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By _xScar_

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Adrien era considerado o dono do "coração de gelo" de toda a faculdade. Dono de uma personalidade rebelde, nã... More

Capítulo Um - Um problema de alma.
Capítulo Três - Rainha da Dança
Capítulo Quatro - Atos e consequências.
Capítulo Cinco - Ficar com você.
Capítulo Seis - Descobertas.
Capítulo Sete - Corações acelerados.
Capítulo Oito - Desentendimentos com uma pitada de chuva.
Capítulo Nove - Um jantar, e de bônus, um cafuné.
Capítulo Dez - Certas incertezas.
Capítulo Onze - Sonhos mascarados como pesadelos.
Capítulo Doze - Ruivos do passado, concorrência visualizada.
Capítulo Treze - "Eu to aqui com você, eu não vou te deixar"
Capítulo Quatorze - Desmascarada.
Capítulo Quinze - Inesperado.
Capítulo Dezesseis - "Le Papillon"
Capítulo Dezessete - Sem pensar, querendo machucar.
Capítulo Dezoito - Cinco minutos com espirros de bônus.
Capítulo Dezenove - Figuras do passado.
Capítulo Vinte - Vindo a tona.
Capítulo Vinte e Um - Retrocessos.
Capítulo Vinte e Dois - Memórias com chá.
Capítulo Vinte e Três - Progressos (quase) secretos.
Capítulo Vinte e Quatro - Finos como papel.
Capítulo Vinte e Cinco - Eu e você contra o mundo.
Capítulo Vinte e Seis - Motivações com uma dose de verdades.
Capitulo Vinte e Sete - Conversas Necessarias.
Capítulo Vinte e Oito - União.
Capítulo Vinte e Nove - Confusões com mal-entendidos.
Capítulo Trinta - (Co)lide comigo.
Capítulo Trinta e Um - Isso que nos faz garotas.
Capítulo Trinta e Dois - Visita.
Capítulo Trinta e Três - Verdades a serem ditas (e ouvidas).
Capítulo Trinta e Quatro - Necessidades.
Capítulo Trinta e Cinco - "Não é sua culpa!".
Capítulo Trinta e Seis - Resoluções
Capítulo Trinta e Sete - Enfim, juntos.
Capítulo Trinta e Oito - Um pouco de saudade
Capítulo Trinta e Nove - Questão de Tempo.
Capítulo Quarenta - Céu.

Capítulo Dois - Joaninha misteriosa

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By _xScar_

Adrien se olhou, pela quarta vez, no espelho que havia no pequeno vestiário e bufou mais uma vez.

Havia se sentido ridículo com aquela roupa.

Não que a roupa fosse feia ou ruim, ela não era, e era até mesmo deveras confortável. O material era bom, e se surpreendeu pela costura parecer ter sido feita à mão, mas para ele, não combinava nada com seu estilo. Ele estava se sentindo um cosplayer.

Só pensava no que aconteceria caso alguém o visse assim, ou acabassem descobrindo que ele era esse personagem no orfanato. Com certeza seus amigos não perdoariam e seriam capazes de mandar a foto até mesmo para o Papa.

Pelo menos, se ficasse muito ruim, Chloe poderia largar de seu pé. Ela odiava o ridículo (mesmo sendo a rainha disso).

- Garota, não tem perigo de vazar foto minha assim, não é? - Ele perguntou, chamando a atenção de Ladybug, que parecia concentrada olhando algo em seu armário.

- Não, ninguém sabe e nem pode saber que você é o Chat Noir. - Ela murmurou, sem dar muita atenção. - A Marinette não te mandou as informações?

- Não. - Ele disse, e ela se segurou para não fazer uma careta. Havia mandado, e ele não havia lido. Mentiroso!

