Soleria - A Canção de Dama Lua

By solerianos

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Filhos sempre querem ter histórias maiores do que as dos seus pais. Mas quando você é filho do maior mago do... More

Introdução
Cap. 01 - Dente de Dragão
Cap. 02 - A Fenda
Cap. 03 - A Reconstrução Impura
Cap. 04 - O aniversário do Príncipe
Cap. 05 - A Caverna do Dragão
Cap 6. A solidificação de luz.
CAP.07 - A sabedoria do rei
CAP.09 - A luz.
CAP.10 - O viajante e o prisioneiro.
CAP.11 - Reconstrução da alma.
CAP.12- A ira do rei.
CAP.13- As duas caravanas.
CAP.14 - Os dois navios de Cielo.
CAP.15 - Presentes e despedidas.
CAP.16 - Alguns dias antes.
CAP.17 - Thomas o prateado.
CAP.18 - Apolônios se apaixona.
CAP.19 - Em busca da Terra Normanda.
CAP.20 - O martelo de Thor.
CAP.21 - A batalha campal.
CAP.22 - Até logo, Ilha Nórdica!
CAP.23 - A menina e o rei.
CAP.24 - O ataque dos homens múltiplos.
CAP.25 - A Alma Negra.
CAP.26 - O namoro real.
CAP.27 - Boas vindas flamejantes a Paradiso.
CAP.28 - Soldadinhos de Chumbo.
CAP.29 - O chato
CAP.30 - O ladrão das sombras.
CAP.31 - A provação de Abil.
CAP.32 - O diamante falso.
CAP.33 - O homem no espelho.
CAP.34 - O início da chuva.
CAP.35 - Guerra entre os líderes.
CAP.36 - Desespero.
CAP.37 - A princesa do raio branco.
CAP.38- O nascimento de Dama Lua.
CAP.39 - Derfel.
CAP. 40- A revolta de Alfred.
CAP.41 - Filho da chuva.
CAP.42 - Os dois Vikings.
CAP.43 - A canção de Dama Lua.
CAP.44 - O mundo é o nosso lugar.

CAP.08- O chamado a Vila Azul

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By solerianos

Rick acordou com um grande susto, sentou-se rapidamente espantando o senhor que estava próximo. A dor lhe assaltou de maneira brusca, fazendo sua vista se inebriar por alguns poucos momentos, decidiu deitar-se lentamente na expectativa que ela lhe abandonasse. Olhou ao redor por um instante e percebeu que estava em seu quarto no Castelo Branco, e que Siegfried o curava.

Este era o segundo na cadeia de comando da Guilda Branca, era um senhor de idade avançada, de sorriso fácil e bastante gentil. Sempre se vestia com um grande manto branco, e possuía uma grande barba, que chegava a altura do peito e uma vasta cabeleira branca.

O príncipe sentiu a energia do mago a curar suas feridas e um aperto se deu em seu coração. Não havia visto como a batalha tinha acabado, mas estando ali eles possivelmente teriam vencido.

— Tai. — Disse com bastante dificuldade, quase não sendo entendido pelo senhor.

— Em breve poderá vê-lo. — Respondeu dando um caloroso sorriso. — Vocês aprontaram bastante.

— O dragão? — Perguntou novamente o príncipe.

— Caiu, vocês foram resgatados por Sonny e Abil. E antes que sua curiosidade absurda continue as duas meninas também estão bem. Agora fique quieto, acredito que já se sentirá bem melhor até o final do dia. — Ficou por mais alguns instantes e logo após saiu sem mais dizer nada.

Existia um sentimento ruim no peito de Rick, ele estava ansioso pelos detalhes da batalha. Porém, ao ouvir que foram resgatados, sentiu um gosto amargo na boca, a missão havia falhado. Previu que todo o reino, devia comentar a respeito da piada que aquela aventura havia se tornado. Mais uma vez o príncipe fazendo besteiras, sentiu-se envergonhado.

Viu então que o senhor abria a porta de seu quarto novamente.

— Poderão entrar, mas se comportem. — Disse ele para duas pessoas que o príncipe não era capaz de ver.

