Opostos | Rúben Dias

נכתב על ידי suotempore

77.5K 2.9K 969

Benedita Varandas Fernandes. Rúben Dias. Um jogador e uma judoca. Dois opostos que dispostos, completavam-se... עוד

01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
OPOSTOS.
08.
09.
10.
11.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.

12.

2.2K 87 28
נכתב על ידי suotempore

- Fantástico, Benedita! - o meu treinador elogiou quando o levei ao chão.

Ajudei-o a levantar e este abraçou-me de lado, rapidamente, antes de se afastar para beber um pouco de água.

- Obrigado, mister. - agradeci, sorridente, deixando-me ficar sentada no chão enquanto limpava o suor da testa.

Eu estava, realmente, satisfeita pelo meu desempenho nos treinos e depois da vitória no segundo duelo para o campeonato nacional feminino de judo, eu sentia-me cada vez mais forte e dedicada na defesa do título.

Olhei pela janela de vidro que tinha vista para o corredor onde se encontravam máquinas de snack's e comida, que continham produtos saudáveis, nutritivos e energéticos para que os atletas se pudessem servir deles antes de cada treino e não evitei um sorriso ao notar Rúben retirar uma barra energética e dar uma dentada na mesma.

- Hoje, o treino fica por aqui, campeã. Ótimo trabalho! - o homem congratulou e sorri, agradecendo.

Esperei que ele fosse embora e andei apressadamente até onde o jogador se encontrava, este depositando o papel no lixo.

- Oi, tu aí. - gritei e ele virou-se rapidamente.

Esboçou um largo sorriso ao ver-me e abriu os braços, esperando que eu saltasse para o seu colo. Eu ri alto quando este me apanhou sem qualquer dificuldade, puxando-o para um beijo que este não hesitou em retribuir.

Depois de nos separarmos, o jogador pousou-me no chão e sorriu-me, abraçando-me apertado. Sorri com o seu repentino gesto de carinho, deixando-me levar por ele.

- Estás bem? - murmurei, afagando as suas costas.

- Tive saudades tuas. - no mesmo tom de voz, admitiu e eu sorri, afastando-me dele para o olhar. - Desculpa não te ter dito nada ontem à noite mas, já chegámos tarde e devias estar a descansar. - desculpou-se e dei de ombros, desvalorizando a situação.

- Não faz mal, Dias. Aquilo que me interessa foi que ganhámos ao Fenerbahçe e agora é focar no PAOK de Salónica. Estamos cada vez mais perto e eu estou muito orgulhosa de ti. - fiz um carinho nos seus cabelos e ele sorriu beijando, de forma rápida, os meus lábios. - E já agora, eu também tive muitas saudades tuas. - confessei e o jogador sorriu, beijando-me novamente.

- Podemos aproveitar quando regressar do treino da tarde? - murmurou contra os meus lábios, deixando um beijo no meu nariz, gesto que me fez sorrir.

- Por favor. - concordei, manhosa, abraçando-o pelo pescoço e ele riu. - Vou preparar-nos o jantar e depois faço-te uma massagem. - sorri-lhe sugestiva e o atleta encarnado gargalhou com o meu atrevimento, uma vez que ainda não deramos qualquer outro passo na nossa relação, estando a avançar lentamente e de maneira natural, querendo conhecer mais um do outro e deixar o ódio de estimação de lado que, lá no fundo, de ódio nada tinha.

- Olha que eu não me esqueço. - piscou o olho e foi a minha vez de rir. - Vou ter de ir andando. Só cá vim buscar um pouco de energia. - beijou os meus lábios.

Apesar de tudo, eu sentia-o tenso e isto era algo que me estava a preocupar.

- Rúben. - chamei antes de nos afastarmos para que ele pudesse ir. - Tu estás bem? - passei a minha mão nos seus cabelos. - Sei lá, sinto-te um pouco tenso e receoso. Sabes que podes falar comigo, não sabes? - ele sorriu-me fraco, acenando.

- Não te preocupes, Benny. É apenas cansaço acumulado e a pressão de toda esta sequência de jogos importantíssimos e decisivos para a nossa caminhada na Champions League e para a reconquista do título que nunca devia ter saído do lugar onde pertence. - deu de ombros e ofereci-lhe um sorriso amarelo, nada convencida pela desculpa que ele dera mas, uma vez que este necessitava de ir embora, decidi não insistir mais, guardando as questões para o jantar de logo à noite.

