A campainha fez-se ouvir por toda a escola. Eu continuei a brincar nervosamente com o anel que tinha no dedo indicador. O Liam, que estava sentado ao meu lado nas cadeiras da sala de convívio, não voltou para a aula de português. Preferiu ficar comigo, para o caso de me acontecer alguma coisa. Quando ele disse isto, eu não o percebi, mas não fiz mais perguntas porque, pelos vistos, há muita coisa que eu não sei sobre estes cinco rapazes.
“Vamos?” Ele perguntou, bloqueando o seu telemóvel e guardando-o no bolso.
“Achas que isto vai resultar?” Inquiri. O facto de ter de voltar a aproximar-me do Zayn causava um efeito em mim que eu não conseguia explicar. Eu queria muito conseguir voltar a tocar-lhe, mas algo me impede de o fazer, outra vez. Algo em mim não me quer deixar ir com o Liam para casa deles.
“Isso depende apenas de ti.” Ele respondeu. Levantou-se da cadeira e estendeu-me uma mão. Eu segurei-a e ele puxou-me, dando-me um sorriso carinhoso.
Saímos da escola, sem problemas. Como era intervalo, o porteiro podia impedir-nos de sair, mas não o fez.
O Liam tirou umas chaves do bolso e carregou num botão. As luzes de um carro piscaram não muito longe de nós. Eu fiquei deslumbrada com o carro dele. Tal como o do Zayn, era muito bonito, num preto brilhante.
“Porque é que vocês têm carros tão bons e bonitos?” Quase murmurei, mas mesmo assim, o Liam soltou uma pequena risada com a minha pergunta.
“Digamos que os nossos gostos são dos melhores.” Gabou-se por ele e pelos seus primos.
Entramos no carro e ele arrancou, iniciando o caminho para sua casa.
*
“Como é que ele vem aqui ter?” Questionei, quando saímos do carro e ficamos de frente para casa deles.
“Ele já cá está, não te preocupes.” Ele informou, mas outra pergunta se formou na minha cabeça: Como é que ele chegou aqui mais depressa que nós? O melhor é não fazer perguntas neste momento. “Anda.” O Liam chamou-me. Ele já estava uns passos à minha frente e eu nem tinha percebido que ele se tinha deslocado.
Eu aproximei-me dele e fomos juntos para dentro de casa.
Passamos pela porta principal, que dava acesso para a sala de estar. Dois sofás pretos estavam encostados às paredes deste espaço, de frente um para o outro. Dois sofás individuais, da mesma cor, dispunham-se um ao lado do outro, de frente para a televisão que se encontrava no móvel antigo de madeira escura. Uma pequena mesa, do lado esquerdo de um dos sofás, estava repleta de garrafas de vidro transparente, o que permitia ver o conteúdo destas. Alguns copos, do mesmo material das garrafas, se encontrava também na mesa. As janelas estavam todas fechadas e eram tapadas por cortinas de um vermelho escuro.
“Onde é que ele está?” Perguntei a medo, parando numa das portas da sala. Através dela podia ver um corredor enorme, com muitas outras portas.
“Já vais ver.” Ele respondeu, continuando a caminhar, mas eu fiquei imóvel. Todos os meus músculos estavam paralisados e por mais esforço que fizesse, não me conseguia mexer. “O que é que foi?” Ele olhou para trás, com uma expressão preocupada no rosto. Eu não respondi. O Liam aproximou-se de mim calmamente e segurou numa das minhas mãos. “Tens de tentar esquecer o lado que te impede de te aproximares do Zayn.” Ele explicou com uma voz terna, passando alguma confiança para mim. “Foca-te no teu lado que o quer abraçar, que quer estar ao lado dele.”
Eu respirei fundo e fechei os olhos. Tal como ele disse, foquei-me no lado que queria estar nos braços de Zayn, tentando ignorar ao máximo a parte de mim que me queria longe dele. Os meus músculos ficaram mais relaxados, permitindo-me caminhar. O Liam puxava-me pela mão esquerda, enquanto eu permanecia de olhos fechados para me conseguir concentrar melhor.
“Abre os olhos.” O Liam pediu com a sua voz baixa, mantendo as nossas mãos entrelaçadas. Eu fiz o que ele pediu, lentamente. À medida que abria os olhos, a figura alta e morena, de calças e blusão pretos aparecia à minha frente.
Dei dois passos para trás, deixando o meu lado que me quer afastada dele tomar conta do meu corpo, mas o Liam impediu-me, puxando-me pela mão para perto dele.