A primeira a entrar foi Agnes, a menina tinha alguns machucados, porém, sobreviveria. Já o segundo foi direto em sua direção e lhe dando um forte soco no rosto.

— Porque você não me levou seu imbecil. — Dizia o anão de fogo, Buks.

— Você é louco? — Perguntou Siegfried com fúria aparente.

— Deixe-o. — Disse o príncipe dando um pequeno sorriso, percebia a expressão de fúria do anão e nada mais seria esperado dele. — Ficou preocupado, foi? — Zombou, o soco em si foi mais teatral do que qualquer outra coisa, pois as bandagens na mão do anão anularam grande parte do impacto.

— Lógico, se eu estivesse lá você não estaria nesse estado ridículo. — Respondeu o anão, fazendo o príncipe soltar uma dolorosa gargalhada.

— Não me faça rir seu maldito, tudo me dói. — Resmungou o príncipe, voltando a atenção para a menina. — E você tudo bem? — A menina ficou encabulada por um curto instante respondendo que sim com a cabeça. — O que aconteceu afinal?

— O Dragão estava a te esmagar. — Começou então o relato da menina. — Eu e Abgail não podíamos fazer nada, foi quando Tai. — Ela abaixou a cabeça com pesar. — Ele matou o dragão, mas ele se machucou muito. — Lágrimas brotaram de seus olhos. — Eu não consigo entender, porque vocês se machucarem tanto por mim? Eu nem te conheço. — Continuou desabando em seu pranto. — Mas mesmo não entendendo, eu queria te agradecer. Eu não queria morrer, e você me salvou. — A menina praticamente saltou na cama do príncipe, lhe dando um forte abraço, foi a vez de o menino ficar encabulado.

— Vocês dois para fora! — Berrou Siegfrid dando tapas no ombro da menina. — Você tem os ossos colados enquanto ele está todo remendado, não podem se comportar assim.

— Pode deixar mais um pouco. — Dizia o príncipe segurando o corpo da menina, enquanto o velho mago a puxava. — Imagina, eu teria feito por qualquer um. — Respondeu o príncipe, anulando as reclamações do velho mago, que continuava a puxar o braço da menina enquanto o príncipe dava pequenos tapas em sua mão. — Viu que Buks fazia pequenos corações com a mão atrás da menina, mandando-lhe beijos, dando a Rick uma enorme vontade de rir.

— Eu apenas queria passar aqui para te dizer isso. — Encerrou a menina, se retirando do quarto junto ao velho mago branco.

— Você já viu o Tai? — Perguntou Rick.

— Ainda não, passei aqui primeiro, para depois passar lá. — Respondeu o anão. — Mas soube que ele está muito mal, acho que gastou muita energia, dizem que ele fez a solidificação da luz.

— O que é isso? — Perguntou o menino.

— É a maior magia da sua Guilda, seu imbecil! Nem isso você sabe. — Resmungou o anão. — Dizem que ele solidificou os machados de Ragnar e que cortou a cabeça do Dragão. Não consigo acreditar que na maior aventura de nossa geração, você não me chamou. — Continuou Buks com raiva.

— Não deu tempo, foi tudo muito em cima da hora. — Sorriu o príncipe. — Quem sabe na próxima. Agora quero que me ajude a ir à casa de Tai, quero vê-lo.

— Ninguém vai nos deixar passar, você ainda está muito fraco.

— Por isso que vamos fugir. — Respondeu Rick com um maligno brilho no olhar.

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Desde que eu havia sido deixado em casa, Gaiga mantinha-se em extrema concentração para curar todos os danos a mim impressos. Eu só cheguei com vida em casa, devido os primeiros socorros prestados por Abil e sua irmã, que estancaram grande parte das hemorragias que possuía. A explosão havia me causado grande dano e apesar de toda a magia, empregada ali, ainda era impossível dizer se viveria ou não.

Um dia inteiro havia se passado, desde que os líderes nos trouxeram naquelas condições e desde então Rick e eu estávamos sendo curados magicamente, pelos melhores magos de todo o reino. Foi uma noite longa, porém para o líder branco não existia pausa. Tinha que fazer o máximo possível para manter seu filho vivo. Não sabia o que aconteceria caso isso não ocorresse.

