Vamos de capítulo na versão do fofo/sombrio/lindo do Az? Vocês gostam de capítulos divididos entre perspectivas ou preferem uma só? Me conta aí!
Vamos ao capítulo de hoje e espero que gostem. Não esqueçam os votos.
AZRIEL
🦇
O que ela estava fazendo comigo?
Eu estava confuso, e eu odiava me sentir dessa forma. Odiava, o fato de querer estar ao redor dela como se houvesse um ímã que me guiasse mesmo eu mantendo longe. A exemplo de quando ela, sorrateiramente, se esgueirou pelos corredores antes de amanhecer e eu me vi indo junto.
Quando chegou a beirada da saída da Casa do Vento, a fêmea simplesmente abriu as asas, brancas feito a mais pura neve e deixou que o vento soltasse as penas. Isso, as asas dela era algo que realmente me impressionava. Eu já tinha visto, óbvio, vários Sarafins. Lutado ao seu lado na grande guerra a mais de 500 anos antes e menos tempo contra aquele maldito de Hybern. E mesmo assim, a beleza das asas seráficas era algo que eu não me atava, até ver as dela. Quando a encontrei, ensanguentadas e ângulos que definitivamente não deveriam estar, e depois, quando a curandeira de Rhys as colocou no lugar... Agora, eu via. De alguma forma, sua Manipulação conseguia esconder o par da mesma forma que o poder de Rhysand escondia as dele quando o mesmo assim desejasse.
A menina fechou-as novamente as costas, lançando-se em queda livre pelo parapeito em direção ao breu do precipício abaixo. E eu fui atrás dela. Porque em nome da Mãe, eu fui atrás dela?!
E agora, aqui estava eu, lançando lâminas contra a espada desembainhada de Cassian com tamanha frustração. O brutamontes a minha frente zombava de mim, mas eu estava, infelizmente, com a cabeça em outro lugar. E eu nunca estive dessa forma. Nem mesmo com ela, nem mesmo das outras vezes.
- Concentre-se, irmão. - Cassian diz quando lança a espada em minha direção e eu desvio, mas não rápido o suficiente para evitar seu cotovelo contra meu rosto.
Giro ambas as espadas em minhas mãos, e recuo. Cassian vem em minha direção, girando acima de mim com as espadas, ao tempo que eu abaixo e giro, as lâminas passando a poucos centímetros da pele exposta. Ele entretanto, lança a outra as costas quase atingindo meu braço. Levanto imediatamente, ao mesmo tempo que ele gira e tira uma das minhas espadas, com a outra eu puxo a dele e a lanço longe; preparando para devolver o soco que levei.
- Vamos irmão, eu sei que está frustrado... Mas lute comigo direito!
- Cala a boca, Cassian. - rosno em sua direção, avançando por baixo e lhe desferindo um chute.
Eu aí da não conseguia entender como ela conseguirá se embrenhar profundamente em meus pensamentos em tão pouco tempo. E como se não bastasse, Morringan estava questionando novamente. Em todos os seus sentidos destrutivos.
- O que está acontecendo com você, irmão?
Cassian questiona e eu o ignoro sob o olhar de Rhysand ao meu lado. E quando eu abro a boca para mandá-lo se calar ela aparece. As asas abertas atrás de si, impondo-se a sua presença em nosso meio sem ser solicitada. Algo que percebi, ela fazia muito disso.
Callyen caminha em direção as outras fêmeas e as sombras sussurram em meus ouvidos novamente, enquanto eu observo atentamente a cena, bem como Rhysand e Cassian. Nestha se ergue para a frente de Elain quando ela se aproxima, numa postura protetora, pronta a destrocar qualquer um que ousasse tocar em sua irmã. Eu não gostava de Nestha, e ela tampouco demonstrava que gostava de ninguém além de Elain, mas admirava o fato de saber que ela mataria e se matar mataria para proteger a pequena. Morringan entretanto, apenas ignora a presença de Callyen, quando a mesma se aproxima das outras, a atenção unicamente voltada em Amren.
- Eu quero treinamento. - a Seráfica diz, os olhos negros queimando e eu sinto todo o meu corpo retesar com as palavras.
Treinamento? Com Amren?
Então as palavras que eu dissera a ela mais cedo vieram em meio as sombras. Ela não tinha controle, e agora, ela sabia disso. Callyen, mesmo que Rhysand ou Feyre ou os outros não vissem dessa forma era uma ameaça. Não a nossa segurança como traidora ou, não dessa forma. Mas a falta de controle demonstrada mais de uma vez em relação aos seus poderes não só nos colocavam em risco, como toda a Cidade e a ela própria. E todos nós percebemos isso depois da destruição completa do quarto onde a fêmea estava hospedada.