- Então eu vou ter que te explicar tudo. - Disse mais para si do que para ele. Trancou seu armário, e se encostou na parede, brincando com o yoyo. Respirou fundo antes de começar a falar. - Ladybug e Chat Noir são dois heróis parisienses. Fora das roupas, são dois adolescentes normais. Eles lutam contra um vilão, chamado Hawk Moth, que usa seus poderes para se aproveitar dos momentos infelizes dos outros e transformá-los em seus discípulos até que Ladybug e Chat Noir vençam essa pessoa.

- Então, eles lutam indiretamente? - Adrien perguntou, curioso.

- De um modo, sim. - Ladybug respondeu. - Hawk Moth nunca aparece. E...Chat Noir é apaixonado pela Ladybug.

- Eu vou ter que fingir ser apaixonado por você? - Ele disse, e começou a rir. - Super vou fazer isso, pode deixar.

- Pare de ser um babaca, é só um personagem. - Ela murmurou. - Ou você acha que se fosse de verdade, você seria um super herói, com essa postura idiota sua?

- Nossa, parece que a joaninha está irritada. - Ele disse, e foi até ela. Pegou o yoyo de sua mão. - Vai me bater com isso? Um yoyo? Essa é sua arma poderosa?

- Me devolve! - Ela disse, mas ele levantou o yoyo no alto, aproveitando que era consideravelmente bem mais alto que ela. - Eu to falando sério!

- Somente depois que você me disser, aos mínimos detalhes, o que eu devo fazer. - Ele disse, com um sorriso debochado. - Não tenho a mínima ideia sobre como ser esse tal de Chat Noir, ou como é a personalidade dele.

- Não ser um babaca já é um bom começo. - Ela bufou e cruzou os braços. - Chat Noir é um amor de pessoa, sempre carinhoso, carismático e ama fazer piadas bobas. Ele é tudo o que não pode ser quando está em sua forma civil.

- A forma civil deles também existe? - Ele perguntou, e ela assentiu. - Quem são?

- Você não pode saber. Isso acabaria com a graça. - Ela disse, e puxou o yoyo dele em seu momento de distração.

- Alguma criança pode me contar... - Ele disse, de um modo provocante.

- Ela não falariam, sabem guardar segredo. - Ela disse, enquanto amarrava o yoyo na cintura. - Agora vou te falar sobre o vilão da semana, tudo bem?

- Fala logo. - Ele disse, cruzando os braços.

- Nessa semana, e...digo, a Marinette e as crianças optaram por uma vilã.. - Ela ia continuar a contar, porém ele a atrapalhou.

- A Marinette que criou essa história toda? - Ele perguntou, curioso. Ladybug assentiu. - E...ela não vem aqui?

- Somente em dias de semana, e depende muito do horário dela no trabalho. - Ladybug murmurou, e pareceu um pouco chateada.

Ele percebeu, mas decidiu não se aprofundar muito. - Mas voltando, a vilã é a Climatizadora. Ela acabou perdendo em um concurso para garota do tempo, e foi akumatizada por isso. Ela atacava Paris com seus poderes que eram controlar o clima com o uso de um guarda-chuva, além de lançar raios e gelo.

- Hmmm, okay. - Ele disse, e ia sair andando, mas foi puxado pela cauda. - Ei!

- Esqueceu da sua arma de luta. - Ela disse, e ele lhe olhou confuso, como se perguntasse "O que?". Ela lhe estendeu um bastão prateado, com uma pata de gato em verde. - Toma, e prende nas costas.

Ele pegou, e observou o objeto por alguns segundos. Era bem feito, e bem realístico. Ele colocou no prendedor que havia na parte de trás do traje, antes de abrir a porta.

- Depois de você, Lady. - Ele disse, e ela saiu em sua frente. Ele fechou a porta em seguida, depois que saiu.

Estavam andando em silêncio, iam em direção ao pátio onde as crianças deveriam estar reunidas, mas foram parados quando alguém se jogou sobre Chat Noir, que se assustou no começo.

