos avelã, bateu sobre mim com seu toque. Foi rápido e relutante, como se ele soubesse que eu veria se o tocasse. A sensação de acolhimento em meio as suas sombras; eu tive a sensação de estar voando, quente e acolhedora, quando a aspereza daquelas mãos tocavam em mim. Em meu corpo... Em minhas asas. A sensação veio tão rápida quanto se foi, quando ele rapidamente puxou a mão para longe do meu toque assim que pisamos dentro do salão de jantar da Casa dos Ventos. Puxei o ar com aspereza quando a vertigem tomou conta da minha mente e me distanciei dele. Se Azriel percebeu eu não sabia, pois ele assim que nos atravessou de volta saiu do meu alcance e caminhou para longe, ainda indecifrável, ainda com as expressões frias e ilegíveis.

Caminhei de volta para o quarto da Ala Oeste onde eu fui hospedada depois da destruição do meu antigo quarto. Foi somente quando adentrei no espaço que eu me permiti desabar, corro para o banheiro e sinto que minhas tripas iriam sair garganta acima com as sessões de vômito que me acometeram um depois do outro. Eu ainda podia sentir o cheiro, ver o sangue... Os gritos, a dor, tudo... Os olhos completamente negros olhando de volta para mim no meio do vazio. Puxo o ar, prendendo-o e soltando devagar. Arranco o vestido, agora sujo, e entro na banheira magicamente quente e deixo meus músculos derreterem na água.

Fecho os olhos e deixo a água me lavar, tentando não pensar, não lembrar. Saio do banho e encontro mais vestes sobre a cama de lençóis negros de seda. Dessa vez um conjunto composto de uma calça de tecido fluído e solto, com elástico na cintura alta e na bainha das pernas e uma blusinha de mangas compridas, também fluida e com o mesmo elástico folgado nos punhos. E incrivelmente havia um conjunto de lingerie combinando. Imagino se as irmãs o escolheram. Não reclamo entretanto, apenas visto as roupas e pego o par de sapatos de camurça bordado combinando.

Não saio do quarto entretanto, esperando a hora que eu pudesse encontrar com Amren e ela me orientasse sobre o que eu era e como eu podia controlar isso. Rapidamente, meus pensamentos traidores seguiram para a sensação do toque do Encantador, a familiaridade em seu toque, a intimidade nele. Não era real. Era como uma lembrança distante, algo que não aconteceu e aconteceu ao mesmo tempo. O toque em minha pele, a aspereza familiar das mãos, o dedilhar pelas asas. Meu corpo inconscientemente se aqueceu com isso e eu me obriguei a tirar esse pensamento da cabeça.

Eu ia ficar louca. E a culpa seria dele.

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