- Tudo bem. - cedi. - Vejo-te mais tarde, então. Bom treino. - despedi-me com um beijo rápido na sua boca e dirigi-me para os balneários, tratando de me despachar.

Depois de me vestir, penteei os cabelos, deixando os mesmos molhados e peguei o meu saco de treino, abandonando a divisão.

Distraia-me com o meu telemóvel, respondendo a Carminho, que chegaria em alguns dias quando, a conversa de dois funcionários chamou a minha atenção, não evitando parar para ouvir, por muito errado que fosse.

- É uma pena que ele vá. Na minha opinião, o Rúben é um dos melhores centrais que a história do Benfica já teve. - deu de ombros, enquanto o outro acenava.

- Concordo contigo. E, por muito mais que o presidente do Lyon seja excêntrico, não acredito que fosse para os jornais e cadeias televisivas fazer este tipo de declarações, se as mesmas não tivessem um fundo de verdade. - opinou, bebendo um pouco da sua água.

- Desculpem. - intrometi-me no diálogo, querendo esclarecer o que escutara. - Estavam a falar do central Rúben Dias? - eles acenaram. - Ele vai embora? - engoli em seco quando voltaram a anuir.

- Aparentemente sim. É o que está espelhado nas capas dos jornais desportivos de hoje. Não se fala de outra coisa nas redes sociais e nos canais de desporto. O presidente do clube francês veio a público declarar seu imenso interesse em levar o Rúben Dias para o Olimpique Lyonnais e que a transferência estava quase fechada. - ele notou a minha confusão. - Pensei que soubesse, menina. Afinal, você não é namorada do rapaz? - não evitei rir.

- Quem é que lhe disse isso? - perguntei, tentando ainda assimilar tudo o que ouvira numa única conversa.

- Não se fala de outra coisa nesses corredores, menina Benedita. - o outro falou, dando de ombros. - Mas deixe-me que lhe diga, fazem um bonito casal. - sorriu-me e tentei retribuir da melhor maneira possível.

- Obrigado mas, não somos namorados. - neguei. - Desculpem interromper a vossa conversa e obrigada pelo esclarecimento. - sorri-lhes amarelo, ainda atordoada pela rajada de informação que me atingira.

Virei costas, apenas querendo desaparecer dali.

- Oh menina, você está bem? - só notei que chorava quando Maria, uma das funcionárias mais antigas do clube, parou-me.

- Está tudo bem, Maria. Não se preocupe. - tratei de limpar qualquer vestígio de lágrimas. - Por acaso, sabe informar-me se a equipa de futebol já iniciou o seu treino? - inquiri, desejando imensamente que esta negasse.

- Os jogadores estão todos reunidos no bar. O treinador está um pouco atrasado devido a uns problemas pessoais mas, avisou que estaria aqui em alguns minutos. - informou, apontando para a direção do estabelecimento onde era possível fazer a refeição.

- Obrigado. - sorri-lhe agradecida e desatei a correr, não esperando qualquer resposta da sua parte.

Engoli em seco quando me aproximei do local de concentração dos atletas encarnados, podendo ouvir um coro de vozes que conviviam, animadamente, entre si.

Ao chegar à porta, o meu olhar percorreu a divisão, procurando por Rúben, este que se encontrava entre Pizzi, André Almeida e Yuri Ribeiro, rindo de algo que o número trinta e quatro dos encarnados falava.

Em passos largos, dirigi-me até ele que sorriu ao notar a minha presença, sorriso esse que logo desapareceu ao ver a minha expressão desolada.

- Benny, estás bem? - não hesitou em vir ao meu encontro mas, com um empurrão, impedi que me abraçasse. 

- Não me chames isso! - com os olhos marejados, gritei. - Tu não tens esse direito! - solucei, batendo de forma constante no seu peito coberto pela já habitual, e já conhecida, camisola de treino.

- O que é que se passa? - era notória a sua confusão e preocupação.

- Tu não tens o direito de fazer-me apaixonar por ti e depois ir embora! - pela sua expressão, percebi que este, finalmente, compreendera aquilo a que me referia.

- Benedita.. - com a calma que o caracterizava, chamou, pegando os meus pulsos de forma suave mas rapidamente esbracejei para que ele me deixasse.