“Lembra-te do que eu te disse. Esquece o que te faz mal.” As suas palavras voltaram a dar-me confiança. Tinha de me concentrar no que me faz bem. E quem me faz bem é o Zayn, mais ninguém.
Encarei-o nos olhos pela primeira vez desde que tinha entrado no quarto. Podia perceber pela sua expressão que não estava muito convencido do que estava a fazer. Ele deu um leve sorriso, depois de alguns segundos com os nossos olhares cruzados. Mas este logo desapareceu quando eu não o retribui.
O Liam fez um gesto com a mão para que o Zayn se aproximasse, mas quando este deu o primeiro passo, eu recuei involuntariamente. O Liam voltou a impedir-me de me afastar muito deles, puxando-me pela mão para mais perto.
“Isto não vai resultar.” O Zayn abanou a cabeça negativamente, olhando para os seus pés e metendo as mãos nos bolsos das calças.
“Vais desistir agora?” O Liam repreendeu-o. “Se ela conseguiu vir até aqui vai conseguir fazer o resto.” O Zayn voltou a olhar-me, com um ar triste. A vontade de o abraçar voltou a tomar conta de mim. Dei um passo em frente, na direcção do Zayn, o que o fez arregalar os olhos, mostrando-se surpreendido com a minha atitude.
“Isso.” O Liam falou num tom animado. “Continua.” Incentivou-me, largando a minha mão e dando-me um leve empurrão nas costas, para que eu fizesse o caminho até ao Zayn por mim própria.
À medida que eu dava pequenos passos na sua direcção, o sorriso do Zayn ia aumentado. E acho que era isso que me dava força para continuar, porque o meu lado que queria o Zayn longe tentava ao máximo impedir-me de caminhar.
Quando estava a apenas um metro de si, parei. Encarei a sua face com alguma barba, os seus olhos brilhantes, o sorriso que se curvava nos seus lábios.
Ele estendeu a sua mão na minha direcção. Eu alternava o meu olhar entre esta e a sua face, que voltou a ficar com um ar triste devido à minha demora.
Contra todos os meus impulsos, atirei-me ao pescoço do Zayn. Ele envolveu o meu tronco nos seus braços e levantou-me um pouco, impedindo-me de manter os pés no chão. Afastamo-nos um pouco, para que pudéssemos encarar a face um do outro. Os meus olhos cruzaram-se com os seus. Ele pousou-me no chão e levou uma das suas mãos à minha face acariciando-a. Um sorriso surgiu nos meus lábios.
“Beijem-se de uma vez.” O Liam disse num tom de brincadeira, o que nos fez rir. Mas fizemos o que ele tinha dito. Juntamos os nossos lábios num beijo selvagem, cheio de saudade e desejo. As nossas línguas moviam-se em perfeita sintonia.
“Já chega. Não é preciso exagerar.” O Liam reclamou, agora à nossa beira. Como nós não lhe obedecemos, ele colocou a sua mão direita na minha testa e a esquerda na do Zayn, separando-nos.
Soltamos pequenas risadas e eu voltei a abraçar o Zayn.
“Adeus. Vou deixar-vos a sós.” O Liam falou num tom malicioso enquanto saia do quarto.
“Tive saudades tuas.” O Zayn apertou o meu corpo contra o seu, eliminando completamente o espaço que existia entre nós.
“Eu também.” Respondi. O sorriso na minha cara aumentou.
Nestes últimos dias, tinha-me esquecido o quão bom é estar nos braços dele. Tinha-me esquecido do sabor dos seus lábios, da fragilidade e da vulnerabilidade com que fico com o seu toque. Da sua perfeição. Ele é tudo o que eu preciso.
Hey hey hey!
Primeiro, queria agradecer a toda a gente que se dá ao trabalho de ler isto, de votar e de comentar. Adoro-vos <3
Segundo, gostaram do capitulo? Eu espero que sim porque eu adorei escrevê-lo, tipo, foi o “reencontro”. E a Jen conseguiu vencer a hipnose do paneleiro (e bom que fode, omg) do Ash. E não é uma coisa que qualquer um consiga fazer!! E O LIAM?? FOI ELE QUEM AJUDOU A JENNIFER A CONSEGUIR ISTO!! Só porque o Ash se esqueceu de dizer o nome dele quando estava a hipnotiza-la! Pormenores…
Wtv, continuem a fazer-me a pessoa mais feliz do mundo votando e comentando, sim?
Bejos meninas
Love you all xx