Demorou pouco mais de cinco minutos a chegarmos a casa do Ashton. Podíamos ter chegado mais cedo se o Niall e o Harry não fossem tão lentos.
À frente de casa deles, havia uma floresta, não muito grande se for percorrida à velocidade de um vampiro. Foi aqui que nos escondemos quando viemos fazer trabalho de espiões para descobrir que tipo de pessoa era o Luke.
Hoje não nos demos ao trabalho de nos escondermos. Percorremos a estrada de alcatrão até ao pequeno portão de madeira que dava acesso ao jardim verde da casa. Eu mandei-lhe um pontapé, fazendo com que este se escancarasse para trás e partisse um pouco na parte de baixo. Não tencionava partir a cancela, mas não consegui controlar a minha força.
Antes de eu e os rapazes conseguirmos subir as três escadas que davam para a porta principal, esta foi aberta pelo rapaz loiro, talvez o dono da casa. Ele estava com o seu ar convencido, como sempre, com uma camisola dos “Nirvana” e umas calças pretas com um rasgão no joelho. Atrás de si apareceu o Calum, de tronco nu e com uma sobrancelha levantada. Quando este nos viu, abriu muito os seus olhos, espantado com a nossa presença.
“O que é que vocês querem?” O Luke inquiriu, enquanto nós nos aproximávamos mais da porta.
“O Ashton?” Eu perguntei, sem tentar esconder a minha raiva.
“O que é que tu queres com ele?” O Luke perguntou, levantando a sobrancelha como há segundos atrás o Calum fazia.
“Ela não te contou o que fez à Jennifer?” O Liam pronunciou-se, dando um passo em frente de modo a ficar ao meu lado.
“Tinha de ser por causa da Jennifer.” Ele murmurou para si mesmo, baixando a cabeça e negando com esta. “Ele não está em casa. Procurem-no amanhã na escola.” Assim que o loiro acabou de falar um “o que é que se passa” saiu de dentro da casa e não tardou muito a aparecer a cabeça do Ashton a espreitar por cima dos ombros do Calum e do Luke, que murmuraram um “foda-se.”
A minha reacção ao vê-lo foi dirigir-me a ele, empurrar os dois rapazes que me separavam dele e mandar um murro na cara do Ashton. E tenho de admitir que foi uma coisa que me soube muito bem. Ele deu apenas dois passos para trás, devido à pouca força com que lhe tinha acertado. Mas depressa voltei a mandar-lhe mais dois murros, que o fizeram cair por cima de uma cadeira de madeira que partiu. Insatisfeito com o pouco que ele tinha levado, peguei no tecido que cobria o seu peito e levantei-o, mandando-lhe mais um murro no nariz e largando-o em seguida. Este caiu no chão desamparado e atordoado. Do seu nariz saia um fio de sangue, assim como da boca, e já era possível observar as marcas dos meus murros na sua face pouco morena.
Avancei outra vez na sua direcção, para que lhe pudesse mandar mais alguns murros ou pontapés, mas alguém me impediu, agarrando nos meus braços. O Calum segurava no meu braço esquerdo e o Luke no direito.
Olhei para a entrada e reparei que os rapazes ainda se encontravam do lado de fora, mas o Louis preparava-se para me vir ajudar. Bastou um sorriso da minha parte para que ele deixasse de caminhar na minha direcção. Ele sabia que este meu sorriso significa que eu consigo lidar com eles. Ele retribuiu o sorriso e encostou-se à porta de entrada a ver o que acontecia. Os outros rapazes deram uns passos em direcção à porta para que também pudessem observar os meus passos.
Voltei a concentrar-me nos meus braços e encontrei uma maneira de me soltar deles. O Calum, que era o que me segurava o braço com menos força, ia ser o primeiro. Num movimento brusco feito pelo meu braço esquerdo, consegui partir a mão do moreno, que grunhiu de dor. Este largou-me o braço e encostou-se à parede, segurando o pulso com a sua mão boa.
Quando me preparava para fazer o mesmo ao Luke, este empurrou-me até à parede e levou a sua mão ao meu pescoço, apertando-o com força. Tentei ver-me livre dele, fazendo-lhe o mesmo e tentando tirar as suas mãos do meu pescoço, mas ele era mais forte que eu.
“Vai com calma, Luke.” O Ashton, que se tentava levantar pediu. O Luke obedeceu ao seu pedido, um pouco desconfiado. Ashton, já de pé, levou uma mão ao seu nariz torto e endireitou-o. Não pude deixar de rir com a situação dele, afinal eu tinha-lhe partido o nariz! Recebi um olhar ameaçador do Luke, mas ignorei-o, continuando com a minha expressão de gozo na cara. “Quero ver se te vais rir agora.” Ela ameaçou, com uma voz profunda.
Ele dirigiu-se à cadeira de madeira que tinha partido há momentos atrás quando caiu por cima dela. Pegou numa perna desta que estava um pouco aguçada e caminhou até mim em passos firmes.
A única coisa que consegui dizer foi “merda”, devido ao que ele ia fazer com aquela estaca de madeira. Ele sorriu de forma vitoriosa quando ouviu a minha pequena palavra que mostrou receio.
Ele parou a um metro de distância de mim e encarou-me. O Luke deu-lhe espaço para passar, mas não tirou a sua mão do meu pescoço. Não o apertava com força, mas era impossível eu conseguir livrar-me dele.
Senti algo enfiar-se na minha zona abdominal, um pouco abaixo do coração. Soltei um grito alto, involuntariamente. Num abrir e fechar de olhos, o Ashton enfiou a estaca no meu corpo, e a sua expressão não transmitia um pingo de pena. Ele estava a gostar do que fazia e estava orgulhoso de si mesmo.