- Era essa a tua ideia? Hm? - gritei. - Fazer com que eu me apaixonasse por ti, levar-me para a cama e depois ir embora para a França assim do nada? - não o deixei falar. - Ah, já sei o que vais dizer: "Eu ia contar-te, só estava a tentar encontrar a melhor forma de o fazer.." bla bla bla. Já toda a gente parece saber menos eu! - olhei à nossa volta, vendo os seus colegas e amigos olhar-nos apreensivos. - Eu soube por dois funcionários que comentavam a situação, Rúben. - fui interrompida por um soluço. - Caralho, estou tão desiludida. - de forma derrotada, finalizei, compondo a minha mala no ombro.

- Benedita. - sussurrou quando me comecei a afastar.

- Nós não temos mais nada a dizer um ao outro. - limpei rapidamente, e de forma desajeitada devido ao nervosismo, as lágrimas. - Eu realmente espero que sejas feliz no Lyon ou em qualquer outra direção a que a vida te levar. - acalmei o choro, virando costas e percorrendo, em passos largos, aquele que me parecia o maior corredor que eu alguma vez pisara, tal era a minha necessidade de sair dali.

- Benedita! - o seu tom de desespero e tristeza, fez-me desatar a chorar novamente.

Antes de virar rumo à saída, olhei de relance para o anterior local onde estivera, vendo Pizzi impedir Rúben de ir atrás de mim, enquanto o sentava numa das muitas cadeiras que ali residiam, o central que levou as suas mãos ao rosto e era confortado por todos os seus colegas e amigos.

Corri para o exterior da construção benfiquista e quando entrei no automóvel, encostei a testa ao volante, não reprimindo mais o choro que eu tentara a todo o custo engolir, embora falhando em muitos momentos.

De forma rápida, e quase sem me aperceber como, cheguei ao meu apartamento, ignorando o elevador e subindo de forma veloz e quase automática as escadas que davam acesso ao piso onde morava.

Rodei a chave e logo fui abraçada pela minha melhor amiga, reconhecendo a roupa que usava e as malas no canto da sala.

- Surpresa! - de forma alegre, gritou ao meu ouvido e afastou-se, rapidamente perdendo o seu sorriso ao ver o meu lastimável estado. - Meu Deus, Benedita, o que é que te aconteceu? - aflita, puxou-me pela mão e sentou-nos no sofá.

- Sabes aquela sensação de perder algo que, na realidade, nunca foi teu? - inquiri retórica, olhando a parede à minha frente.

- Benny, onde é que está o Rúben? - pegou na minha mão e solucei novamente ao ouvir o nome dele.

- O Rúben vai para a França, Carminho. - levei as mãos aos cabelos. - Eu adoro aquele rapaz. E agora ele vai embora sem nunca saber disso.

A/N: bem, isto estava a começar a ficar cada vez melhor entre estes dois e de repente é isto. Problemas no paraíso, I guess.. Vamos ver como eles se resolvem, se tal acontecer. Tive de trazer a questão de Lyon porque foi um mês de Agosto caótico que, muitas dores de cabeça deu ao benfiquistas com todas as novelas de verão que passaram não só por Rúben Dias como também por Jonas e até Pizzi! 🤦
Espero que esteja tudo bem! Trago o capítulo (um bocado) mais cedo porque hoje é dia de clássico e caso as coisas não corram bem para o nosso lado, o meu humor não vai ficar muito bom. 😂😂 Acredito na vitória do meu Benfica, isso sempre mas o Porto é um dos mais difíceis adversários que temos. Que acima de tudo, que seja um grande jogo, com muito respeito dentro e fora das quatro linhas.
Espero, igualmente, que estejam a gostar! A sério! Gostaria muito muito de saber a vossa sincera opinião. Obrigado por todos as leituras, votos e comentários! ❤️
Um beijinho e até breve! 👋

המשך קריאה

You'll Also Like

56.8K 2.5K 25
Obrigada a deixar o seu país, ela necessitava de um refúgio. Ele era um. #1 em "Futebol" a 16/08/2018.
19.9K 540 25
I've got a young heart And it's wild and free I don't know where it starts But it ends with you and me...
42.9K 4.9K 26
A Princesa Victoria Windsor, sempre foi conhecida como uma das netas mais próximas da Rainha da Inglaterra, apesar de preferir se manter distante da...
120K 8K 176
• Onde Charles contrata como assistente a pessoa que mais odeia