- Mas que p... - Começou a dizer, mas foi calado ao receber um olhar irritado da Ladybug, que se ajoelhou.

- Clarice! - Ela disse, com um sorriso no rosto. - Não deveria estar no pátio?

- Eu ia ao banheiro, Ladybug! - A garotinha disse, parecia ter seus sete anos. Possuía cabelos castanhos e os olhos em um tom acinzentado. Direcionou o olhar para Chat. - Chat! Você voltou! Ja está melhor?

Ele ficou sem saber o que fazer. Não tinha muito contato com crianças, mas se abaixou assim como a Ladybug. Sorriu para ela.

- Estou sim, obrigado, - Ele disse, e foi surpreendido quando ela o abraçou.

- Eu senti muita falta de te ver esses fins de semana! Não só eu, a Anne também! E a Milly! Também a Char! O Jean também. E o Peter! Apesar que...bom, ele diz preferir o homem aranha por seus nomes se parecerem! - A garotinha dizia, cada vez mais rápido.

- Ah! Você sabia que o Peter Parker é o Homem Aranha? A tia Mari nos contou semana passada, quando fizemos um trabalho sobre os heróis!

- Woah, calma Clarice! - Ladybug riu. - Não se esqueça que o gatinho ainda pode estar um pouco cansado, tente falar um pouquinho mais devagar, tudo bem? - A garotinha assentiu. - Agora, temos que ir. Seus colegas estão nos esperando também.

- Ah, pois então eu vou com vocês! - A garotinha murmurou, e Ladybug lhe olhou com a sobrancelha arqueada.

- Mas a mocinha não ia ao banheiro? - Ladybug cruzou os braços.

- Não estou mais com vontade! - Ela disse. - Vamos, vamos!

Ela segurou na mão deles, e ao menos deixou-lhes se levantarem direito. Saiu os puxando pelo corredor, quase correndo.

[...]

Seu orgulho poderia não deixar que ele admitisse em voz alta, mas Adrien já havia admitido para si mesmo. Estava maravilhado com o local e com as crianças.

Sempre que pensava em orfanato, tinha uma ideia fechada em mente : um lugar frio, escuro, com crianças chatas,mal vestidas e choronas que foram abandonadas, só que diferente dele, abandonadas a sorte por todos que deveriam lhes proteger, e não somente por um. Imaginava as cuidadoras más, que tratavam as crianças com má fé, e até mesmo freiras com posturas rígidas que as colocavam para rezar dia e noite.

Teve todas as suas ideias quebradas nos primeiros dez minutos em que estivera com as crianças.

Não estavam vestidas com roupas caras ou chiques, como as que seus primos menores usavam quando iam lhe visitar, mas estavam bem arrumados. As roupas, mesmo que boa parte sendo de doações, eram em bom estado e estavam incrivelmente limpas. Nem todas as crianças estavam com sorrisos quando eles chegaram, mas depois de alguns minutos, todas se enturmavam com eles e entre si. Ficou surpreso quando uma multidão se juntou em volta de si, todos animados. Até mesmo os mais velhos, considerados já adolescentes, estavam ali.

Fora uma sessão de perguntas, e todas diferentes das que normalmente respondia para entrevistas. Por ser modelo, estava acostumado com perguntas invasivas, muitas até mesmo com duplo sentido e outras explicitamente maliciosas, o que não acontecera ali.

Todas as perguntas eram inocentes, diferentes de tudo o que respondia normalmente. "Qual sua idade mesmo?" Ou "O que você acha de ser um herói?". Gostavam de saber suas preferências quanto a heróis, cores, livros, e sempre contavam a ele sobre as suas. Fora um bate papo divertido, além de muito relaxante.

E agora, ele estava sentado em um dos bancos, enquanto observava as crianças, que se divertiam no pequeno parquinho da instituição. Cantavam, riam, caiam e se levantavam, se sujavam na grama, se esbaldavam com os brinquedos e os diferentes piques que inventavam de acordo com o momento, sob a supervisão das cuidadoras, que de longe eram adoráveis e doces.

