A L G U M A S
R E F L E X Õ E S
Chim não conseguia dormir à noite. Seu coração estava um tanto inquieto, com tudo o que estava acontecendo. De uma hora pra outra, sua rotina havia mudado drasticamente, por causa de uma garota, da forma mais inesperada possível. Ele estava deitado em sua cama, com as mãos atrás da cabeça, enquanto encarava o teto pensativo. Sua mente tentava racionar tudo o que aconteceu, até aquele momento.
Ele se mexe na cama inquieto. Seu coração estava turbulento, Kessie mexia com ele, e isso era um fato, no qual ele não poderia mudar facilmente, mas a questão que não deixava Chim dormir era "O que fazer de agora em diante?". Ele não sabia como agir com a mais nova agora, provavelmente, porque ela esperava por algo a mais agora, e Chim não sabia como prosseguir com esse algo a mais.
"Namorar?".
Ele pensa confuso.
"Não, não... Não temos tempo pra isso".
Ele se vira, puxando o travesseiro contra o ouvido.
"Dorme!".
A noite seguiu tranquila, depois que Chim finalmente conseguira pegar no sono. Os demais também dormiam, exceto, Kook que continuava acordado do outro lado do quarto, focado em um tablete. Ele escrevia algo, e apagava indignado como se estivesse errado sempre.
Na verdade, ele estava tentando prever os passos do inimigo, mas não estava conseguindo. Para ele, era difícil fazer isso, já que não sabia nada sobre as pessoas que os perseguia, exceto pela polícia, mas Kook não estava preocupado com isso. A polícia era previsível demais e fácil de ler, não era uma preocupação sua.
Ele suspira.
— O que eles podem fazer de agora em diante? — ele se pergunta colocando o tablet de lado.
...
Tae acorda bem cedo, primeiro do que seus colegas, e toma um banho demorado. Assim que sai do banheiro, ele veste um terno que mantinha ali naquele lugar, não era nada muito chique, era apenas um de seus disfarces. Depois de se vestir, ele seca seus cabelos, e coloca um óculos sem lentes, como ele gostava de usar nessas ocasiões, pois disfarçava bem o seu rosto.
Ele olha para Chim, babando em seu travesseiro, e Kook na outra cama com metade do corpo descoberto, uma perna para cada lado.
Ele sorri.
"Parecem pedras dormindo".
Após se arrumar, ele deixa o quarto em silencio, tentando não acordar os amigos que dormiam confortavelmente – o que era bem estranho se levarmos em conta a situação atual do grupo – em suas camas. Ele desce as escadas, dando um nó simples em sua gravata e caminha até a cozinha para tomar um café antes de sair.
"Onde Jin guardou o café?".
Ele procura nos armários, em umas caixas no canto da pia, até que ao abrir o armário superior, Tae encontra um pacote grande com bastante pó de café.
"Isso!".
Ele comemora.
Depois de tomar um café da manhã reforçado, Tae pega uma maleta de couro, com uma arma, e alguns equipamentos para vigilância dentro, e sai de casa. O sol estava nascendo, era apenas seis horas da manhã, a rua estava vazia como quando eles chegaram ali, seria uma coisa a menos para o jovem se preocupar agora.
Tae caminhou pela rua silenciosa, observando cada detalhe. As casas ficavam bem longe, umas das outras, pois cada uma tinha um quintal em volta, e cercas de madeira, que davam um ar americano ao lugar. Aquela área da cidade era conhecida por parecer muito com as vizinhanças americanas, com suas casas de madeira, e cerquinhas de proteção que delimitavam cada lote, por assim dizer. A maioria das casas tinham um segundo andar, que dava um certo charme para elas. Tae gostava disso, por isso tinha escolhido aquela casa em meio a tantas outras.
Andando mais alguns quarteirões, Tae pode encontrar um ponto de ônibus, nele tinha apenas duas pessoas, que esperavam o próximo, que chegaria no máximo em dez minutos, de acordo com o mapa de horários instalado ali na parede. Tae se senta em silencio, sem levantar o olhar para as pessoas que estavam ali. Ele as observou minimamente com o rabo de olho, e continuou olhando para frente como se esperasse um ônibus também.
Dez minutos depois, o ônibus passou, mas Tae não entrou nele. Ele deixou que as pessoas entrassem, e ficou ali sozinho no ponto de ônibus. Tae sabia que não poderia se locomover por ai, de ônibus se quisesse espionar Jae Yang. Tae queria uma moto, era rápida e eficaz, mas a equipe não poderia gastar dinheiro com isso agora. Então Tae resolveu furtar alguma pelo caminho.
Ele entra no próximo ônibus, que estava mais vazio que o anterior. Esse dava acesso ao centro da cidade, e para as Industrias Yang. Tae se senta no fim do corredor, cabisbaixo fazendo uma cena como se estivesse cansado, mas na verdade tentava deixar seu rosto o mais baixo possível para que não o reconhecesse – o que seria difícil pois seu cabelo descolorido chamava muita atenção – Ele queria pintar o cabelo antes de seguir com o plano.
Tae dá o sinal para descer, em um ponto de ônibus que tinha uma farmácia bem em frente. Ele desce rapidamente e atravessa a rua indo até o local.
"Vamos comprar tintas" .
Ele pensa enquanto entra no lugar.
...
— Joon? — Chim desse as escadas rapidamente, indo até o líder. — Nós acordamos, e Tae não estava no quarto. — pelo seu tom de voz, Chim parecia preocupado com o companheiro.
