Side Effect (Dramione)

By CarolUmbelino

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[...]Eu ainda conseguia ver e sentir a dor no rosto de Draco. A imagem da lágrima solitária escorrendo pela p... More

Prólogo
Cutucando as feridas
A homenagem
Monitores
Primeira ronda
As corujas negras
Hermione
Julgamento
Detenção
Não vou me desculpar por isso
A Torre de Astronomia
Deixe-os ir
Crucio
Amizade ameaçada?
Bônus: Visão de Draco Malfoy
A entrevista
Borboletas
Não posso deixar que faça isso
Um desespero bom
Instituto Lilian Potter
Draco
Lily?
Lide com isso, Potter
Não vou a lugar nenhum
Aconteceu ou não aconteceu?
Você demorou...
Mas. Que. Merda. É. Essa?
Só queria um ano comum
Foi o Malfoy!
Detenção até o fim da vida não é má ideia
Essa é a graça da magia
Do the Hippogriff
Magic Works
Céu Noturno
Ele não teve escolha!
O que vamos fazer?
Não tem nada de óbvio no amor
Vermelho Escuro
Só ele?
Desiluminador
Everte Statum!
Só, confie em mim
Luna
Manipulável
Um soco no estômago
Avada Kedavra!
O patrono
Você faz parte dessa "escória". Nasceu dela.
Eu te amo, Draco Malfoy
Você estava certa, sangue-ruim
Não foi suficiente
Será que valeu a pena?
A culpa é toda sua
Casa comigo?
É melhor você ir
Vida normal... ou, quase isso
Culpa e saudade
Sotaque francês
Comissão ogranizadora
Achei que você era do tipo que prefere os quartos
Queria que você é quem tivesse morrido
Você é patética, Parkinson
Silêncio perigoso
Ronald? Quem é Ronald?
Um lado ameaçador
Vá até lá
Ginevra Weasley
Visão de Draco Malfoy: Aquilo não foi só um aviso
Ingênua
Visão de Draco Malfoy: Estraguei tudo... Mais uma vez
Ele não se importa
Visão de Draco Malfoy: Não podíamos esperar mais
Visão de Draco Malfoy: Você não pode controlar tudo
Visão de Draco Malfoy: Por que ele não fugiu?
Visão de Draco Malfoy: Tentando convencer a mim mesmo
Aurora

Algumas pessoas ainda preferem os quartos

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By CarolUmbelino

Levei a mão à boca para tapar o que deveria ser o milionésimo bocejo que eu dava naquela manhã. O pior é que eu vinha dormindo como uma pedra durante as últimas semanas, várias horas por noite. Mais até do que o realmente necessário, do que eu deveria, diante de tudo o que tinha que fazer. Mas com a maratona de assistir as aulas, ajudar nos preparativos do jogo, estudar para os N.I.E.M.s e fazer as rondas era de se esperar que eu chegasse ao começo da noite cansada. O problema é que eu me sentia exausta, não só a noite, mas durante todo o dia. O fato de Pansy e Astória terem feito da participação no Comitê apenas uma desculpa para se aproximar de Draco e infernizar as nossas vidas também não ajudava em nada. Tentei deixar aquilo de lado, ponderei comigo mesma que estava apenas tendo uma possível crise infundada de ciúmes, repeti diversas vezes o mantra "eu preciso aprender a confiar no meu namorado". Mas quando até mesmo Luna passa a se sentir incomodada com alguma coisa, é hora de repensar as estratégias.

