Capitulo 38

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Depois de alguns minutos a olhar para o rapaz que se encontrava sobre a relva verde do meu jardim, decidi abrir a janela. Engoli em seco e ganhei coragem para falar.

“O que é que queres?” Inquiri, tentando ser o mais rude possível com ele. O que acho que foi uma tentativa falhada visto que a minha voz saiu muito tremida e baixa.

“Quero apenas falar contigo.” A sua voz saiu mais roupa que o normal, talvez por estar a falar bastante baixo. Provavelmente sabe da presença dos meus pais em casa. “Eu prometo que respondo a todas as perguntas que tiveres para me fazer.” A sua proposta foi um grande incentivo para que eu aceitasse.

“Eu vou descer.” Informei, levando em seguida a mão à janela para a fechar.

“Espera.” Ele impediu-me de concluir a acção. O Zayn levou o dedo indicador aos seus lábios rosados, pedido assim para que eu permanecesse em silêncio. “O teu pai está na sala.” Declarou. Isso poderia ser um entrave para que eu pudesse sair de casa.

“Salta.” Ele ordenou. Eu encarei-o com os olhos arregalados, no entanto ele estava bastante seguro e já com os braços esticados.

“Estás louco? Eu não quero partir um pé!” Repreendi-o, elevando um pouco o meu tom de voz.

“Eu apanho-te.” Disse com um olhar de súplica.

Eu suspirei e abri as portas das janelas o mais possível. Sentei-me na ombreira da janela e com um pouco de esforço, passei uma das minhas pernas para o lado exterior da casa. Tentei não olhar para baixo para que o meu medo de alturas não se começasse a manifestar. Depois de dar mais um suspiro e de ganhar coragem, passei a minha outra perna para o exterior com a ajuda das minhas mãos.

“Tens a certeza que me consegues apanhar?” Perguntei, ainda insegura com a acção que estava prestes a fazer.

“Absoluta.” Ele deu um passo em frente, mantendo os seus braços esticados. Senti o vento frio entrar em contacto com a minha pele que tinha uma temperatura bastante mais elevada e um frio na barriga.

Fechei os olhos e impulsionei o meu corpo para a frente. Depressa deixei de sentir a pedra fria a tocar a pele das minhas mãos e o tecido fino das minhas calças. Essa sensação foi trocada por medo, que logo desapareceu quando me senti a ser agarrada firmemente por dois braços fortes.

Abri as pálpebras lentamente e deparei-me com a escuridão profunda que me envolvia sempre que olhava nos olhos do Zayn. Ele observava-me atentamente, alternando o seu olhar entre os meus olhos e os meus lábios. Ele passou a sua língua levemente pelos seus lábios, deixando-os humedecidos.

Admito que a vontade que eu tinha de o beijar era enorme, mas tinha de me controlar quanto a isso. Não me podia entregar a ele depois do que aconteceu.

“Podes pôr-me no chão.” Falei depois de aclarar a voz e desviar o meu olhar do seu. Ele murmurou um “claro” e baixou um dos seus braços, fazendo com que os meus pés fossem de encontro ao chão. 

Começamos a nossa caminhada no passeio da estrada. Íamos lado a lado, mas tal como eu, ele não conseguia dizer nada. Abria várias vezes a boca para falar, mas não era audível qualquer som.

As suas mãos estavam afundadas nos bolsos das calças pretas. Os seus cabelos esvoaçavam à passagem do vento pelos mesmos, o que o deixava mais despenteado. De certa forma o seu cabelo tornava-o mais apetecível, pois deixava-o com um ar mais rebelde.

Abanei a minha cabeça para que estes pensamentos desaparecessem. Se continuasse assim, era capaz de o desculpar mesmo sabendo que não o deva fazer.

“Posso começar a fazer as perguntas?” Inquiri, chamando a atenção do rapaz ao meu lado. Ele olhou para mim, surpreendido com a forma como o tinha abordado, mas depressa acenou com a cabeça de forma positiva.

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