— Esqueceu da tarefa que demos a ele? — Joon pergunta, deixando a xícara com café sobre a mesa.
Chim pareceu refletir um pouco, sobre o que Joon havia falado, e sua ficha cai.
— Claro, ele foi espionar o tal de Jae. — ele parecia mais relaxado.
— Exato. — Joon fala calmo. — Relaxe, ele vai voltar mais tarde, vai passar o dia fazendo isso.
— E o que nós vamos fazer aqui durante esse tempo? — ele pergunta, se sentando no braço do sofá.
— Vamos decifrar aquilo. — Joon aponta para o mural, incompleto na parede.
— É, não temos muitas coisas...
— Vamos relaxar, ok? — Joon fala. — Assim conseguimos pensar com mais clareza, e adicionar fatos ali.
Chim concorda com a cabeça, enquanto Suga se juntava a eles na sala.
— Eu vou montar algumas câmeras mais tarde, quando a movimentação da rua diminuir. — Suga fala. — Estamos sem vigilância alguma do lado externo da casa.
— É uma ótima ideia, eu vou deixar uma mira na janela do meu quarto, só por precaução, caso precisamos algum momento.
Suga acena com a cabeça concordando.
— Vamos proteger esse lugar, já que não podemos sair daqui ainda. — Joon fala. — Não podemos arriscar o outro Banker. — Só vamos para lá, quando acabarmos com isso. — ele fala duramente. — É nosso último porto seguro, não podemos perde-lo. — ele diz, se levantando do sofá.
— Espero que isso acabe logo. — Suga fala.
— Vai acabar, nunca falhamos antes e não vai ser agora. — Joon sorri deixando a sala.
Suga e Chim, saíram escondidos durante a tarde, para comprar equipamentos de segurança, eles tiveram sorte durante todo o trajeto, e não usaram o carro da equipe, que continuava escondido na garagem, ninguém ousava abrir o lugar. Jin entrou ali depois do almoço, para ver o estado do carro, e deixa-lo pronto para qualquer coisa que precisassem.
Kessie saiu para ir ao mercado, comprar algumas coisas com Joon. Alguns vizinhos os viram, e Joon os disse que os dois eram irmãos, as pessoas aceitaram bem, aparentemente. Joon ainda disse, que eles tinham um irmão, que trabalhava em um escritório o dia todo, e chegava apenas a noite. A historinha deles, tinha agradado bem as pessoas que eles encontraram, e por algum motivo Kessie não foi reconhecida, aparentemente o seu caso, não passava com frequência na TV, como antes. Os jornais voltaram as transmissões normais, mas isso não impedia, que cartazes com as fotos dos rapazes, circulassem por ai. Joon e Kessie, acabaram encontrando alguns no caminho para o mercado.
No fim da tarde, a casa estava silenciosa. Tae chega em casa, e encontra Kessie deitada no sofá da sala, com fones de ouvido, enquanto JJ assistia algo na TV. Ele entra e fecha a porta. Joon e Jin, estavam na cozinha preparando algo para o jantar.
— Tae. — JJ nota a presença do amigo — Demorou.
— É tive um pequeno probleminha, para conseguir o meu transporte. — Tae sorri, ao se sentar no sofá.
Ele joga a maleta de lado, e se esparrama ali como se estivesse cansado.
— Me conte, o que fez? — JJ pergunta.
Kessie se levanta, ao notar a presença do rapaz, e retira seus fones para ouvir os relatos de Tae.
— Foi uma tarde interessante. — ele fala. — Durante a manhã, trabalhei nisso. — ele aponta para o cabelo tingido de preto agora.
JJ olha e sorri.
— Eu gostei.
— Era preciso. — Tae dá de ombros. — Enfim, depois de tingir o cabelo, esperei um tempo, e dei uma volta, pegando algumas coisas que precisaria durante o dia. — ele aponta para uma sacola de papelão, aparentemente cheia de coisas. — Depois do almoço, comecei o meu trabalho com Jae.
Kessie se inclina para frente prestando mais atenção.
— As oito em ponto, ele chega no prédio, e fica lá grande parte do dia. Ele sai para o almoço, uma hora da tarde, e come no restaurante próximo ao prédio Yang. — ele olha para cima como se pensasse sobre mais detalhes. — Hmm... — toca o próprio queixo. — Ele não falou com ninguém suspeito, analisei cada lugar em um raio de dois quarteirões da empresa, então não notei nada de estranho aos arredores.
— Nossa. — JJ abre a boca. — Você andou bastante.
— Nem tanto. — Tae sorri. — Apenas conhecendo o campo hoje.
— Jae não fez nada de incomum, eu quero grampear o telefone dele e sua sala. — ele olha em volta. — Onde está Suga? Preciso da ajuda dele.
— La fora com Chim. — Kessie responde, voltando a se deitar no sofá. — Estão colocando câmeras ao redor da casa.
— Ah. — Tae se surpreende. — Vejo isso com ele depois, estou morto de fome.
O jovem se levanta, e caminha até a cozinha indo atrás de comida.
— Isso vai demorar. — Kessie fala com uma voz desanimada.
— Não desanime Kess. — JJ volta a assistir a TV.
— É só que... Ficamos aqui, parados sem fazer nada e...
— Não estamos parados sem fazer nada.
— Você entendeu. — ela responde com um bico no rosto.
— Entendi. — ele sorri. — Seja paciente, sempre resolvemos as coisas assim por aqui. — JJ fala. — Com paciência e estratégia.
— Vamos descobrir algo, e ataca-los – JJ fala, com uma animação estranha.