U L T I M A S
O R D E N S
Alguns dias depois, a equipe estava preparada para a emboscada que haviam preparado para Jae. Kessie continuava apreensiva, mas não queria se meter no que os rapazes estavam fazendo. Ela tinha certeza que eles sabiam o que era preciso fazer, e se esse era o único jeito de colocar um fim nisso tudo, ela poderia aceitar a situação quieta, mesmo que seu tio estivesse envolvimento nisso tudo, ela não conseguia esquecer os momentos familiares que tiveram durante todos esses anos. Em seu quarto, ela refletia sobre tudo o que havia escutado durante a semana. Ela e Chim atiraram juntos durante esse tempo e conversaram. Os dois estavam mais próximos, mas isso desde que ele se abriu contando sobre sua verdadeira natureza. Kessie não conseguia entender como ele administrava as duas personalidades que tinha, pois em um momento ele estava calmo ao seu lado conversando, no outro estava espancando um saco de areia até que ele explodisse no chão. Durante a noite os rapazes se organizaram, sendo Joon, Jin, Hoseok e Suga os únicos que sairiam da casa. Foi decidido que Tae não sairia pois algumas pessoas já o conheciam no local e isso seria perigoso demais. Kook decidiu ficar na casa com Chim, para que ele não fizesse nenhuma besteira - já que ele não agredia ninguém á dias, seu estresse estava acumulado.
— Certo, eu quero que fiquem de olho na rua amanhã cedo, porque assim que cruzarmos aquela esquina quero tudo pronto nessa casa. — Joon fala apontando para fora da casa.
— Pode deixar. — Chim afirma.
— Então, o porão está pronto? — ele pergunta.
— Sim, tiramos nossas coisas e guardamos no outro esconderijo, deixamos o lugar apenas para ele.
— Muito bem... — ele suspira antes de finalizar. — ...Estamos prontos... Vamos parar de nos esconder igual covardes e agir de uma vez amanhã. — Os demais acenam positivamente com a cabeça concordando com o líder. — Vamos todos dormir, vamos sair cedo. Quero que estejam bem dispostos.
— Boa noite Kessie. — Tae sorri para a mais nova deixando a sala.
Os demais fazem o mesmo, se despedem da jovem e deixam na sala com Chim, que foi o último que sobrou depois que todos foram dormir.
— Não vai fazer o que Joon disse? — ela pergunta a ele.
— Ainda está cedo, não consigo dormir...
— Você tem andado ansioso esses dias... — ela diz com cautela.
— Efeitos da abstinência. — ele sorri com ironia.
— Não pensei que fosse tão difícil para você.
— Já estou acostumado, não surgem tantos trabalhos para nós como você pensa. As vezes passamos meses escondidos sem nada para fazer, apenas treinando, estudando e nos fortalecendo para o próximo trabalho. — ele se senta no sofá encostando as costas e deslizando lentamente ficando largado.
— E o que você faz? — Kessie se aproxima sentando ao lado dele.
— Eu tomo algo para dormir, funciona as vezes...
— Entendo...
Chim levanta o olhar para a mais nova notando uma certa preocupação vindo dela.
— Não se preocupe comigo - ele diz.
— Não é como se eu quisesse me preocupar com você, seu idiota. — ela ri.
— Mas é incontrolável, eu sei. — ele se senta com a postura reta desta vez. — Enfim, você deveria ir dormir, falando nisso.
— Você jura que eu vou conseguir dormir com tudo isso acontecendo?
— Poderia tentar. — ele se levanta com um impulso. — Vamos, eu vou acompanhar você.
— Meu quarto não fica tão longe assim...
Os dois trocam olhares de flerte, Kessie sabia o que ele queria dizer com aquilo. Ela se levanta e segura a mão de Chim e os dois andam até o quarto da jovem. Eles entram e fecham a porta tentando fazer o máximo de silencio possível.
— Me deixe dormir aqui. — ele diz diretamente.
— O que? — Kessie cora no mesmo instante.
— Eu disse dormir, não... Dormir com você. — ele caminha até a cama de Kessie e se senta na beirada. — Talvez eu consiga dormir com a sua companhia. — ele sorri.
"O que esse idiota está fazendo...". Ela pensa.
— Certo, você pode ficar. — ela o segue. — Você é tão abusado... Não posso dar uma chance que você já se aproveita. — ela sorri.
— Como se você não fosse gostar de me ter aqui... — ele se deita na cama aproveitando o espaço. — ...Vem, deite ao meu lado.
Kessie o olha hesitante, mas não demora muito a se juntar a ele em sua cama. Ela se encolhe em seu peito e fecha os olhos com os ouvidos atentos as batidas aceleradas do peito de Chim.
— Está ouvindo? — ele pergunta sem graça.
— Sim, é bem fofo.
—Não controlo isso, apenas fica assim.
— Às vezes você fala como se não fosse um ser humano.
— Não me sinto assim as vezes.
— Não fale assim. — ela levanta a cabeça buscando os olhos dele.
— Você está se iludindo comigo aqui.