Mas o que atraia sua atenção mesmo era a Ladybug.

A garota estava do outro lado da área externa, onde ficava reservado apenas para os bebês para que não ocorresse algum acidente, e em seu colo estava um garotinho. Não parecia ter mais do que três anos, e assim como ela, tinha os cabelos azulados.

Chamava sua atenção o modo que ela o tratava. Não sabia se era por ele ser um bebê, ou por ter algo a mais nessa história.

Se levantou, resolvendo que iria até ela.

Atravessou o local, tomando cuidado para não atropelar alguma criança que corria, e em segundos, estava em pé ao lado dela, que tomou um susto ao percebê-la ali. Riu baixo pela feição assustada dela.

- O que está fazendo aqui? - Ela perguntou, e o garotinho olhou para Chat, logo percebendo o sino que ficava em seu pescoço.

- Da! - O pequeno disse, estirando os braços e abrindo e fechando as mãozinhas, em sinal que queria ir para o colo do loiro. Ladybug bufou.

- Vim ver os bebês. - Ele disse, enquanto olhava o bebê. Segurou sua mão, e ele riu. - Ele é adorável. Posso pega-lo?

- Só ter cuidado para não o derrubar. - Ela disse, e entregou-o para o loiro, que o pegou.

- Oi, garotão! - Ele disse para o garoto, que estava mais concentrado em brincar com o sino do uniforme. - Qual o seu nome?

- Oi! - Ele disse, com uma voz atrapalhada e fofa. - Hugo.

- Você tem um belo nome. - Ele disse, e Hugo sorriu para ele. - Você gostou do sino, quer brincar com ele?
Hugo assentiu, e Chat lhe deu o sino. Ele desceu do colo do loiro, correndo até as outras crianças que estavam naquela área. Adrien olhou de soslaio para Ladybug, que parecia sorrir enquanto o observava.

- Uma pena que eles foram abandonados. - Ele murmurou baixo para ela. - Não sei como existem tantas pessoas ruins para fazerem isso.

- Nem todas são ruins, Chat. Muitas podem não ter dinheiro para sustentar, outras podem ter sido forçadas a isso pelos pais. - Ela disse, e cruzou os braços. - Outras podem nem saber que os filhos estão vivos. São uma série de fatores, nem tudo é "vou abandonar para viver minha vida sem um peso". - Ela suspirou, e se desencostou da árvore em que havia encostado. - Acho melhor já ir, já são quase três da tarde e eu...ainda tenho umas coisas para fazer hoje.

- Então quer dizer que a joaninha é uma pessoa ocupada? - Ele murmurou, em um tom brincalhão.

- Talvez sim, mas eu vou voltar amanhã. - Ela disse. - Você não precisa se não quiser, você só precisa vir aos sábados por três semanas. - Ela abriu o yoyo e retirou uma chave. - Essa é a chave do seu armário, assim que tirar a roupa, pode deixá-la lá ou levá-la consigo. Fica ao seu critério.

- Eu...acho que também já vou indo. - Ele disse, ficando ao lado dela. - Posso te oferecer uma carona, se quiser.
- Não vou revelar quem eu sou pra você, Chat Noir. - Ela disse. - E, segundo o que tenho anotado, seu horário é até às quatro da tarde.

- Mas você sabe quem eu sou. - Protestou. - Nada mais justo que eu saiba quem você é.

- Talvez um dia, mas ele não é hoje. - Ela piscou para ele. - Te vejo na próxima semana, Chat Noir.

Ela saiu andando, sem ao menos olhar para trás. Ele até pensou em segui-la, mas foi chamado por uma das crianças, que o convidou para participar de um pique-pega. Suspirou.

Teria trabalho com a tal joaninha misteriosa.


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