O problema é que confrontá-las era tudo o que eu não podia fazer, porque era exatamente o que elas esperavam que eu fizesse. Por isso, decidi fazer o possível para continuar ignorando as duas - por mais que minha cabeça doesse de raiva, minha mão coçasse de vontade de agir e a varinha pesasse como ferro incandescente no bolso das vestes, quando elas surgiam lançando olhares lânguidos e frases sussurradas para Draco - até depois do jogo comemorativo e tudo finalmente chegaria ao fim. Encarei meu café da manhã, ovos mexidos e torradas ainda intocados no prato. O copo cheio de suco de abóbora. E meu estômago se contorceu, recusando mais uma vez a oferta. Soltei um suspiro exasperado e abaixei a cabeça nos braços, sentindo como se um Dementador tivesse sugado, ao invés da minha felicidade, toda a minha energia vital. Alguém colocou a mão no meu ombro e me levantei apenas o suficiente para ver uma cascata de cabelos loiros sentar-se ao meu lado.

- Indisposta de novo? - Luna perguntou baixinho.

- Se esse jogo não chegar logo... - gemi, terminando de endireitar o corpo. - não sei o que vai ser de mim.

- Faltam apenas dois dias.

Acho que era para soar complacente e incentivador. Mas ela mal conseguia conter a animação. Era exatamente daquela maneira que eu devia estar me sentindo, que eu queria estar me sentindo, só que não havia espaço em mim para mais nada além de cansaço e sono. Tentei sorrir, mas pelo olhar no rosto dela, o gesto pareceu preocupar Luna. Então, virei para o outro lado. E vi que Draco entrava no salão, acompanhado por Astória. Baixei a cabeça de novo, sentindo-me ainda mais derrotada. Um calafrio subiu pela minha espinha quando escutei os passos se aproximarem de mim.

- Espero que tenhamos nos estendido definitivamente, Astória. - a voz dele parecia verdadeiramente irritada. - Não quero ter que falar sobre isso de novo.

A garota bufou e mesmo de olhos fechados eu sabia que ela havia batido com o pé no chão e cruzado os braços na frente do corpo, encarando Draco - desafiando-o, como a bela menina mimada que era - antes de se virar para sair. O rapaz loiro cumprimentou Luna enquanto se sentava do meu outro lado. Senti que ele havia colocado alguma coisa na mesa, mas o desânimo foi maior que a curiosidade.

- Desculpe por isso.

A frase era para mim, eu tinha certeza. Mas respirei fundo, mantive os olhos fechados e a cabeça baixa.

- Hermione? - ele chamou triste. - Você me ouviu?

Estava ponderando se levantava a cabeça ou mesmo se queria falar com ele, quando Luna disse.

- Ela disse que só está cansada. Mas, na verdade, acho que está ficando doente.

Soube que a loirinha corvinal havia chamado, silenciosamente, a atenção dele para o meu prato ainda cheio quando Draco passou o braço pelos meus ombros e puxou-me delicadamente.

- Hermione... Ela está mesmo pálida. - constatou ao me olhar.

- Uma passada na enfermaria antes da aula não faria mal.

- "Ela" está bem aqui, ao lado de vocês. - olhei de um para o outro. - E acreditem quando "ela" diz que só está cansada.

Os dois trocaram um olhar desconfiado e Draco revirou os olhos.

- Vamos acreditar, por enquanto...

- Mas estamos de olho em você.

- Desde quando vocês completam as sentenças um do outro?! - eles fizeram menção de começar a falar ao mesmo tempo e achei melhor interromper. - Parem, estão começando a me assustar. - um embrulho à frente de Draco chamou minha atenção e percebi minha oportunidade de sair do foco da conversa. - O que é isso?

- Algo que preciso devolver ao Harry. Por falar nisso, onde ele está?

- Atrasado. Assim como Nev.

Quase como que em resposta à pergunta de Draco, uma voz conhecida ecoou no corredor. Estávamos na ponta da mesa, próximos à porta de entrada e mesmo com o burburinho de vozes e talheres no salão consegui distinguir o tom irritado de Gina. Eles surgiram na soleira, a ruiva discutia com Harry, enquanto Neville tentava apaziguar os ânimos. Ronald caminhava ao lado deles, ignorando a cena.

- Eu disse que ia pensar... pensar. Não me sinto segura voando ao lado dele. - ela se deixou cair no banco à nossa frente.

