12h in Translation
por inmoon36
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Capítulo 6
01:28
O que eu demorei para criar coragem de beijá-la sem pedir sua permissão, foi compensado com a rapidez com que o táxi chegou no hotel.
Sakura parecia se divertir durante o percurso, beijando meu pescoço e rindo baixinho toda vez que o motorista olhava para nós pelo retrovisor com uma expressão mista de fúria e constrangimento.
De alguma maneira, minha mão foi parar em sua coxa e toda vez que sentia que ela estava passando dos limites com aquelas provocações, tratava de apertar a mesma delicadamente como uma forma silenciosa de aviso, causando mais risadinhas ao pé do meu ouvido e mordidinhas que me faziam arrepiar.
Definitivamente, aquela garota gostava de brincar com fogo. E eu tinha um pavio curto.
Na recepção, tive que abaixar a cabeça para fugir dos olhares acusadores das recepcionistas, como se julgassem negativamente um jovem em uma viagem de negócios, voltar para o quarto com uma garota. Talvez elas pensassem que eu era do tipo aproveitador ou um sem-vergonha que estava usando essa viagem para trair minha companheira da cidade natal como muitos devem fazer, mas minha vida não era da conta de ninguém e eu tão pouco devia satisfações.
Enquanto destrancava a porta com o cartão-chave, eu podia sentir os dedos dela puxando delicadamente a barra do meu moletom, tocando minha pele por cima da camiseta fina que usava por baixo.
Ela parecia tão impaciente quanto eu e, assim como uma chama, bastou um segundo para que nossas respirações se encontrassem e nossos lábios estabelecessem o idioma perfeito em que nós dois entendíamos.
Assim que ouvi o som da porta se fechando, senti ela me empurrando contra a parede do corredor mínimo e apertado da entrada, e eu não demorei em subir as mãos para tirar sua mochila, a deixando no canto perto da mesa.
Segurando sua cintura e tentando com pressa me livrar da sua jaqueta jeans, eu percebi que talvez estava indo rápido demais em fazê-la cambalear comigo em direção a cama, então paro assim que esbarramos na cadeira da mesa.
- Jin... - Meu nome já parecia mágico na boca dela. Soando como um gemido, enquanto eu a colocava sentada na mesa, me posicionando entre suas pernas, era melhor ainda.- Preciso... De ajuda. - Suas palavras limitadas em coreano pareciam ainda mais sedutoras com aquele seu sotaque japonês.
- Hm? O que foi? - Pergunto com os lábios colados em seu pescoço, querendo uma revanche pela brincadeirinha no táxi, mas ao invés de me responder, Sakura apenas se esticou em direção ao chão puxando sua mochila para si.
Acho que era impossível deduzir o que ela tiraria daquela mochila misteriosa que parecia guardar o mundo todo dentro, portanto, já devo adiantar minha enorme surpresa quando ela me mostrou o tubo comprido que Park Jimin havia lhe entregue.
Ergui uma sobrancelha confuso, mas antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, Sakura desceu da mesa, fazendo nossos corpos se esbarrarem perigosamente, quase me fazendo rir quando me empurrou com uma mão, me fazendo cair sentado na cama.
Eu deveria esperar o pior vindo de algo que ela pegou com um tatuador imigrante, baixinho, cheio de piercings e que colecionava peles em quadros, não devia?
Mas bem, que se dane.
Naquele momento tudo o que eu queria era que ela continuasse subindo no meu colo e me beijando com aqueles lábios macios.
Pensei que jamais iria me cansar de olhar para ela, mas descobri estar absurdamente errado quando suas roupas começaram a me incomodar. A nos incomodar, na verdade.
A garota era do tipo que toma as rédeas e não às solta por nem mesmo um milésimo de segundo. E o tempo para mim, ali era precioso.
Não que eu não quisesse estar ali com ela, ao contrário disso. Mas é que por algum motivo eu sentia que o relógio corria mais rápido quando se tratava de nós dois. Era quase que crueldade.