A torrente de luz prateada podia ser vista ao longe, por uma noite inteira ela subiu aos céus o que gerava uma montanha de boatos em todo o país. Muitos diziam que o príncipe havia libertado uma fera, que iria destruir toda a ilha, outros diziam que o príncipe havia morrido nas mãos do povo do Norte entre outros absurdos.

Tudo parecia uma grande bagunça e em condições normais, Gaiga iria me matar com suas próprias mãos. Porém, quando me viu naquele estado um nó se atou em sua garganta, inexplicavelmente seus olhos se encheram de lágrimas e só pode abraçar com toda força o meu corpo inanimado. Teve que ser contido por outros magos brancos, que sabiam da emergência da situação e começaram o círculo de cura.

Não teve tempo para os relatos, mas sabia que eu havia matado o Dragão e naquele instante se deixou sorrir. Pela primeira vez sentia aquela sensação com o próprio filho, o orgulho da realização de algo grandioso.

Não saiu do meu lado a noite toda e quando os magos viram que já tinham feito o suficiente e já se recolhido para descansarem, escutou a porta ranger e ao olhar para trás, viu o príncipe sendo amparado pelo anão. Uma raiva tomou seu peito ao ver o moleque que havia tramado a situação ao qual seu filho havia se ferido. Porém a abandonou, percebeu que mesmo naquele estado deplorável ele estava preocupado com o amigo. Invejou mais uma vez a mim, queria ter um amigo como aquele. Decidiu então se dar um descanso. Levantou-se e por um instante ficou tonto, não percebeu quanto se esforçou utilizando uma pesada quantidade de magia por tanto tempo. Passou a mão na cabeça do príncipe, dando-lhe um amigável sorriso.

Aquilo causou grande estranheza para o menino, o líder branco nunca havia sido gentil com ele. Agora que eles teriam feito a maior traquinagem de todos os tempos, ele seria? Decidiu abandonar aqueles pensamentos e se ajoelhou com dificuldade ao meu lado.

— Você conseguiu! — Disse ao meu ouvido. — A partir de agora, você será o caçador de dragões de Soleria! — Continuou dando um pequeno sorriso. — O mais forte guerreiro do reino! Não pode se deixar vencer, acorde! O que eu farei sem você? — Continuou o príncipe deixando as lágrimas correrem pelo rosto. — Desculpa, desculpa. . . eu não deveria ter te levado. . . por favor não me deixe. . .

O Anão percebeu o líder da guilda junto a porta. A expressão do poderoso Gaiga trouxe trevas a sua mente. O choro era franco, por aquele que seria um dos homens mais duros de todo o reino. O pequeno guerreiro percebeu que eu realmente não poderia mais acordar.

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Um mensageiro chegou desesperado ao castelo, procurava o rei Gerard, tinha noticias urgentes vindas de uma Harpia de emergência. Passou pela porta principal e subiu as escadarias como se alguma besta o seguisse. Chegando a porta do quarto real, desatou a esmurra-la, dando um grande susto no rei, que havia passado a noite em claro participando do círculo de cura do filho.

Gerard se levantou de mau humor, quem tivesse feito aquilo iria escutar uma boa bronca. Como ousa incomodá-lo daquele jeito. Porém ao abrir a porta, a vontade de berrar passou, viu o esbaforido mensageiro pálido de pavor.

— O que ocorreu para estar desse jeito? — Perguntou finalmente o rei.

— As Hydras, meu senhor. — Respondeu quase sem ar.

— O que tem?

— Elas se levantaram aos céus. — Disse o mensageiro, apontando a janela do quarto do rei.

Sem entender nada o rei decidiu então ver o que o mensageiro tanto mostrava e entendeu o motivo do pânico. A varanda do quarto real, ficava no último andar do Castelo branco, o que lhe permitia ver as praias da ilha azul a uma distância considerável. Logo percebeu que algo estava errado, centenas de criaturas estavam para fora da água. A altura que alcançavam era incrível, quase chegando até as nuvens. Olhou para a direção da caverna do dragão e viu que a luz prateada ainda tocava o céu. Uma sensação ruim tomou seu peito, algo estava prestes a acontecer.