Além do mais, ela se quer sabia de suas origens, ou dos seus poderes, ou dos seus perseguidores.
- Eles podem lhe dar treinamento. - a féerica diz, ainda com a atenção voltada para as unhas. Novamente retesei o corpo com a informativa, na realidade, pela forma com a féerica me observou. Tinha algo nela que me fazia observar atentamente, a esperar seu próximo passo e ficar em sobre aviso.
- Não preciso de treinamento físico. Tenho treinamento em combate. - ela diz ainda observando onde eu e Cassian estávamos.
Eu sabia que isso era bem verdade, primeiro porquê ela matou um dos seus perseguidores e deixará o outro bem abatido. Segundo pela forma como ela habilmente, tomou a Reveladora da Verdade da bainha em minha cintura e pressionou contra minha garganta ainda essa noite com um movimento hábil, rápido e preciso. O que novamente leva ao seu passado e às perguntas sem respostas sobre ela.
- Que bom, isso já facilita muito. - o maldito diz ao meu lado, o sorriso tão malicioso quanto sua própria voz. Mais uma vez, desejei soca-lo apenas para se calasse.
Callyen o olha novamente, por um breve momento, antes de falar.
- Em quê, exatamente?
- Não precisarei oferecer treinamento então. - Cassian deu de ombros.
- E não nos importaríamos em uma demonstração. — Morringan diz com um tom de maldade intrínseco em sua voz. Eu a observo e ela a mim, o par de olhos azuis mais afiados que antes. Não os desvio dos meus, apenas sustento seu olhar enquanto ela busca qualquer que fosse a brecha. — Afinal, talvez precise para proteger a si mesma as vezes.
— Contra quem, você? — Callyen apenas a observa, como o restante de nós. Sinto a tensão se formar no pequeno círculo a frente, mas não ouso me mover. Aí meu lado entretanto, ouço a risada estrondosa de Cassian divertido com a cena.
Esse daí não tem medo da morte.
Amren rosna, tirando finalmente a atenção das unhas afiadas graças a lâmina.
— Uma dica, menina. Saiba escolher suas batalhas.
— Então está me dizendo, que seria mais seguro lutar contra um deles?
— Estou dizendo... Que deveria tomar cuidado com quem exatamente você desafia. Não queremos ter que raspar seus restos do chão ou reconstruir metade da nossa Corte novamente.
— Eu duvido em relação a primeira parte. — Callyen diz e Amren bufa, vejo um sorriso ser moldado no canto dos lábios de Mor, mesmo sabendo que a contra gosto.
— Não é lá muito prudente, mas admiro sua coragem, menina.
A Seráfica não diz mais nada, apenas se distância do círculo e caminha até nós. Seu olhar negro se mantém sobre Cassian por tempo demais, analisando-o cuidadosamente, para depois passar para mim. Senti minhas asas retesarem sob seu olhar a medida que eu ficava ainda mais reto.
Callyen se aproxima, erguendo a mão solicitando a espada a Cassian que a gira em punho e entrega a ela. A fêmea a pega, com uma familiaridade que realmente achei não pertencer a ela, pegando a lâmina e girando a espada fina e afiada no ar. Eu me afastei alguns passos, dando espaço para o que estava prestes a vir.
Cassian não espera para que ela se familiarize tanto com a espada, ele parte para cima sem aviso, erguendo a própria espada. A fêmea entretanto, apenas gira elefante o corpo, passando para as costas dele quando ele passa por ela. Trinco os dentes para a brutalidade dos golpes que Cassian desfere contra ela, mesmo que ela defenda tão habilmente. O som das espadas choca uma na outra, e creio.que possamos ver as faíscas quando elas se unem num som metálico. Callyen gira novamente, girando o pulso fazendo a espada descer rápida contra a o pescoço de Cassian que habilmente defende com a própria, ao passo que a fêmea segura seu braço com a outra mão. Num movimento rápido, e preciso, ela gira o braço de Cassian e o puxa para baixo, derrubando-o com seu próprio peso e passando por cima dele no chão. Colocando a lâmina presa firme contra o pescoço de Cassian, que tem um risinho debochado e miserável nós lábios.
A fêmea era uma catástrofe em forma de mulher. Eu sabia disso, e a cada passo que dava, isso ficava relutantemente mais claro. E eu odiava me sentir dessa forma.