Talvez, o preço que o senhorzinho do destino cobrava para me entregar de bandeja a mulher da minha vida?
Em todo caso, ver Sakura se despindo, puxando a blusa preta para cima e me empurrando novamente contra o colchão para se sentar em meu colo, havia se tornado uma das visões mais lindas que já tive o prazer de contemplar.
A vontade de voltar no tempo apenas para repetir esse momento foi estratosfericamente absurda. Se esse momento, se nós dois, fôssemos uma música, eu colocaria no repeat e a ouviria por todo o resto da vida. Seria minha trilha sonora para dias bons, ruins, felizes, tristes, o que for. Apenas por ser o nosso momento juntos. A nossa música escrita, apenas e unicamente, por nossas respirações.
Os seus fios longos e escuros de cabelo caíam com perfeição por seus ombros, e a pele delicada se destacava na pouca luz em contraste com o sutiã vinho e sua calça escura.
Uma paleta de cor perfeita. Paleta Sakura.
E não havia nada demais naquela peça de lingerie, acredite. Renda, bordados, brilho... Absolutamente nada. E... Honestamente? Não precisava de nada. Ela amava a si mesma e amava o próprio corpo tanto quanto eu.
Ela era uma garota normal que se amava. E isso era sexy.
- Deixe-me marcá-lo. - Ela pede, me tirando do transe temporário, me mostrando o conteúdo do misterioso rolo de plástico.
Eu devia ter adivinhado.
Um enorme dragão* em traços tradicionais de tebori estava desenhado ali no plástico branco, uma provável tatuagem temporária.
- Vai doer? - Pergunto receoso, mordendo o lábio inferior e encarando o par de olhos penetrantes do desenho.
- Aniyo! - Ouço-a rir sinto seus dedos descerem em rumo ao meu moletom, puxando o tecido para cima com cuidado.
O único problema, é que eu sou desastrado. E azarado.
Meus óculos fizeram a gola do moletom prender em meu rosto e eu resmunguei de dor antes dela, quando meus braços esbarraram em seu rosto, cortando totalmente o clima que estávamos construindo ali.
Para a minha sorte, ela não era nada desastrada e muito compreensiva.
Sentir suas mãos em meu peitoral e ombros. me desenhando e deixando sua marca em mim, não poderia ser melhor sem ela olhando fundo em meus olhos, sentada em mim como um gato habilidoso observa seu brinquedo favorito.
Pode parecer estranho, mas eu não me importava. Eu já me sentia grato apenas de saber que ela estava ali comigo, escolhendo passar sua noite com um estranho qualquer, da mesma maneira que eu.
Uma faísca de esperança surgiu em meu coração quando a possibilidade de ela ter se apaixonado também, surgiu em minha lista de acontecimentos da noite. Para estar se entregando e me tocando assim, definitivamente ela não me via como um aproveitador. Ela sabia que eu estaria ali pela manhã. E isso fez meu coração acelerar cada vez mais enquanto ela me marcava com aquele desenho temporário.
Ela não tinha pressa, então por qual motivo eu teria?
Pela claridade escassa do cômodo, ela parecia quase que um sonho (não muito diferente do habitual, mas ainda assim, mágico). Algumas luzes da rua entravam vez ou outra pela janela, fazendo feixes em tons de vermelho e azul brincarem com a maneira que enxergávamos o quarto e, principalmente, um ao outro. Era uma experiência de outro mundo.
Quem diabos era Picasso, Renoir ou Hokusai* perto dessa garota?
Se tivesse que ficar ali por horas, apenas me manteria de olhos fechados, sentindo suas mãos finas passeando por minha pele, vez ou outra pressionando com cuidado a toalha úmida que ela havia roubado do banheiro. Ou talvez... Não, vê-la era muito melhor.
Sentí-la era muito melhor.
- Sakura... W-What you doing? (O que você fazendo?) - Minha respiração se torna pesada e descompassada conforme ela se movimentava lentamente em cima de mim.
Os tecidos grossos da sua jeans e a minha tornavam aquela experiência nada confortável e, de certa forma, peculiarmente prazerosa.