— Talvez... — ela sorri. — Mas, você é quem escolhe se isso é uma ilusão ou a verdade.
— Será que eu posso mesmo escolher? — ele pergunta voltando a encarar o teto do quarto.
Kessie se aproxima deixando seus rostos próximos, Chim volta seu olhar para a jovem agora curioso. Eles se olham como sempre faziam, sem dizer nada como se tentassem ler a mente um do outro - para eles não parecia impossível. A relação entre Kessie e Chim estava caminhando lentamente, Chim não era alguém tão fácil de lidar, pois sua personalidade o afastava muitas vezes, mas Kessie estava disposta a ajuda-lo com isso de alguma forma.
— Conseguiu ouvir alguma coisa? — ele pergunta.
— Não entendi o que quis dizer com isso... — ela sorri.
— Às vezes você me olha como se tentasse ler os meus pensamentos.
— Você faz a mesma coisa. — retruca.
—Bem, eu consegui ler alguma coisa.
— Mesmo? — ela arregala os olhos desacreditando.
— Sim...
— E o que você ouviu?
Chim leva sua mão até o rosto de Kessie e o acaricia devagar como sempre fazia. Ele a aproxima devagar e beija sua boca de leve, com um selar.
— Ouvi que você queria ser beijada. — ele sorri entre o beijo.
— Acho que você pode mesmo ler meus pensamentos...
Os dois se beijam novamente com mais intensidade desta vez, Chim se move na cama ficando sobre o corpo de Kessie. Suas mãos descem até a cintura dela a pressionando contra o colchão. Seus corpos se moviam na mesma direção derrubando o lençol da cama. Por um instante suas bocas se descolam e os lábios de Chim descem pelo pescoço de Kessie, deixando-a arrepiada.
— Pensei que tinha dito que iriamos apenas dormir. — ela diz ainda ofegante.
— Essa era a sua intenção quando trancou a porta? — ele pergunta com os dentes no pescoço de Kessie, fazendo com que ela se contorcesse na cama.
— Droga... Acabei de ser pega... — ela sorri.
Chim levanta a camisa de Kessie a despindo aos poucos, ela o ajuda levando seus braços acima da cabeça deslizando a caminha em seus braços fazendo com que a peça caísse no chão. Chim se volta para ela se sentando sobre seu corpo pequeno, ele leva as mãos até a barra da camisa e a tira pela cabeça deixando a parte superior de seu corpo exposto. Seus olhos passeiam pelo corpo de Kessie como se a despisse com os olhos desta vez, ela desvia o olhar sem graça.
— Está tudo bem? — pergunta.
— Sim... — ela o responde com as maças do rosto ainda rosadas.
— Vamos parar por aqui... — ele se afasta sem graça.
— Porque? — Kessie pergunta ainda mais sem graça sem entender o que estava acontecendo.
— Eu não acho que seja a hora certa pra isso. — ele fala se afastando.
Kessie se cobre sem graça, como se tivesse feito alguma coisa errada. Chim estava tentando ir devagar, ele sabia que ela não tinha experiência nenhuma com aquilo e por isso estava sendo cuidadoso, ele queria protege-la dele mesmo.
— Eu... Eu estou muito ansioso esses dias, estraguei outro saco de areia. — ele se senta na cama — O que eu quero dizer, é que... Quero fazer isso quando não estiver sedento para matar alguém.
A sinceridade de Chim deixa Kessie perplexa, nem em seus sonhos ela poderia imaginar que aquele cara que conheceu à alguns meses atrás esconderia tanta delicadeza dentro de si. Ela pega sua blusa do chão e a veste com calma, depois se senta ao lado de Chim que ainda estava sem camisa. Kessie pode ver as diversas cicatrizes do jovem, sua pele branca estava marcada com cortes, perfurações e algo que ela não sabia dizer o que poderia ter sido.
— Nossa... — ela diz.
— O que?
— Seu abdômen, seu peito... Tem tantas marcas aqui - ela aponta para as marcas tentando mudar o rumo da conversa. Ela estava envergonhada demais para continuar falando sobre sexo com ele sendo tão super protetor.
— Ah... isso? — ele se olha encarando tais marcas. — Não foi nada, quero dizer, já foi a muito tempo.
— Foi doloroso? — Kessie toca a pele de Chim com delicadeza deixando seus dedos deslizarem pelas marcas.
— Sim... — ele diz sentindo um arrepio percorrer o seu corpo.
— Você se costurou sozinho?
—Na maioria das vezes... — ele sorri.
— Porque precisa ser tão durão?
— Eu só não sei agir de outra forma... — eles se olham, enquanto os dedos de Kessie alisavam ainda alisavam a pele de Chim.
— Você está me provocando? — ele olha para baixo vendo a mão de Kessie em seu abdômen.
— O que? — ela olha para o mesmo lugar. — NÃO! - Kessie afasta a mão de uma vez voltando a sentar no meio da cama. — Deveríamos dormir...
— Concordo plenamente... — Chim volta para cama.
— Não vai dormir no seu quarto?
— Não hoje.