Ronald se serviu como se nada estivesse acontecendo e ficou claro que estava ignorando a discussão porque era o motivo dela.

- Gina, ele é seu irmão.

- Ele só se lembra disso quando convém.

- Essa doeu. - Neville murmurou.

- Gina, seja razoável. - Luna argumentou e esticou a mão para segurar a de Neville do outro lado da mesa. - Ele foi sorteado, como todos os outros jogadores das casas. Onde fica nossa credibilidade se o excluirmos simplesmente porque você não quer voar ao lado dele?

- Eu não me importo!

- Sério? - Harry lançou um olhar de descrença à noiva.

- Não. E é por isso que estou tão brava. - ela bufou. - Achei que podia confiar em você. - ela apontou o dedo para Draco, fazendo surgir uma ruga na testa do loiro. - Como pode colocar o nome dele no sorteio?

- Não é minha culpa. Ele é o goleiro do time da Grifinória. Eu não tive escolha. E com tanta gente concorrendo, como eu ia podia adivinhar que justamente ele seria sorteado?

- Odeio esse seu novo eu, tão honesto e razoável.

- É claro que odeia. - ele riu.

- Sabe, me pergunto onde foi parar o Draco que todos nós amávamos? - a voz de Ronald não tinha a menor inflexão, nem um mínimo sinal de emoção. - O cara mimado, egoísta e traiçoeiro, ca-

- Morreu junto com o único homem que ele respeitava até então. Foi atirado da Torre de Astronomia ao lado de Alvo Dumbledore.

Senti todo mundo na mesa prender a respiração. Gina piscou algumas vezes, tentando ter certeza de que havia escutado mesmo aquelas palavras. Essa era apenas mais uma das centenas de culpas que Draco carregava - a morte de Alvo Dumbledore. Ele sempre preferiu o silêncio quando se tratava do que aconteceu antes da guerra, das coisas que foi obrigado a fazer. Apesar de ter que assistir o sofrimento dele quieta e calada, aprendi a aceitar a escolha. Parecia-me que dizer em voz alta aumentava o tamanho da dor, escancarava a verdade e, claro, a culpa.

- Então, Harry. - ele recomeçou, quebrando o silêncio constrangedor e doloroso. - O pessoal que está trabalhando na reconstrução da mansão achou isso e eu queria te devolver. - Draco empurrou o pacote que estava sobre a mesa para o menino que sobreviveu.

- Você está reconstruindo a Mansão Malfoy? - não queria soar apavorada, decepcionada ou, mesmo, tão surpresa. Mas as palavras escaparam da minha boca sem permissão ao mesmo tempo em que lembranças nada agradáveis inundavam a minha mente. - Est-

- Ah. Meu. Merlim! - Gina interrompeu o que eu ia começar a dizer. - A Capa da Invisibilidade.

- Eu pensei que ela estivesse perdida pra sempre. - espantou-se Neville.

- Está inteirinha! - comemorou Luna.

- Eu também achei. E sim, não tem nem um rasgo. - Harry parecia estupefato. - Obrigada, Malfoy.

- Sem problemas.

Enquanto todos apreciavam a capa de Harry, eu só conseguia pensar nas palavras de Draco: O pessoal que está trabalhando na reconstrução da mansão..., ecoando na minha cabeça. Aquele lugar me dava calafrios. Estive lá apenas duas vezes, por algumas horas, e não conseguia sequer me imaginar voltando. Se Draco tinha alguma pretensão com relação a nós e o cenário dos meus piores medos e pesadelos, eu precisava falar com ele.

- Draco... - ele fixou os lindos olhos cor de tempestade nos meus e senti a angústia que crescia dentro de mim suavizar.

- Ei pessoal! - Simas se aproximou com Dino ao seu lado. Acabando de vez com as minhas chances de começar uma conversa sobre o assunto da reforma. - Acho que sabem sobre... que nós...