Eu deveria ter ficado surpreso por ela assumir o controle total do meu corpo, segurando minhas mãos acima da cabeça e continuando aquela espécie de dança lentamente em cima de mim, mas a essa altura eu já tinha me tornado ciente dos riscos da queda e da personalidade da minha comandante favorita.
Nossos lábios se tocaram novamente e evitei abrir os olhos quando ela pareceu buscar algo no chão, esticando um dos braços e se segurando com mais firmeza ao meu quadril com suas pernas. Nossos sapatos já tinham sido esquecidos em algum canto, e eu não poderia ligar menos.
- O que... Oh. - Olho surpreso para o pequeno pacotinho que ela tinha entre os dedos e vacilo o olhar para baixo, vendo a sacolinha plástica da loja de conveniência de antes saindo da sua mochila.
Era isso então que ela tinha comprado além do cigarro e dos pockys*. Apesar de ter me explicado que o cigarro era para sua mãe, enquanto comíamos os doces a caminho do estúdio de tatuagem, eu pensei que o item pequeno adquirido no balcão se tratava de um isqueiro ou... Algum remédio para dor de cabeça ou... Qualquer coisa!
Mas definitivamente não pensei que era uma camisinha.
- You sure? (Tem certeza?) - Pergunto receoso, entrelaçando nossos dedos.
Eu gostaria de ter coragem ao menos para pedir desculpas. De dizer que queria casar com ela e que super entenderia caso quisesse esperar até o casamento ou o que fosse. Queria ser capaz de dizer em inglês o quanto aquilo era especial para mim e me assegurar de que ela não me achava qualquer um. Mas... Eu não era capaz. Eu não sabia como.
E fiquei feliz que não o fiz, pois a resposta da garota veio apenas em formato de uma risadinha debochada e um olhar de quem sabe o que está fazendo. Senti um arrepio ao ser hipnotizado por suas ações novamente, admirando-a desabotoar sua calça lentamente e jogar aquele cabelo enorme para o lado.
Ela era perfeita. Até mesmo a dobrinha da sua barriga era perfeita.
E talvez eu só não estivesse mais tão apressado por tê-la agora pois sabia que ela não iria a lugar algum. Ela era minha e eu era totalmente dela. E aquela era a nossa noite. Nossa música. Nosso idioma.
...
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Curiosidades:
Tatuagem de Dragão: Ao contrários dos dragões europeus, estes seres da mitologia oriental geralmente vem para representar poder, proteção e sabedoria. O dragão japonês em específico trás o significado de equilíbrio na vida. As tatuagens de dragão são feitas como símbolo de boa sorte e liberdade, pelo fato de o dragão ser livre e forte para andar e voar por onde quiser. (fonte: Mundo das Tatuagens)
Picasso, Renoir e Hokusai: Três pintores de estilos diferentes, sendo estes o cubismo, impressionismo e ukiyo-e, respectivamente.
Guernica (Pablo Picasso)
Rosa e Azul (Renoir)
A Grande Onda de Kanagawa (Hokusai)
Pocky: É um tradicional biscoito japonês produzido desde 1965, o qual consiste de um palito doce coberto com ou cobertura de morango ou chocolate. Existem também edições especiais com "sabores regionais", como melão, tangerina, kiwi, manga, uva e etc. Ficou tão popular na ásia que hoje existem até mesmo versões "gourmet".
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[N/A]:
Oi oi oooois!
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Gente milhões e zilhões de desculpas por ter sumido e ficado sem atualizar! Estou tendo uns probleminhas pessoais e familíares, além de que fazer momentos "calientes" não é muito o meu forte, então acabei tendo um pequeno bloqueio criativo. Mas espero que me perdoem e que este capítulozinho possa ter animado um pouco o final de semana de vocês!
Prometo responder tooooooodos os comentários com muito amorzinho ainda hoje, não se preocupem!
🤧💙
Besides it all,
Saranghae,
Tia Moon
🌙✨
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