— Prepare meu cavalo, chame Ragnar e Gaiga, alerte também a Maria e Abil. Quero todos que me enviem os melhores soldados do reino. Peçam que me encontrem na Vila Azul e que tenham o combate em seus espíritos. — Ordenou o rei ao mensageiro, que fez um muxoxo por ter que correr como um desesperado novamente.

Uma enxurrada de dúvidas tomou a mente do rei. O que significava aquilo?

As Hydras eram os seres que habitavam os mares de Soleria, eram elas que mantinham os portos seguros, ao preço de que nenhum navio saísse de sua costa. O rei era um dos poucos que sabiam o que aqueles animais realmente fariam ali. E por conta daquele segredo que deveria tomar todas as precauções necessárias.

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O vento soprava calmo, balançando seus cabelos. O céu estava estonteantemente azul e algumas nuvens passeavam sem pressa, tudo parecia bem. A aflição em seu peito era diluída ao admirar a beleza do dia e decidiu tirar uma pequena soneca. O líder da Guilda branca sentou preguiçosamente em uma cadeira feita de palha no quintal de sua casa e deixou que o cansaço fechasse seus olhos.

Não tinha muita certeza do que viria para frente, mas sabia que grandes mudanças aconteceriam. A proeza dos meninos iria fazer as pessoas pensarem a respeito, a paranoia a respeito da defesa do reino teria que acabar. Aqueles eram tempos de paz.

O sono veio leve e de imediato sonhou com Joan. Aquele era um ponto muito dolorido em sua vida, de forma que evitava ao máximo em se lembrar dela. O pouco de felicidade que teve em sua vida residia naquele sorriso honesto e em seu coração puro. Ela se vestia de branco e seus cabelos estavam ao vento, enquanto ele ficava apenas sentado a admira-la. Nesse instante ouviu um som de cavalos e não conseguiu entender o que acontecia.

— Gaiga, precisa acordar!

Abriu os olhos no susto e viu Siegifried em seu alazão branco. Foi tomado pelo mau humor no mesmo instante, levantando— se agilmente.

— O que o senhor deseja? — Resmungou

— O rei solicita a presença de todos na Vila Azul. — Respondeu o velho mago de maneira ansiosa, sendo respondido por uma longa e barulhenta respiração.

— O que ele quer? — Perguntou não evitando um bocejo que lhe tomou sem que esperasse.

— As Hydras, Gaiga. Elas estão saindo do mar.

Aquilo paralisou o líder branco. Tudo o que acabara de sonhar a respeito de tempos de paz se tornava obsoleto a uma velocidade incompreensível. Olhou para a casa e se preocupou com o filho. Viu o príncipe sair junto ao anão no momento ao qual o assunto era revelado.

— Hydras? — Perguntou Buks.

— Hey, você não deveria estar aqui! — Reclamou o velho mago. — Não tem jeito mesmo! — Disse soltando um pequeno sorriso para o príncipe. — Pelo menos parece melhor, se dirijam para o castelo e fiquem por lá, em breve terão maiores notícias. Gaiga precisamos ir, já solicitei alguns magos de sua classe para continuarem o círculo de cura de seu filho.

Gaiga se deu ao direito de respirar novamente. Hesitou por um instante, pela primeira vez não queria realizar um chamado do rei, queria ficar junto ao filho e vê-lo acordar. Mas o dever lhe chamava. Lavou rapidamente os olhos para espantar o sono que restava e montou em seu alazão cinza e branco. A lembrança da longa viagem até a cidade azul o desanimou, tratou de retirar rapidamente esses pensamentos da cabeça e deu início a viagem.

Já saindo dos portões da cidade branca, pode ver o que o velho mago havia lhe falado. Viu gigantescas criaturas saindo do mar e indo de encontro ao céu, finalmente tomava a seriedade da situação e com os joelhos deu um pique no cavalo, teria que estar ao lado do rei para entender o que estava acontecendo.

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— Vamos voltar ao castelo? — Perguntou o anão dando um pequeno sorriso ao príncipe.

— Uma ova que vamos! — Respondeu encarando o meu cavalo. 

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