- Que vocês tem um caso? Não me diga que assumiram para escola toda...

Os meninos riram, enquanto Simas e Dino fechavam a cara. Revirei os olhos para a piada de Draco. Algumas coisas não iriam mudar nunca.

- Ah, que fofo... - Gina entrou na zoação.

- Tá bom, já chega. - Dino cruzou os braços na frente do corpo e se virou para sair. O breve relacionamento que ele teve com Gina foi extremamente conturbado e o fato de ela e Harry terem assumido o que sentiam apenas poucos dias depois do término não ajudou em nada.

- Desculpe, Dino. - ela disse com sinceridade. - Sabemos do que vocês estão falando, ou melhor, o que vem fazendo. Então, o que isso tem a ver com a gente?

- Bem, queríamos convidar vocês para... sabe, participar essa noite. - Simas cochichou.

- Se McGonagall descobrir... - começou Harry.

- Sério? "Se McGonagall descobrir..."? - Gina colocou as mãos na cintura e encarou o namorado. - Sinceramente ainda se preocupa com isso depois de tudo o que já fizemos? Depois de todas as fugas e regras quebradas ao longo dos últimos sete anos?

O garoto que sobreviveu apenas deu de ombros antes de se virar para o colega de casa.

- Acho que apareceremos por lá.

- Ótimo. - Simas comemorou. - Vejo vocês depois do toque de recolher.

- Depois do toque de recolher. - repeti. - Por que eu não estou surpresa? - disse quando eles se afastaram.

- Queria mesmo que eles abrissem a Sala Precisa com todos os professores ainda circulando pelo castelo? Não acha que eles iam, tipo, desconfiar? - Gina argumentou. - Além do mais, temos a capa da invisibilidade de volta.

- Desculpe te decepcionar, Gina, mas não cabemos todos debaixo da capa da invisibilidade.

- Não, não cabemos. - ela me deu seu melhor olhar convencido. - Mas você e Draco tem permissão para andar pelo castelo depois da hora, são monitores-chefe. O Krum chega hoje e Harry e eu temos que recepcionar ele, então, também estamos autorizados a ficar fora da cama. Sobram apenas Luna e Neville, mas eu duvido que eles vão se importar de ter que se espremer embaixo dela juntos.

Neville engasgou com o suco de abóboras e Harry deu batidinhas em suas costas enquanto se segurava para não rir. Já a loirinha ficou da cor dos cabelos de Gina. Segurei a mão de Luna por sob a mesa e apertei, tentando transmitir algum conforto.

- Nem todo mundo é como você e Harry. Tem gente que ainda preza pela discrição e decoro...

- Isso lá é verdade. Algumas pessoas ainda preferem os quartos. - Draco disse.

- E outros simplesmente têm vergonha na cara. - completei já rindo da incredulidade estampada no rosto dela.

Juro, nunca me vi tão perto da morte. Mas o olhar assassino de Gina fazia um contraste cômico com os olhos arregalados de Harry. E isso me fez rir ainda mais. Até Ronald se permitiu um leve sorriso, que sumiu assim que a irmã desviou os olhos na direção dele. Já Luna ficou ainda mais vermelha, cobriu o rosto com as mãos e murmurou alguma coisa que eu consegui interpretar como "não precisava pegar tão pesado". Mas, a esta altura, minha barriga já estava doendo de tanto rir. E eu só consegui usar as últimas forças que me restavam para apoiar os braços na mesa e não cair do banco.

- Hermione, respire.

Draco me segurou pelos ombros e lançou-me seu olhar mais sério. Os lábios comprimidos em uma linha fina, a expressão composta e compenetrada. Tentei respirar fundo para me controlar, mas o único efeito que consegui foi emitir um guincho agudo - até meio assustador, eu diria - quando o ar saiu entrecortado pelas minhas narinas.

- Desculpe. - Draco disse para ninguém em especial, já quase sem conseguir se conter. E então, começou a rir também. 

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