“Por te meteres com a Jennifer.” Ela falou e pressionou mais a estaca para dentro, fazendo-me soltar um gemido. “Porque eu não te suporto.” Removeu a estaca da minha barriga e voltou a enfiá-la mais cima. Da minha boca saiu um grito de desespero. “Por me teres batido.” Moveu o pedaço de madeira dentro de mim, e outro grito saiu da minha boca. O Luke limitava-se a observar os movimentos do amigo, mas o brilho no seu olhar demostrava que ele gostava da sua atitude. E o Calum, que já tinha a mão direita, olhava atentamente para mim e para o Ashton. “E esta é por…” Ele parou de falar quando se ouviu um pescoço partir. Olhamos os dois admirados para o Luke, que caiu inconsciente no chão. Atrás de si apareceu o Louis, com um sorriso nos lábios.
“Não imaginam há quanto tempo eu queria fazer isto.” Ele desabafou e eu dei uma leve gargalhada, que depressa se tornou noutro gemido de dor.
O Louis dirigiu-se a mim e tirou a estaca do meu corpo, atirando-a para o chão. O Ashton afastou-se de nós, com medo do que pudéssemos fazer sem a presença do elo mais forte do grupo dele.
“Já perdemos muito tempo aqui, Zayn.” O Liam aproximou-se de mim e do Louis, seguido pelo Harry e pelo Niall. “Diz-lhe o que queres e vamos embora.” Ele pediu, farto deste espectáculo que tínhamos acabado de fazer. Eu suspirei frustrado. Aproximei-me do Ashton, que se encostou à parede onde o amigo moreno dele estava.
“O que é que tu fizeste à Jennifer para ela se querer afastar de mim?” Perguntei.
“Até parece que não sabes.” Ele cuspiu as palavras, tentando mostrar que não tinha medo de mim. Eu levei a minha mão ao seu pescoço, para o intimidar. O Calum preparava-se para defender o amigo, mas o Louis parou-o antes que ele agisse, encostando-o à parede.
“Desfaz a hipnose.” Ordenei, apertando o seu pescoço com mais força.
“Vais ter de me matar.” Ele respondeu com muita dificuldade.
“Vamos embora, Zayn. Não vamos levar nada daqui.” O Niall falou mesmo atrás de mim, com a sua voz baixa e trémula. Eu acedi ao seu pedido largando o Ashton, e o Louis fez o mesmo.
Demos passos firmes na direcção da porta, deixando os dois rapazes encostados à parede a observar os nossos movimentos, com um misto de medo e ódio na face.
Sem querer, dei um pontapé num pedaço da cadeira partida, o que me fez parar e olhar para ela. Baixei-me e peguei numa das pernas desta que estava separada do resto da peça de mobília. Voltei a virar-me para o Ashton e lancei a estaca até ele. Um grito ensurdecedor preencheu a sala, completamente desarrumada e com vestígios de luta e de sangue. A estaca tinha-lhe acertado um pouco abaixo do pescoço.
“Tens até segunda para desfazer a hipnose.” Avisei e sai de casa deles.
Agora só tenho de esperar que ele me obedeça. O que não deve demorar muito porque ele ficou com medo de mim. E não sei bem o porquê, mas isso faz-me sentir bem. Saber que intimido o meu inimigo é algo muito bom. Pode ser que ele se aperceba que não tem hipóteses contra mim nem com a Jennifer e desapareça desta cidade.
Já tínhamos feito metade do caminho para casa, mas o ambiente entre nós estava muito calmo, silencioso. Ainda ninguém se tinha pronunciado quanto ao que aconteceu há minutos atrás.
“Eu não devia dizer isto, e sei que me vou arrepender…” O Liam quebrou o silêncio no grupo, e todos o olhamos, prestando atenção ao que ele dizia. “Mas adorei o que fizeste em casa do Luke.” Um sorriso apareceu no meu rosto. Não é todos os dias que recebo um elogio do Liam. “Soubeste intimidar o Ashton, o Calum tem medo de ti sem tu lhe teres tocado. E a tua saída foi triunfante!” Ela falava com um certo entusiasmo. “Se não fosse a parte em que o Ashton te espetou a estaca, a nossa visita tinha sido perfeita.”
“Ele só me espetou a estaca porque o Luke me prendeu.” Eu defendi-me, e os rapazes soltaram uma pequena gargalhada, mas concordaram comigo.
“Como é que está o golpe que ele te fez?” O Niall perguntou preocupado. Eu levantei a camisola, que estava com dois grandes buracos nos sítios onde o Ashton me tinha enfiado a estaca. As feridas não estavam completamente saradas, mas não estavam más. Em menos de uma hora estou como novo.
Oi :)
Primeiro queria agradecer a todas as pessoas que lêem a fic, votam e comentam. Isto é muito importante para mim e vocês fazem-me a pessoa mais feliz do mundo!
Segundo, espero que tenham gostado deste capitulo, porque eu adore escrevê-lo! Já imaginaram o que é ter dois rapazes mesmo hots à porrada? E ainda melhor se vocês fossem o motivo desta luta!! Opah, eu tou toda entusiasmada… omfg!
Well, o próximo capitulo é todo dedicado à Jennifer porque ela tem aparecido pouco e é a personagem principal. E é ridículo a personagem principal andar a aparecer pouco! Vao aparecer amizades antigas e não tarda muito, vai aparecer uma nova personagem que vai dar muito que falar!
Espero que tenham gostado.
Kiss
Love you all xx